Os proponentes alertaram sobre os riscos como cobraram a viabilidade sócio ambiental do empreendimento. A Promotora Monique Mosca Magalhães comentou o papel do MPPG no engajamento social do processo de licenciamento. Ela citou a transição tecnológica quando o empreendimento não usará barragem para armazenar os rejeitos gerados durante a extração mineral, mas salientou mais rigor na fiscalização. Ela também pediu mais diálogo com a CSN e ações efetivas no controle e melhoria da qualidade do ar em Congonhas diante da grande expansão proporcionada pela mineradora. “Não é só a CSN. Precisamos discutir a qualidade do ar com todas as mineradoras”, pontuou, citando a prevenção ao eventos, como as “nuvens de poeira”, que varrem Congonhas em determinadas épocas do ano e comprometem a saúde da população.

Exaustão
Em seu discurso, o Prefeito Anderson Cabido (PSB) cobrou o compromisso social da empresa com a comunidade. “Precisamos enxergar neste momento uma grande oportunidade para Congonhas como para a CSN. Temos um grande impacto da mineração em nossa cidade, seja na saúde, na mobilidade urbana, sobrecarga de serviços. Muitas das vezes os recursos não ficam na economia do Município desde a extração até a produção final. E ainda temos que lidar com a poeira. Não podemos tratar deste assunto de forma individualizada. Temos um histórico de atividades que acontecem em efeito cumulativo. Não podemos tratar deste desafio somente no processo ambiental”, pontuou, salientando um novo modelo de relação entre as mineradoras, população e o poder público.
“Nossa cidade vive no limite da exaustão emocional e produção do minério de ferro. Temos que ter uma atividade que realmente melhore a vida dos congonhense e não somente de seus acionistas. Precisamos de um novo patamar de discussões e deixemos de lado a narrativa da arrecadação de impostos. A CFEM é de todos. Isso é muito pouco perto do empreendimento. Nossa esperança é agora. Como dizem: o barroco trouxe o ouro, a mineração o barranco. Precisamos mudar esta relação e repactuar um novo modelo de relação”, concluiu.
O Prefeito Anderson Cabido entregou de próprio punho ao representante da Secretaria de Estado do Meio Ambiente um documento em que cobra condicionantes ao empreendimento na minimização os impactos, envolvendo todos os aspectos sociais, econômicos, sociais, ambientais, etc. “Queremos um empreendimento produtivo, mas antes de tudo o justo, sustentável socialmente e economicamente para nossa coletividade”.

Ativista
Em nome de diversas entidades como a Academia de Letras, o Instituto Histórico e Geográfico e movimentos sociais, o ativista ambiental, Sandoval de Souza, apresentou um vídeo sobre as riquezas naturais, arqueológicas, turísticas, culturais e do patrimônio histórico. “Isso tudo pode se perder. Estamos em uma zona de sacrifício. A nossa luta é por todos nós e não contra a CSN. O Esmeril, datado do início de século XIX, será drasticamente danificado. Companhia pretende avançar sobre trecho preservado da Serra do Esmeril e amontoar estéreis em uma pilha de 350 m de altura, o equivalente a um prédio de 115 andares. Isso é um risco. Proponho que nós 3 proponentes trabalhemos em conjunto já que nossas tratativas são bastantes semelhantes na visão e na linha de atuação”, ponderou Sandoval.

Lideranças

Novo ciclo e diálogo
Representantes do alto escalão da diretoria da CSN garantiram um novo momento de relacionamento e diálogo com a comunidade e os segmentos organizados. “Não existe construção de barragens ou dique“, disse um técnico. Por outro, lado eles garantiram o monitoramento constante e pontual do empreendimento em um novo ciclo de crescimento da empresa.
