Em meio a um cenário de promessas não cumpridas, mães de crianças neurodivergentes denunciam publicamente a persistente falta de atendimento especializado que tem colocado em risco o bem-estar dos seus pequenos em Congonhas.
Relatos angustiantes descrevem um sistema que, apesar de decisões judiciais e iniciativas pontuais, continua falhando em oferecer o suporte necessário. Nos últimos meses, a insatisfação se intensificou entre famílias que lutam diariamente para garantir cuidados adequados para seus filhos. Mães relatam que, mesmo após a emissão de ordens judiciais que determinavam o atendimento obrigatório para alunos do 1º ao 9º ano, a realidade nas escolas e centros de atendimento permanece alarmante.
— “Cada dia é um tormento. Meu filho precisa de acompanhamento médico especializado e, infelizmente, as promessas se esvaem sem que haja ação concreta,” disse uma mãe, que preferiu não se identificar.
Segundo denúncias veiculadas em redes sociais, além da ausência de profissionais capacitados, a ASAMAR, entidade que historicamente defendia os direitos dos neurodivergentes, vem sendo acusada de omissão e, inclusive, de divulgar informações falsas sobre a contratação de especialistas. Uma diretora em específico, figura central dessas acusações, teria afirmado que um médico especialista havia sido contratado, o que até já foi desmentindo.

O desespero de mães em busca de soluções
A sensação de abandono e desamparo é compartilhada por diversas famílias. Em um ambiente onde a negligência se traduz em sofrimento diário, as mães se veem obrigadas a recorrer a alternativas onerosas, como atendimentos privados e terapias que muitas vezes fogem do alcance financeiro da maioria.
— “É desolador ver nosso filho sofrer e não termos a mínima resposta do sistema público. Estamos desesperadas e sem saber a quem recorrer,” declarou outra mãe, evidenciando o sentimento de impotência e frustração.
O descompasso entre as demandas e a oferta de serviços tem amplificado a angústia dessas famílias. A falta de continuidade no atendimento e a dificuldade de acesso a profissionais especializados evidenciam falhas estruturais que persistem mesmo após medidas judiciais e iniciativas governamentais.
A crescente onda de denúncias tem mobilizado a comunidade e pressionado as autoridades locais a reavaliarem urgentemente as políticas de atendimento. Especialistas em saúde e educação afirmam que a transparência e o comprometimento com a implementação das medidas prometidas são essenciais para evitar que o quadro se agrave ainda mais.
Enquanto isso, a população de Congonhas espera que os órgãos de fiscalização e o poder público intensifiquem a fiscalização e garantam que nenhuma criança fique sem o suporte que necessita para se desenvolver de forma plena.
Em meio a um cenário marcado por promessas não cumpridas e denúncias de omissão, o desespero das mães evidencia um sistema que ainda precisa de mudanças profundas. A luta por atendimento especializado às crianças neurodivergentes permanece como uma das maiores demandas da comunidade, exigindo respostas imediatas e ações concretas, principalmente por parte da Prefeitura de Congonhas, que possam transformar o desamparo em esperança para milhares de famílias.