CONGONHAS (MG) – A cidade histórica de Congonhas enfrentou, mais uma vez, um cenário crítico de poluição do ar. Nesta segunda (23) e terça-feira (24), nuvens densas de poeira voltaram a tomar conta da região central e dos bairros vizinhos às áreas de mineração, provocando indignação entre moradores e lideranças locais.
Diante do quadro, a Unaccon (União das Associações Comunitárias de Congonhas) acionou novamente a Fiscalização Ambiental Municipal, cobrando medidas imediatas de contenção e responsabilização pelas emissões de particulados que, segundo denúncias, têm origem nas atividades minerárias em andamento.
O Instituto Histórico e Geográfico de Congonhas (IHGC) também se posicionou publicamente. Em manifesto divulgado nesta terça-feira, a entidade alerta para o risco de agravamento da já delicada situação ambiental da chamada Cidade dos Profetas, caso sejam aprovadas novas estruturas minerárias atualmente em processo de licenciamento. O documento cita especificamente as pilhas de rejeitos e estéril planejadas pela CSN Mineração S.A. e pela empresa Ferro+ J. Mendes. “Estamos diante de uma ameaça direta ao patrimônio cultural, à saúde da população e à integridade do meio ambiente. As novas pilhas em licenciamento trarão consequências irreversíveis se não houver rigor na análise técnica e participação efetiva da sociedade civil”, afirma trecho do manifesto.
Congonhas, reconhecida mundialmente pelo conjunto escultórico de Aleijadinho e tombada pela Unesco, convive há anos com os impactos da mineração em seu território urbano e rural, enfrentando episódios recorrentes de poeira, vibrações, riscos geotécnicos e conflitos com comunidades atingidas.
As entidades cobram atuação mais efetiva do poder público, incluindo órgãos estaduais e federais, para garantir que os projetos em licenciamento não comprometam ainda mais a qualidade de vida na cidade e o seu patrimônio histórico.

