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Capela de Santo Antônio depende da sorte para permanecer em pé; provedor diz que abalos sísmicos provocados por explosões de mineradora comprometem estrutura

Provedor alerta que capela pode cair a  qualquer momento e irmandade busca recurso de R$6 milhões para a sua restauração

Para conter infiltrações foram colocados laminados no telhado/CORREIO DE MINAS

Quem visita a histórica capela de Santo Antônio, exemplar do século XVIII e tombado pelo Município de Lafaiete, e um dos mais emblemáticos patrimônios históricos de Lafaiete, se depara com um bem em avançado processo de deterioração, talvez bem mais acelerado do que muitos imaginam.

A estrutura está comprometida, telhado com infiltrações, paredes deslocadas que não mais suportam o peso, rachaduras diversas, apodrecimento de madeiras, ação de cupins no altar e uma série de problemas que apressam a urgência de uma reforma e clamam por socorro. “Ela pode cair a qualquer momento ou mesmo desabar por partes. Toda a estrutura estpá comprometida”, assinalou Marcos Gonçalves, provedor da Irmandade de Santo Antônio, entidade que zela pela Capela construída em estilo colonial.

O cenário é desolador e inspira uma ampla mobilização dos lafaietenses, antes que seja tarde demais para salvar um bem que faz parte da formação da cidade. “A igreja requer reformas urgentes e cuidados necessários para a sua preservação. A situação do bem é preocupante”, antecipou o provedor. Conta com isso também a descaracterização da igreja, como inúmeras pinturas sobre a original.

Adobe ressecado de mais de 250 ab=nos não suporta peso da estrutura/CORREIO DE MINAS

Diante do quadro, o provedor está precavendo para manter a guarda das imagens e outros bens móveis antecipando a qualquer problema e transferindo os bens para um lugar mais seguro.

Em um esforço, a irmandade se movimenta em busca de parcerias. No final do ano passado o Instituto Meraki conseguiu a aprovação de um projeto junto a Lei Rouanet e ao IEPHA que prevê a restauração e reforma da Capela e de imagens sacaras de valor inestimáveis, como a de Santo Antônio, Nossa Senhora da Piedade, São João Evangelista, São Joaquim, Nossa Senhora do Rosário e crucifixo primitivo. As peças compõem a riqueza da capela cuja fundação remonta ao ano 1751.

Cupins destroem altar/CORREIO DE MINAS

Os projetos elaborados e aprovados facilitam a busca de financiamento seja público ou privado. Este é agora o caminho que a Irmandade e o Instituto Meraki trilham para executar os projetos cujos valores chegam a R$ 5 milhões. “Queremos ver esta igreja com seu brilho original”, revelou Marcos, confiante em arrumar uma fonte de recursos.

Os diretores do Instituto estão confiantes na sensibilização da iniciativa privada pelo valor que representa o bem histórico. “Estamos trabalhamos em parceria com a irmandade na busca destes recursos ou parte deles para iniciarmos a obra. A gente conta com a generosidade daqueles empresários ou empresas como Vale, CSN e outras para abrir as portas para a apresentação do projeto. A importância deste bem ultrapassa as fronteiras de Lafaiete e faz parte da história regional”, sintetizou Marluce Albino, uma das diretoras do Meraki.

Provedor diz que capela sofre com abalos sísmicos do Morro da Mina

O provedor Marcos Gonçalves e os diretores do instituto Meraki, Marluce Albino e Reinaldo Meireles/CORREIO DE MINAS

O provedor da Irmandade assinalou que a Capela de Santo Antônio é alvo de abalos sísmicos provocados por explosões da mineradora Vale, no Morro da Mina. Segundo, em certos dias da semana, a capela sofre movimentações que atingem a integridade do bem. “Apesar de não ser intenso este pequenos abalos provocam movimentações que aceleram as rachaduras e mexem constantemente no telhado. Isso gente percebe quando há explosões”, observou.

Segundo ele, os moradores de casas ao redor da Capela e ao longo da Duque de Caxias relatam os abalos. Marcos diz que a região desde o Morro da Mina até a Capela estão sobre uma grande rocha. “Qualquer movimentação provoca ao poucos estragos na igreja e comprometem a estrutura. Estamos agora em uma fase muito crítica em que a capela está prestes a cair. A situação vem se agravando ano a ano e chegou em um momento de chamar a atenção das autoridades. Temos que salvar nossa histórica capela”, relatou Marcos.

Outro problema que agrava a estrutura do exemplar é tráfego intenso de caminhões. O peso dos veículos trepida a capela e colaboram na deterioração. “O projeto de restauração foi aprovado no âmbito da Lei Nacional de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), o que significa que empresas interessadas em patrocinar o projeto podem custeá-lo e obter benefícios fiscais correspondentes. Não chegou ao Ministério Público qualquer questão a esse respeito de abalos sísmicos”, disse o promotor e curador do patrimônio histórico, Glauco Peregrino.

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