Sergio Sacani alerta o que pode fazer com que o preço da gasolina no Brasil dispare
O Brasil está prestes a enfrentar um declínio na produção de petróleo nos próximos anos. Especialistas e entidades do setor energético alertam para a necessidade de ações imediatas para evitar que o país volte a ser um importador da commodity, apesar de atualmente ocupar uma posição de destaque entre os maiores produtores mundiais. Caso isso ocorra, é esperado a disparada do preço da gasolina.
Rodolfo Saboia, diretor da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), destacou, durante a Offshore Week 2023, a importância estratégica de abrir novas fronteiras exploratórias. Segundo ele, sem novos investimentos, a produção offshore do Brasil enfrentará uma queda irreversível.
“É muito importante que tenhamos um olhar voltado para a importância do caráter estratégico da abertura de novas fronteiras exploratórias. Precisamos ter em mente que não é possível imaginar, hoje, as renováveis suprindo tudo o que vem dos combustíveis fósseis. Se nada fizermos, chegará o dia em que seremos importadores de petróleo, e não exportadores”, afirmou Saboia.
Projeções preocupantes para o setor de petróleo e gasolina
Dados recentes da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, confirmam os alertas.
O Plano Decenal de Expansão de Energia (PDE) 2034 aponta que o pico de produção de petróleo no Brasil será alcançado em 2030, com 5,3 milhões de barris diários. Porém, a partir daí, um declínio rápido é esperado, com a produção caindo em quase 1 milhão de barris por dia apenas quatro anos depois.
As projeções do PDE 2034 são ainda mais pessimistas que as apresentadas no plano anterior, o PDE 2032.
A estimativa anterior previa um pico em 2029, com 5,4 milhões de barris diários, e uma queda mais gradual nos anos subsequentes. Esse declínio reflete diretamente a redução nas atividades exploratórias e na descoberta de novas jazidas, um problema que vem se agravando nos últimos anos.
De acordo com a EPE, os volumes previstos no PDE 2034 são, em média, 1% inferiores aos estimados no PDE 2032. Essa diferença aparentemente pequena reflete a dificuldade crescente do setor em manter a produção diante de desafios econômicos e ambientais.
Exploração
Um dos fatores que complicam o cenário é o longo prazo necessário para que novas descobertas entrem em operação. O PDE 2034 deixa claro que “os recursos descobertos na segunda metade da década não entram em produção no horizonte decenal”.
Isso significa que mesmo que o Brasil encontre novas reservas em áreas inexploradas, essas descobertas não serão suficientes para reverter o declínio até 2034.
Segundo o estudo, o intervalo entre o início da exploração e a produção efetiva varia de 3 a 5 anos para áreas onshore (em terra) e de 7 a 10 anos para áreas offshore (em alto-mar). Isso torna imprescindível o início imediato de esforços exploratórios para mitigar o impacto da queda na produção futura.
“Em razão de tempos que podem variar de 3 a 5 anos (onshore) ou de 7 a 10 anos (offshore) entre o início da fase de exploração e o início da produção, em áreas de novas fronteiras, há necessidade imediata do esforço exploratório para conter o declínio da produção prevista para os próximos anos”, ressalta o PDE 2034.
Riscos de dependência externa
A falta de ação pode levar o Brasil a se tornar novamente um importador líquido de petróleo. Apesar de ser um dos maiores exportadores atualmente, o país enfrenta o risco de depender de mercados externos para suprir suas necessidades energéticas.
A redução na produção não afeta apenas a balança comercial. Também coloca em risco a segurança energética do país, aumentando a vulnerabilidade a choques externos e oscilações no mercado global de petróleo.
O alerta de Sérgio Sacani sobre o preço da gasolina
Em entrevista ao canal AchismosTV, o físico Sérgio Sacani fez um alerta preocupante sobre o futuro da economia brasileira. Ele destacou que, caso o Brasil NÃO explore novas reservas de petróleo, o preço da gasolina pode disparar, chegando a R$ 40 por litro na bomba. Assista o vídeo abaixo.
Com esse cenário, a Margem Equatorial surge como a principal aposta para o futuro da produção de petróleo no país, mantendo o preço da gasolina baixo.
A região, que se estende entre os estados do Rio Grande do Norte e do Amapá, pode esconder ao menos 10 bilhões de barris de petróleo comercialmente viáveis.
Esse potencial é visto como uma grande oportunidade econômica. O governo estima que a exploração dessa área pode gerar um retorno de mais de R$ 1 trilhão para os cofres públicos.
A Petrobras aguarda uma autorização do Ibama para iniciar as atividades. Essa licença, segundo a CNN, deve ser liberada entre março e abril do próximo ano.
Para os especialistas, esse desenvolvimento é crucial para a economia nacional. Contudo, o assunto envolve uma série de questões complexas, como os impactos ambientais que podem afetar o ecossistema local.
A região da Margem Equatorial é sensível e ainda pouco estudada, o que gera apreensão entre os ambientalistas.
A proximidade com a foz do rio Amazonas aumenta o risco de danos irreversíveis ao meio ambiente, que abriga diversas espécies ameaçadas e desempenha um papel fundamental no equilíbrio climático global.
O debate sobre os benefícios e riscos dessa exploração se intensificou em 2023. Durante esse período, a Petrobras solicitou ao Ibama licenças para perfuração na área, mas o órgão negou, apontando a falta de estudos adequados sobre os impactos ambientais.
A decisão gerou um confronto direto com a empresa e reacendeu a discussão sobre como o Brasil deve conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental.
FONTE: CLICK PETROLEO E GAS