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Com lotação esgotada, cemitério de Itaverava deixa de operar após quase 120 anos; prefeitura é obrigada a nova construção

Itaverava (MG) – A Paróquia de Santo Antônio de Itaverava esclareceu à população, por meio de pronunciamento público transmitido em rádio, através do Programa do Jornalista Ricardo Alexandre, que o cemitério paroquial da cidade não poderá mais receber novos sepultamentos, com exceção dos jazigos perpétuos (familiares) já existentes, desde que estejam regularizados e em condições de uso.

Segundo a explicação do Pároco José Luiz Antônio Reis Costa, a medida não parte da Igreja, mas sim de uma determinação do Ministério Público, que acompanha a situação do cemitério, fundado em 1906 e atualmente com mais de 100 anos de uso. O local atingiu sua capacidade máxima e, em alguns casos, já estavam sendo realizados sepultamentos em covas rasas — prática considerada irregular e que representa risco ambiental.

A orientação das autoridades é que, caso a família do falecido não possua jazigo próprio regularizado, o sepultamento deverá ocorrer em outro cemitério da região. Ainda de acordo com o padre, há casos de jazigos abandonados ou em ruínas, o que também impede seu uso, conforme as normas legais vigentes.

A situação, segundo a paróquia, foi amplamente comunicada às autoridades. Em resposta, foi determinado que a Prefeitura Municipal de Itaverava construa um novo cemitério, o que está previsto desde uma reunião com o Ministério Público no ano passado. A construção do novo espaço, entretanto, não será de responsabilidade da Igreja, mas sim da administração municipal, conforme prevê a Constituição Federal de 1988, que atribui aos municípios a gestão dos cemitérios públicos.

“Durante 120 anos, a Paróquia de Santo Antônio cumpriu seu papel social, oferecendo esse serviço à população. Agora, atingimos o limite máximo. A responsabilidade pelos sepultamentos futuros será do poder público municipal”, explicou o padre.

A paróquia também fez um apelo para que as famílias que possuem jazigos perpétuos procurem o escritório paroquial — aberto às quintas-feiras, de 9h às 17h — com documentos que comprovem a posse e a regularidade das sepulturas. A regularização é essencial para o uso futuro dos espaços e para o respeito às normas sanitárias e legais.

Por fim, o padre lamentou críticas infundadas nas redes sociais e reforçou que a decisão não é da Igreja, mas sim uma exigência legal, baseada em recomendações técnicas e ambientais. Ele pediu compreensão da comunidade e paciência com a Prefeitura, que enfrenta dificuldades técnicas e burocráticas para viabilizar a criação do novo cemitério.

  • Foto Ricardo Alexandre

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