A greve dos motoristas e trocadores do transporte coletivo de Conselheiro Lafaiete chegou ao segundo dia nesta terça-feira (29), mantendo parte da cidade sem ônibus e deixando milhares de passageiros com dificuldades para se deslocar. A paralisação, iniciada na segunda-feira (28), é organizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário de Conselheiro Lafaiete (Sintrocol) e segue sem acordo com a Viação Umuarama, concessionária pelo serviço.
Segundo o advogado Antônio Braga, que representa o Sintrocol, 30% da frota está circulando para garantir o atendimento mínimo previsto em lei, e a greve acontece de forma pacífica. Os trabalhadores reivindicam 6% de aumento salarial — índice já aceito pela empresa —, mas o impasse gira em torno do valor do vale-alimentação, com uma diferença de cerca de R$ 750,00 entre as propostas apresentadas.
A Umuarama afirma que não consegue arcar com o reajuste no benefício sem comprometer a operação, o que poderia resultar em aumento da tarifa para os usuários. Por outro lado, o Sintrocol alega que a valorização do vale-alimentação é essencial para garantir melhores condições de trabalho e qualidade de vida para a categoria.
A empresa entrou com um recurso na Justiça para tentar suspender a greve, argumentando que a paralisação causa transtornos graves à população e compromete serviços essenciais. A primeira audiência de conciliação entre as partes está marcada para esta quarta-feira (30), na Justiça do Trabalho, e deve definir os rumos do movimento.
Enquanto o impasse não é resolvido, a rotina de milhares de moradores de Lafaiete está sendo diretamente afetada. Muitos trabalhadores e estudantes têm recorrido a caronas, transporte por aplicativo ou até caminhadas para chegar ao destino. Em horários de pico, os poucos ônibus em circulação ficam superlotados, gerando reclamações e longas esperas nos pontos.


Com o transporte coletivo funcionando de forma parcial, comerciantes e empregadores também sentem os efeitos da greve. O Sintrocol afirma que está aberto ao diálogo e espera que a audiência desta quarta-feira traga uma solução. “Nossa intenção não é prejudicar a população, mas garantir condições dignas para os trabalhadores. Se houver abertura por parte da empresa, podemos encerrar o movimento rapidamente”, declarou Braga. Caso não haja acordo, a paralisação pode se estender pelos próximos dias, ampliando os transtornos para a população de Conselheiro Lafaiete.
Reajuste
E a situação pode ficar ainda mais pesada no bolso dos passageiros: no próximo dia 6, uma audiência pública vai discutir o novo valor da tarifa, que pode ultrapassar a casa de R$ 5,00. O reajuste, segundo a prefeitura, busca equilibrar financeiramente a operação do transporte público na cidade. O último reajuste da tarifa de ônibus em Conselheiro Lafaiete ocorreu em 1º de agosto de 2024, quando a passagem subiu de R$ 4,10 para atual valor de R$ 4,25.