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Cinco anos depois notas de R$ 200 desaparecem enquanto o Pix domina pagamentos no Brasil

A circulação limitada das cédulas

As notas de R$ 200, criadas em setembro de 2020 pelo Banco Central, completaram cinco anos em 2 de setembro de 2025.

Inicialmente, a previsão era a emissão de até 450 milhões de cédulas, correspondentes a R$ 90 bilhões.

Contudo, até o dia 11 de setembro de 2025, apenas 161,7 milhões de unidades estavam em circulação, totalizando R$ 32,3 bilhões, segundo dados oficiais da autoridade monetária.

Esse valor representa pouco mais de um terço do planejado.

Na época de lançamento, o país enfrentava a pandemia de Covid-19, que aumentou a necessidade de dinheiro em espécie diante dos pagamentos do auxílio emergencial.

Além disso, houve maior busca da população por liquidez. O Banco Central buscou prevenir uma possível falta de papel-moeda no mercado, mas o cenário rapidamente mudou.

Avanço do Pix e queda do dinheiro físico

Logo após a introdução da nova cédula, ocorreu a chegada do Pix, lançado oficialmente em novembro de 2020.

O sistema de pagamentos instantâneos foi decisivo para reduzir a demanda por dinheiro físico.

Em pesquisa realizada em 2021, 83,6% dos brasileiros afirmaram usar dinheiro em espécie, sendo a principal forma de pagamento para 42% dos entrevistados.

No entanto, apenas três anos depois, no fim de 2024, a mesma pesquisa mostrou uma inversão.

O Pix passou a ser utilizado por 76,4% da população e tornou-se o método de pagamento mais frequente para 46% dos entrevistados.

Assim, o sistema consolidou-se como a principal ferramenta financeira dos brasileiros, diminuindo significativamente a circulação das notas de R$ 200.

O contexto da pandemia e as medidas emergenciais

Segundo Carolina de Assis Barros, ex-diretora de Administração do Banco Central e responsável pela criação da nota, a pandemia alterou padrões históricos de consumo.

Tradicionalmente, havia picos de uso de dinheiro físico em períodos festivos de fim de ano.

Contudo, em 2020, famílias e empresas decidiram guardar mais cédulas, acreditando que a posse de dinheiro representava segurança em tempos de crise.

Esse movimento também ocorreu em outros países, reforçando a percepção de incerteza global.

Ao mesmo tempo, os auxílios emergenciais aumentaram a circulação de moeda, e o Banco Central precisou rever suas projeções.

Com limitações de produção fabril e alta demanda temporária, a cédula de R$ 200 surgiu como medida estratégica para evitar riscos de falta de liquidez no sistema financeiro.

A percepção atual sobre a cédula

De acordo com Carolina de Assis Barros, que hoje preside a Centrus, fundo de pensão dos servidores do BC, a criação da nota cumpriu seu papel.

Ela destacou que o suprimento de papel-moeda foi garantido durante o período crítico.

Entretanto, com a rápida adoção do Pix e a diminuição do uso de dinheiro vivo, o volume necessário de cédulas ficou muito abaixo do previsto.

O Banco Central, portanto, ajustou a quantidade em circulação, de forma a equilibrar oferta e demanda.

Dinheiro físico versus pagamentos digitais

O cenário atual mostra uma clara mudança no comportamento da sociedade brasileira.

Enquanto em 2020 a preocupação era a falta de dinheiro em espécie, em 2025 a realidade é outra.

O avanço dos pagamentos digitais transformou a relação da população com o sistema financeiro.

Assim, as notas de R$ 200 permanecem como um reflexo de um período específico, marcado pela pandemia e pelas medidas emergenciais.

No entanto, elas perderam protagonismo diante da expansão digital.

Será que o futuro reservará espaço para essas cédulas ou elas seguirão como peça de transição na história monetária do país?

FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS

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