Mitsubishi Lancer 2.0 CVT saiu de cena discretamente, mas segue como ótimo japonês automático com visual esportivo, suspensão macia e bom pacote de fábrica.
Durante muitos anos, o Mitsubishi Lancer 2.0 foi uma espécie de segredo bem guardado entre quem queria um sedã japonês com pegada esportiva, conforto ao rodar e câmbio automático confiável. Mas, diferentemente de rivais como Corolla e Civic, o Lancer sumiu das concessionárias brasileiras sem fazer barulho, encerrando discretamente sua trajetória por aqui em 2021 — deixando saudade em muitos admiradores. Hoje, em 2025, o modelo se tornou uma pechincha no mercado de usados, com valores entre R$ 50 mil e R$ 65 mil, dependendo do ano e versão. E ainda atrai quem quer fugir dos sedãs mais óbvios e busca um carro automático, confortável e com visual marcante, sem abrir mão da confiabilidade japonesa.
Se você nunca considerou o Lancer, talvez seja hora de olhar para ele com outros olhos. Neste artigo, vamos mostrar por que o modelo ainda faz tanto sucesso entre os entusiastas e motoristas exigentes — mesmo após sua saída silenciosa das lojas.
Um sedã com visual esportivo de verdade
O Mitsubishi Lancer sempre teve uma proposta visual que se destacava. Inspirado nas linhas do Lancer Evolution X, seu design é agressivo, com frente baixa, faróis afilados, grade esportiva e traseira curta com lanternas horizontais. É o típico sedã que “engana” quem está acostumado com o estilo conservador dos concorrentes.

Versões como a HL, HLE e GT traziam rodas de liga aro 18, saias laterais, aerofólio e até detalhes em alumínio escovado no interior, sem exageros. Mesmo os modelos mais antigos, de 2014 a 2017, ainda chamam atenção nas ruas.
Conforto ao rodar e suspensão macia, mesmo com pegada firme
Diferente do que o visual esportivo pode sugerir, o Lancer entrega uma suspensão surpreendentemente confortável no dia a dia. O acerto do conjunto garante estabilidade em curvas e firmeza na estrada, mas sem sacrificar o conforto nos buracos e imperfeições do asfalto.
Isso o torna uma ótima escolha para famílias que querem conforto, mas também para quem valoriza um pouco mais de prazer ao dirigir. A suspensão independente nas quatro rodas é um diferencial frente a rivais como Toyota Corolla (que usa eixo de torção traseiro) e Chevrolet Cruze de gerações anteriores.
Câmbio CVT confiável e motor 2.0 forte
A mecânica do Lancer 2.0 é outro ponto de destaque. O modelo utiliza o motor 2.0 16V de 160 cv e 20 kgfm de torque, com bloco em alumínio e comando variável. O desempenho é suficiente para viagens, uso urbano e até trechos de serra — com suavidade e resposta linear.
Acoplado ao motor, está o câmbio automático CVT INVECS-III, um dos mais elogiados entre os japoneses da época. Ele simula trocas de marchas em até 6 velocidades (modo sequencial), tem funcionamento suave e é durável quando a manutenção preventiva é seguida. Diferente de alguns automatizados problemáticos, esse CVT da Mitsubishi raramente dá dores de cabeça.
Ar digital, bancos confortáveis e pacote honesto
Um dos maiores atrativos do Lancer está no seu pacote de equipamentos de fábrica. Mesmo em versões intermediárias, ele oferece:
- Ar-condicionado digital automático
- Direção elétrica progressiva
- Bancos confortáveis (em couro nas versões mais completas)
- Sensor de ré
- Sistema de som com USB e Bluetooth
- Volante multifuncional
- Controle de tração e estabilidade (em versões como GT)
O nível de conforto surpreende, principalmente se comparado com sedãs populares da mesma faixa de preço no mercado de usados. O Lancer não é o mais tecnológico, mas entrega o que realmente importa — e com um bom acabamento interno.
Por que saiu de linha?
O fim do Lancer no Brasil foi silencioso, mas não por falta de qualidade. O modelo perdeu espaço com a explosão dos SUVs compactos e com o reposicionamento da Mitsubishi no país, que passou a focar mais em picapes e utilitários.

Além disso, o Lancer já era fabricado fora do Brasil (em Taiwan e Japão) e seu custo de importação aumentava com o tempo. Mesmo assim, ele nunca teve histórico de falhas graves, o que reforça ainda mais sua imagem como sedã confiável.
Como está no mercado de usados em 2025?
Em 2025, o Lancer é facilmente encontrado no mercado de seminovos, com preços entre R$ 52 mil e R$ 65 mil, dependendo do ano e da versão. A faixa mais desejada inclui os modelos HL, HLE e GT entre 2014 e 2017.
Vantagens no usado:
- Desvalorização já aconteceu, então o preço é estável
- Ótima oferta de peças no mercado independente
- Seguro não tão alto quanto de modelos mais visados
- Reputação positiva entre mecânicos especializados
Pontos de atenção:
- Verifique se o câmbio CVT teve troca de fluido em concessionária
- Teste suspensão e alinhamento, já que rodas grandes sofrem em piso ruim
- Evite carros com muitos donos ou ausência de histórico
Comparativo rápido com rivais
Modelo | Potência | Câmbio | Ar digital | Suspensão traseira | Preço médio (2025) |
---|---|---|---|---|---|
Lancer 2.0 CVT | 160 cv | CVT 6 marchas | ✅ | Independente | R$ 55-65 mil |
Corolla GLi/XEi | 136-154 cv | Automático | ❌ (em GLi) | Eixo de torção | R$ 60-68 mil |
Civic LXS/LXR | 140-155 cv | Automático | ✅ (em LXR) | Independente | R$ 60-70 mil |
Sentra SV/SL | 140 cv | CVT | ✅ | Eixo de torção | R$ 50-60 mil |
O Mitsubishi Lancer 2.0 CVT pode ter sumido discretamente das concessionárias, mas segue firme como uma excelente opção no mercado de usados para quem busca um sedã japonês automático, bonito, confortável e sem dor de cabeça.
Com visual esportivo, suspensão bem calibrada, câmbio CVT confiável e pacote de equipamentos generoso, o Lancer ainda encanta quem não quer um carro comum — e valoriza dirigibilidade e robustez.
Se você quer fugir do óbvio em 2025, ele é um dos últimos sedãs médios japoneses que ainda entregam muito por pouco.
FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS