Um adolescente de 16 anos foi esfaqueado por uma colega da mesma idade nas proximidades da Escola Estadual Geraldo Bittencourt, no bairro Sagrado Coração de Jesus, em Conselheiro Lafaiete (MG), na noite desta segunda-feira (2). O caso teria sido motivado por um desentendimento relacionado a um boicote coletivo às aulas, prática conhecida entre os estudantes como “parede”.
De acordo com informações apuradas junto a fontes ligadas à escola, o adolescente decidiu comparecer às aulas mesmo diante da convocação informal para o boicote. O adolescente ao se aproximar da instituição, foi surpreendido pela colega, que o atacou com dois golpes de faca. Segundo o SAMU, as facadas acertaram as costas e outro no braço esquerdo.
Mesmo ferido, o jovem conseguiu entrar na escola em busca de ajuda. A direção prestou os primeiros socorros e acionou o Samu e a Polícia Militar. A equipe de suporte básico de Lafaiete conduziu o estudante ao Hospital e Maternidade São José, onde ele segue em observação. Não há, até o momento, informações sobre risco de vida.
A agressora fugiu logo após o ataque e, até o fechamento desta reportagem, permanecia foragida. Uma faca foi localizada próximo à escola, mas, segundo relato dos pais da adolescente, o objeto não pertence à família. Os responsáveis por ambos os envolvidos foram chamados para prestar esclarecimentos à polícia.
Relatos de colegas indicam que o conflito entre os dois adolescentes se estendia há algumas semanas. Trocas de insultos teriam ocorrido em grupos informais de mensagens e por meio de vídeos. Em uma das discussões, a jovem teria ofendido o colega chamando-o de “nerd”, enquanto ele a retrucou com termos ofensivos relacionados ao corpo e à disposição para estudar. A animosidade culminou no episódio violento desta segunda-feira.
A Escola Estadual Geraldo Bittencourt é uma das mais tradicionais da cidade, com reconhecimento por seu desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e participação de alunos em eventos científicos nacionais e internacionais. O ataque causou comoção entre estudantes, professores e familiares, que agora cobram providências das autoridades de segurança pública e da Secretaria Estadual de Educação.
O caso foi registrado pela Polícia Militar e será encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Conselheiro Lafaiete, que deverá instaurar inquérito para apurar os fatos e eventuais responsabilidades. A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais ainda não se pronunciou oficialmente sobre o episódio.