Na manhã desta terça-feira (24), uma nuvem de poeira tomou conta do céu no bairro Pires, em grande parte de Congonhas, chamando a atenção dos moradores e gerando ação rápida por parte da fiscalização ambiental da Prefeitura. O episódio mobilizou equipes para vistoriar as mineradoras locais, principais suspeitas da origem da poluição.
O prefeito Anderson Cabido e o secretário municipal de Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, João Lobo, destacaram o envio de um ofício a todas as mineradoras solicitando respostas e ações concretas, apoiadas por dados das estações de monitoramento da qualidade do ar, que ajudam a identificar as áreas mais afetadas.
Além das medidas emergenciais, um estudo detalhado está sendo realizado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que coleta amostras da poeira nas ruas da cidade para identificar, por meio de análises técnicas, as fontes exatas da poluição — procedimento informalmente chamado de “DNA da poeira”.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente reconhece que o problema da qualidade do ar em Congonhas é complexo e multifatorial, envolvendo questões ambientais, operacionais e urbanas que não podem ser resolvidas por ações isoladas. Por isso, a pasta tem buscado parcerias com universidades, empresas de inovação e órgãos públicos para desenvolver soluções integradas, capazes de monitorar, diagnosticar e mitigar os impactos da poluição.
Algumas iniciativas já estão em andamento, como a limpeza emergencial com caminhões-pipa nos bairros mais afetados, blitzes para fiscalização da limpeza dos veículos, manutenção das vias públicas, e o Inventário de Emissões, que mapeia as principais fontes poluidoras. A fiscalização rotineira das mineradoras tem cobrado o cumprimento de medidas mitigadoras, como revegetação e uso de supressores de poeira.
Para enfrentar o problema estrutural da qualidade do ar, também estão sendo firmados convênios com universidades para desenvolver tecnologias avançadas de monitoramento, mapeamento das áreas críticas, modelos matemáticos para previsão de episódios de risco e campanhas de conscientização ambiental.
Atualmente, Congonhas conta com 13 estações de monitoramento, sendo sete de qualidade do ar, que têm orientado ações imediatas. A Prefeitura estuda ampliar essa rede com tecnologias inovadoras, como sensores a laser e inteligência artificial, que poderão identificar fontes poluidoras com maior precisão e prever padrões de emissão, tornando o município pioneiro no estado.