Mudança anunciada pelo ministro Renan Filho em 10 de dezembro vale para o exame prático da CNH, tira o teste de meia embreagem e a rampa, garante um reteste gratuito a quem reprovar uma vez e integra pacote que reduz custo da habilitação em até 80 por cento no país.
O exame prático para tirar a Carteira Nacional de Habilitação deixou de exigir o temido teste de meia embreagem e a parada na rampa depois de resolução do Contran aprovada em 1º de dezembro e anunciada pelo ministro dos Transportes, Renan Filho, em 10 de dezembro de 2025, no programa Bom Dia, Ministro. Segundo o governo, a prova passa por uma das maiores mudanças recentes, com foco em simplificar etapas e diminuir o peso das manobras que mais assustavam os candidatos.
A mudança faz parte de um pacote para simplificar a CNH, reduzir reprovações consideradas excessivas e combater um ambiente que, na avaliação do Ministério dos Transportes, estimulava pessoas a dirigir sem carteira. Além do fim da meia embreagem e da rampa, o conjunto de medidas inclui um reteste gratuito para quem reprovar uma vez e novas formas de preparação teórica, inclusive digital e sem obrigatoriedade de autoescola.
Mudança encerra teste de meia embreagem e rampa na prova
Na nova configuração do exame, o teste de meia embreagem deixa oficialmente de ser exigido na prova prática da CNH, assim como a parada na rampa que se tornou símbolo do medo de quem enfrenta a avaliação.
Até agora, a manobra de controle de embreagem consistia em manter o carro parado em uma subida apenas no ponto de meia embreagem, segurando o veículo com a combinação de pedal e aceleração.
Renan Filho relatou que a pasta recebeu denúncias de que instrutores alteravam a calibragem dos pneus para deixar o carro mais suscetível a “morrer” na rampa, o que aumentava a chance de reprovação dos candidatos.
Na prática, bastava o veículo apagar para que muitos examinadores reprovassem o aluno de imediato, concentrando a prova em um único momento de alta pressão.
Com a mudança, quem vai fazer a prova não precisará mais enfrentar a clássica rampa com meia embreagem como obstáculo decisivo, e o exame tende a se concentrar mais em condução real, circulação e respeito às regras de trânsito ao longo do percurso.
Governo quer acabar com “ambiente de reprovação”
Ao anunciar as medidas, o ministro criticou o que chamou de ambiente de reprovação criado em torno da prova prática.
Para Renan Filho, o modelo anterior transformava pequenos erros em sentença definitiva para o candidato, o que desestimulava a regularização da situação de muitos motoristas.
Ele citou como exemplo o chamado “teste sumário”, situação em que um descuido como esquecer de ligar a seta podia levar à reprovação imediata, sem que o restante da condução fosse considerado.
A avaliação do governo é que esse desenho da prova não contribuía para a segurança viária, mas empurrava parte da população para dirigir sem carteira por medo de repetir várias vezes o exame e arcar com novos custos.
Reteste gratuito para quem reprovar uma vez
Outra mudança relevante é a criação de um reteste grátis para quem falhar na primeira tentativa do exame prático.
O candidato reprovado poderá refazer a prova uma única vez sem pagar novamente, o que reduz o impacto financeiro de uma reprovação pontual.
Segundo o ministro, a ideia é que a reprovação deixe de ser uma barreira definitiva para quem tem dificuldades específicas em um primeiro momento, mas está disposto a corrigir erros e voltar a tentar rapidamente.
O reteste gratuito é apresentado como instrumento para destravar o acesso à CNH, especialmente para quem depende do documento para trabalhar.
Detrans têm cerca de 15 dias para se adaptar às novas regras
Embora os detalhes operacionais ainda estejam em fase de ajuste, Renan Filho explicou que os departamentos estaduais de trânsito já estão se adequando às novas exigências da prova prática.
De acordo com o ministro, o processo de adaptação deve levar em torno de 15 dias, prazo em que os Detrans precisam ajustar procedimentos internos, treinar examinadores e atualizar orientações para os centros de formação de condutores e candidatos.
Até que todas as etapas sejam alinhadas, é esperado um período de transição, mas a orientação federal é clara no sentido de incorporar as novas diretrizes.
Provas com carro automático e veículo próprio entram no horizonte
As mudanças não param na eliminação da meia embreagem. Renan Filho também adiantou que, no futuro, os testes práticos poderão ser feitos em carros automáticos e até em veículos dos próprios candidatos.
A medida ainda não tem data definida para entrar em vigor, mas já está sendo desenhada dentro do pacote de flexibilização da prova prática.
Na prática, isso significa que quem aprender a dirigir em carro automático não será obrigado a enfrentar o exame em veículo manual, o que tende a aproximar a avaliação da realidade do dia a dia de muitos motoristas.
A possibilidade de utilizar o próprio carro também pode diminuir a ansiedade do candidato, que se sente mais seguro em um veículo com o qual já está habituado.
CNH sem autoescola e promessa de habilitação até 80 por cento mais barata
A resolução aprovada pelo Contran em 1º de dezembro não mexe apenas nas manobras como a meia embreagem.
O texto simplifica etapas, retira a obrigatoriedade de frequentar autoescola e amplia as formas de preparação do candidato, que agora pode optar por curso teórico gratuito em formato digital.
Hoje, tirar a habilitação pode custar até cerca de R$ 5 mil, dependendo da região e do pacote contratado.
Com a combinação de aulas teóricas gratuitas, flexibilização do treinamento prático e revisão de exigências consideradas excessivas, o Governo Federal calcula que o custo total da CNH pode cair em até 80 por cento.
Para muitos brasileiros, especialmente os que usam carro ou moto como ferramenta de trabalho, essa redução de custo, somada ao fim do terror da meia embreagem e da rampa, pode ser a diferença entre adiar indefinidamente o sonho da carteira ou finalmente regularizar a situação no trânsito.
Pacote se soma à renovação automática para bons condutores
As novas regras da prova prática se somam a outras medidas recentes voltadas à CNH, como a renovação automática para bons condutores e critérios específicos para garantir gratuidade no processo de renovação.
A intenção declarada do governo é criar um sistema em que quem dirige dentro das normas tenha mais facilidades, enquanto a formação e a avaliação dos novos motoristas ficam menos burocráticas e mais ligadas à realidade do trânsito.
Nesse contexto, o fim da meia embreagem e da rampa na prova é apresentado como um passo simbólico de modernização, deixando para trás manobras clássicas que, na visão do Ministério dos Transportes, mais assustavam do que ajudavam a formar condutores responsáveis.
O desafio, daqui para frente, será acompanhar a aplicação das novas regras e medir o impacto real na segurança viária e na qualidade da formação dos motoristas.
E você, acha que o fim da meia embreagem e da rampa na prova da CNH vai melhorar a formação dos motoristas ou pode deixar o trânsito mais perigoso?
FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS