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Hélcio Queiroz transforma memória ferroviária em arte viva na exposição “A vida se repete na estação”

Entre janeiro e setembro deste ano, o artista visual lafaietense Hélcio Queiroz desenvolveu a residência artística A plataforma dessa estação é a vida desse meu lugar, projeto concebido por ele e aprovado em edital estadual da Lei Paulo Gustavo em 2023.

A imersão começou com visitas ao Centro Cultural Maria Andrade Resende, na estação de Lafaiete. Ali, o artista mergulhou em acervos do Museu Ferroviário, do Arquivo Antônio Perdigão, da biblioteca comunitária do Ponto de Cultura AMAR e também em pesquisas na internet. Dessas investigações nasceram desenhos, pinturas, grafites, colagens, objetos, instalações e obras em técnicas mistas, todas inspiradas pelo sistema ferroviário e pela canção Encontros e Despedidas, de Milton Nascimento e Fernando Brant.

O resultado chega agora ao público na exposição individual A Vida Se Repete na Estação, aberta neste sábado, 6 de setembro, das 15h às 19h, na galeria da estação. Com entrada franca, a mostra poderá ser visitada até 4 de outubro, de segunda a sábado, sempre das 8h às 16h. O encerramento será marcado pelo lançamento do catálogo da residência, reunindo registros do processo criativo e das obras apresentadas. Ao longo do mês, o público também poderá participar de visitas guiadas e oficinas artísticas. A programação completa está disponível no Instagram do projeto (@aplataformadessaestacao) e do artista (@qhelcio).

A galeria da estação, desde 2023, conta com iluminação especial, doada pelo saudoso ex-secretário de Cultura Geraldo Lafayette, e com estrutura expográfica em madeira, legado do programa Arte nas Estações. Foi nesse mesmo espaço que Hélcio atuou no educativo do projeto, promovendo oficinas que resultaram na coletiva Encontros e Despedidas, com 64 obras exibidas por dois anos. Dessa experiência nasceu a proposta que agora retorna em forma de exposição individual.

O ano de 2025 também tem um significado especial para o artista: ele celebra 30 anos de formatura em Design Gráfico pela FAAP, em São Paulo. A convivência entre artes visuais e design atravessa toda sua trajetória -, da criação de identidades gráficas para a AMAR, que lhe rendeu um prêmio do Fundo Estadual de Cultura de Minas, até suas experimentações atuais.

Na curadoria da nova mostra, Hélcio destacou a repetição de módulos, tanto no universo ferroviário quanto em suas séries artísticas. Essa percepção inspirou o título da exposição, emprestado da música de Milton e Brant, e motivou a criação de uma mini-retrospectiva. Entre as obras revisitadas, estarão as garrafas premiadas no Salão Capixaba do Mar, pinturas inspiradas em ladrilhos hidráulicos, as artes digitais Cidade das Palavras e Construções Fotográficas e até referências à Vaca Letrada, que brilhou na Cow Parade BH.

Assim, A Vida Se Repete na Estação não é apenas uma exposição: é um reencontro de memórias, símbolos e trajetórias que continuam a pulsar no presente, abrindo espaço para novas partidas e chegadas no imaginário artístico da cidade.

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