Embora a anunciada duplicação da BR-040 entre os bairros Pires e Jardim Profeta, em Congonhas, marque um avanço importante, a população clama por uma mudança no cronograma da EPR Via Mineira. O verdadeiro gargalo da rodovia está no trecho onde existem quatro pontes e viadutos ainda em mão dupla, que causam congestionamentos diários, riscos de acidentes e prejuízos à mobilidade. É nesse ponto que o tráfego trava, especialmente nos horários de pico, afetando trabalhadores, transportadores e moradores de várias cidades.
Diante disso, lideranças locais, moradores e representantes da segurança viária, como o PRF Machado, defendem que essa seja a verdadeira primeira grande obra da concessão — e não o trecho entre Pires e Jardim Profeta, como atualmente previsto.
“Precisamos que a sociedade, as lideranças políticas e a imprensa se unam nessa luta. Não é só elogiar a duplicação do Pires ao Profeta. É pressionar para que a EPR e a ANTT ajustem o cronograma e priorizem o que de fato é mais urgente: a duplicação das quatro pontes e viadutos que hoje são gargalos evidentes”, afirma o PRF Machado.
Essa é uma convocação à opinião pública: é hora de mobilizar forças, exigir diálogo com a EPR e com a ANTT e garantir que o plano de duplicações atenda de fato às necessidades reais da população.
A duplicação entre Pires e Profeta é bem-vinda. Mas não pode ser considerada a prioridade número 1 enquanto há milhares de motoristas presos todos os dias em pontes estreitas, que deveriam ter sido ampliadas há anos.
Solicitação Urgente de Alteração no Cronograma de Duplicações da BR-040 – Região de Congonhas/MG


O Movimento SOS BR040 enviou um pedido de alteração no cronograma de duplicações da BR-040, na região de Congonhas/MG, sob responsabilidade da Concessionária EPR Via Mineira, em conjunto com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). De acordo com o Anexo A do Programa de Exploração da Rodovia (PER) da BR-040, em sua página 10, está previsto como primeiro trecho de duplicação o segmento que vai do km 602 (bairro Pires) ao km 611 (Trevo de Congonhas), com execução prevista apenas no 3º ano da concessão (entre agosto de 2026 e julho de 2027).
Trata-se, no entanto, de uma escolha técnica equivocada. Esse trecho já possui quatro faixas de rolamento, embora falte canteiro central e acostamento. Por outro lado, o verdadeiro gargalo da rodovia está localizado logo em seguida, entre o km 611 e o km 616, onde existem quatro viadutos em mão dupla, ainda com apenas duas faixas, que causam congestionamentos diários e constantes estrangulamentos de tráfego.
Durante feriados prolongados como Semana Santa e Tiradentes, os congestionamentos ultrapassaram 15 km, durando por até cinco dias seguidos — o que comprova a saturação da rodovia e a inadequação do cronograma atual do PER.
Esses quatro viadutos, totalizando pouco mais de 500 metros de extensão, representam os pontos mais críticos de toda a BR-040 entre Belo Horizonte e Conselheiro Lafaiete. Ainda assim, o PER prevê a duplicação desse trecho apenas no 4º ano da concessão (ago/2027 a jul/2028), o que consideramos inaceitável diante da urgência da situação.
🛑 Essa programação precisa ser revista com seriedade e prioridade.
Por que a alteração é urgente e viável? Congestionamentos diários impactam diretamente a qualidade de vida dos usuários, a economia da região e os serviços de emergência.A manutenção de pontos de estrangulamento inviabiliza o funcionamento eficiente da própria EPR Via Mineira, já que prejudica a agilidade de atendimento pelas equipes operacionais.
A duplicação dos quatro viadutos (km 611 ao km 616) exige uma obra relativamente curta (cerca de 500 m) e perfeitamente viável ainda no 2º ano da concessão (ago/2025 a jul/2026). Com essa antecipação, já ao final de julho de 2026, teríamos uma BR-040 com quatro faixas ininterruptas entre BH e Lafaiete, o que eliminaria os principais gargalos e garantiria um tráfego mais seguro, fluido e eficiente.


É importante lembrar que em audiência pública realizada na Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete, em 2023, já foi sugerido que a ANTT consultasse a PRF local, por ser a instituição com maior conhecimento técnico e prático sobre o comportamento da via. Infelizmente, essa recomendação não foi considerada na elaboração do PER.
“Solicitamos, portanto, a revisão imediata do cronograma, com a antecipação da duplicação dos viadutos entre o km 611 e o km 616 para a 1ª etapa de obras, ainda no 2º ano da concessão. Essa ação trará um impacto positivo imediato e permitirá à sociedade aguardar com mais tranquilidade a execução das demais etapas previstas no PER”, cita o documento.
A população da região não pode mais esperar. O tráfego já ultrapassou os limites da rodovia — e a prioridade deve ser corrigir os gargalos mais graves primeiro, e não os trechos que já funcionam com quatro faixas.
O outro lado
Desde que assumiu a gestão da BR-040 entre Belo Horizonte e Juiz de Fora, em agosto de 2024, a EPR Via Mineira tem atuado na requalificação da rodovia, preparando o trecho para uma transformação mais ampla: a duplicação. De acordo com o contrato de concessão, Congonhas será o primeiro município contemplado com as obras, previstas para iniciar em 2026. A intervenção trará benefícios diretos para moradores e usuários da rodovia, que contarão com uma infraestrutura mais segura, moderna e compatível com as necessidades da região.
A EPR Via Mineira compreende a preocupação das lideranças locais em relação aos viadutos entre Congonhas e Conselheiro Lafaiete e esclarece que o cronograma de obras segue critérios estabelecidos em contrato e a execução está condicionada à obtenção das licenças ambientais necessárias. Dessa forma, a ampliação dessas estruturas está prevista para o quarto ano da concessão, dentro do escopo de duplicação de mais de 30 quilômetros nesse trecho. A concessionária esclarece que o foco hoje é o atendimento das obrigações e cronograma presente no contrato de concessão. A EPR Via Mineira reforça seu compromisso com o diálogo permanente com a sociedade e está à disposição para analisar, junto aos órgãos competentes, eventuais demandas que contribuam para a segurança viária e a melhoria das condições de tráfego, sempre com responsabilidade técnica e institucional.
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