Conselheiro Lafaiete vive, nesta quinta-feira (11), um dos capítulos mais simbólicos de sua história política. Pela primeira vez, há a possibilidade real de termos uma mulher presidindo o Legislativo municipal. E, embora muitos esperassem que esse momento fosse conduzido pela vereadora Damires Rinarlly — a mulher mais votada da história da cidade e a principal voz do movimento que “mulherou a Câmara” — ela não será candidata ao cargo. A decisão surpreendeu parte da população, mas tem motivos claros.
A arquiteta da força feminina na política lafaietense
Damires foi, por quatro anos consecutivos, a única mulher na Câmara. Foi ela quem levantou, ainda na campanha de 2024, a bandeira de que era preciso “mulherar a política”: ampliar espaços, fortalecer lideranças femininas e romper com a histórica sub-representação das mulheres nos poderes da cidade. O resultado apareceu nas urnas. Hoje, Lafaiete tem quatro vereadoras — um marco inédito após décadas com apenas uma ou nenhuma mulher no parlamento. E é exatamente este movimento — construído com coragem, enfrentamento e trabalho contínuo — que torna possível, pela primeira vez, que uma mulher chegue à presidência da Casa.

Então por que Damires não será candidata?
Fontes próximas ao Legislativo afirmam que Damires optou por não disputar o cargo por responsabilidade política e coerência com seu próximo passo. Há uma forte expectativa de que ela se coloque como pré-candidata à deputada estadual em 2026, representando Lafaiete e toda a região em uma esfera maior. Como uma eventual candidatura exigiria dedicação integral e articulação estadual, assumir a presidência da Câmara poderia conflitar com essa nova etapa — e ela escolheu agir com planejamento, transparência e responsabilidade institucional. “É importante que as mulheres deem mais esse passo.Estarei sempre apoiando as mulheres na presidência, seja qual for a candidata Gina ou Cida.”
Ainda que não concorra, Damires defende que este é o momento das mulheres ocuparem o topo da Mesa Diretora. Segundo fontes, ela está emocionada e muito feliz com a possibilidade de ver um sonho histórico — o de ter uma mulher presidindo a Câmara — finalmente se tornar real. A vereadora também reforça, nos bastidores, o que sempre disse publicamente: não luta por um cargo, mas por um projeto coletivo de fortalecimento das mulheres na política.
Participação popular será decisiva
Com a votação marcada para hoje, às 14h, na Câmara Municipal, movimentos de mulheres da cidade e apoiadoras da participação feminina na política estão se organizando para comparecer em peso à sessão.A presença delas deve reforçar o recado que ecoa desde as urnas. Lafaiete quer mais mulheres liderando. Hoje pode ser o dia em que essa história, escrita por gerações de mulheres invisibilizadas e por lideranças como Damires, finalmente vira a chave.




