Crime ocorreu no segundo dia da viagem; vítima denuncia falta de assistência do consulado brasileiro
O sonho de comemorar o aniversário em Santiago, no Chile, virou tragédia para uma mineira de 26 anos. A mulher denuncia que foi assaltada e estuprada na capital chilena, não recebeu apoio do consulado brasileiro e, como precisou ficar internada, adiou o retorno ao país. Ao chegar a BH, foi demitida do emprego em um restaurante.
A vítima, que não será identificada, conta à reportagem que levou dois anos para juntar R$ 10 mil para pagar passagem e estadia. Ela viajou sozinha e foi atacada no segundo dia. “Era a viagem do meu aniversário, a viagem que eu mais esperava”, lembrou a jovem.
A mineira se preparava para trocar dinheiro quando foi atacada por um homem que estava em uma moto. “Ele puxou minha bolsa e bateu minha cabeça contra a parede com muita brutalidade. Enquanto estava desacordada, ele abusou sexualmente de mim”, relata. Em seguida, o criminoso fugiu com dinheiro, cartão internacional, celular e documentos da garota.
Uma moradora encontrou a mineira desacordada e ofereceu ajuda. Ao sair da delegacia, procurou um hospital particular para fazer exames. “Exames comprovaram o abuso e precisei tomar um coquetel. Fui transferida para outro hospital por conta de sangramento e tiveram que fazer um procedimento”, explica.
A vítima reclama que não recebeu qualquer apoio do consulado brasileiro. “O Brasil não se solidarizou, não fez nada. Orientaram a ir embora no mesmo dia, não arcaram com nada, pediram para eu fazer uma vaquinha. Não tive apoio psicológico e nem financeiro”, reclama.
Sem recursos, ela foi acolhida por uma policial chilena. “No dia seguinte, o consulado chileno pagou o hotel e alimentação”, conta.
Demitida na volta a BH
Quando voltou a Belo Horizonte, a mulher ainda foi surpreendida com a demissão do restaurante onde trabalhava. Segundo ela, a chefe não gostou do fato dela ter postado fotos passeando após o crime. “Na cabeça da minha chefe, a pessoa é abusada e perde tudo, mas estava curtindo uma viagem!”, revolta-se.
Apesar da violência, a vítima afirma que não quer desmotivar as mulheres a viajarem sozinhas. “Se vocês têm um sonho, realizem! Não se calem”, finaliza.
A reportagem da Itatiaia entrou em contato com o Itamaraty e aguarda um posicionamento.
FONTE ITATIAIA