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A procura do tempo perdido e o encantamento da gameleira: a árvore que abrigava noivas em Entre Rios de Minas

Um dos episódios mais curiosos e simbólicos da tradição popular de Entre Rios de Minas envolve uma árvore monumental e um costume carregado de fé e romantismo. Na região da Capela Olhos D’Água, um templo com mais de 250 anos de história, existia uma enorme gameleira, que por muitos anos fez parte dos rituais de casamento da comunidade local.

Segundo relatos de moradores mais antigos, a árvore possuía um tronco oco com espaço suficiente para que se entrasse em seu interior — dividido naturalmente em dois compartimentos. Era nesse ambiente incomum que, por tradição, as noivas se arrumavam no dia da cerimônia. O vestido, o véu e os últimos retoques eram feitos ali, longe dos olhares curiosos, em um ambiente de natureza e silêncio.

O costume era tão presente que, não raro, o padre que conduziria a missa estranhava a ausência da noiva no horário marcado. Pouco depois, ela surgia do meio da árvore, caminhando em direção à capela sob olhares surpresos e emocionados.

Com o passar dos anos, a gameleira tornou-se parte inseparável da memória coletiva da região. Entretanto, a árvore não existe mais. Há divergências quanto ao que teria causado sua queda: alguns afirmam que um raio a atingiu, enquanto outros dizem que ela adoeceu e apodreceu com o tempo.

Apesar de sua ausência física, a história da “árvore das noivas” continua viva na oralidade local e nas lembranças de quem testemunhou esse costume único. A Capela Olhos D’Água, por sua vez, permanece como marco histórico e espiritual da região, guardando não apenas a fé dos moradores, mas também episódios como esse, que unem natureza, religiosidade e tradição em um só símbolo. A Capela atualmente passa por um amplo restauro.

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