Na tarde desta quarta-feira, 4 de dezembro, na Casa de Cultura Gabriela Mendonça, aconteceu a formatura da turma do curso de Cerâmica Saramenha, parte do projeto “FAÇO ARTE”.
O Secretário de Cultura, Rafael Lana, abriu o evento destacando a importância do projeto para a cultura de Conselheiro Lafaiete, valorizando os mestres e fazedores de arte, aproximando-os do poder público e apoiando seu trabalho para que possam mostrar como sua arte é importante para a nossa cidade.
O mestre Rosemir Hermenegídio, por sua vez, demonstrou grande satisfação com o trabalho realizado e os resultados alcançados por sua segunda turma.
Para enriquecer ainda mais a tarde, músico Tuca Boelsums, agraciou com uma bela apresentação musical do grupo “Queluz de Minas”.Viva a Cerâmica Saramenha! Parabéns aos alunos do mestre Rosemir!
A história
A Cerâmica Saramenha, oriunda de Portugal, em Alentejo, introduzida no Brasil pelo Padre Viegas de Menezes, no final do século XVII, quando ele descobriu o Barro na região de Ouro Preto (MG), ainda presente em Conselheiro Lafaiete, graças ao Mestre Rosemir Hermenegídio foi declarada pelo CONSELHO MUNICIPAL DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO CULTURAL, ARTÍSTICO E PAISAGÍSTICO DE CONSELHEIRO LAFAIETE – COMPHAP- como registro bens imateriais. O estudo do processo foi iniciado ainda em 2020 e concluído no ano passado. O modo de fazer artesanal da cerâmica Saramenha é o 5ª bem registrado na área juntamente como: o Modo de Fazer as Violas de Queluz; Festival de Artes Cênicas – FACE; o Festival de Congado e o Festival de Bandas.
Rosemir mantém sua oficina e ateliê no Bairro Rochedo em Lafaiete (MG), onde fabrica, expõe e comercializa suas obras de artes. A tradição e gosto pela antiguidade foram herdadas de seu pai que é possuiu um antiquário, na Vila Resende, em Lafaiete, expondo em uma feira especializada em Belo Horizonte, como também de seu irmão, restaurador de móveis antigos.
É de produtos da natureza, como a argila, e metais como cobre, minério de ferro, sílica e a terra tabatinga e pedra moída que ele faz sua arte. “É uma alquimia”, sintetizou Rosemir. Após a preparação da argila, ele confecciona a peça no torno de cerâmica e leva ao forno por duas vezes para cozinhar e esmaltar quando nascem suas peças em diferentes estilos, cores e uma acabamento final que ilustra sua criatividade. Ele usa o torno elétrico que ele mesmo desenvolveu e criou para a fabricação da Cerâmica. Rosemir produz suas próprias ferramentas.
O processo de produção inclui elementos e práticas antigas como pilão, forno a lenha, dentre outras. Em Cristiano Otoni, ele mantém um forno de lenha para fabricação final de suas peças. Em 2018, Rosemir conseguiu, em uma exposição no Palácio das Artes, seu título de mestre na Cerâmica Saramenha, que guarda com orgulho, satisfação e mérito próprio sua dedicação em manter viva esta cultura e tradição.