De ataques previstos em Ezequiel a alianças com o anticristo e a volta de Cristo em Jerusalém, escrituras do Antigo e Novo Testamento descrevem o papel central de Israel no fim dos tempos
O papel de Israel nos últimos dias, segundo as Escrituras Sagradas, envolve guerras, alianças de paz, traições e uma intervenção divina final.
Passagens bíblicas de livros como Ezequiel, Daniel e Apocalipse têm sido interpretadas por religiosos como previsões de eventos atuais no Oriente Médio, reacendendo discussões sobre o cumprimento profético.
Conflitos, nuvens de guerra e o relógio de Deus
Em Ezequiel 38, a Bíblia menciona que Israel nos últimos dias será atacado “como uma nuvem de tempestade“, referência que estudiosos cristãos associam às atuais tensões com Irã, Hamas e aliados.
Israel é considerado por algumas doutrinas escatológicas como o “relógio de Deus”, com cada guerra e tentativa de paz funcionando como um marco profético.
Essa visão também se apoia em Zacarias 12:3, onde Jerusalém é descrita como uma “pedra pesada para todos os povos”, aludindo ao papel central da cidade nos conflitos internacionais.
No Novo Testamento, o livro do Apocalipse reforça a ideia de um cerco contra Israel, seguido pela manifestação de uma intervenção divina.
Daniel 9:27 reforça o simbolismo ao mencionar um pacto de sete anos firmado com muitos, que seria rompido na metade.
Esse trecho é visto como uma referência ao surgimento do anticristo e à falsa paz que precederia uma destruição repentina.
Profecias sobre o anticristo e a falsa paz para Israel nos últimos dias
Em 1 Tessalonicenses 5:3, há o alerta: “Quando disserem: ‘Há paz e segurança’, então lhes sobrevirá destruição repentina”.
Para muitos religiosos, o recente debate sobre um acordo de paz entre Israel e Hamas seria mais um sinal desse cenário escatológico, ligando diretamente os eventos atuais às profecias milenares.
Outros textos reforçam essa linha de interpretação. Segundo Apocalipse 13:7-8, o anticristo surgirá com autoridade global, sendo adorado por nações e tribos.
Essa figura estaria por trás do falso tratado de paz que enganaria Israel e o mundo, preparando o palco para a guerra final.
Zacarias 14 também é citado por denominações religiosas ao prever que Jerusalém será atacada por diversas nações, mas que Deus intervirá diretamente para defender o seu povo, transformando a cidade em epicentro de um evento sobrenatural.
A punição, a dispersão e a promessa de restauração
O livro de Amós capítulo 9, por sua vez, retrata o julgamento divino sobre Israel por sua infidelidade, descrevendo castigos que envolvem perseguições, exílios e destruição.
Ainda assim, o texto termina com uma promessa de restauração: Israel será plantado de novo em sua terra e nunca mais será desarraigado.
Essa ideia de restauração também está presente nos relatos históricos de destruição e reconstrução. A queda do Templo de Salomão em 587 a.C., o cativeiro na Babilônia e a destruição do Segundo Templo em 70 d.C. são vistos por estudiosos bíblicos como ciclos de disciplina e renascimento espiritual do povo israelense.
A diáspora judaica, o Holocausto e o retorno do povo judeu à sua terra natal em 1948 são, para muitos cristãos, um cumprimento literal dessas profecias, especialmente à luz de textos como Isaías e Jeremias.
Geopolítica e a leitura escatológica moderna
Mesmo com a forte presença religiosa nas interpretações dos eventos, especialistas em geopolítica alertam que os conflitos no Oriente Médio devem ser analisados também sob lentes históricas, políticas e econômicas.
A rivalidade entre Israel e Palestina, agravada pela ocupação de territórios e pela disputa por Jerusalém, remonta ao século XX.
Além das questões internas, potências como Estados Unidos, Irã, Rússia e países árabes atuam diretamente na região, influenciando acordos, embargos e ações militares.
Esse tabuleiro internacional adiciona camadas complexas à leitura estritamente profética dos acontecimentos.
FONTE: CLICK PETRÓLEO E GÁS