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Rota Cênica: Minas Gerais terá uma das estradas mais bonitas do país

Com 250 km ligando Lagoa Santa a Diamantina, percurso deve ser batizado de Estrada Cênica da Cordilheira do Espinhaço

Ela ainda sequer foi batizada, mas o trecho da rodovia que começa no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, terá nome e sobrenome. A Estrada Cênica da Cordilheira do Espinhaço será a primeira rodovia contemplativa de Minas Gerais, figurando ao lado de outras estradas famosas pela beleza do percurso como a da Serra do Rio do Rastro (SC), a Rio Santos (BR-101), a Rota Romântica (RS), a Transpantaneira (MT), a Estrada da Graciosa (PR), a Maceió-Maragogi (AL) e a Rodovia da Chapada (BA).

Lançada nesta terça-feira (15/4) pelo governo de Minas e Anglo American, a rodovia é um projeto estratégico que valoriza um dos maiores tesouros ambientais, históricos e culturais do Brasil, a cordilheira do Espinhaço, reconhecida como Reserva da Biosfera da Unesco. A proposta é consolidar os destinos inseridos nessa monumental paisagem natural como referências turismo de natureza, espiritualidade, gastronomia e cultura.

Para o lançamento da Rota Cênica, os prefeitos de Conceição do Mato Dentro, Congonhas do Norte, Diamantina, Morro do Pilar, Santana do Riacho, Santo Antônio do Itambé e Serro compareceram ao evento. A rota abrange 11 municípios – Lagoa Santa, Jaboticatubas, Santana do Riacho, Morro do Pilar, Conceição do Mato Dentro, Congonhas do Norte, Alvorada de Minas, Dom Joaquim, Santo Antônio do Itambé, Serro e Diamantina. 

A nova rota, que integra quatro circuitos turísticos (Circuito das Grutas, Circuito Serra do Cipó, Circuito Trilhas do Rio Doce e Circuito dos Diamantes, conecta atrativos que compõem o patrimônio mundial, como Diamantina e Serro, berço da produção do Queijo Minas Artesanal (QMA), unindo o Parque Nacional da Serra do Cipó, área de biodiversidade, com regiões como Conceição do Mato Dentro, com cachoeiras espetaculares e tradições culturais.

 “O Brasil precisa conhecer o valor da cordilheira do Espinhaço. Ela abriga patrimônios naturais e culturais únicos, como a serra do Cipó, os centros históricos de Serro e Diamantina e o Queijo Minas Artesanal, agora reconhecido como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. Estamos transformando essa riqueza em experiência para o mundo”, afirma Leônidas Oliveira, secretário de Estado de Cultura e Turismo.

A Rota nasceu do Programa de Desenvolvimento Regional Colaborativo (DRC) da Anglo American e foi adotada pelo governo de Minas como política estratégica. “Estamos diante de uma nova fronteira do turismo sustentável no Brasil. A rota une comunidades, valoriza a cultura, protege o meio ambiente e gera desenvolvimento. É um legado construído a muitas mãos”, afirma Ana Cunha, diretora de Assuntos Corporativos e Sociais da Anglo American.

Segundo Gustavo Campos, secretário de Turismo de Conceição do Mato Dentro, a Rota Cênica é um projeto antigo, da época de criação dos circuitos turísticos e das Instâncias Regionais de Governanças (IGR). “A primeira ideia era conectar grutas, montanhas e diamantes. Enquanto as estradas-parque margeiam ou passam por dentro de unidades de conservação, as estradas cênica se estruturam na parte turística, nas belezas no seu entorno”, explica. 

A estrada tem 250 km e passa por 11 municípios, começando em Lagoa Santa, porta de entrada para o turista, e termina em Diamantina. Boa parte da rota está na MG-010 até o Serro, depois se integrando à Estrada Real. “A rodovia já dxiste, é uma realidade, mas precisa ser estruturada”, enfatiza Campos. Falta, segundo ele, um projeto de lei que regulamente a estrada cênica, como nos Estados Unidos, definindo uma estrutura mínima para o percurso.

“Na verdade, é uma estrada que nunca vai ficar totalmente pronta”, afirma o secretário. Campos cita a necessidade de “asfalto de qualidade, duplicação de trechos, implantação de sinalização, criação de mirantes e pontos de contemplação e instalação de câmeras de segurança. “Vamos precisar de estar melhorando essa rota sempre”, acrescenta. Ele projeta para cinco a seis anos a estruturação da Rota Cênica, se governos estadual e federal unirem esforços. 

FONTE: O TEMPO

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