O futebol de Piranga parou diante de um fato grave: árbitros e associações decidiram não entrar em campo neste fim de semana em protesto contra a agressão sofrida por um colega durante a última rodada do campeonato municipal. A recusa coletiva de atuar escancara a fragilidade da segurança nos gramados e ameaça a continuidade da competição.
A empresa i9 Eventos Esportivos, responsável por parte da arbitragem, suspendeu o envio de juízes e auxiliares, ressaltando que não há como garantir a integridade física e moral dos profissionais. “A arbitragem é parte essencial para que os jogos ocorram com segurança e justiça. Até que providências sejam tomadas, não voltaremos”, afirmou Esdras Henrique Gonçalves do Couto, sócio-proprietário da i9.
Na mesma direção, a Associação de Árbitros do Interior de Minas (AAIM) e a equipe AUR de Ubá e Região anunciaram boicote aos jogos. Em comunicado, reforçaram que o futebol deve ser espaço de lazer e integração, “jamais palco de agressões”.
A paralisação é um grito de socorro de quem atua mais por paixão do que por remuneração. Os árbitros regionais, muitos deles amadores, convivem com ofensas verbais e agora com riscos cada vez maiores de violência física. O episódio em Piranga amplia a sensação de medo e lança dúvidas sobre o futuro imediato da competição.
A bola não rola, mas o recado é claro: sem respeito, não há jogo.

