O aumento do nível do mar se tornou uma ameaça real e crescente para as cidades costeiras brasileiras
O aumento do nível do mar se tornou uma ameaça real e crescente para as cidades costeiras brasileiras. Com um litoral vasto e diversificado, o país está sentindo cada vez mais os impactos das mudanças climáticas globais.
Dois locais se destacam entre os mais vulneráveis: o Rio de Janeiro, uma metrópole icônica, e Atafona, um distrito de São João da Barra. Ambas enfrentam desafios significativos, conforme sinalizam os relatórios mais recentes da ONU.
O que os relatórios da ONU revelam sobre o aumento do nível do mar?
Relatórios da ONU apontam que, entre 1990 e 2020, o nível do oceano nas áreas do Rio de Janeiro e Atafona subiu 13 centímetros. E não para por aí; as projeções indicam que até 2050 o nível pode aumentar em mais 21 centímetros.
Esse fenômeno é resultado do derretimento das calotas polares e do aquecimento das águas dos oceanos, ambos causados principalmente pela queima de combustíveis fósseis e pela emissão de gases de efeito estufa.
Rio de Janeiro: Riscos pela elevação do mar
Famosa por suas praias e atrações turísticas, a cidade do Rio de Janeiro está enfrentando uma crescente vulnerabilidade. Problemas como ressacas e inundações já são frequentes e devem se intensificar nas próximas décadas.
A elevação do nível do mar pode submergir áreas significativas da cidade, ameaçando infraestrutura e moradores. Mesmo com esforços para reduzir a emissão de poluentes, as previsões não são otimistas.
Atafona: Uma cidade em desaparecimento
No norte do estado do Rio de Janeiro, o distrito de Atafona lida com uma situação ainda mais grave. Desde os anos 1970, a erosão costeira destruiu mais de 200 edificações, e o avanço do mar continua implacável.
Se nada for feito, Atafona pode desaparecer nas próximas décadas. A dinâmica do Rio Paraíba do Sul contribui para acelerar esse processo, obrigando famílias inteiras a abandonarem suas casas.
Quais são os impactos econômicos da elevação do nível do mar?
As consequências da elevação dos oceanos não afetam apenas o território físico. Tempestades e ressacas se tornam mais frequentes e intensas, causando danos severos. A intrusão de água salgada nas fontes de água doce compromete a agricultura e a pesca, pilares econômicos para muitas comunidades costeiras.
Estudos do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas sugerem que, com o aumento das temperaturas globais, eventos extremos de elevação do nível do mar podem se tornar anuais até 2100. Esse cenário devastador exigirá respostas rápidas e eficientes.
Quais ações são necessárias para mitigar os impactos da elevação do mar?
Para enfrentar os desafios impostos pela elevação do nível do mar, várias medidas urgentes devem ser adotadas:
- Reduzir as emissões de gases de efeito estufa através da promoção de energias renováveis e limpas.
- Investir em infraestrutura que seja resiliente às mudanças climáticas e fenômenos extremos.
- Preservar e recuperar ecossistemas naturais que atuam como barreiras protetoras, como os manguezais.
- Conscientizar e educar as comunidades costeiras sobre os riscos e estratégias de adaptação.
- Desenvolver políticas públicas que incentivem práticas de sustentabilidade e gestão de recursos hídricos.
Esse conjunto de ações, defendido por especialistas como o secretário-geral da ONU, António Guterres, é crucial para proteger as populações vulneráveis e assegurar um futuro sustentável para as áreas costeiras brasileiras.
O desafio é grande, mas com esforços coordenados, ainda é possível mitigar os efeitos drásticos da elevação do nível do mar e preservar a integridade das cidades costeiras do Brasil.
FONTE BRASIL PERFIL