Utilitário mais popular do Brasil, conhecido pelo apelido “pão de forma”, tem motor 1.4 flex, que veio do Volkswagen Polo alemão
A Volkswagen Kombi chegou ao Brasil em 1953, inicialmente com unidades vindas da Alemanha totalmente desmontadas e remontadas em regime de CKD (Completely Knocked Down) pelo grupo Brasmotor. Quatro anos depois, receberia o título de primeiro veículo da Volkswagen fabricado no Brasil.
A jornada da Volkswagen Kombi no Brasil acabou no final de 2013 com direito a uma edição especial de encerramento, a Last Edition. Foram 56 anos de história e mais de 1,56 milhão de unidades, valendo que o Brasil foi o último país a fabricá-la.
Encontramos uma Kombi do modelo Lotação 2009/2010 que parece ter acabado de sair do forno. O “pão de forma”, apelido carinhoso dado ao utilitário, preserva tudo original de fábrica, segundo o comerciante Harry Trein da loja Cia do Carro, de Porto Alegre(RS). “Compramos essa Kombi de um senhor que foi, até então, seu único dono e assim foi mantida com todo o carinho e respeito que ele nutre por ela”.
De acordo com Trein, a ‘Velha Senhora’ está em plena forma, pois só acumulou nestes 16 anos, apenas 6.760 km. Nem mesmo um retoquinho de pintura foi feito, o que faz dessa Kombi um exemplar imaculado.
Por dentro, o que mais chama a atenção são os tapetes de borracha sem marcas ou demais desgastes do tempo. Os bancos que não possuem nenhum tipo de regulagem de altura são confeccionados de vinil e reforçam a rusticidade do habitáculo singelo. As forrações de acabamento só estão concentradas nas portas dianteiras e teto.
Na parte traseira do teto, não há qualquer revestimento, ainda que seja uma opção voltada para lotação. Quem tiver interesse em ter este belo exemplar na coleção, o preço pedido é de R$ 100 mil.
A KOMBI TEM O MESMO MOTOR DO POLO ALEMÃO

Imagem: Reprodução / Cia do Carro
Em 2006, a Kombi quebrou, talvez, uma de suas maiores tradições. Trocou o motor boxer refrigerado a ar pelo 1.4, de quatro cilindros, em linha da família EA111 com refrigeração líquida. Era o mesmo que equipou o Polo alemão, mas adaptado para a tecnologia flex.
Por conta dessa adaptação, na Kombi, a potência conseguida foi de 80 cavalos no etanol e 78 cv com gasolina, enquanto que o torque ficou em 12,7 kgfm (etanol) e 12,5 kgfm (gasolina).
A transmissão, por sua vez, mantinha a disposição manual de quatro marchas. Segundo a Volkswagen, com isso, a Kombi arrefecida a água tornou-se até 34% mais potente e cerca de 30% mais econômica do que a antecessora, com arrefecimento a ar.
EM 1949, AS PRIMEIRAS KOMBI ERAM IMPORTADAS PARA O MERCADO BRASILEIRO
O nome de batismo do Tipo 2, Kombi, vem de Kombinationsfahrzeug, que no idioma germânico significa veículo combinado ou combinação do espaço para carga e passeio e foi assim que o público brasileiro conheceu um dos veículos mais populares da história da indústria automobilística.

Imagem: Reprodução / Cia do Carro
Por aqui, as primeiras unidades vieram importadas no ano de 1949. Graças ao sucesso de vendas, quatro anos mais tarde, a matriz alemã resolveu instalar uma filial no Brasil, inicialmente sendo produzida pela Brasmotor, representante da americana Chrysler e proprietária da Brastemp na época. Ainda em 1953, nascia a Volkswagen do Brasil num reduzido galpão que contava inicialmente com apenas 12 funcionários.
Em 1957, a Volkswagen do Brasil se instalava na cidade de São Bernardo do Campo, inaugurando a fabricação da van da VW que nesta época já contava com 100% de índice de nacionalização. Praticamente idêntica à versão alemã, a nossa Kombi contava inicialmente com motor de 1.192 cm3 e 36 cv a 3.400 rpm, contando com a velocidade máxima de 100 km/h.
As opções Luxo e Standard, além da Lotação, lançada em 1967, eram as versões mais populares. No mesmo ano eram introduzidos a versão picape e um motor de 1,5 litro mais potente, para toda a linha, com (1.493 cm³) que rendia 44 cv, além de sistema elétrico de 12 volts curiosamente foram lançadas com seis portas sendo duas para cada fileira de bancos.
Este modelo ficou popularmente conhecido como Corujinha devido à sua frente estilizada que se assemelha com o animal. Hoje um raro modelo, disputado por colecionadores.

Imagem: Reprodução / Cia do Carro
1975 CHEGA A KOMBI ‘CLIPPER’

Imagem: Divulgação
Em 1975 ocorreria a primeira mudança, motor 1600 cc. Inicialmente a Volks pretendia fazer a reestilização completa, deixando a Kombi nacional com a porta corrediça e as três janelas grandes e cada lado, mas, aparentemente para cortar custos, a fábrica escolheu combinar a frente (com as portas dianteiras) e a traseira (apenas as lanternas) do modelo internacional com a carroceria do modelo nacional, de 12 janelas laterais. Essa nova carroceria ficou conhecida como ‘Clipper’.
VERSÃO A DIESEL

Imagem: Divulgação
Em 1981, a Volkswagen iniciava as vendas da Kombi com motor de 1,5 litro movido a diesel, refrigerado a água e um exclusivo radiador dianteiro. Este motor era o mesmo que equipava o Passat exportação e foi oferecido nas versões picape, com cabine simples ou dupla e o furgão.
EM 1997, A KOMBI GANHOU PORTAS CORREDIÇAS

Imagem: Divulgação
A mudança mais profunda só chegaria em 1997, quando o modelo finalmente recebia a porta corrediça e carroceria semelhante àquela conhecida no resto do mundo, embora o teto elevado em 11 cm seja único do modelo brasileiro.
Em 2005, a VW marcava a chegada da Kombi Série Prata, edição limitada que marcava o último modelo refrigerado a ar. Em 2006, a Volkswagen iniciava a comercialização da veterana Kombi com nova motorização, desta vez refrigerada a água, a qual permaneceu até o fim de sua produção, em 2013.
Nos quatro cantos do mundo, são notórias a popularidade e a paixão de todos que, direta ou indiretamente, tiveram uma história com o automóvel.
FONTE: AUTOO