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Igreja de Santo Antônio avança no maior restauro de sua história e mantém mobilização da comunidade em Lafaiete

A tradicional Igreja de Santo Antônio de Queluz vive um dos momentos mais decisivos de sua trajetória centenária. Em meio a obras estruturais, projetos técnicos rigorosos e uma mobilização comunitária que cresce dia após dia, o conjunto religioso se prepara para um restauro completo, conduzido com responsabilidade patrimonial e transparência. As rifas, que têm alcançado excelente adesão na cidade, continuam sendo fundamentais para garantir a continuidade das etapas previstas.

Segundo Luiz Otávio da Silva, presidente do Conselho de Patrimônio e vice-presidente da Irmandade de Santo Antônio, todo o valor arrecadado com a venda das rifas permitiu quitar integralmente os projetos de restauro já elaborados. Uma prestação de contas detalhada será divulgada em breve, reafirmando o compromisso de colocar a comunidade a par de cada passo. Mas ele reforça que a mobilização precisa continuar. As despesas que vêm pela frente exigem fôlego financeiro, especialmente em um processo tão complexo. Os projetos de restauro foram desenvolvidos conforme todas as normas técnicas e já passaram pela aprovação do Conselho Municipal de Patrimônio. Em seguida, foram encaminhados ao padre Geraldo e, posteriormente, à Arquidiocese de Mariana, que precisa validar intervenções relacionadas ao sagrado. O Ministério Público também recebeu o conjunto dos projetos, reforçando a lisura e a responsabilidade institucional das etapas.

O custo total estimado para o restauro é de R$ 5.789.810,95, valor que deverá subir com as atualizações técnicas previstas nas planilhas. Paralelamente, uma conquista importante já está garantida: a Prefeitura de Conselheiro Lafaiete assumirá a reforma completa do telhado, estimada em aproximadamente R$ 700 mil. O serviço está amparado por um acordo firmado em Audiência de Conciliação entre o Município e a Irmandade, além de um compromisso anterior do Executivo municipal.

Essa etapa requer um procedimento delicado. Para que o novo telhado seja instalado, todo o forro da igreja precisa ser removido e acondicionado tecnicamente, peça por peça. A retirada, que deve seguir um projeto específico já aprovado, será realizada por uma empresa especializada em restauro. O custo desse trabalho é de R$ 336.539,87 e cabe à Irmandade — uma das razões pelas quais as rifas seguem tão importantes nesse momento.

A busca por apoio financeiro continua ativa. Entre os esforços recentes, destaca-se a emenda impositiva de R$ 40 mil conquistada pela vereadora Gina Costa, destinada justamente a apoiar a retirada do forro. Outras frentes de captação também estão em andamento, numa estratégia coletiva para garantir o avanço seguro e contínuo da obra.

Na reunião do Conselho de Patrimônio realizada nesta quarta-feira, 12 de novembro, ficou definido que uma visita técnica será feita nos próximos dias para acompanhar os espaços preparados para armazenar o forro, as imagens sacras e outros bens tombados. O secretário adjunto de Cultura reforçou o compromisso da prefeitura com o andamento das obras do telhado e garantiu celeridade ao processo. O prefeito e representantes do IEPHA também poderão participar da visita.

A segurança da igreja e de seu entorno, outro ponto sensível do projeto, passou por uma ampliação significativa. Novas câmeras foram instaladas em maior número, monitorando jardim, pátio, garagens, salão e o interior da igreja. Todo o sistema funciona 24 horas, com acesso remoto para a diretoria. Sensores de presença também serão integrados, e a Irmandade buscará parceria com a Polícia Militar para ingressar na Rede de Vizinhos Protegidos, fortalecendo a vigilância preventiva.

O compromisso central permanece firme: devolver à Igreja de Santo Antônio sua forma mais próxima possível da originalidade, respeitando cada detalhe histórico e artístico. Todo o conjunto será restaurado. Caso o cronograma se mantenha, é possível que a missa do dia 9 de dezembro já aconteça no salão anexo, decisão que será alinhada com o padre Geraldo, incluindo orientações sobre o local do Santíssimo e demais adequações litúrgicas. Enquanto cada etapa se articula com rigor técnico, transparência e diálogo institucional, a força que sustenta o avanço da obra continua vindo do mesmo lugar: a comunidade. A boa venda das rifas tem sido um gesto concreto de amor pela igreja, pelos símbolos que ela guarda e pela história que ela representa para Lafaiete. E é essa corrente coletiva que permitirá que Santo Antônio renasça ainda mais belo, seguro e fiel à sua memória.

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