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ITAVERAVA (MG) ESTREMECIDA: empreguismo, nepotismo, e aumento de salários diferenciados revoltam moradores; ações podem desencadear nova eleição

As eleições ainda não encerraram em Itaverava (MG), terra de povo hospitaleiro e aguerrido. Já nos primeiros meses de mandato, o Prefeito Delei do Bananal (PL), cuja vitória ainda é contestada na Justiça, em dois processos de abuso de poder econômico, compra de votos e uma série de supostas ilegalidades, agora ele alvo de denúncias de nepotismo desenfreado na administração, empreguismo e outras irregularidades. O ex-vereador e ex-secretário de saúde, Gilmar da Cruz Faria, mais conhecido como “Marinho”, “botou o dedo na ferida”, como diz a linguagem popular, e usou a Tribuna da Câmara, para atacar a gestão e graves denúncias de desmandos políticos.

Enquanto o prefeito concede uma revisão salarial de menos de 5% aos seus apadrinhados os aumentos em alguns cargos de primeiro escalão chegam a mais de 20%. “Não podem haver aumentos diferenciados no funcionalismo. Isso é ilegal”, disse. O ex-vereador também citou a realização de processo seletivo, com diversas suspeitas, quando há um concurso em vigor.  Segundo ele, diversos parentes de vereadores foram contratados pela atual gestão.

O Sindicado dos Servidores Públicos de Lafaiete e região já entrou na discussão. Caso seja aprovado o aumento diferenciado, a entidade vai acionar a Justiça. Diversas demandas foram apresentadas ao sindicato que atuar firme contra os abusos, cumprimento do concurso e atrasos de pagamentos.

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Ações na Justiça

Marinho tocou na situação periclitante de que as eleições ainda não terminaram e o atual gestor ainda não está situação eleitoral definida. Na primeira instância uma denúncia de abuso de poder econômico foi arquivada mas com multas de mais de R$ 60mil, ao ex-prefeito, atual gestor e vice. Porém, o Ministério Público recorreu Junto a Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e pode haver reviravolta jurídica.

Ainda tramita na Justiça uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) sobre abuso de poder político nas eleições de outubro, em que pede a promotoria pede inelegibilidade do ex-gestor para os próximos 8 anos, além da cassação do registro ou do diploma da chapa eleita, Wanderley Lopes, Wanderley do Bananal, e Fábio de Souza Pereira, além de multas. A ação se baseia em documentos e provas testemunhais e documentais. Diversos depoimentos e oitivas acontecem nesta sexta-feira (14), na 87ª Zona Eleitoral em Lafaiete.

A legitimidade da vitória é questionada pelo MPMG em que cita que fatos macularam o resultado, entre as quais a doação irregular e ilegal de lotes em ano eleitoral, no bairro bananal e na localidade do Sobrado. Cita o MPMG inclusive o prefeito eleito à época ocupava o cargo de vereador e se valeu eleitoralmente destas doações politicamente.

Entre os citados abusos, está a contratação, a peso de ouro, do show da famosa cantora Paula Fernandes, que se apresentou na localidade de Sobrado, às vésperas das eleições, distrito que garantiu a vitória de Wanderley do Bananal. O evento ocorreu no dia 14 de setembro de 2024 cuja licitação foi por inexigibilidade ao custo R$165 mil visando a inauguração do asfalto entre MG 482 a localidade que até então nunca havia presenciado um show de envergadura nacional.

Durante o show de Paula Fernandes, o prefeito instalou um telão ao lado do palco e nele transmitiu, o tempo todo, imagens da estrada que liga Itaverava a Monsenhor Isidro, que acabara de ser asfaltada, e de outras obras, evidenciado abuso político e publicidade ilegal.

Contratações

Em outra vertente da ação, o MPMG aponta no ano de 2024, a prefeitura abusou na contratação de servidores como forma de captação de sufrágio e das demissões pós votação como instrumento de retaliação. Há narrativas na Ação do prefeito usando o poder para coagir funcionários para votar no candidato apoiado por ele, caso contrário seriam dispensados. Há também promessas de nomeações.

Em janeiro de 2023, a prefeitura tinha 147 contratados e julho deste ano chegou a marca estratosférica de 198, sobretudo em maio, saltando 145 para 195. Somando-se os servidores contratados e os efetivos, alcança-se o impressionante número de 390 servidores, o que corresponde a 6,91% da população do Município. Isso sem mencionar os cargos comissionados e as funções de confiança.

Não bastassem as provas de uso da máquina pública em favor da candidatura da chapa eleita, mediante a contratação de servidores com a promessa de voto, após as eleições as provas tornaram-se mais robustas, tendo em vista a realização de demissões de contratados que mantiveram postura de neutralidade na campanha eleitoral, sem colocar adesivos em suas casas e sem participar das carreatas promovidas pela chapa. Em Itaverava, as eleições ainda não acabaram e novos fatos podem levar a um novo pleito.

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