Lista foi elaborada pela agência espanhola Civitati e confirma o potencial da história e do patrimônio de Minas Gerais como atrativo turístico
Quatro das 10 igrejas mais bonitas do Brasil estão situadas em Minas Gerais. A afirmação é da agência espanhola Civitatis, que listou diferentes construções dos mais variados estilos arquitetônicos espalhadas pelo país. Com isso, Minas Gerais é o estado que mais aparece na lista e confirma-se, mais uma vez, o potencial de seu legado histórico e de seu patrimônio cultural como atrativos turísticos que chamam a atenção do mundo todo.
No rol elaborado pela agência, a Matriz de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto; a Basílica do Bom Senhor Jesus de Matosinhos, em Congonhas; a Igreja São Francisco de Assis, em Belo Horizonte, e a Igreja Nossa Senhora do Ó, em Sabará, ocupam os 2º, 3º, 8º e 9º lugares no ranking, respectivamente. Confira a lista completa AQUI.
A Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, em Ouro Preto, é considerada um exemplo perfeito do barroco mineiro. Tanto pela representação do recurso cênico, uma característica marcante na arte desse período, quanto pela importância dada à riqueza como prova de devoção, uma característica da sociedade da época: são cerca de 400 quilos de ouro cobrindo seus ornamentos, o que dá ao seu interior um admirável brilho dourado. Um deslumbramento intensificado ainda mais pelo primoroso trabalho da carpintaria de Antônio Francisco Pombal, o tio de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. A imagem da Virgem do Pilar, rodeada por vários anjos e querubins, reina no alto da capela-mor, e eles não estão sozinhos: no teto, o forro da nave, de estilo rococó, exibe quinze painéis que ilustram passagens do Antigo Testamento e fazem um fascinante convite à meditação.
Também reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural Mundial, a Basílica do Bom Senhor Jesus de Matosinhos, em Congonhas, é considerada uma das obras-primas do barroco mundial. O trabalho entregue em 1805 é formado por 12 esculturas dos profetas em pedra sabão, seis capelas que representam os passos da Paixão de Cristo, compostas por 66 esculturas em madeira, além da Igreja do Bom Jesus em estilo rococó. Assinam os grandes artistas do período colonial: Antônio Francisco Lisboa e Manoel da Costa Athaíde.
A Igreja São Francisco de Assis, em Belo Horizonte, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, foi considerada uma grande inovação arquitetônica. Seu interior abriga a Via-Sacra, composta por 14 painéis de Cândido Portinari. Os jardins são assinados por Burle Marx e os baixos-relevos em bronze foram esculpidos por Alfredo Ceschiatti. Além de ser uma das imagens mais representativas da religiosidade do povo mineiro, a Igrejinha da Pampulha, como é chamada, é também um dos mais conhecidos “cartões postais” de Belo Horizonte, uma obra-prima do Conjunto Arquitetônico da Pampulha, que recentemente também recebeu o título de Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO.
Última da lista, porém não menos importante, é a Igreja de Nossa Senhora do Ó, em Sabará: Um marco do barroco mineiro, é também cartão postal da cidade e mundialmente conhecida. Foi construída em 1717, em louvor a Nossa Senhora da Expectação do Parto, e seu nome vem da festa que era comemorada na semana que antecede o Natal, com cânticos das ladainhas, repetindo a cada dia as sete antífonas, sempre precedidas por um “Oh”. Com isso, a Virgem e a Igreja passaram a ser conhecidas popularmente como Nossa Senhora do Ó. É representativa da primeira fase do barroco mineiro e um atrativos turísticos mais visitados em Sabará.
Foto: Basília Bom Jesus do Matosinhos, em Congonhas (Xará/Acervo Secult)