O prefeito de Congonhas, Anderson Costa Cabido (PSB), exonerou nesta segunda-feira (22) o secretário municipal de Saúde, Geraldo Gilmar Ataydes Seabra. A medida foi publicada em edição extra do Diário Oficial Eletrônico. Apesar da saída “a pedido”, a decisão acontece em meio a fortes críticas na condução da pasta, considerada o ponto mais vulnerável da atual administração. Por duas vezes, Seabra foi convocado à Câmara Municipal para prestar esclarecimentos sobre sua gestão, alvo de reclamações da população e vereadores. Com a saída do médico, reconhecido pela sua competência profissional, o Vereador Coelhinho perde o mandato e Gilmar Seabra reassume o mandato.
A alteração, já prevista em meio ao turbilhão político, ocorre em meio a um cenário de grandes desafios na gestão municipal. Congonhas atravessa dias difíceis, pressionada por demandas crescentes no sistema de saúde, críticas sobre a condução administrativa e um ambiente político marcado por tensões.
No dia 16, o Secretário de Planejamento, com forte ligação com o governo municipal, Nathan Felipe, também foi exonerado, meio a muitas especulações. Com essa saída, já são 5 mudanças no secretariado em menos de 10 meses de governo, o que acentua a percepção de instabilidade na equipe de primeiro escalão. Ainda não foi definido quem assumirá interinamente a Secretaria de Saúde, setor estratégico e alvo de maior desgaste para a gestão Cabido.

Novo nome
Em meio ao cenário, o nome do vice-prefeito José de Freitas Cordeiro, o Zelinho(foto), voltou ao centro do debate político em Congonhas. Experiente, advogado de formação, duas vezes prefeito e agora no terceiro mandato como vice, ele passou a ser apontado nos bastidores como opção para comandar a Secretaria Municipal de Saúde, setor que se tornou o epicentro da crise administrativa da cidade.
A especulação ganha força em um contexto de forte pressão sobre o sistema de saúde. A UPA funciona no limite, o Hospital Bom Jesus atravessa mudanças de gestão e o projeto de uma nova estrutura hospitalar precisa sair do papel. Somam-se a isso os impactos ambientais da mineração, como a poeira que recorrentemente encobre bairros da cidade e influencia diretamente na saúde da população.

Ao ser cogitado para a Saúde, Zelinho carrega consigo não apenas o peso da experiência administrativa, mas também o simbolismo político. Sua presença na pasta poderia representar uma tentativa do governo de Anderson Cabido de dar maior estabilidade a uma área sensível e, ao mesmo tempo, sinalizar à população que o núcleo do poder municipal está disposto a assumir responsabilidades diretas.
A eventual ida do vice para o comando da Saúde seria um movimento ousado. Encurtaria a cadeia decisória, centralizaria a condução das políticas públicas e transformaria Zelinho em protagonista de uma gestão que precisa dar respostas rápidas. Para a população, seria a mensagem de que o governo não pretende terceirizar a crise, mas enfrentá-la com o peso de seu quadro político mais experiente.
Se essa articulação se confirmar, Congonhas terá um vice-prefeito no coração da administração, encarregado de dar rumo a uma rede de saúde pressionada por demandas crescentes e pela herança de gestões anteriores. A cidade, por sua vez, aguarda sinais de que, em meio à poeira e às incertezas, é possível vislumbrar soluções concretas.