Um ato simbólico marcou a assinatura do contrato de reforma do telhado da Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Congonhas, no dia 28 de abril, entre a Paróquia Nossa Senhora da Conceição e a empresa Terracota – Arquitetura Vernacular e Restauração LTDA. Os serviços que serão executados consistem na troca de telhas, ripas e rufos e imunização preventiva. A previsão é de que a obra seja executada em dois meses. Participaram ainda do ato representantes da Diretoria de Patrimônio Histórico, vinculada à Secretaria de Gestão Urbana da Prefeitura, membros do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Artístico de Congonhas (COMUPHAC) e outras pessoas da comunidade.
A reforma é realizada com recursos da Paroquia Nossa Senhora da Conceição. Após aprovação pelo COMUPHAC e pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), o projeto foi elaborado com parte dos recursos no valor de R$100.00,00, oriundos de Emenda Impositiva (Processo administrativo n° 18181/2023), de 2024, de autoria da vereadora Patrícia Fernandes Monteiro. A Emenda Impositiva é um instrumento por meio do qual os vereadores podem propor a destinação de 1% da Receita Corrente Líquida (RCL) da Prefeitura, prevista no projeto da Lei do Orçamento Anual (LOA), para o ano seguinte, a fim de serem realizadas obras, projetos ou para instituições. Neste caso, a destinatária foi a citada Paróquia.

O Município e a Paróquia Nossa Senhora da Conceição firmaram o Termo de Convênio n° 06/2024, em 6 de julho de 2024, com vigência de 12 meses, para a execução do que estava proposto no plano de trabalho. Este consistiu-se na elaboração de projetos arquitetônicos para a Igreja Nossa Senhora do Rosário e para a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição.
As ações na Igreja Matriz, que já se encontram em fase de conclusão, também foram viabilizadas pelos recursos desta Emenda Impositiva. São elas: restaurações do barrado em chapisco no seu entorno, a retirada de infiltrações da sacristia e capela do Santíssimo e a aquisição e recomposição de elementos daquele templo católico. A gestão e a fiscalização do cumprimento do plano de trabalho são de responsabilidade do Município.

Considerando a importância da conservação e manutenção deste bem tombado, de extrema relevância para o patrimônio histórico municipal e para a comunidade, os serviços serão acompanhados pela Diretoria de Patrimônio Histórico.
“A igreja possui proteção individual em nível municipal e consiste em um exemplar do século XVIII. Enxergamos este momento do início dos trabalhos de reforma do telhado da Igreja Nossa Senhora do Rosário como uma etapa muito importante para a conservação deste bem, para a história. Esta ação fortalece o sentimento de pertencimento que a população de Congonhas tem em relação à Igreja do Rosário. Os serviços que serão realizados contribuirão para a garantia do uso do patrimônio pela comunidade e irá assegurar a manutenção da identidade e da cultura local”, afirma da diretora de Patrimônio Histórico da Prefeitura de Congonhas, Ana Flávia Leite.

“É importante destacar que a Igreja do Rosário recebeu grandes intervenções com recurso do PAC Cidades Históricas nos últimos anos, quando foram restaurados os elementos artísticos em seu interior em 2015 e as imaginárias em 2023, incluindo a padroeira. Porém o telhado estava precisando dessa intervenção há alguns anos, onde estava ocorrendo infiltrações no período de chuvas, o que poderia danificar todo o trabalho de restauração citado. Incluir no plano de trabalho da emenda impositiva as melhorias do telhado foi umas das premissas discutidas na parceria com a Paróquia”, cita Hugo Cordeiro, gestor da Emenda Impositiva e membro do COMUPHAC.
Histórico
A Igreja de Nossa Senhora do Rosário possui tombamento municipal conforme decreto n° 3.343 de 11 de abril de 2002 e está inserida no Conjunto Arquitetônico e Urbanístico tombado pelo IPHAN – Instituto do Patrimônio e Histórico e Artístico Nacional, inscrita em 1941.

Conforme consta no dossiê de tombamento da Igreja Nossa Senhora do Rosário, “[…] constitui de um importante testemunho da presença e da religiosidade da população afrodescendente na formação histórica e cultural da cidade. Erguida provavelmente no final do século XVII ou início do século XVIII, antes mesmo da consolidação do povoado às margens do Rio Congonhas (atual Rio Maranhão), acredita-se que tenha sido construída por pessoas escravizadas, tornando-se um dos primeiros espaços sagrados do território. O edifício apresenta traços típicos da arquitetura religiosa mineira do século XVIII, com planta retangular, capela-mor e nave, além de altar-mor com imagem portuguesa de Nossa Senhora do Rosário, ladeada por São Benedito e Santa Efigênia. A fachada principal, de composição simples, evidencia o estilo jesuítico, com frontão decorado por volutas, cimalhas e adornos em massa, pintados em azul”.
Por Secretaria de Comunicação/Prefeitura de Congonhas