Por João Vicente
No dia 8 de maio de 1945, a Alemanha nazista se rendeu aos Aliados na Segunda Guerra Mundial, marcando o fim da guerra na Europa. A Força Expedicionária Brasileira (FEB) desempenhou um papel importante nas batalhas na Itália, lutando corajosamente ao lado dos Aliados. Neste dia de comemoração da vitória, honramos e agradecemos aos bravos soldados da FEB por seu sacrifício e dedicação à liberdade. Parabéns, FEB.
O Brasil forneceu 25.000 soldados que foram para Europa. Centenas tombaram em combate, milhares voltaram mutilados e com problemas psiquiátricos. Todos os pracinhas que voltaram vivos foram dispensados e abandonados pelas Forças Armadas Foram proibidos de receberem homenagens, de relatar a realidade deles nos campos de batalha e sem receber um tostão, o que levou milhares desses pracinhas para o alcoolismo, suicídio e até para a criminalidade. Leia abaixo um trecho da matéria intitulada “Em busca da “guerra boa” dos pracinhas”( fonte- Revista Fapesp, 2013, agosto, Edição 210)
(No Brasil, apesar das festas na chegada, os expedicionários foram rapidamente desmobilizados. “A razão foi política: tanto as autoridades do Estado Novo em decadência quanto as forças políticas de oposição temiam o pronunciamento político dos expedicionários, no que poderia ser a repetição do envolvimento político dos militares no século anterior após a Guerra da Tríplice Aliança”, fala Ferraz. A pressa foi tão grande em acabar com a FEB que os pracinhas já saíram da Itália com seus certificados de baixa e quando chegaram ao Brasil já não estavam mais sob a autoridade do comandante da FEB, mas do comandante militar do então Distrito Federal, não exatamente simpatizante dos febianos.
“A partir de então estavam à própria sorte. Traumas psicológicos de todo o tipo e rotina da luta de sobrevivência no mercado de trabalho dificultaram o retorno dos milhares de brasileiros que estiveram nos campos de batalha. As primeiras leis de amparo só foram aprovadas em 1947”, afirma Dennison de Oliveira. A maioria delas não foi sequer cumprida. Algumas, por sua vez, caíram mal entre os ex-combatentes, como o decreto-lei assinado por Vargas em julho de 1945 que concedia anistia aos militares da FEB, cujo efeito prático foi anistiar aqueles que desertaram no Brasil ao período anterior à campanha militar. Para Oliveira, o ápice foi a chamada Lei da Praia, assinada em 1949 por Dutra. “De acordo com ela, qualquer pessoa enviada à ‘zona de guerra’ tinha direito aos auxílios e pensões. A lei incluía vias navegáveis e cidades no litoral brasileiro que se encontravam nessa ‘zona de guerra’. Assim, seja o soldado que corria perigo e lutava no frio dos Apeninos, seja o bancário que fora transferido para uma cidade litorânea, todos recebiam o mesmo”, diz o historiador.)
Portanto neste dia de comemoração da vitória, honramos e agradecemos aos bravos soldados da FEB por seu sacrifício e dedicação à liberdade. Parabéns, FEB, vocês deixaram um legado de cidadania que precisamos resgatar.
Projeto Cultural “ Memorial aos Pracinhas de Piranganguenses”
Aproveitando a oportunidade , encaminhamos recentemente um ofício à Mesa Diretora da Câmara Municipal de Piranga uma proposta que cria nas dependências do legislativo municipal,um arquivo e monumento ( busto) em homenagem aos 13 pracinhas piranguenses, que estiveram nos campos de batalha na Itália nos anos de 1944 e 1945.
Data do oficio: 04/04/2013
Ao Exmo. Sr. Julio Araujo Rezende
Presidente da Câmara Municipal de Piranga-MG
Prezado Senhor
Venho através deste, solicitar uma reunião com a Egrégia Casa Legislativa da cidade de Piranga para apresentar o projeto cultural “Memorial dos Pracinhas Piranguenses”. O projeto tem como objetivo prestar homenagem aos Pracinhas da cidade de Piranga. Esses heróis lutaram bravamente na Segunda Guerra Mundial em defesa da democracia e contra o nazifascismo durante a Segunda nos campos de Batalha na Itália A ideia é resgatar a memória desses combatentes e valorizar a sua importância para a história do município e do país. Para isso, serão realizadas atividades de conscientização, como palestras e exposições, além de homenagens simbólicas em espaços públicos da cidade. O objetivo final é promover o reconhecimento e a valorização desses homens que dedicaram suas vidas em prol da liberdade e da democracia com a construção de um memorial nas dependências da Casa Legislativa a ser inaugurado na data de sete de setembro de 2023 no centenário do Coreto da Praça Cel. Amantino Maciel. O projeto conta com apoio do Arquivo do Conhecimento Cláudio Manoel da Costa, do Equipiranga e do Diretor do Acervo Cultural do Fórum Lafaiete de Belo Horizonte, membro do Instituto Histórico de Minas Gerais-IHMG, Juiz Desembargador Dr. Marcos Henrique Caldeira Brant.
Desde já, nos colocamos à disposição.
Atenciosamente,
João Vicente Gomes ( João de Nilo)