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MEDO E INCERTEZA: moradores cobram respeito e diálogo em desocupações e desapropriações na duplicação da BR 040; tema chegará a Lafaiete e vai provocar polêmica

Principal demanda é a duplicação de 4 viadutos, o principal gargalo; porém somente após 2028 pois não há licenciamento ambiental

A duplicação da BR-040 entre os bairros Pires e Jardim Profetas, em Congonhas (MG), tem gerado tensão e incerteza entre moradores. Oficializada recentemente, a obra prevê inicialmente a duplicação de 12 quilômetros da rodovia, do km 602 ao km 614 (perto do antiga Churrascaria Zé Dias) com início previsto para abril de 2026 e conclusão até 2028, incluindo ainda até o Km 632, no trevo do Paulo VI. O trecho inclui áreas de alta letalidade e congestionamentos, sendo considerado um dos mais críticos da concessão administrada pela EPR Via Mineira. Ainda

No entanto, a melhoria na infraestrutura traz consigo um impacto direto sobre propriedades às margens da rodovia, com desapropriações e desocupações que preocupam moradores, comerciantes e lideranças comunitárias. Atualmente, equipes técnicas da EPR estão realizando visitas para identificar ocupações e edificações dentro dessa faixa.

Reunião na Câmara levanta polêmicas

Na manhã de ontem (30), o tema foi debatido em reunião da Comissão de Obras e Serviços Públicos da Câmara Municipal de Congonhas, presidida pelo vereador Eduardo Ladislau (PRD). A sessão foi marcada por mais de duas horas de debates intensos, com muitas perguntas ainda sem respostas.

No centro da polêmica estão os critérios para desocupações e desapropriações. Moradores do Bairro Pires, Vila Conde, Joaquim Murtinho e Jardim Profetas cobram informações claras. “Queremos diálogo, transparência e respeito. Ninguém sabe quais casas ou comércios serão afetados. Estamos aflitos”, disse Lourdes Isaura, presidente da associação de moradores do Pires, que solicitou a realização de uma audiência pública no bairro.

EPR promete diálogo, mas evita detalhes

Representando a concessionária, o diretor-executivo Eric de Almeida afirmou que o projeto busca transformar a BR-040 em referência de segurança e fluidez. No entanto, evitou detalhar quais imóveis serão afetados, alegando que o projeto executivo ainda está sendo finalizado e será submetido à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) antes de qualquer execução.

“A EPR está identificando as edificações na faixa de domínio e vai discutir com a ANTT as intervenções necessárias. Queremos interferir o mínimo possível”, disse Eric. A faixa de domínio, segundo a empresa, tem variações ao longo dos trechos, porém em média 40 metros de cada lado da pista, e eventuais desocupações ocorrerão apenas em casos de ocupação irregular.

Moradores, no entanto, questionam a possibilidade de impacto em imóveis com escritura registrada. Um comerciante da rua Francisco Antônio de Assis, por exemplo, cobrou esclarecimentos. A comunidade do Bairro Pires também teme que a igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro esteja na zona de risco da duplicação.

Obras em viadutos e expansão para Lafaiete

Um dos maiores gargalos apontados pela população são os quatro viadutos existentes em Congonhas, responsáveis por engarrafamentos diários. A duplicação dessas estruturas, no entanto, só deve acontecer após a conclusão do trecho principal, ou seja, a partir de 2028, por falta de licenciamento ambiental, segundo a EPR.

A polêmica deve avançar até Conselheiro Lafaiete, uma vez que o projeto de duplicação dos 32 km vai atingir áreas comerciais importantes, como a Barreira e a comunidade do Gagé, ambas às margens da BR-040. Com o avanço do cronograma, a pressão por respostas tende a aumentar, e moradores esperam que o diálogo prometido pela concessionária se concretize, evitando surpresas, perdas materiais e conflitos sociais.

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