Um homem de 53 anos, acusado de agredir brutalmente a companheira, de 46, em Juiz de Fora (MG), na Zona da Mata, foi indiciado por tortura e cárcere privado, informou a Polícia Civil do município nesta segunda-feira (1º/12). O crime aconteceu no último dia 23, após o casal deixar uma festa e a mulher pedir a separação.
“O homem, motivado por ciúmes, restringiu a liberdade da vítima e a agrediu fisicamente, o que resultou em lesões gravíssimas, incluindo uma mutilação permanente — ele mordeu, arrancou e engoliu parte da boca da mulher”, explicou a delegada Alessandra Azalim, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
A mulher conseguiu fugir depois de ficar várias horas presa na residência do companheiro, no Bairro Esplanada. Acompanhada da irmã, a vítima buscou atendimento no Hospital de Pronto-Socorro Dr. Mozart Teixeira (HPS). A Polícia Militar foi acionada.
Em depoimento aos militares, a mulher contou que mantinha um relacionamento com o homem há oito meses. Segundo relatou, eles estavam em uma festa quando notou que o companheiro estava bebendo demais — o que a deixou apreensiva devido ao histórico de violência em decorrência do consumo excessivo de álcool. Ao pedir que maneirasse na bebida, o homem se irritou e deixou a festa, mas voltou pouco depois para buscá-la.
A mulher contou à PM que foi para a casa do homem e, durante o trajeto, informou a ele o desejo de pôr um fim na relação. Logo, assim que chegasse ao local, ela pegaria seus pertences e iria embora.
Já dentro do imóvel, de acordo com o depoimento, o namorado começou a agredi-la com socos no rosto e causou uma lesão permanente ao arrancar um pedaço do lábio dela com uma mordida. Mantida em cárcere, ela aproveitou quando o companheiro dormiu e fugiu. A PM localizou o homem sentado no sofá de casa. Apesar de negar as acusações, ele foi preso.
“A mutilação sofrida demonstra um comportamento desumanizado do agressor, que marcou o corpo da vítima como se ela fosse um território sob seu domínio. Nenhuma mulher é propriedade de qualquer homem. Nenhum motivo, inclusive ciúmes, autoriza agressões”, avaliou a delegada.
O inquérito foi remetido ao Ministério Público, que avaliará a investigação conduzida pela Polícia Civil. Inexistindo impeditivos, a expectativa é de que o órgão apresente denúncia à Justiça.

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