O Brasil está, novamente, fora do Mapa da Fome da ONU. O anúncio foi feito na última segunda-feira, durante a 2ª Cúpula de Sistemas Alimentares das Nações Unidas, na Etiópia. A retirada do país da lista marca o fim de um ciclo de retrocesso social que teve início com o desmonte das políticas públicas durante o governo Bolsonaro. Ou seja, Brasil sai do mapa da fome.
Entre 2018 e 2020, o Brasil retornou ao Mapa da Fome após mais de uma década fora da lista. A negligência com programas sociais, a desarticulação da rede de segurança alimentar, o abandono da agricultura familiar e a falta de ações emergenciais durante a pandemia agravaram a insegurança alimentar e jogaram milhões de brasileiros na miséria.
A nova conquista só foi possível graças à retomada de políticas de combate à fome e de geração de renda, ao fortalecimento de programas de alimentação escolar, incentivo à produção local e reconstrução de redes comunitárias de apoio.
✅ Como é calculado o Mapa da Fome
A FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura) utiliza indicadores específicos para monitorar a segurança alimentar global. O principal deles é a Prevalência de Subnutrição (PoU – Prevalence of Undernourishment), utilizado para determinar a presença de um país no Mapa da Fome.
Esse indicador mede o percentual da população que consome menos calorias do que o mínimo necessário para uma vida saudável. O cálculo considera três variáveis principais:
- Quantidade de alimentos disponíveis no país, com base na produção interna, importações e exportações;
- Capacidade de consumo da população, levando em conta as desigualdades de renda e acesso aos alimentos;
- Necessidade calórica média por pessoa, definida de acordo com padrões nutricionais estabelecidos para uma população representativa.
Um país sai do Mapa da Fome quando, por três anos consecutivos, mantém a média do PoU abaixo de 2,5%.
A importância da conquista
Mais do que um marco estatístico, sair do Mapa da Fome significa recuperar a dignidade de milhões de brasileiros e brasileiras. É uma demonstração de que políticas públicas, quando orientadas para os mais vulneráveis, fazem diferença concreta na vida das pessoas.
A conquista representa também o fortalecimento da democracia e da solidariedade. É fruto de uma articulação entre governo, movimentos sociais, igrejas, redes solidárias e iniciativas como o projeto “Juntos Para Servir”, que atua com ações de base em todo o país.
O papel do “Juntos Para Servir”
Criado em 2022, o projeto “Juntos Para Servir” reúne os mandatos do deputado federal Padre João e do deputado estadual Leleco Pimentel, e ampliou o alcance das ações de combate à fome em Minas Gerais e no Brasil.
Por meio de cozinhas comunitárias, hortas urbanas, distribuição de alimentos, apoio à agricultura familiar e articulação entre redes públicas e voluntárias, o projeto se consolidou como uma ferramenta de transformação social. Tornou-se exemplo de política inovadora, construída de forma participativa e eficaz.


A superação da fome mostra que é possível enfrentar grandes desafios com compromisso, organização popular e coragem política.
FONTE: PADRE JOÃO