SUV reúne uma série de qualidades, mas nem tudo é perfeito e proprietários buscam ajuda em sites de defesa do consumidor
Lançado como uma extensão da consagrada linha Corolla, o Toyota Corolla Cross rapidamente conquistou espaço entre os SUVs mais vendidos do Brasil. Produzido em Sorocaba (SP) e disponível como flex ou híbrido, o modelo bateu seu recorde de vendas no primeiro trimestre de 2025, ultrapassando a marca de 16 mil unidades emplacadas.
O desempenho colocou o Corolla Cross à frente até de modelos populares como o Fiat Mobi e o consolidou como um dos líderes no segmento de utilitários esportivos, rivalizando diretamente com pesos-pesados como Honda HR-V e Jeep Compass.
No entanto, apesar do sucesso, o crescimento nas vendas trouxe à tona uma série de reclamações por parte dos consumidores. Entre os principais pontos apontados estão problemas relacionados à pintura, atrasos na entrega dos veículos adquiridos pelo programa PCD e defeitos nos vidros.
A seguir, destacamos as principais queixas que têm preocupado donos do Corolla Cross e influenciado sua experiência com o veículo.
PINTURA

Imagem: Divulgação
Os relatos indicam que a camada de pintura parece ser fina e pouco resistente, o que tem gerado frustração entre os proprietários, especialmente em se tratando de um modelo que parte de uma faixa de preço considerada premium no segmento de SUVs médios. Muitos compradores afirmam que esperavam um padrão mais elevado da Toyota, cuja reputação sempre esteve ligada à durabilidade e à qualidade de acabamento.
Os consumidores levaram as queixas a plataformas como o Reclame Aqui, e até órgãos de defesa do consumidor passaram a acompanhar o caso. Em resposta às críticas, a Toyota afirmou estar ciente dos relatos e que iniciou uma apuração interna para entender as causas do problema.
“Comprei um Toyota Corolla Cross zero quilômetro com toda a expectativa de estar adquirindo um carro de qualidade, ainda mais por se tratar de uma marca conhecida pela confiabilidade. Mas bastou rodar apenas 500 km para começar a me decepcionar. Logo notei um barulho vindo da parte dianteira, o capô estava com folga, e, para minha surpresa, a pintura do porta-malas começou a sair.”
Em resposta à reclamação do proprietário, a Toyota informou que, após contato com a concessionária, foi realizado um diagnóstico no veículo que confirmou os problemas relatados. De acordo com a fabricante, foi identificada uma má aparência na pintura interna da tampa traseira do porta-malas, além de um barulho causado por uma folga inadequada na bucha de fixação do para-choque traseiro.
“Comprei um Corolla Cross zero quilômetro acreditando estar adquirindo um veículo de qualidade, mas logo me decepcionei com a péssima durabilidade da pintura. Com apenas 7.000 km rodados, o carro já apresenta mais de quatro pontos com problemas visíveis na pintura”
Já para esse consumidor, a Toyota respondeu que, segundo a concessionária responsável, a avaliação realizada no veículo não identificou nenhuma falha de produto relacionada à pintura. A montadora alegou que os danos observados foram causados por fatores externos, e não por defeito de fabricação.
Outro proprietário de Toyota Corolla Cross relata que, em menos de dois anos de uso, já precisou retornar à concessionária diversas vezes devido ao descascamento da pintura do escapamento. A peça foi repintada três vezes, sem sucesso. Técnicos da concessionária afirmaram que seguiram todas as orientações da fábrica e sugeriram a substituição por uma nova peça.
DEMORA NA ENTREGA DO COROLLA CROSS PCD

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Consumidores que adquiriram o Toyota Corolla Cross por meio do programa PCD (Pessoa com Deficiência) têm enfrentado dificuldades devido a atrasos nas entregas dos veículos. Relatos indicam que os prazos inicialmente estabelecidos, que variam entre 60 e 180 dias, frequentemente não são cumpridos, resultando em longos períodos de espera, que muitas vezes ultrapassam os seis meses.
Em uma reclamação recente, o consumidor relatou que está aguardando há mais de 90 dias o faturamento de um Corolla Cross PCD, com pedido realizado em 16/01/2025. Apesar de várias tentativas de esclarecimento, a vendedora não tem conseguido fornecer respostas satisfatórias, e o suporte da concessionária tem sido inexistente.
A reclamação ainda não foi respondida pela Toyota.
Em reclamação feita há um mês, o consumidor dizia que havia feito o pedido de compra de um Toyota Corolla Cross XRE no dia 03/01/2025, com uma previsão inicial de entrega de 90 dias. No entanto, o prazo foi alterado para abril/2025 e, mais recentemente, para maio/2025, totalizando agora 150 dias de espera.
Resposta da Toyota: “Em relação à sua manifestação sobre a intenção de compra registrada em 03/01/2025, informamos que, conforme acordado no momento do pedido, o prazo estimado para faturamento é de aproximadamente 90 (noventa) a 300(Trezentos) dias.”
O consumidor replicou que considerava o prazo de 300 dias inaceitável, e ainda mais para um cliente PCD, que deveria ter tratamento prioritário
“Fiz o pedido do Corolla Cross com desconto para PCD em dezembro, chegou fevereiro e nada, depois mudou para março, nada novamente, mudou para abril, e nada de novo, agora mudou para maio. Estou preocupada, pois a carta de isenção expira em junho. Se isso acontecer, quero saber se a Toyota vai assumir o prejuízo com o desconto, já que, para conseguir a a carta de isenção, é preciso passar por todo o processo e fazer a perícia.”
A Toyota respondeu que, conforme estabelecido nas condições comerciais, o valor do veículo será o vigente na data do faturamento. Ou seja, até que a intenção de compra seja processada, e o veículo produzido e faturado, podem ocorrer ajustes de preço, conforme a tabela vigente no momento da emissão da nota fiscal.
DEFEITO NO VIDRO

Imagem: Divulgação
Entre as principais queixas, destacam-se:
- Vidro do para-brisa trincado sem motivo aparente: Uma proprietária relatou que, após estacionar seu Corolla Cross na garagem, percebeu uma trinca no para-brisa sem qualquer impacto visível. A concessionária identificou que o defeito seria causado por fatores externos e não cobriu o reparo pela garantia.
- Vidros com dificuldades de acionamento: Outro consumidor mencionou que, o vidro do motorista não respondia aos comandos, necessitando de substituições repetidas de componentes.
- Vidros não programados corretamente: Em alguns casos, os veículos foram entregues com os vidros não programados, impedindo o acionamento via controle remoto.
Em uma reclamação mais grave, um consumidor relatou que adquiriu um Toyota Corolla Cross 2025, confiando na reputação de qualidade, segurança e respeito ao consumidor que a marca tanto divulga. No entanto, logo após a entrega do veículo, foi identificado um defeito no vidro traseiro, que apresentava ondulações visíveis. Segundo ele, as deformações comprometem a visibilidade, distorcendo a imagem, e causam náuseas durante a condução.
A Toyota informou que, devido ao acionamento ao Procon, que é respondido pelo departamento jurídico da empresa, não conseguiram dar continuidade ao atendimento através da esfera amigável. A recomendação foi de que o consumidor aguarde o retorno do processo envolvendo o Procon para que a situação seja resolvida.
FONTE: AUTOO