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Garimpando – Um bairro encantado – 4

No anexo I do livro citado vem um estudo feito pelo historiador lafaietense

Allex Assis Milagre sobre os demais filhos de Manoel Pereira Brandão,

destacando a importância “desse clã que teve participação

destacada na vida social, política, artística e cultural desta terra”.

 

            Hoje o assunto é o lugar onde começou, em nossa terra, a arte do bordato típico de Castelo Branco lá de Portugal e atualmente tem sido desenvolvido de modo bem parecido pelas bordadeiras do Bairro São Benedito de nossa cidade. Será focalizado o Distrito de São Gonçalo do Brandão.

            As fotos a seguir são: a primeira do templo construído no século XVIII por Manoel (de Azevedo) Pereira Brandão, segundo provisão a ele concedida em 1726 e que foi, há poucos anos, restaurada, como se vê na foto, pois estava em ruínas; a segunda foi construída no século passado e é usada nos tempos atuais. A igreja primitiva fica atrás da igreja mais recente.

Imagens da Internet: Circuito Villas e Fazendas de Minas

Em 2005 foi lançado um livro muito interessante: “CAMINHOS DO CERRADO – A trajetória da Família Pereira Brandão”, escrito por José Américo Ribeiro, Eduardo Carvalho Brandão e Olímpio Garcia Brandão, descendentes de Manoel Pereira Brandão, portanto com raízes em nossa Conselheiro Lafaiete.

            A obra, em formato grande e com 561 páginas, grande também na essência, focaliza a genealogia do varão português, Manoel (Azevedo Pereira Brandão, filho de Lucas Pereira e Maria Brandão, que chegou a Carijós por volta de 1720, casado com Jerônima do Pinho, filha de Estevão João e MariaTavares, trazendo os filhos Manoel, Damiana Roza de São José, João, Alexandre, Theodósio (antepassado dos autores) e Roza Maria de São José. Vieram eles da freguezia de São Miguel de Urrô, Conselho de Arouca, bispado de Lamego, distrito de Aveiro, em Portugal, desenvolvendo, de modo detalhado e extenso, a descendência de Theodósio, que é a linha direta de parentesco deles, os autores. Esse trabalho  é feito de maneira muito atraente pela quantidade de fotos e de fatos acontecidos com membros da família.

            A ilustração do livro é farta, com      um mapa de Queluz, desenhos e fotos de nossa terra, como da antiga igreja, na época em que foi escrito o livro quase em ruínas (agora totalmente recuperada), da igreja nova de São Gonçalo, da gravura do movimento de 1842 em Queluz e da nota de 100 cruzeiros em homenagem ao Duque de Caxias, focalizando (vejam só que homenagem!…) a batalha de Queluz onde a tropa de  Caxias foi derrotada. Quando descobriram o desagradável deslize, logo depois de lançada, foi retirada de circulação. Há uma nota dessas no Museu Perdigão.

            A referência ao Movimento de 1842 se dá porque o filho lá de São Gonçalo do Brandão, Marciano Pereira Brandão, foi o principal artífice da vitória do Movimento em Queluz. MARCIANO PEREIRA BRANDÃO, que teve o nome inscrito na história de Minas Gerais pela sua brilhante atuação no Movimento Liberal de 1842, cujos cenários foram as províncias de São Paulo e Minas.
Conta o livro do CÕNEGO MARINHO, que participara do conflito, que o capitão MARCIANO BRANDÃO “aderiu cordialmente ao Movimento e que, com lealdade e zelo, serviu até o último instante”. Estando Queluz sob o domínio dos Legalistas, o CAPITÃO MARCIANO deu o seu parecer sobre a situação dizendo que poderia tomar a vila de Queluz. Assim relata o Cônego Marinho, falando a respeito de Marciano:
“Propôs ele, então, que se lhe confiassem duzentos homens (talvez tenham tido dúvida sobre a eficiência do plano porque lhe confiaram apenas 150), com os quais iria, naquela mesma noite, sem que o pressentissem os Legalistas, ocupar as estradas de Ouro Preto, Congonhas e Suaçuí; que no dia seguinte (25 [de julho]) fosse uma das colunas acampar defronte a Vila, na Estrada do Rio de Janeiro, e outra na de Itaverava, as quais deviam ir sucessivamente apertando o cerco até que os Legalistas se concentrassem todos na povoação, caso em que lhes seriam tomadas as fontes e eles, obrigados pela sede, entregar-se-iam à discrição).” Concordaram com sua sugestão.
MARCIANO BRANDÃO, EXCELENTE ESTRATEGISTA! Com sua proposta, levou os liberais à vitória. Aliás, QUELUZ foi o único lugar em que as tropas Legalistas foram vencidas, para se ver a importância do fato. Ao amanhecer do dia 26 de julho, a tropa legalista, com lenços brancos na ponta das baionetas, entregou-se. Foi assim que Marciano Pereira Brandão, neto de Manoel Pereira Brandão, inscreveu o seu nome nas páginas da HISTÓRIA DE MINAS GERAIS.”

Fotolito focalizando cena do Movimento

No anexo I do livro citado vem um estudo feito pelo historiador lafaietense Allex Assis Milagre sobre os demais filhos de Manoel Pereira Brandão, destacando a importância “desse clã que teve participação destacada na vida social, política, artística e cultural desta terra”.

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