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Três rodovias em Minas lideram em mortes no período do Carnaval

Tendo à frente a BR-365, três rodovias federais lideram em mortes no recesso, aponta mapa de risco do EM. Reação tardia do condutor puxa ocorrências

Nem a BR-381, com seu título de Rodovia da Morte, nem a BR-040, com alto volume de acidentes, ou a BR-116, a mais mortal de 2024. A BR-365, entre Montes Claros e Santa Vitória, foi a estrada mais violenta dos últimos dois carnavais em Minas Gerais, concentrando o maior número de mortes, um total de cinco, acima da BR-040 e da BR-381, que somaram quatro vítimas cada no período. O total de óbitos nessas rodovias mais que dobrou de 2023 para 2024, passando de sete para 15. É o que mostra um levantamento do Estado de Minas sobre dados de acidentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) dos dois últimos carnavais (2024 e 2023), associados às condições das estradas para situar os perigos das rodovias neste carnaval.


Quem vai viajar pelas rodovias de Minas neste carnaval deve ficar atento, pois, apesar de os dias concentradores de tráfego pesado serem hoje (28/2), amanhã (1º/3) e a Quarta-Feira de Cinzas (5/3), o histórico mostra que os acidentes vêm ocorrendo ao longo de todo o recesso. O levantamento do EM utilizou os anos de 2023 e de 2024, pois eles mantiveram o padrão das datas carnavalescas de antes da pandemia de COVID-19, que alterou o período do recesso e até cancelou os festejos. E é bom lembrar que a fiscalização será reforçada durante o período, o que aumenta também o risco de multas.


Considerando os registros da PRF nos carnavais de 2023 (17/2 a 22/2) e de 2024 (9/2 a 14/2), a ausência de reação dos condutores foi o fator que levou ao maior número de acidentes, chegando a 61 registros. Motoristas não reagem a tempo ou de forma adequada por desatenção, uso de dispositivos eletrônicos, cansaço ou não observância da sinalização, por exemplo, segundo a PRF.


BR-381 foi a que mais concentrou acidentes, com 108 acidentes durante o carnaval, a maior parte no segmento sul, a Rodovia Fernão Dias, para São Paulo. Na chamada Rodovia da Morte, entre BH e João Monlevade e que deve ser duplicada até Governador Valadares, os dois últimos carnavais na BR-381 registraram 17 acidentes, sem mortes. Os trechos com mais acidentes foram os que atravessam Governador Valadares, Nova Era, Sabará, com quatro ocorrências em cada um deles. As causas mais frequentes foram excesso de velocidade e ausência de reação dos condutores.


Contudo, o motorista não deve relaxar, pois justamente a existência de canteiros de obra, mesmo que inativos durante o recesso, e os muitos buracos, sobretudo no trecho de 30 quilômetros entre São Gonçalo do Rio Abaixo e João Monlevade, ainda inspiram cuidados.


Já na Rodovia Fernão Dias, entre Contagem e a divisa com São Paulo, Betim se destaca como o município onde mais acidentes ocorrem, a maioria ligada ao excesso de veículos de tráfego urbano misturados aos de passagem. Nos dois últimos carnavais foram 25 acidentes e 33 feridos. Em seguida vêm Cambuí, com seis acidentes; Pouso Alegre e Santo Antônio do Amparo, com cinco cada; Itaguara e Perdões, com quatro cada.


Ao todo, foram quatro mortes nos dois carnavais na BR-381, também na Fernão Dias. Duas delas em 2024, em Carmópolis de Minas, no sábado de carnaval, e na noite de domingo, em Itaguara, na Grande BH. Em 2023, houve outras duas mortes, em Estiva, e em Campanha. A causa predominante desses foi a ausência de reação dos motoristas, muito associada ao excesso de velocidade e a manobras imprudentes.


GRANDE BH E JUIZ DE FORA

Os municípios mineiros cortados pela BR-040 com mais acidentes nos dois últimos carnavais foram Juiz de Fora, com 11 ocorrências; Ribeirão das Neves, com 10; Contagem, com seis; Nova Lima, com cinco – dois deles em frente ao posto de entrada para o Retiro das Pedras, com dois feridos –; Paracatu, com cinco; e Sete Lagoas, com quatro.


De Belo Horizonte ao Rio de Janeiro, foram 29 acidentes, uma morte e 36 feridos. A maior parte dos acidentes (7) resultou da reação tardia ou ineficiente do condutor, seguido pelo excesso de velocidade (4). O tipo mais comum foi a saída de pista (8).


Entre Contagem e a divisa com Goiás, foram 37 acidentes e três mortes, com 48 pessoas feridas. Mais uma vez, a reação tardia ou ineficiente do condutor foi o maior causador de desastres, com seis ocorrências, seguidas de total falta de reação dos motoristas e não manutenção da distância de segurança, em quatro acidentes, cada. As saídas de pista foram a forma de acidentes mais numerosa, constando em nove ocorrências.


BR-040 registrou quatro mortes em acidentes, sendo que apenas uma ocorreu no segmento sudeste, que vai para o Rio de Janeiro. O óbito foi de um pedestre, atropelado na estrada em Juiz de Fora, na Zona da Mata, na altura do Km 781.


Para o noroeste, sentido Brasília, há longa alternância de asfalto desgastado e buracos de Sete Lagoas até Três Marias. Condições que agravam o sentido mais violento da BR-040 no carnaval, que registrou três mortes, sendo uma em cada um dos trechos que cortam os municípios de Curvelo (Região Central), Três Marias (Norte de Minas) e João Pinheiro (Noroeste de Minas). O acidente com morte em Curvelo foi em 2023, na altura do Km 395, na segunda-feira de carnaval, quando dois veículos bateram lateralmente depois de um dos condutores ter ignorado a preferência de travessia do outro. As outras duas mortes ocorreram em 2024.

FONTE: ESTADO DE MINAS

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