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Ministra do governo fala que Brics é solução para o Brasil, citando dependência de fertilizantes russos e exportações para a Ásia como vitais

Brics é solução para o Brasil, afirma Simone Tebet em meio a disputa tarifária com EUA. Ministra do Planejamento diz que Brics fortalece comércio e soberania, e descarta retaliação tarifária contra Washington

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, declarou que o Brics é solução para o Brasil, e não um problema, mesmo diante da nova tarifa de 50% que os Estados Unidos aplicou sobre produtos brasileiros desde 1º de agosto. Em evento do Valor Econômico, em São Paulo, Tebet afirmou que o bloco — formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul e outros países — não estará na mesa de negociações com Washington, reforçando que a parceria é estratégica para o comércio e para a segurança nacional.

Segundo a ministra, o Brasil não pode abrir mão de relações com países do Brics, sobretudo pela dependência de fertilizantes da Rússia e da Ucrânia, e pelo peso das exportações de commodities e produtos agroindustriais para o mercado asiático. Para Tebet, esses vínculos são “inegociáveis” e devem ser fortalecidos em paralelo às conversas comerciais com EUA, Europa e Mercosul.

Brics como pilar estratégico da política externa

Ao dizer que o Brics é solução para o Brasil, Tebet destacou que a prioridade é ampliar o comércio regional na América do Sul e reforçar parcerias com a Ásia e a África. Ela citou a China como exemplo, pelo esforço de aproximar-se de países africanos para diversificar fornecedores e reduzir dependências econômicas.

A ministra também ressaltou que o Brasil depende tanto dos EUA quanto dos países do Brics, e que o equilíbrio nessas relações é essencial. Nesse contexto, o bloco é visto como uma alternativa para reduzir riscos em meio a tensões políticas e barreiras comerciais impostas por potências ocidentais.

Disputa tarifária e entraves políticos

Tebet explicou que, apesar do novo imposto americano, o governo não pretende retaliar com aumento de tarifas, pois isso encareceria produtos no mercado interno e pressionaria a inflação. O foco, segundo ela, é proteger setores produtivos impactados com medidas de contingência, como reforço de capital de giro, prorrogação de financiamentos e flexibilização da jornada de trabalho para evitar demissões.

A ministra reconheceu que há um componente ideológico nas negociações com Washington, citando críticas dos EUA ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal. Ela reforçou que o Brasil vive em democracia, com liberdade de imprensa e independência entre os poderes, e que não aceitará interferência externa em decisões judiciais.

Medidas de apoio e expectativa de redução da tarifa

Tebet afirmou que o impacto fiscal das medidas de apoio deve ser limitado, já que oito dos dez produtos que o Brasil importa dos EUA têm tarifa zero atualmente. Ela acredita que parte da lista de produtos sobretaxados possa ser revista, reduzindo o alcance da medida.

O governo pretende mapear setores efetivamente afetados antes de adotar medidas mais amplas, evitando gastos desnecessários. De acordo com Tebet, a determinação do presidente é “não deixar ninguém para trás”, mas com responsabilidade fiscal e foco em preservar empregos.

Perspectiva geopolítica

Para Tebet, o Brics é solução para o Brasil não apenas pela força comercial, mas também como plataforma política capaz de ampliar a voz do país em negociações globais. Ela avalia que a diversificação de mercados e o fortalecimento do comércio Sul-Sul são essenciais para reduzir vulnerabilidades em um cenário de disputas comerciais e tensões geopolíticas crescentes.

E você? Acredita que a aposta no Brics é o caminho certo para proteger a economia brasileira ou que o país deveria priorizar negociações mais próximas com os Estados Unidos? Deixe sua opinião nos comentários.

FONTE: CLICK PRETÓLEO E GÁS

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