Em uma garagem de pouco mais de 200m², no Bairro São João, em Lafaiete (MG), estão guardadas 17 relíquias automobilísticas de encher os olhos de qualquer aficionado da área.
Os colecionadores dos carros antigos, mais conhecido como antigomobilista, são os irmãos, o ex-vereador Aluízio Fernandes de Melo e o empresário Geraldo Fernandes de Melo. O gosto pelo hobby veio do pai, o saudoso José Ferreira de Melo, que tinha uma jardineira que na década de 60 fazia a linha entre Lafaiete, Maracujá (Queluzito), Serra do Caixeta, Cocuruto e Serra do Camapuã (Entre Rios de Minas).
Unindo paixão, visão de investimento e preservação histórica, os 2 colecionadores possuem um verdadeiro acervo tanto em questão de quantidade, como no quesito originalidade e raridade.
As raridades
Entre as raridades estão uma jardineira adquirida na região da Pampulha, em Belo Horizonte, em 2017. O veículo é de 1951 era uma sucata.
Os irmãos José Fernandes, Aluízio de Melo e Geraldo Fernandes levaram 4 anos na reforma total resgatando sua originalidade.
Todo o trabalho foi executado pelos próprios colecionadores. A jardineira provoca uma empatia imediata pelos adornos das linhas e cores variadas. “Os antigos donos nos informaram que a jardineira seria de Rio de Espera”, relatou Geraldo Fernandes.
Segundo ele, o carro era usado em outras épocas para comerciantes/mascatas que iam de cidade em cidade comprando sucatas e ferro velho e outros produtos.
Outra raridade é o Chevrolet Special de 1940. O carro guarda parte da história de Conselheiro Lafaiete. Ele foi o primeiro carro que cruzou a pista do viaduto Duartina Nogueira de Resende em 1981 em sua inauguração. À época o motorista foi o taxista mais antigo da cidade, Geraldo Vieira, conhecido como “mutirão”. O chevrolet foi comprado junto a família em 2004.
Mas o xodó paixão dos colecionadores é o caminhão Chevrolet de 1951 e preserva uma parte da história da família. Na década de 60, seus pais deixaram Queluzito e mudaram para Lafaiete em busca de uma nova atividade comercial e estudo para os 7 filhos.
Foi o veículo que José Fernandes sustentou a sua família com carretos.
Após a morte do pai, em 2010, o carro foi vendido. Aluízio e Geraldo conseguiram resgatar o veículo, orgulho principal da coleção.
No acervo ainda há outras raridades como Maverick, de 1975, Chevrolet Beller (1952) Aerowillys (1960), uma Kombi (1974), usada como ambulância, conhecida como “corujinha”, e Jeep Willys, de 1954, comumente chamado de “cara de cavalo”.
Manutenção hobby
A paixão pelo antigomobilista vem de mais de 40 anos quando a coleção foi sendo adquirida pelos irmãos. “Nossa intenção não é comercial mas hobby mesmo. A coleção preenche a nossa vida e adoramos quando as pessoas querem apreciar e conhecer os carros antigos. Alguns de nossos carros foram usados nas cerimônias de casamento”, contou Aluízio.
Os carros do acervo são reformados e mantidos diariamente pelos colecionadores. “Foram vários anos reformando carros, compra de peças importadas mas tudo muito trabalho e dedicação nossas. É uma paixão mesmo”, assinalou o empresário Geraldo Fernandes.
Há 20 poucos metros acima da garagem, os irmãos mantem uma oficina e onde está um caminhão de 1974, em plena reforma. “Em breve, nossa coleção ganha mais uma relíquia”, finalizaram os irmãos Fernandes.