Depois de Lafaiete e recentemente Congonhas, agora é vez de outra cidade. A crise envolvendo o cartão alimentação dos servidores municipais de Ouro Branco (MG) parece longe de um fim. Há mais de 30 dias, trabalhadores da prefeitura enfrentam dificuldades para utilizar o benefício, sendo surpreendidos com recusas em supermercados e obrigados a passar por situações de constrangimento público ao tentarem realizar compras básicas. O caso ganhou notoriedade após o Professor Sheldon ir a um supermercado em Barbacena e seu cartão foi recusado. Ele fez um vídeo denunciando a situação
Mesmo com o benefício prestes a ser recarregado no dia 1º de julho, o problema ainda não foi solucionado. A Prefeitura divulgou um comunicado interno nesta semana informando que redes como EPA e Supermercados BH não estão aceitando o cartão, e responsabilizou a empresa contratada pela falta de cumprimento contratual.
“Desde os primeiros registros, a Prefeitura notificou formalmente a empresa e está tomando providências legais cabíveis”, afirma o texto. No entanto, não há prazo oficial para a normalização, o que aumenta a revolta da categoria.
“Uma verdadeira vergonha”
A indignação se espalhou pelas redes sociais. Em um grupo de trabalhadores, uma servidora desabafou: “Essa novela vai até quando? Já vai cair o crédito de novo, e a gente não consegue usar. Isso é humilhante. Mexeram com algo que funcionava. Agora, ninguém resolve.” Outros relatos indicam que nem mesmo os pequenos mercados estão aceitando o cartão.
Sindicato cobra transparência
O Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Ouro Branco também se pronunciou pelas redes sociais e cobrou uma resposta imediata da gestão do prefeito Sávio José (PSDB):
“Os servidores estão passando por vergonha, constrangimento quando vão às compras. É uma situação de humilhação, e até agora a Prefeitura não se posicionou com clareza para tranquilizar os trabalhadores. Precisamos de uma explicação real e de uma solução definitiva.”
Falta de previsão aumenta tensão
Embora a Prefeitura alegue que segue em diálogo com o Sindicato e com a empresa fornecedora do cartão, nenhuma previsão concreta de regularização foi divulgada. A única orientação dada foi para que os servidores entrem em contato com o número (31) 3938-1014 para dúvidas — o que, segundo relatos, também não tem surtido efeito prático.
Com a recarregada do benefício prevista para os próximos dias, servidores temem que a situação se repita. “Já não deu para usar o mês inteiro. Vai cair o novo crédito e ficar travado também?”, questiona um trabalhador.
O tema deve ser alvo de debate acalorados na sessão vespertina da Câmara Municipal.