É com imenso prazer que convidamos todos vocês para o Primeiro Kanduna Puri, um evento que celebra a rica história e cultura da Zona da Mata Mineira, com foco especial nos povos que aqui habitavam e ainda habitam e resistem.
–Data: 17de maio (sábado)
–Local: Cine Teatro de Piranga
Neste evento, apresentaremos nosso Protocolo Comunitário Biocultural do povo Puri, do grupo Uxo Txori. Também exibiremos o filme “Axe Tatak”, que traz à tona as tradições e a sabedoria de nosso povo. Além disso, teremos a Mesa da Partilha, onde relembramos os hábitos e memórias de nossos ancestrais, celebrando nossa identidade e fortalecendo nossos laços comunitários.
Sua presença é fundamental para valorizarmos juntos nossa cultura e nossa história. Esperamos por vocês!

O povo Puri na região
O povo Puri, originário da região Sudeste do Brasil, ocupa um território que abrange partes de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, incluindo várias bacias hidrográficas. Com o avanço dos colonizadores europeus, os Puri migraram para o interior da Mata Atlântica, interagindo com outras etnias. Apesar das ameaças à sua identidade cultural, eles mantêm suas tradições por meio da oralidade e da ação das matriarcas. Atualmente, enfrentam vulnerabilidades em áreas como saúde e educação. O movimento Retomada Puri , grupo Uxo Txori busca fortalecer a identidade e promover ações para os indígenas em contexto urbano, especialmente na Zona da Mata Mineira.
O povo Puri, grupo étnico originário da região Sudeste do Brasil, ocupa tradicionalmente vasta área que se estende desde o Vale do Paraíba, ocupando quase toda a Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul, até o alto e médio curso do Rio Doce. Este território abrange partes significativas dos estados de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Minas Gerais (MG) e alcança até o Espírito Santo (ES), incluindo o curso do Rio Manhuaçu. A presença territorial Puri é caracterizada pela ocupação de diversos ecossistemas, que incluem áreas nas bacias dos rios Paraíba do Sul, Rio Doce, Rio Itabapoana, Alto Itapemirim, além das regiões montanhosas das Serras da Mantiqueira, Caparaó e a 1 Serra dos Puri.
Com o avanço dos conflitos, principalmente com colonizadores/invasores europeus, o povo Puri foi impelido a migrar dos litorais para o interior da Mata Atlântica, ampliando suas áreas de ocupação até a Zona da Mata e Vale do Rio Doce em Minas Gerais e porções internas do Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro, se relacionando e confluindo a outros povos presentes nesses territórios, como na Zona da Mata, com as etnias indígenas Coroados e Kropós.
O povo Puri tem vivenciado um processo de etnogênese, um fenômeno sociocultural onde se observa a adaptação, retomada e fortalecimento de uma identidade étnica. Este processo foi particularmente notado a partir dos dados obtidos pelo Censo Demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A identidade Puri, embora ameaçada, manteve-se viva através da memória, oralidade e determinação de não permitir a extinção cultural, principalmente por ação das matriarcas. O povo Puri ainda encontra-se em condições de desvantagens e extrema vulnerabilidade no tocante à assistência básica das políticas públicas de saúde, cultura, educação, moradia, alimentação e assistência social.
Na luta pelo fortalecimento cultural e reconhecimento da identidade, o movimento Retomada Puri realiza ações na Zona da Mata mineira em prol dos indígenas em contexto urbano que habitam a região. O grupo é composto por membros em núcleos familiares, presentes nos municípios de Divinésia, Ervália, Juiz de Fora, Visconde do Rio Branco e Viçosa, além de Araponga e as cidades capixabas de Cariacica , Jerônimo, Piranga.


