Os deputados João Leite (PSDB) e Glaycon Franco (PV) visitaram, nesta segunda-feira (13/8/18), o Museu Ferroviário de Conselheiro Lafaiete, conhecendo ainda oficinas, trechos e equipamentos ferroviários localizados no município, boa parte deles desativados. Os parlamentares representaram a Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), que é presidida por João Leite.
Conselheiro Lafaiete é um dos destaques do Estado no que se refere ao patrimônio ferroviário. A cidade abriga uma das primeiras estações de embarque e desembarque em Minas, além de prédios de oficinas e empresas de manutenção. A maior parte desses empreendimentos, porém, está fechada, enquanto locomotivas e vagões vão se deteriorando.
A estação ferroviária, construída no século XIX, foi transformada em museu e biblioteca, por meio de parceria entre a prefeitura e a MRS Logística S/A, concessionária que opera a Malha Regional Sudeste da antiga Rede Ferroviária Federal S/A. O museu está quase concluído, mas ainda não foi inaugurado.
Outra instalação ferroviária importante de Lafaiete que também foi visitada pelos deputados é a antiga fábrica de vagões da Companhia Industrial Santa Matilde, que está desativada. De acordo com João Leite, durante a visita foi constituída uma comissão para discutir a recuperação deste e outros equipamentos ferroviários localizados no município.
Deputado prevê geração de 500 empregos
“Há um entendimento para que a MRS assuma a fábrica da Santa Matilde e reforme os equipamentos no próprio município, o que deve gerar 500 empregos em Lafaiete”, afirmou o parlamentar. De acordo com o presidente da Comissão Pró-Ferrovias, a prefeitura mostrou grande interesse em retomar estruturas ferroviárias desativadas, a exemplo do que aconteceu com a antiga estação.
João Leite e Glaycon Franco também estiveram na área de manutenção da MRS Logística. A empresa foi constituída em 1996, ano em que também venceu o leilão de privatização de algumas das mais importantes ferrovias do País, que ligam Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte, além da Ferrovia do Aço e a Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. A empresa é controlada pela CSN, Minerações Brasileiras Reunidas S/A (MBR), Vale, Usiminas e Gerdau, além de outros acionistas menores.
A Comissão Pró-Ferrovias da ALMG tem realizado uma série de reuniões e visitas para discutir a necessidade de revitalização do patrimônio ferroviário de Minas e evitar que o dinheiro arrecadado com as licenças para exploração das linhas mineiras vá para outros Estados.
De acordo com as regras atuais, as empresas concessionárias podem pagar o dinheiro devido à União com obras. Com o valor arrecadado por meio das concessões dentro de Minas Gerais, cerca de R$ 9 bilhões, segundo o deputado João Leite, está prevista a construção de um anel ferroviário em São Paulo e também a utilização em obras para escoamento de grãos no Mato Grosso. Os deputados mineiros consideram que o Estado não pode abrir mão destes recursos.