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Marchinha leva cultura de Lafaiete para São Paulo

A compositora e cantora Luciana Baeta, tem 45 anos, é lafaietense e contou para o jornal Correio de Minas uma trajetória repleta de desafios e superações em sua relação com a música. Desde a infância, a paixão pelo som foi cultivada com o incentivo do falecido Toninho Salgado – que lhe concedeu uma bolsa para estudar teclado – e pelo aprendizado autodidata do violão, inspirado nos violeiros locais.

Entre o sonho musical e os obstáculos pessoais

Apesar do dom natural e do interesse em aprofundar seus estudos musicais, Luciana enfrentou o preconceito familiar, típico na época, onde a profissão de músico era vista com desconfiança. Essa resistência a levou, em diferentes momentos, a enveredar por outros caminhos – iniciou a faculdade de engenharia e concluiu um curso técnico em próteses odontológicas – enquanto a música permanecia como um refúgio e uma paixão latente.

Da inspiração à criação de uma marchinha

Em meio à polarização política e ao turbilhão das notícias, uma frase anotada em um pedaço de papel despertou a criatividade de Luciana. Em 2019, com um espírito de irreverência e humor, ela compôs sua marchinha – obra que mistura crítica, sarcasmo e sensibilidade. Inicialmente, o lançamento foi adiado devido ao receio de expor sua criação ao público, mas o impulso artístico e a vontade de transformar a experiência em algo significativo a levaram a retomar o projeto.

Parcerias e o lançamento do clipe

Após o fim da pandemia, Luciana envolveu-se ativamente na cena cultural de Lafaiete. Integrando o Madrigal Roda Viva, sob a condução do maestro Geraldo Vasconcelos, ela aprimorou sua técnica vocal e se aproximou de importantes referências locais. Com o incentivo de amigos e profissionais do cenário artístico cultural, a marchinha ganhou novo fôlego. Marluce Albino, do Instituto Meraki, foi peça-chave na redação do processo para a captação de recursos via lei Paulo Gustavo. Com o apoio do produtor musical Márcio Zaum e de Paulo Crisóstomo, do audiovisual, a marchinha ganhou vida. Ação que teve a bandinha Marchinha Centro Ó Fônica como parceira vital.

Com o lançamento da peça musical se aproximando Luciana começou a procurar por festivais de marchinha Brasil agora. O engraçado, como ela mesma conta, que em Minas, sua canção não foi selecionada em festival algum

Rumo ao Festival de São Roque

Porém, e animada com os feedbacks positivos e encorajada por conversas com músicos locais – como o dono do bar Afonso (Afonso conhecido como Manuel) –, Luciana decidiu levar a marchinha para competir em um festival de marchinhas na cidade de São Roque, em São Paulo. Embora a obra não tenha sido classificada para a grande final, a participação permitiu a troca de experiências com veteranos da cena musical nacional, consolidando a importância da troca e do aprendizado constante.

Agradecimentos e perspectivas culturais

Em sua jornada, a compositora não poupou agradecimentos aos que a apoiaram. Entre os nomes celebrados estão Marluce Albino, Márcio Zaum, Paulo Crisóstomo, a turma da Bandinha Centro Ó Fônica,Instituto Meraki, e os vereadores Gina Costa, Simone do Carmo, Roger Diêgo e Fernando Bandeira, do laboratório Hemolab, Dental 3D, Marlan Calçados Easy Way Motos, além de amigos próximos que investiram para que ela pudesse defender a cultura de Lafaiete no festival em São Roque – SP.

Para Luciana, cada passo, seja no palco ou nos bastidores, reforça o valor da democracia e do comprometimento com as tradições musicais locais, num cenário em que a arte se torna ferramenta de resistência e afirmação.

A história de Luciana Baeta ilustra como a paixão pela música pode transformar desafios pessoais e preconceitos em oportunidades de expressão e resgate cultural, levando a criatividade de uma artista de interior a ganhar visibilidade em um festival de renome, mesmo fora de sua terra natal.

“Festival”

O 3º Festival de Marchinhas de São Roque aconteceu de 20 a 22 de fevereiro de 2025, no Centro Cultural Brasital. Durante o evento, houve duas noites eliminatórias – na quinta e na sexta – que culminaram com a grande final no sábado, onde compositores e intérpretes de várias regiões se reuniram para celebrar a tradição carnavalesca e disputar prêmios em diversas categorias, como melhor composição, melhor intérprete e caracterização mais criativa. O festival não só promoveu a música e a cultura popular, mas também serviu como um importante espaço de troca e aprendizado entre os artistas, fortalecendo a identidade cultural do Brasil.

O clipe está disponível na plataforma do YouTube em https://youtu.be/Dm1jGviZnjc?si=NUNyjemuukYptWJN

Apresentação em São Roque

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