Afinal, semana de trabalho com 4 dias úteis vai vingar no Brasil?

Redução da jornada de trabalho vem sendo debatida em diferentes países.

A jornada de trabalho tem sido um tema debatido em várias partes do mundo. Enquanto experimentos de redução de carga horária, como a semana de quatro dias, têm mostrado resultados positivos em diversos países, empresas e nações têm optado por expandir a carga horária.

Recentemente, Bill Gates, fundador da Microsoft, e Jamie Dimon, CEO do JP Morgan, defenderam a ideia de uma semana de trabalho mais curta devido ao avanço da inteligência artificial (IA).

Segundo Gates, a tecnologia pode permitir que os profissionais trabalhem apenas três dias por semana, liberando tempo para outras atividades.

Dimon, por sua vez, compartilhou uma visão semelhante, prevendo que as novas gerações poderiam ter um padrão de trabalho com apenas três dias e meio por semana.

Resultados da semana de 4 dias no Brasil

No Brasil, um projeto-piloto que implementou a semana de quatro dias em 19 empresas traz relatos positivos. Os trabalhadores sentiram-se mais produtivos, criativos e satisfeitos.

Gabriela Brasil, da 4 Day Week Global, destaca que o brasileiro trabalha muitas horas, mas a eficiência nem sempre acompanha a carga horária.

Renata Rivetti, CEO da Reconnect Happiness at Work, confirma que houve uma melhoria significativa nos processos internos e uma redução nas reuniões improdutivas.

Dos participantes, quase 100% expressaram interesse em manter a nova jornada de trabalho, e mais de 80% da alta liderança avaliou a experiência de forma positiva.

É importante ressaltar que todas as empresas que participaram do projeto decidiram adotar a semana de quatro dias de maneira definitiva, exceto uma, que saiu devido a circunstâncias externas.

Empresas que já testaram redução de jornada de trabalho apresentaram resultados benéficos a todos envolvidos – Imagem: reprodução

Contraponto em ambientes internacionais

Enquanto experimentos como o do Brasil crescem, em contrapartida, grandes empresas e países como a Coreia do Sul e a Grécia tomam decisões que vão na direção oposta.

A Samsung, por exemplo, anunciou que seus executivos trabalharão seis dias por semana. Essa decisão reflete uma cultura de trabalho intensa, comum em muitos países asiáticos, mas levanta preocupações sobre a sustentabilidade dessa prática.

A gritaria de funcionários da Samsung que entraram em greve é um alerta sobre os riscos da carga horária excessiva.

A flexibilidade no trabalho emergiu como um aspecto primordial para os profissionais contemporâneos, superando até benefícios tradicionais, como planos de saúde e vale-alimentação.

A pesquisa da Owl Labs e Global Workplace Analytics aponta que, especialmente entre os millennials e a geração Z, a flexibilidade se tornou o fator mais valorizado ao considerar um emprego.

Renata Rivetti destaca que empresas que não se adaptam e não ouvem as necessidades dos colaboradores tendem a ficar para trás na busca por talento.

Ela ressalta que a mentalidade de ‘workaholic‘ entre líderes pode ser um grande obstáculo para a mudança necessária para ambientes de trabalho mais saudáveis e produtivos.

A adoção da semana de quatro dias também beneficia as empresas, que se destacam por suas marcas empregadoras.

Com relatos de zero turnover em algumas das empresas participantes, como a Vockan, fica evidente que a atração de talentos não se resume apenas ao salário, mas à qualidade de vida oferecida aos colaboradores.

Os participantes do piloto no Brasil operaram sob um modelo 100-80-100: 100% do salário, 80% da carga horária e 100% da produtividade.

Tal flexibilidade permitiu que cada empresa ajustasse a nova jornada de trabalho às suas necessidades específicas, promovendo um ambiente mais adaptado e eficiente.

FONTE CAPITALIST

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