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As 20 mais belas igrejas de Minas Gerais

Analisamos as postagens de templos religiosos feitas em nosso site e portal de notícias Conheça Minas, ao longo dos dois últimos anos. Foram postadas ao longo desse tempo, fotos e informações de templos nos estilos  Colonial, Barroco, Rococó Eclético, Neogótico, Neorromântico, Clássico, Contemporâneo e Modernista. Todos os segmentos religiosos presentes em Minas Gerais, foram representados nas postagens e análises, como templos  católicos, evangélicos, ortodoxos, judaicos, budistas, islâmicos, dentre outros. 

 Os critérios para a escolha das igrejas teve como base a beleza exterior dos templos, sua beleza interior e principalmente pela importância para a história da região e de Minas Gerais.

Selecionamos as que mais se destacaram em comentários, curtidas, compartilhamentos e visualizações em nossas redes sociais e que tenham relevante importância religiosa, cultural, arquitetônica e histórica. As 20 igrejas que mais se destacaram nos quesitos citados acima são: 

01º – Igreja de São Francisco de Assis em Ouro Preto

Considerada o símbolo do Barroco mineiro, a Igreja de São Francisco de Assis (na foto acima de Arnaldo Silva) é um dos mais significativos monumentos da arte colonial brasileira, tendo sido considerada uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo. Projetada por Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, foi construída entre os anos de 1771 e 1790, em estilo Barroco, com elementos decorativos Rococós. 

Um dos grandes destaques da igreja é sua fachada, em destaque para os detalhes em sua portada e sua decoração em relevos e talha dourada, feitas pelo Mestre Aleijadinho (na foto acima da Ane Souz). Embora no período de sua construção, outros artistas tenham trabalhado na obra, a riqueza dos detalhes do Mestre Aleijadinho e de Manuel da Costa Ataíde, o Mestre Ataíde, são impressionantes. Tanto em seu exterior, quanto em seu interior, a igreja é dotada de uma riqueza arquitetônica e artística única.

02º – A Basílica de Lourdes em Belo Horizonte 

Iniciada em 1916 e concluída em 1923, a Basílica de Lourdes (na foto acima de Sérgio Mourão), construída em estilo neogótico, é uma das mais belas igrejas do Brasil. O seu exterior é uma verdadeira obra de arte e seu interior, aconchegante e da mesma forma, tão lindo quanto o seu exterior. Costumam dizer que a Basílica de Lourdes é mais que uma igreja, é uma verdadeira obra de arte. Sem dúvidas, a igreja impressiona pela riqueza de seus detalhes arquitetônicos e artísticos.

03º – Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos 

Iniciado em 1757 e concluída em 1875, o complexo arquitetônico e paisagístico do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas MG, a 88 km de BH(na foto acima de Wilson Paulo Braz), é um dos mais  importantes templos religiosos mundo, reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Cultural da Humanidade, em 1985. Durante os anos de sua construção, vários artistas famosos da época participaram da obra, entre eles Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, Manuel da Costa Ataíde, o Mestre Ataíde, Francisco de Lima Cerqueira, João Nepomuceno Correia e Castro, dentre outros. Formado por uma igreja, um adro ornado com estátuas em pedra sabão dos 12 profetas, uma das mais importantes obras do Mestre Aleijadinho e seis capelas anexas. O Santuário é um dos mais significativos exemplares da arquitetura colonial brasileira. 

04º – A Basílica de Nossa Senhora do Pilar em Ouro Preto

Construída no auge do Ciclo do Ouro, no início da fundação de Ouro Preto, no século XVIII, a popular Igreja do Pilar impressiona pela sua ornamentação interna talhada em ouro puro. Foram mais de 400 quilos de ouro transformados numa impressionante obra de arte, com detalhes riquíssimos. (foto acima de Ane Souz)

05º – Igreja de São José em Belo Horizonte

Iniciada em 1902 e concluída em 1910, a Igreja de São José em Belo Horizonte (na foto acima de César Reis) é uma das mais importantes igrejas da Capital e uma das mais belas igrejas do Brasil. Seu exterior é magnífico e seu interior, impressiona pela riqueza de suas pinturas e detalhes arquitetônicos. O projeto arquitetônico foi feito pelo engenheiro Edgard Nascentes Coelho. Sua escadaria teve projeto do holandês Verenfrido Vogels e a obra executada pelo construtor, também holandês, Gregório Mulders. 

O que chama atenção no interior da Igreja de São José é sua pintura interior, feita pelo artista alemão Guilherme Schumacher entre 1911 e 1912. (foto acima de César Reis) O artista é de um talento incrível e deixou uma obra de arte em toda a igreja que impressiona pelos detalhes, cores e criatividade. Tipo de obra que deixa todos de boca aberta. 

06º – A Matriz de Santo Antônio em Tiradentes

É um dos mais belos templos de Minas Gerais. Tanto sua fachada, que tem a assinatura do Mestre Aleijadinho, quanto sua ornamentação interna, segue o estilo Barroco e Rococó, original. (foto acima de César Reis) Iniciada por volta de 1710, praticamente junto com cidade, foi concluída em 1752, ano que foi instalado na Igreja um órgão de tubo, construído em Portugal. Dotada de uma beleza impressionante e uma riqueza em ouro de dar brilho nos olhos. São 480 quilos de ouro que ornamentam o interior da Igreja, principalmente a capela-mor e nos seis altares. Nas laterais e na nave, impressionantes molduras protegem belíssimas pinturas, datada de 1737, de autoria do artista João Batista da Rosa.

07º – A Igreja de Santo Antônio em Grão Mogol

Pedra sobre pedra, simples assim. Esta é a Igreja de Santo Antônio, na cidade histórica de Grão Mogol, no Norte de Minas, cuja construção é de meados do século XVIII. É a mais original e autêntica arquitetura mineira, erguida somente em pedras retiradas da própria região. Seu interior é todo feito e ornamentado em estilo Barroco, usando madeira bem talhada. 

O que diferencia a Igreja de Santo Antônio das demais igrejas do período Barroco é a simplicidade da ornamentação em seu interior e ausência de reboco na parede. A cor e beleza das pedras realçaram a igreja, bem como a delicadeza das peças em madeira bem talhadas, deram um ar bem rústico e medieval à igreja. Por sua importância, o núcleo histórico formado pela Matriz e as construções antigas no seu entorno, foi tombado em 2016, pelo Conselho Estadual do Patrimônio Cultural de Minas Gerais (Conep). 

08º – A Igreja de São Vicente Férrer em Formiga

Iniciada em 1839 e concluída 34 anos depois, a igreja dedicada a São Vicente Férrer é um dos mais belos tempos da região Oeste de Minas, onde está a cidade de Formiga. (foto acima de Arnaldo Silva) Seus traços arquitetônicos, contornos e afrescos em estilo Barroco, são típicos das igrejas do período colonial. Mas o que mais chama a atenção nesta igreja são as pinturas em seu interior, feita pelo artista plástico veneziano Ângelo Pagnato, no início da década de 1920. O artista italiano enriqueceu a igreja com pinturas riquíssimas em detalhes, em tom azul, que emocionam pela beleza e suavidade, fazendo com quem frequenta a igreja, sentir-se no céu.

Outro detalhe que dá mais beleza à Igreja de São Vicente Férrer é um imponente órgão com 952 tubos, construído pelos alemães Carlos Moeherle e Gustav Weissenrider, da fábrica de órgãos alemã Walker, instalado na igreja em 1937. Nesse estilo, é o quinto maior órgão de tubos do Brasil. (foto acima de Arnaldo Silva) Por sua importância para a cidade e Minas Gerais, em 2002 o órgão foi tombado como patrimônio histórico de Formiga. Dois anos depois, em 2004, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha), como patrimônio histórico de Minas Gerais.

09º – Igreja São Francisco de Assis em São João Del Rei

Iniciada em 1774, pela Ordem Terceira de São Francisco de Assis, com projeto de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho, foi concluída em 1809. (foto acima de Matheus Freitas/@m.ffotografia) O encarregado da execução do projeto foi Francisco Cerqueira que fez algumas alterações no projeto original, fazendo modificações nas torres, pilastras, no arco do cruzeiro, nos óculos da nave e na disposição da sacristia. Concluída a obra, se tornou um dos marcos da arte colonial do Brasil. Sua riqueza arquitetônica impressiona pela beleza, tanto em seu exterior, como na riqueza dos detalhes do Barroco em seu interior.

10º – Santuário Basílica de Nossa Senhora da Piedade 

A 1746 metros de altitude, num cenário de beleza ímpar, sem igual no mundo está o Santuário de Nossa Senhora da Piedade. No topo da serra, duas singelas ermidas foram construídas por Antônio da Silva Bracarena, o mesmo que construiu a Igreja Matriz de Caeté, cidade distante apenas 50 km de Belo Horizonte. As ermidas foram construídas entre os anos de 1704 a 1770, sendo a principal e maior, dedicada a Nossa Senhora da Piedade, Padroeira de Minas Gerais. Nesta igreja está uma das mais belas relíquias do Barroco Mineiro, a “Pietá de Minas”, peça atribuída a Antônio Francisco Lisboa (1738-1814), o Aleijadinho, retratando a mãe de Jesus, com seu filho morto nos braços. (foto acima de Douglas Arouca)

São construções simples, cujo objetivo inicial era ser um local para oração e acolhimento de romeiros humildes e penitentes que subiam à serra para orar e meditar, buscando proximidade com o Divino. Desde sua origem, até os dias de hoje, tem sido assim, tradição que perdura por séculos. O Santuário é um dos mais importantes centros de peregrinação no Estado, atraindo em média 500 mil pessoas por ano. Em 2017, as ermidas foram reconhecidas como Basílicas pelos Papa Francisco. 

11º – Igreja São Francisco de Assis em Diamantina

Iniciada em 1766 e concluída em 1830 em estilo Barroco e elementos decorativos em Rococó, a Igreja de São Francisco de Assis em Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, foi um dos marcos da arquitetura mineira na época. Hoje é uma das mais importantes igrejas de Minas Gerais.(foto acima de Giselle Oliveira)

Sua decoração interna é um dos seus maiores destaque, contrastando com a simplicidade de seu exterior. A beleza das peças sacras e as pinturas com forte influencia do estilo Rococó no forro da capela, chamam a atenção pelo douramento e beleza, obra atribuída ao artista José Soares de Araújo. Já no forro da sacristia, a pintura atribuída a Silvestre de Almeida Lopes chama atenção pela riqueza dos detalhes e traços feitos pelo artista. O grande destaque é o altar com a figura de São Francisco de Assis e Jesus Crucificado, com elementos decorativos no estilo Joanino e retábulos em inspiração neoclássica.

12º – Basílica do Pilar em São João Del Rei

Erguida entre os anos de 1721 a 1750 é uma das mais belas igrejas do período Colonial brasileiro. (foto acima de Wellington Diniz) A fachada foi desenhada por Francisco de Lima Cerqueira. Devido ao crescimento da cidade, no início do século XIX, o templo passou por uma reforma na fachada, no forro interno que recebeu pinturas novas, assoalho, sacristia e ampliação de seu espaço, tendo sido construído ainda um novo cemitério. Essas reformas só foram concluídas no ano de 1863. Ao longo de sua construção e reformas, o templo contou com os trabalhos de escultores, arquitetos e artistas diversos que com maestria e extremo talento, construíram um dos mais belos templos religiosos do Brasil, com grande destaque para sua decoração interna que vai do Barroco Joanino ao Rococó, preservada em suas feições originais mesmo diante de reformas.

13º – A Igreja de São Domingos em Uberaba

 Iniciada em 1904 e concluída em 1914, a Igreja de São Domingos foi o primeiro templo da Ordem Dominicano construído no Brasil. (fotografia acima de Luis Leite) Foi edificado na cidade de Uberaba, no Triângulo Mineiro. Projetada pelos engenheiros Egídio Betti Monsagratti, Dr. Florent e construída por José Cotani. Em estilo neogótico, seus traços arquitetônicos foram inspirados nas grandes catedrais da Europa, se destacando em seus traços a forma de cruz, bem semelhante às igrejas bizantinas, da Idade Média. 

Todo o revestimento externo foi feito em pedra Tapiocanga, típica da Região do Triângulo Mineiro, encontrada facilmente em Uberaba e muito usada em construções e esculturas, pela facilidade em ser esculpida. A grande concentração de ferro presente nesta pedra torna sua coloração bem vermelha, o que dá um realce sem igual às construções, que pode ser visto na Igreja de São Domingos de forma evidente, já que seu exterior não recebeu rebocos, justamente para realçar a beleza da cor vermelha que a pedra possui. Não é pintada de vermelho, é a cor da pedra mesmo. É um dos patrimônios históricos de Uberaba e uma das mais importantes igrejas da Região.

14º Igreja do Carmo em Diamantina 

A obra começou com a Irmandade da Ordem Terceira do Carmo, depois foi assumida pelo Contratador João Fernandes de Oliveira, por divergências com uma norma da Igreja que permitia a presença escravos, mesmo forros, apenas até o limite da torre das igrejas, ou seja, até a porta de entrada. Isso porque sua esposa era Chica da Silva. (foto acima de Wellington Diniz)

Para não contrariar a norma da Igreja Católica na época, João Fernandes de Oliveira construiu a torre ao contrário, nos fundos. Assim sua esposa poderia frequentar a igreja normalmente. 

João Fernandes não poupou recursos para construir a igreja, uma das maiores e mais ricas das igrejas de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, construída entre os anos de 1760 a 1784, no Século XVIII. 

Em sua ornamentação, foram usados 80 quilos de ouro e peças sacras de grande beleza, feitas pelos grandes artistas da época como José Soares de Araújo, Manoel Pinto e ainda com obras do grande mestre do Barroco, Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Para tornar a Igreja mais linda, o marido de Chica da Silva mandou instalar na Igreja de Nossa Senhora do Carmo um órgão movido a fole com mais de 750 cânulas e funcionando perfeitamente nos dias de hoje. 

15º – A Igreja de São José em Nova Era

Nova Era, na Região Central, guarda um das joias do Barroco mineiro. A Igreja de São José. Construída a partir de 1766, no século XVIII, tem todos os detalhes da arquitetura mineira, com seus traços externos singelos e seu interior, impressiona pela beleza das pinturas no estilo Rococó no forro feitas por artistas ainda não identificados e a perfeição e beleza dos entalhes no altar-mor, destacando a imagem de São José, obra atribuída ao escultor e entalhador português, Francisco Viera Servas. (foto acima e abaixo de Elvira Nascimento)

No interior do templo, belíssimas imagens de São Francisco de Assis, Sant´Anna, São João Batista, São Sebastião, Nossa Senhora do Rosário, Santa Efigênia e São Benedito, completam a ornamentação da Igreja. 

16º – A Matriz de N. S. de Lourdes de Maria da Fé

 Maria da Fé, no Sul de Minas, além de ser a cidade mais fria de Minas Gerais, tem uma das mais belas igrejas também. É a Igreja de Nossa Senhora de Lourdes. Pela sua importância cultural e arquitetônica para o município, é um bem tombado pela Prefeitura desde 1999. (foto acima de Gislene Ras)

Iniciada em 1928, foi concluída em 1940. Seu projeto arquitetônico seguia o estilo que predominava entre o final do século 19 e início do século 20 na Europa, o estilo eclético. O ecletismo nada mais era que a mistura de estilos arquitetônicos em um só. Traços da arquitetura medieval, barroca, neoclássica, gótica e renascentista foram incorporados a este estilo. Assim, com destaque para os traços gótico-romano, foi edificada a Matriz de Maria da Fé, no Sul de Minas, dedicada a Nossa Senhora de Lourdes.

A riqueza da arte no interior da Matriz é impressionante e de uma beleza sem igual. As esculturas presentes no templo, datadas de 1932 são de autoria do italiano Marino Del Fávero, confeccionadas em madeira marmorizada gesso e metal. Já as pinturas internas na Matriz, foram feitas pelos irmãos, também italianos, Pietro Gentililli e Ulderico Gentilli, que além de deixarem obras em Maria da Fé, tiveram significativa representatividade na arte sacra com obras em cidades de Minas e de São Paulo. Os artistas italianos iniciaram a pintura da igreja em 1939 e concluíram em 1940. (fotografia acima de William Siqueira)

17º – A Catedral da Sé em Mariana

Construída entre 1711 e 1760, a Catedral Basílica Nossa Senhora da Assunção, popularmente chamada de Catedral da Sé, é uma das mais importantes igrejas de Minas Gerais. A fachada tem traços simples e seu interior é rico em detalhes e ornamentações. Devido ao longo tempo de construção, não tem um estilo único em sua ornamentação interna, variando do estilo Chão, Nacional Português, Joanino, Barroco ao Rococó. (foto acima de Edmar Amaro)

Além da beleza de sua arte sacra, um dos destaques na Catedral é seu órgão instalado na Catedral em 1753. De origem germânica, sua construção é atribuída a Arp Schnitger, em Hamburgo. Está em pleno funcionamento. Passou por reforma entre 1977/1984 e mais recente, entre 2000/2002.

 Além da Catedral da Sé, em Mariana se destacam as igrejas de São Francisco de Assis, construída entre os anos de 1763 e 1794 e a Igreja de Nossa Senhora do Carmo, iniciada em 1794, ambas compõem o valioso conjunto arquitetônico da Praça Minas Gerais (na foto acima de Vinícius Barnabé), composto ainda pelo Prédio da antiga Câmara e Cadeia, hoje Câmara de Vereadores e Museu e ao centro, o pelourinho, símbolo do poder do Estado e dos Senhores de Escravos. 

18º – Basílica de São Geraldo em Curvelo

Após sua canonização em 1904, a veneração ao santo italiano São Geraldo, começou a se expandir para o mundo. Coube aos Missionários Redentoristas, ordem religiosa em que São Geraldo pertenceu, a missão de propagar o nome do novo santo. Em 1906 chegou a Curvelo, na Região Central de Minas, padres Redentoristas holandeses, com o propósito de erguer, no Sertão Mineiro, um templo dedicado a São Geraldo. (foto acima de Leandro Leal) Em estilo neogótico e nórdico, o templo, datado de 1912, se destaca em sua arquitetura, sendo um dos mais belos e imponentes de Minas Gerais.

A devoção ao santo se estendeu por todo o país e Curvelo se tornou o centro de veneração e peregrinação, com a presença constante de milhares de romeiros vinda de todas as regiões de Minas Gerais e do Brasil.

Em 1932 a igreja foi consagrada como santuário pelo arcebispo de Diamantina, Dom Joaquim Silvério de Souza, tendo passado por uma reforma e ampliação em 1938 para comportar o número crescente de peregrinos que visitavam o santuário, principalmente durante a Oitava de São Geraldo, que celebra a vida e morte do santo católico, evento que acontece todos os anos, entre o final de agosto e início de setembro. Em 30 de abril de 1966 a Igreja de São Geraldo foi elevada a Basílica pelo Papa Paulo VI. É atualmente a única basílica no mundo dedicada exclusivamente a São Geraldo.

19º – Igreja Nossa Senhora do Ó, em Sabará

Datada de 1717 e concluída por volta de 1720, é uma das mais antigas igrejas de Minas Gerais e uma joia da arte Barroca mineira. Por fora, uma singela e simples capela. Por dentro, a decoração impressiona pelos detalhes das pinturas que retratam a vida de Jesus Cristo e Nossa Senhora. Arte feita em madeira, cedro e ouro puro.

Os traçados arquitetônicos da Igreja de Nossa Senhora do Ó, em Sabará, a 20 km de Belo Horizonte, teve forte influência do estilo arquitetônico Nacional Português, já que a arte Barroca tradicional estava ainda criando identidade própria em Minas Gerais. Este estilo é considerado a primeira fase do Barroco Mineiro. Seguindo o estilo traçado, a reluzente luz dourada da riqueza do ouro de Minas Gerais e a beleza da arte sacra, são marcas evidentes do interior da Igreja de Nossa Senhora do Ó. (fotografia abaixo de Thelmo Lins)

A imagem da Mãe de Jesus, retratada no altar da igreja, mostra a Maria, diferente das demais imagens de Nossa Senhora, geralmente com o menino Jesus nos braços. No altar da Igreja, Nossa Senhora é representada grávida, no caso seria Nossa Senhora da Expectação do Parto ou Nossa Senhora do Bom Parto, venerada em Toledo na Espanha desde o ano de 656, cuja fé chegou a Minas Gerais através dos bandeirantes paulistas que fundaram a cidade de Sabará. O termo Expectação do Parto ou Bom Parto foi substituído pelo Ó devido a um cântico dedicado à Santa, cantado na véspera de seu dia, que iniciava com a palavra Oh numa longa exclamação. A partir dai ficou Nossa Senhora do Ó.

Pela irregularidade das pinturas nos painéis, principalmente, acredita-se que mais de um artista tenha participado da decoração interna da igreja. O principal artista, cuja obra é predominante no interior da Igreja do Ó foi Jacinto Ribeiro, artista natural da Índia, que residia em Minas Gerais desde 1711. As figuras e painéis presentes no interior da Igreja de Nossa Senhora do Ó foram pintadas a ouro sobre fundos em tom azul escuro, com bordas em vermelho e talhas douradas em moldura. (foto acima e abaixo de Thelmo Lins)

O interessante que os desenhos e personagens bíblicos retratos nas pinturas do artista indiano, tem traços orientais, chineses. A explicação para este detalhe diferente na pintura e arte barroca, é que o artista conhecia os estilos artísticos usados em Macau, uma antiga colônia portuguesa no Oriente, hoje pertencente à China. A época, Portugal tinha um intenso comércio entre Macau e Índia, o que explica a influência dos traços orientais usados na arquitetura portuguesa naquela época, pelos artistas e escultores portugueses que vieram para o Brasil no início do século XVIII, entre eles, Jacinto Ribeiro.

20º – Catedral de São Sebastião em Leopoldina

A Paróquia de São Sebastião em Leopoldina, na Zona da Mata, foi criada  em 1854. Com o crescimento da cidade e das atividades paroquiais, foi necessária a construção de um novo templo. (foto acima de Sérgio Mourão) A construção foi iniciada em 1927, substituindo a antiga capela do século XIX. A obra foi concluída em 1965. Projetada no estilo românico e em formato de cruz latina, pelo arquiteto Luiz Dantas Castilho, a obra foi executada pelo engenheiro Ormeo Junqueira Botelho. 

Dedicada a São Sebastião e sede episcopal da Diocese de Leopoldina, é considerado um dos mais belos templos de Minas Gerais e de grande valor histórico e cultural para Leopoldina e toda a região. Em 1942, ainda antes da conclusão das obras, foi elevada a condição de Catedral pelo Vaticano. Apos o fim da Segunda Guerra Mundial, por iniciativa do bispo da Diocese de Leopoldina, Dom Delfim Ribeiro Guedes, em 1946, foi erguida uma estátua no local em que estava a antiga matriz, em homenagem a Nossa Senhora da Paz, em agradecimento pelo fim do conflito mundial.

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