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Policial penal que atirou em menina de 10 anos será ouvido em audiência em Piranga: ‘um covarde’, diz pai

O policial penal da ativa, Marcio da Silveira Coelho, 34 anos, que confessou ter atirado várias vezes contra o carro onde estava uma menina de 10 anos, será ouvido no Fórum de Piranga, na Zona da Mata mineira. A vítima, Lavínia Freitas de Oliveira e Souza, de 10 anos de idade, levou um tiro na cabeça e faleceu após ficar quase um mês internada na Santa Casa de Juiz de Fora. Em depoimento, o reú confessou que atirou contra o carro que o pai da menina dirigia pois teria sido ‘fechado’ pelo motorista na estrada do bairro rural 20 Alqueires, que faz parte do município de Porto Firme, também na Zona da Mata. A realização da audiência de instrução e julgamento do processo criminal está prevista para os dias 2 e 3 de dezembro. Ambas terão início às 14h e serão realizadas por videoconferência. Serão ouvidas 14 testemunhas além do interrogatório do réu. A decisão se ele irá ou não a julgamento por júri popular ocorrerá após o encerramento desta fase do processo. 

Marcio Coelho é lotado no sistema prisional da cidade de Ponte Nova. Ele responderá por homicídio consumado com três qualificadoras e homicídio tentado, também com três qualificadoras. As qualificadoras são: motivo fútil, emprego de meio que resultou em perigo comum e recurso que dificultou ou impossibilitou a defesa das vítimas. Ele foi preso em flagrante no dia 15 de junho, em sua casa, e permanece custodiado até o presente momento, à disposição da Justiça.

O pai da vítima

Marcelo de Oliveira e Souza, pai da vítima, espera que o réu pague na prisão. “Que essa pessoa que cometeu essa atrocidade continue preso e que fique preso por muito tempo, porque realmente é uma pessoa covarde. É uma ameaça para a sociedade”, desabafou Marcelo. 

O pai de Lavínia disse que a filha está fazendo muita falta e que apesar de toda tristeza, ele arranja forças para ver a justiça em nome da sua filha. “Todos os familiares e amigos sentem muito falta da Lavínia, que era uma menina maravilhosa, com um futuro inteiro pela frente, tinha notas boas na escola, uma filha maravilhosa. É um vazio que é impreenchível”, completou. 

O advogado criminalista Werner Geraldo Carneiro Alvim, assistente de acusação, disse que o ato do réu foi de extrema violência, desproporcional à situação relatada no dia dos acontecimentos. “Trata-se de um caso de extrema gravidade, que envolve a morte de uma criança e a tentativa de homicídio contra seu próprio pai. A condição funcional do réu também será objeto de análise no contexto processual”, relatou Marcelo.

O crime

O caso aconteceu no dia 15 de junho deste ano em Porto Firme, cidade vizinha a Piranga. Imagens de uma câmera de vigilância na estrada registraram o veículo em que Lavínia Freitas de Oliveira estava com o pai passando pela rodovia. Nas imagens, é possível ver dois carros trafegando. Logo em seguida, são ouvidos disparos em sequência. O pai da menina acionou a Polícia Militar. Ele contou que dirigia pela estrada quando percebeu outro carro em alta velocidade atrás do dele. Segundo o homem, esse veículo teria se aproximado muito, então ele diminuiu a velocidade, momento em que acabou sendo ultrapassado pelo suspeito, que atravessou com o carro na sua frente e desembarcou.

Segundo o pai, pensando se tratar de um assalto, ele acelerou o carro, momento em que ouviu vários disparos. Ao perceber que a filha, que estava sentada no banco dianteiro do passageiro, havia sido atingida por um tiro na cabeça, o pai acelerou o veículo em direção ao hospital. Lavínia morreu um mês após ser internada na Santa Casa de Juiz de Fora, na Zona da Mata.

Em depoimento na Delegacia de Polícia Civil em Viçosa, o atirador alegou que dirigia um Chevrolet Onix e que teria se sentido ameaçado após levar uma ‘fechada’ no trânsito. Ainda conforme o suspeito, ele não sabia que a menina havia sido baleada. A arma do crime foi apreendida.

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