De novo, Itaverava (MG): Prefeitura garante pagamento de salários nos próximos dias; ex-prefeito deixou mais de R$ 5 milhões em caixa para seu apadrinhado

Nos últimos anos, esta página de notícias foi tomada por dezenas de matérias jornalísticas acerca da simpática e hospitaleira Itaverava (MG), terra de Marília de Dirceu, musa do Movimento da Inconfidência Mineira. “Marília de Dirceu é o livro mais famoso de Tomás Antônio Gonzaga e fala do amor idealizado entre Dirceu e Marília. Assim, o apaixonado poeta declara seu amor à jovem Maria Doroteia.” Nesta veia histórica e poética, Itaverava escreveu belas passagens na história de Minas. Mas, ao contrário deste cenário, Itaverava viveu nos últimos tempos um cenário sombrio e tenebroso, envolto nas crônicas policiais que muito em breve ensejaram seus capítulos finais, quiçá, a verdade virá tona com seus cúmplices, comparsas e autores nas grades e com todo o enredo criminoso desvendado.

Salários

Também nos últimos 2 anos, a administração anterior foi alvo de críticas e reclamações contundentes acerca de atrasos de salários. Foram também dezenas de matérias. Em outubro de 2022, para citar um exemplo, a prefeitura atrasou a folha de pagamentos.

Eis que assume uma nova gestão, com esperança de mudanças e novos ventos de transparência e gestão comprometida com obras prioritárias, ao invés de shows milionários. E logo na primeira semana, o cenário se repete com atraso no pagamento do mês de dezembro, que deveria ser quitado até dia 8/01, conforme relataram servidores a nossa reportagem. Desta vez, a prefeitura justificou por erros materiais na elaboração da ata e posse dos eleitos, citando o cartório. Mas ontem (15) os equívocos foram sanados de vez, o que possibilitou a atualização das contas nas instituições bancárias. A prefeitura informou que aguarda mais 3 dias úteis para liberar o pagamentos dos servidores. A situação comprometeu a economia local.

Dinheiro em conta

Nossa reportagem apurou que no dia 30 de dezembro, os cofres da prefeitura foram abarrotados com a quantia milionária de cerca de R$ 4 milhões, oriunda de um dinheiro extra da Cfem (Compensação Financeira pela Exploração Minera), o imposto do minério. O município é talvez o único contemplado no Vale do Piranga. Ao final, o atual gestor, apadrinhado do ex-prefeito, recebeu a prefeitura em condições de tocar obras e nadando em dinheiro. Perguntamos a uma fonte, porque o ex-gestor, com recursos em caixa, não quitou os salários de dezembro. A informação fornecida foi que não houve tempo hábil.