GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA – GARIMPANDO NOTÍCIAS 49

Avelina Maria Noronha de Almeida

avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

                     Em que residência  pernoitou  D. Pedro II em Queluz?

Um ponto controverso da nossa História…

No artigo anterior, sugeri que, pelos trechos do  diário de D. Pedro II, ele  poderia ter se hospedado na casa  de Washington Rodrigues Pereira e disse então ser a casa dele na Praça Tiradentes,  porém, consultando o livro “O QUE MAMÃE ME CONTOU” de Marina Maria Lafayette de Andrada Ibrahim achei que, em 1881, Washington ainda não morava naquela época em Queluz

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  1. Marina Maria Lafayette de Andrada Ibrahim

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Vamos a  trecho do livro  de Marina:

Palavras de Corina, mãe de Marina, falando de seu tio Washington na página 334 do livro: “O tio foi Juiz de Direito em Queluz. Em carta de 22 de setembro de 1884, Papai comunicou-lhe a nomeação”

JULGUEI ERRADAMENTE SER a casa em que ele residiu, que naturalmente era a casa da família da família Rodrigues Pereira em Queluz, NA PRAÇA TIRADENTES NÃO ESTÁ DE ACORDO COM UMA CITAÇÃO DO LIVRO, à pagina 336: “ A casa da família, na cidade de Queluz, hoje Conselheiro Lafaiete, ficava num plano inferior ao alinhamento da rua. Mas era agradável, com uma minúscula horta e um jardinzinho ao lado.” NÃO TEM NADA A  HAVER COM  A CASA QUE JULGUEI SER.

Isto também já não importa neste estudo porque, NESTE  ARTIGO, FICA TOTALMENTE ESCLARECIDO ONDE FICOU HOSPEDADO D. PEDRO II quando esteve em Queluz em 1881.

Este esclarecimento, devo-o ao historiador  PAULO HENRIQUE DE LIMA  PEREIRA, a quem agradeço muito por sua colaboração. Paulo Henrique se caracteriza por ser um pesquisador de grande perspicácia e que se aprofunda poderosamente nos assuntos que pesquisa. ASSIM, ELE ME ENVIOU UMA INFORMAÇÃO PRECIOSA, que ele encontrou em antigo exemplar do Jornal do Comércio E QUE RESOLVE COMPLETAMENTE A POLÊMICA “EM CASA DE  QUEM” PERNOITOU D. PEDRO II EM NOSSA CIDADE.

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PAULO HENRIQUE DE LIMA PEREIRA é um HISTORIADOR  residente em Congonhas,  graduando em História, da Associação Brasileira de Pesquisadores de História e Genealogia (ASBRAP). Membro Correspondente da  Academia de Ciências e Letras de Conselheiro Lafayette, que escreveu os excelentes livros: “Venenos adocicados – A trajetória do poeta e jornalista Djalma Andrade” e “Urzedo e a medicina no Brasil Imperial: o pioneirismo de um congonhense”.

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A ELE MEUS AGRADECIMENTOS PELA COLABORAÇÃO, que lança luzes sobre a polêmica e que vou transcrever agora, as quais foram estampadas em um jornal muito respeitado na época, no Rio de Janeiro:

“Jornal do Comércio, 03 de abril de 1881, relatou:

Viagem Imperial — Escreve-nos o nosso correspondente:

Queluz, 29 de março, 10 horas da noite […] Suas majestades partiram da fazenda do Rincão hoje às 6 horas da manhã, S. M. a Imperatriz foi em liteira, e assim, é fora de dúvida, continuará a viajar.

Suas majestades seguiram até o lugar denominado Engenho, onde a câmara municipal de Queluz mandara preparar o almoço. Da fazenda do Rincão até ao arraial de Carandaí acompanharam Suas Majestades o engenheiro chefe do prolongamento Dr. Ewbank da Câmara e seus auxiliares Henrique Lisboa, Latif [?] e Alfredo Lisboa, e no referido arraial pediram permissão a Suas Majestades para regressar. Ali a comissão da Câmara de Queluz apresentou a Suas Majestades suas homenagens. Ao pouso do Sr. Felipe Ferrão chegaram Suas Majestades às 9 ½.

Depois de uma viagem de 7 léguas a cavalo, subindo e descendo serras, como as das Taipas, Paraopeba e outros, chegaram Suas Majestades a esta cidade às 5 horas da tarde, acompanhadas por mais de 100 cavalheiros, tanto de sua comitiva como vários moradores de Queluz, que percorreram algumas léguas para ir ao encontro dos augustos viajantes.

Por todo o caminho encontrava-se muita gente à espera de Suas Majestades para saudá-los. Uns perguntaram como era Sua Majestade, se velho ou moço, outros se era alto ou baixo. A alguns perguntei se nunca tinham visto um retrato do Imperador. Responderam-me que não e acrescentavam que tinham extraordinária vontade de vê-lo. Um destes encontrei no Lugar Ribeirão do Inferno (que pelo nome não perca), velho de 88 anos, mais forte do que muitos rapazes, e que dizia desejava tornar a ver o Imperador, que só o vira pequeno. Sua Majestade falando-lhe, dirigiu-lhe frases de benevolência.

À hora que disse acima, entraram Suas Majestades em Queluz. A cidade estava toda embandeirada e enfeitada com arcos. É impossível descrever o entusiasmo que houve ao chegarem os augustos viajantes. O adro da matriz, que é grande, estava completamente cheio de povo, não contando as pessoas que se achavam dispersas pelas ruas.

Queluz é uma cidade comprida, quero dizer, terá talvez um quarto de légua de extensão, mas sua largura não é correspondente a esse comprimento. Foi criada freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Queluz por decreto de 14 de julho de 1832 e elevada a vila desde 1791 pelo capitão general Visconde de Barbacena. Era conhecida antigamente pelo nome de arraial dos Carijós. Sua elevação a cidade data de poucos anos e hoje é cabeça da comarca do mesmo nome. Dista de Ouro Preto 9 ½ léguas e está situada a 932 metros acima do nível do mar. É uma cidade bonita e de um bom clima.

SUAS MAJESTADES HOSPEDARAM-SE EM CASA DO FAZENDEIRO FRANCISCO DE ASSIS BANDEIRA e os seus semanários e outras pessoas da comitiva em casa da Sra. Baronesa de Queluz. Toda a hospedagem corre por conta da câmara municipal.

Antes de jantar, S. M. o Imperador ainda visitou a casa da câmara, a cadeia e as escolas públicas. Acham-se aqui os engenheiros Francisco Bicalho, João Ferraz, Albino da Rocha Paranhos, A. S. Pires Ferreira, Frederico Smith de Vasconcelos, S. Gustavo Tamm, Almeida Portugal, Andrade Pinto, Aguiar e Childerico Pederneiras, engenheiros da 3ª seção do prolongamento da estrada de ferro D. Pedro II. Estão todos bons.

Tanto Suas Majestades como sua comitiva gozam saúde, o que não impede que todos se reconheçam cansados com a viagem forçada que se tem feito. Até aqui já se tem feito 13 léguas.

Alguém da comitiva e do paço, ao entrar hoje em Queluz, parecia mais um embrulho que vinha em cima do animal do que uma criatura. Calculem que regalo vai isto ser! Partimos amanhã às 6 horas da manhã para Ouro Preto e temos de atravessar, além de outras, a grande serra do Ouro Branco, cujo alto denominado de D. Vicência está a 1.260 metros sobre o nível do mar, segundo Gerber.

FICA, ASSIM,  RESOLVIDO TOTALMENTE EM CASA DE QUEM  D. PEDRO II PERNOITOU… só resta resolver onde seria esta casa e falarei sobre isto no próximo artigo.

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA – GARIMPANDO NOTÍCIAS 48

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA

                                                     Avelina Maria Noronha de Almeida

                                                          avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

 

GARIMPANDO NOTÍCIAS 48

                     Em que residência  pernoitou  D. Pedro II em Queluz?

Um ponto controverso da nossa História…

Antes de continuarmos com o Diário de Viagem de D. Pedro II, vou repetir uns conteúdos já colocados no artigo anterior.

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Pedro II a cavalo na viagem que fez a Minas

PRIMEIRO vou repetir um trecho do Diário de Viagem de D. Pedro:

“29 (terça-feira) – Dormi bem. Saída às 6 h. (…) Do Alto das Bandeirinhas já se avistam casas de Queluz. Parou-se em algum lugar por causa das liteiras. O tempo das pequenas paradas e o do almoço andariam por menos de duas horas. O coronel Pereira apontou-me suas terras do Ribeirão do Inferno e Queluz.

Já em lugar anterior a revista colocara o seguinte: “Durante a viagem D. Pedro II conversou bastante com o coronel Antônio”. Em outro local fala  sobre  o  “Rodrigues Pereira, futuramente Barão de Pouso Alegre, proprietário de terras na região e na própria Queluz.” A referência é a Antônio Rodrigues Pereira, pai de Conselheiro Washington Rodrigues Pereira e de Conselheiro Lafayette.

 Antônio Rodrigues Pereira

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Agora citando outra vez a notícia apresentada pela A Revista Ilustrada. Rio de Janeiro, ano 6, número 245, 1881. P. 4 e 5. 59.

“A cidade de Queluz recebeu SS. MM. II. com o maior júbilo. Entusiasmo indescritível, grandes ovações, fogos, músicas etc. A cidade deu aos Augustos Viajantes as mais solenes provas de contentamento”. 190 Já instalado, o Imperador descansou um pouco e conversou com a família de Washington Rodrigues Pereira, filho do coronel Antônio, saindo logo em seguida para o estabelecimento educacional, onde preferiu a aula de meninos à de meninas. Em seguida esteve na cadeia e apesar de ter considerado o edifício bom, atentou para sua necessidade de melhorias internas, além disso, afirmou que no local “falta quase tudo, não tendo os soldados da polícia nem baionetas nem sabres-baionetas”.191 […] Antes de retornar à residência onde estava hospedado, assistiu a um Te Deum na igreja matriz e afirmou ter sido sofrível. Quando em casa, ouviu moda de viola e elogiou o músico: “O rapaz tocou bem a viola e melhor violão”193.

POR QUE REPETI ESTE TRECHO? Porque até hoje não se esclareceu devidamente um ponto obscuro na presença de D. Pedro em nossa cidade. Hipóteses que existem a respeito de  em qual residência se hospedara e dormira  D. Pedro II:

1) Seria no Solar do Barão de Suassuí? 2) Seria no Solar do Barão de Queluz? Talvez houvesse a resposta exata no LIVRO DO TOMBO ANTIGO DA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO, porém este livro, pelo que concluí nos meus estudos e, de acordo com  informação antiga que encontrei no Museu Perdigão, estaria, na década de 40, em Ouro Preto,  naturalmente no Instituto Histórico de Ouro Preto, que fora dissolvido e seus documentos espalhados por vários lugares. Procurei muito descobrir onde estaria este Livro tão importante para nossa História, mas foi em vão.

OBSERVANDO a notícia da Revista Ilustrada, VEJAM O QUE PENSEI: Se o pai do WASHINGTON RODRIGUES PEREIRA FOI COMPANHEIRO DE VIAGEM DE D. PEDRO, NO ALTO DAS BANDEIRINHAS, ANTES DE ENTRAR EM QUELUZ, MOSTROU SUAS TERRAS, AO CHEGAR EM QUELUZ AONDE LEVARIA D. PEDRO PARA SE HOSPEDAR? NÃO PODERIA SER NA CASA DE SEU FILHO WASHINGTON, QUE FICAVA ONDE É HOJE A PRAÇA TIRADENTES, EM FRENTE À ANTIGA CADEIA, HOJE MUSEU PERDIGÃO? E REVEJAM ESTE TRECHO: “Já instalado, o Imperador descansou um pouco e conversou com a família de Washington Rodrigues Pereira, filho do coronel Antônio, saindo logo em seguida para o estabelecimento educacional, onde preferiu a aula de meninos à de meninas.” Se ELE JÁ ESTAVA INSTALADO, ESTRANHO CONVERSAR COM A FAMÍLIA DO WASHINGTON SE ESTIVESSE INSTALADO EM OUTRO LUGAR, CUJA FAMÍLIA NÃO CITOU…

No Diário ele ainda diz do que aconteceu depois do Te Deum na Igreja: “Conversei com a mulher de Washington Pereira, filha de Luiz Antônio Barbosa, que lembrou-me tê-la eu interrogado num colégio de Niteroi. Parece-me excelente senhora e muito inteligente. Recolhi-me depois das 9.” OBSERVEM QUE ELE NÃO DIZ TER SAÍDO, APÓS A CONVERSA, PARA OUTRO LUGAR, MAS SIM QUE SE RECOLHEU.

FIZ ESTA INTERRUPÇÃO NO DIÁRIO PORQUE ESTE PONTO SEMPRE FOI POLÊMICO SEM UMA EXPLICAÇÃO CONVINCENTE. ALGUMAS PISTAS, ALGUMAS INTERPRETAÇÕES E ALGUMAS DÚVIDAS… ESTA É APENAS MAIS UMA OPÇÃO QUE ESTOU APRESENTANDO.  SE ALGUÉM QUISER PODE COLOCAR SUA OPINIÃO, CONTESTANDO OU APOIANDO ESTAS OBSERVAÇÕES APRESENTADAS NO ARTIGO.

FICA PARA O PRÓXIMO ARTIGO a visita de  D. PEDRO II à estalagem da Varginha.

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA – GARIMPANDO NOTÍCIAS 47

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA

Avelina Maria Noronha de Almeida

avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

 

GARIMPANDO NOTÍCIAS 47

 

A várzea por onde serpeira o Bananeiras é bonita,

assim como a entrada em Queluz por um novo caminho

que se fez seguindo o alto do morro. No fundo da cidade e fim de

uma subida está a igrejinha de Santo Antônio e no fundo

alteia-se a Serra do Ouro Branco, coroada de

nuvens douradas pelo sol que se punha pelo lado oposto.

 

 

Em 1881, o imperador D. Pedro II e a imperatriz Dona Teresa Cristina, indo para Ouro Preto, passaram por Queluz.

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            Este foi um um dos acontecimentos importantes do século XIX em Queluz.

Em seu livro “Aontamentos para a Historia de Conselheiro Lafaiete – Antiga Queluz de Minas), Romeu Guimarães de Albuquerque diz que  uma missão foi nomeada para receber o Imperador em Carandaí, composta pelo Dr. Francisco José Pereira Zebral, Dr. Francisco Gualberto de Souza,  Joaquim Afonso Baêta Neves, Padre José Vieira de Souza Barros, Major Egídio Paulo Andrade , Dr. Washington Rodrigues Pereira, Major Albino de Almeida Cyrino, Comendador João Crisóstomo de Queiroz  e Dr Antônio Joaquim de Souza Paraíso.

Vejam que interessante está no referido livro  de Romeu Guimarães de Abuquerque sobre a preparação da cidade para receber D. Pedro II:

.

“A Câmara Munucipal mandou intimar os proprietários a limparem as fachadas de suas casas, consertou as calçadas e limpou as ruas para a imperial chegada.

O almoço para S.M. e comitiva foi sncomendado a Felipe da Silva Ferrão, da Fazenda do Engenho, estrada para Carandaí.

O almoço custou 1.346$746 réis, que a Câmara pagou e depois recebeu da coletoria de Juiz de Fora, por ordem do Governo Provincial.”

Imagem da Internet

 

No jornal Revista Ilustrada. Rio de Janeiro, ano 6, número 245, 1881, traz,  na época, esta notícia:

.              “A cidade de Queluz recebeu SS. MM. II. com o maior júbilo. Entusiasmo indescritível, grandes ovações, fogos, músicas etc. A cidade deu aos Augustos Viajantes as mais solenes provas de contentamento.”

.           Sobre a estadia de D. Pedro aqui em nossa cidade, achei interessante colocar a parte em que ele fala de  Queluz em um diário que escreveu sobre a viagem dele por Minas Gerais.:

.                      “29 (terça-feira) – Dormi bem. Saída às 6 h. (…) Do Alto das Bandeirinhas já se avistam casas de Queluz. Parou-se em algum lugar por causa das liteiras. O tempo das pequenas paradas e o do almoço andariam por menos de duas horas. O coronel Pereira apontou-me suas terras do Ribeirão do Inferno e Queluz. Possui outras fazendas que dão-lhe 50 crias de mulas e 100 de poldros no ano. Antes de Queluz, atravessa-se o ribeirão das Bananeiras, onde não vi nenhuma. Ouvi também falar do alto de Paraopeba, de onde se goza de vista extensa e bela, e da ponte deste rio que ainda não é navegável para canoas nessa altura. A várzea por onde serpeira o Bananeiras é bonita, assim como a entrada em Queluz por um novo caminho que se fez seguindo o alto do morro. No fundo da cidade e fim de uma subida está a igrejinha de Santo Antônio e no fundo alteia-se a Serra do Ouro Branco, coroada de nuvens douradas pelo sol que se punha pelo lado oposto. O aspecto da cidade é mais pitoresco que o de  Barbacena.

.Imagem da Internet

            Descansei um pouco conversando com a família de Washinton, filho do coronel Pereira, e saí para ver aulas que são duas – agradando-me a de meninos, cadeia bom edifício por acabar internamente; porém onde fala quase tudo, não tendo os soldados da polícia nem baionetas nem sabres-baionetas: Câmara Municipal que se acabou de arranjar hoje – bonita fachada a que não corresponde o resto – puseram as armas do Brasil dentro do antigo escudo português, que quiiseram aproveitar – e voltei para casa.

‘Apareceu o violeiro – fazem-se aqui muitas violas  – a que veio tinha caixa de pinho e braço de jacarandá, sendo os embutidos de cabiúna. O rapaz tocou bem viola e melhor violão feito aqui. As ruas de Queluz não são de fácil trânsito, sobretudo de noite. Antes de ouvir o violeiro, houve Te Deum na Matriz. Arranjaram-no sofrivelmente. Na capela nova há pinturas que, talvez, não sejam más, porém a falta de luz não me permitiram vê-las bem. Conversei com a mulher de Washinton Pereira, filha de Luís Antônio Barbosa, que lembrou-me tê-la eu interrogado num colégio de Niterói. Parece-me excelente senhora e muito inteligente. Recolhi- me depois das nove.”

.            A casa do Washington Rodrigues Pereira que ele cita era onde depois residiu a família do Deputado Antônio Ribeiro Franco, na Praça Tiradentes, em frente ao Museu Perdigão, naquela época a Cadeia Pública.

Amanhã termino a parte do DIÁRIO DE VIAGEM DE D. PEDRO II, que fala da saída dele da cidade e, ainda em terras  do Município de Queluz , passando pela Estalagem da Varginha do Lourenço.

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA – NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 46

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA

                                        Avelina Maria Noronha de Almeida

                                                 avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

 

NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 46

 

Não existe garimpo mais rico e faiscante que o da Cultura.

 E, neste, veio mais fascinante e apaixonante que

 o da História.

Prezados Leitores:

Continuando a trazer o maior número possível de informações sobre o SÉCULO XIX EM QUELUZ, VOU FAZER UM CONVITE A VOCÊS: VENHAM COMIGO, NAS ASAS DA IMAGINAÇÃO, ATÉ CERTA MANHÃ DO SÉCULO XIX.  E IMAGINEM O0 QUE PODEMOS VER NA IMAGINAÇÃO…

 

Onde é a Praça Barão de Queluz, naquele tempo era Largo da Matriz. Em uma  manhãzinha…

 

OITENTA MÚSICOS SE ORGANIZAM NA FRENTE DA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO. E AÍ AQUELA MÚSICA PODEROSA, LINDA, VIBRANTE, SE ESPALHA POR SOBRE A PRAÇA, VAI SE ESPALHANDO EM VOLTA, ATINGINDO AS ÁRVORES ATRÁS DAS CASAS E CHAMANDO OS QUELUZIANOS PARA OUVIREM A BELÍSSIMA E GRANDIOSA MÚSICA DA ÓPERA “O GUARANI”!!!

Estátua  de Carlos Gomes

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Fantasia? NÃO. PURA REALIDADE ACONTECIA NAQUELA MANHÃ A PRIMEIRA APRESENTAÇÃO PÚBLICA DA FAMOSA ÓPERA “O GUARANI”!!!!!!!

 

Vou explicar agora o que significa esta fantasia.

 

Não existe garimpo mais rico e faiscante que o da Cultura. E, neste, veio mais fascinante e apaixonante que o da História. Os tempos passados de Conselheiro Lafaiete estão, em grande parte, escondidos sob a camada do tempo, e cremos que há muitas pepitas preciosas aguardando quem as traga à flor da terra. Mesmo fatos irretorquíveis distorcem-se na distância e ausência de documentos.

 

Às vezes, informações esparsas nos atiçam a curiosidade. Jair Noronha encontrava-se escrevendo uma história de Conselheiro Lafaiete quando foi surpreendido pela morte. No seu vasto acervo, encontramos várias anotações interessantes, algumas meio telegráficas, em  papeizinhos, como a que vamos focalizar hoje. Estava junto a outras tiradas do Livro do Tombo daquela época que, infelizmente, desapareceu.

 

No  papelzihho estava escrito assim:

 

“José Loureiro de Albuquerque regeu orquestra de 80 figuras – Carlos Gomes.”

.

Naturalmente era um lembrete a ser transformado em informação maior. Não achei o Livro do Tombo nem na Matriz nem em Mariana. Mas encontrei no Museu Perdigão uma informação na pasta sobre a Matriz de Nossa Senhora da Conceição que ele  estava em Ouro Preto. Deduzi logo  que seria no Instituto Histórico de Ouro Preto que se dissolveu, sendo seu material espalhado por vários locais de estudo histórico. Procurei demais esse precioso livro em vários endereços e, infelizmente, nada encontrei. Quanta coisa interessante estaria registrada nele! Foi uma grande perda!

.

Já conhecia José Loureiro Albuquerque por intermédio da obra de Antônio Luiz Perdigão. Dizia  ele que, no século XIX, Francisco Coelho de Albuquerque, cuja residência ficava ao lado da Matriz de Nossa Senhora da Conceição, onde hoje é a casa da poetisa Marília Perdigão, organizara uma pequena orquestra com os filhos, que tocavam violinos, da qual ele era o primeiro violino, e as filhas formavam o coral . Todas as manhãs executavam música no Largo da Matriz, em frente à majestosa igreja.

 

JÁ IMAGINARAM QUE BELA MANIFESTAÇÃO CULTURAL? Quem sabe algum dia tenhamos algo semelhante resgatando essa beleza do passado?

.

Um dos filhos de Francisco Coelho, o talentoso José, indo para a Corte, tornou-se respeitado maestro e consta que, em certas apresentações, o notável queluziano regeu “O Guarani”, famosa obra de seu grande amigo Carlos Gomes. Isto já é motivo de grande orgulho para nós, seus conterrâneos.

Imagem da  Internet

 

Um dia, nova notícia despertou o meu entusiasmo. Um músico mineiro da cidade de Monlevade, estabelecido na Itália, teria encontrado, naquele país, um registro interessante, de acordo com o qual Carlos Gomes, antes de apresentar a referida ópera em Milão, em 1870, onde obteve estrondoso sucesso, resolveu tocá-la em Vila Rica, atual Ouro Preto, para verificar a reação pública à sua música. A CAMINHO DA CAPITAL DA PROVÍNCIA, PERNOITOU EM QUELUZ E, DE MANHÃ, ANTES DE PROSSEGUIR VIAGEM, EM FRENTE À MATRIZ, FEZ A PRIMEIRA APRESENTAÇÃO PÚBLICA MUNDIAL  DE  “O GUARANI”.

 

Não tive dúvidas desse fato que me fora contado pelo grande músico Geraldo Vasconcelos, de quem tanto a nossa cidade se orgulha, porque, antes de saber da informação do músico, encontrara, nas notinhas que meu pai escrevia para fazer uma História da Cidade, aquelas palavras.

Carlos Gomes – Protofonia da ópera O Guarani

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VAMOS TERMINAR  VOLTANDO ÀS ASAS DA IMAGINAÇAO, VENDO DE  OLHOS FECHADOS O LARGO DA MATRIZ, E OUVINDO COM A MÁGICA  DA FANTASIA, OS ACORDES VIBRANTES DE “O GUARANI”. (Vou confessar baixinho uma  coisa, estou vendo, com os olhos fechados, o Carlos Gomes todo emocionado ao lado do Francisco Coelho de Albuquerque, olhando embevecido a   orquestra…)

 

COMO ESTÃO VENDO, COMO FOI RICO DE ACONTECIMENTOS O SÉCULO XIX EM NOSSA QUELUZ!!!

 

 

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA – GARIMPANDO NOTÍCIAS 45

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA

Avelina Maria Noronha de Almeida

avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

GARIMPANDO NOTÍCIAS 45

COISAS DA QUARESMA EM QUELUZ

Avelina Maria Noronha de Almeida

Eram várias, as superstições relacionadas com a Quaresma em Queluz: quem dançasse, fizesse festa corria o risco de ver ou virar mula-sem-cabeça ou lobisomem. Casar na Quaresma, nem pensar!

Neste período do século XIX que estamos focalizando, vamos falar hoje coisas que aconteciam naquela época, narradas por quem aqui residia, sendo testemunha ocular do comportamento de nosso povo.

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Francisco de Paula Ferreira de Rezende, por decreto de 30.10.1856, foi nomeado Juiz Municipal e de Órfãos em Queluz (atual Conselheiro Lafaiete), Minas Gerais, onde permaneceu até 1861, acumulando nesta cidade também o cargo de delegado de polícia.

Ele conta, em seu livro “Minhas Recordações”, que, em nossa terra, encontrou alguns costumes interessantes relacionados com a Quaresma. Um deles era a Serração da Velha, que ele assim descreve, embora ressaltando que nem sempre a memória ajudasse. Ele diz o seguinte sobre essa folia:

.            “.De três coisas, entretanto, me recordo: a velha é a quaresma que eles tratam de serrar; pois que esse brinquedo  tem lugar justamente no meio exato da quaresma; segundo que a velha faz um testamento exatamente como o de Judas em que se trata de satirizar os costumes ou antes algumas pessoas; e terceiro finalmente que este brinquedo terminava  por uma paródia mais ou menos perfeita de um enterro ou antes de um ofício solene de defunto, pois que, reunidos todos defronte da minha casa, no largo da Matriz,  com estandartes, luzes, e muitos deles vestidos de padres,  aí se conservavam um tempo imenso a cantarem lições e a praticarem algumas outras solenidades que são próprias daqueles ofícios.”

.            FRANCISCO DE  PAULA residia onde foi o antigo Forum, na Praça Barão de Queluz.

O relato que ele faz é muito sucinto, mas naturalmente o ritual devia ser  como o que geralmente se usava na região. A Serração da Velha consistia em ritos festivos oriundos das folias portuguesas e que aconteciam na quarta-feira da terceira semana da Quaresma no Brasil, no séculos XVIII, e desapareceram  mais ou menos nos anos 70 do século XIX. Era uma crítica ferina à figura das avós pela forma violenta que comumente usavam naquela época nos métodos de disciplinar as netas. No Rio de Janeiro, de acordo com as crônicas coloniais, as mulheres idosas ficavam quietinhas, escondidas em suas alcovas, não saindo às ruas enquanto não passavam os préstitos. Creio que aqui não se chegava e esses extremos.

Algumas fontes citam os seguintes rituais:

Em cima de um estrado há uma pipote onde dizem estar encerrada uma velha condenada ao suplício do serrote. Um homem com um serrote finge estar serrando o pipote. Enquanto isso, o povo canta:

.            Serra a velha, / Força no serrote. / Serra a velha /  Dentro do pipote.

..          Esta velha tem malícia, / Esta velha vai morrer. / Venha ver serrar a velha, / Minha gente, venha ver.

Serra, serra, serra a velha, / Puxa a serra, serrador, / Que esta velha deu na neta / Por lhe ouvir falar de amor.

Aí o serrador cantava com voz de falsete:

.Que castigo ela merece? / Dizei-me senhores meus.

.E a turba alvorotada repetia o canto inicial:

.Serra a velha,/ Força no serrote./ Serra velha / Dentro do pipote.

.Alguns autores acreditam que essa folia ainda é celebrada de forma cristianizada na “queima do Judas” e no “testamento do Judas”.

.Padre José Duarte de Souza, num livro inédito em que apresenta subsídios de pesquisas feitas em diversas fontes com vista a uma futura história de nossa cidade (sonho que ele, infelizmente, não teve tempo de realizar), focalizando as diversões populares em Queluz, no caso a “serração da velha”, diz que algumas mulheres “revoltadas e indignadas, xingavam e, às vezes, recorriam ao Juiz de Direito para proibir tal diversão. Durante o percurso pelas ruas ao clarão de tochas e lanternas, o povo cantava estes versos:

.Olha a velha de lá, / Abra a boca de cá, / Põe a mão na espada, / Vamos guerrear.

Quando ver (sic) a velha / Com cara de que chorou / A cachaça na venda / Já se acabou.

Quando ver ( sic)  a velha / Na porta sorrindo, A cachaça na venda, / Já está se medindo.

.Ao chegar ao Largo da Matriz, hoje praça Barão de Queluz, lia-se o testamento da velha, cujo alvo era satirizar os costumes e pessoas do lugar. Terminava por uma paródia mais ou menos perfeita de um enterro com estandarte, música e alguns vestidos de padre para a celebração solene das exéquias”.               Outro brinquedo utilizado na Quaresma chamava-se “Luiz ou Liz Teixeira”. Ia  um homem  carregado em uma padiola ou em um espécie de andor, acompanhado pelo povo em algazarra, o qual ia serrando uma grande cabaça, fazendo trejeitos e momices, despertando gritos de alegria dos acompanhantes que ia cantando pelas ruas e praças versos sobre a cachaça.

A cachaça boa / É de garrafão, / Bebe o afilhado, / Bebe o patrão.

A cachaça boa / É da garrafinha, Bebe a afilhada, / Bebe a madrinha.

A cachaça é boa, / Eu daqui não saio. / Aqui mesmo eu bebo, / Aqui mesmo eu caio.

O homem, que eles chamavam de Luiz Teixeira, em cada parada fazia um discurso sobre a cachaça.

Hoje as superstições esmaeceram na distância do tempo (embora aqui e ali ainda haja resquícios), porém, em seu lugar, encontramos outras atitudes que, graças a Deus, não estão em todas as pessoas: a descrença, a indiferença, o desrespeito.

Não podemos negar que havia uma  graça especial nos tempos de outrora!

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA – NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 44

Avelina Maria Noronha de Almeida

avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

Advogado e político brasileiro Joaquim Saldanha Marinho

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CREIO que muitos lafaietenses não saberão reconhecer quem é a pessoa da foto. No entanto, ele tem um papel proeminente na HISTÓRIA LAFAIETENSE e deve ser uma figura histórica conhecida. Em nossa terra por um fato acontecido no período que estou  focalizando., que é a segunda metade do século XIX.

 

Primeiro vou apresentar seu perfil histórico em geral:

 

JOAQUIM SALDANHA MARINHO foi um importante político do período colonial. Nasceu em 4 de maio de 1816 em Olinda, Pernambuco, mas teve uma atividade muito ampla em várias partes do Brasil Colônia.  Bacharel da Faculdade de Direito do Recife em 1836.Foi presidente da Província de Minas Gerais no período de 1865 a 1867, Presidente da Província de São Paulo, de 24 de outubro de 1867 a 24 de abril de 1868, e deputado pela província de Pernambuco.

Durante o império, foi Deputado Geral (equivalente dos atuais deputados federais) por cinco legislaturas (de 1848 a 1849, de 1861 a 1863, de 1864 a 1866, de 1867 a 1868 e de 1878 a 1881). Também foi eleito senador e foi signatário do Manifesto Republicano em 1870.

Imagem da  Internet

            “Na sua gestão como Presidente da Província de São Paulo aplacou as lutas políticas entre Liberais e Conservadores. Tal fato foi decisivo para a fundação da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, já que aglutinou as necessidades dos fazendeiros necessitados de transporte para suas mercadorias (que se dividiam naquelas duas correntes) e para levantamento dos capitais necessários à construção do trecho inicial da ferrovia, de Jundiaí a Campinas. Foi também fundamental à fundação da Companhia Paulista sua interpelação aos ingleses da São Paulo Railway, detentores da concessão imperial, que não manifestavam interesse em prolongar a ferrovia além de Jundiaí.” 

           

            Foi também  sociólogo e jornalista. Suas principais obras foram:

  • Direito Comercial (1869)
  • O Governo e os Bispos(1874)
  • A Igreja e o Estado(18731874, em quatro volumes, sob o pseudônimo de Ganganelli)
  • A Monarquia e a Política do Rei(1884)

Faleceu no Rio de Janeiro, em 27 de maio de 1895, aos 79 anos.

 

Imagem da Internet:        Mapa com a localização da Rua Saldanha Marinho

 

Alguns podem não  não saber a causa de sua importância para a nossa cidade. Eis a causa:

 

2 de janeiro de  1866 – Pela Lei Provincial número 1276 do Presidente da Província de  Minas Gerais, Joaquim Saldanha Marinho, foi a Real Villa de Queluz elevada a cidade conservando o mesmo nome.

 

PARA ILUSTRAR O ARTIGO, AS TRÊS ESTROFES FINAIS DE UM POEMA”  MINHA  TERRA” que fiz em homenagem à minha terra:

As casas vão se espalhando,

descendo pelas ladeiras,

rodeando o Bananeiras.

De Cidade a estão chamando.

 

Muitas lutas, muitas glórias!

Hoje a cidade, de um filho

tem o nome e tem o brilho

de conquistas e vitórias.

 

É, nas escolas, criança

e jovem: tem clubes, praças…

É gente de várias raças,

cheia de vida e esperança!

 

No próximo GARIMPANDO NOTÍCIAS vou falar sobre a importância de uma VILA ser elevada a CIDADE.

(CONTINUA)

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA – NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 43

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA

Avelina Maria Noronha de Almeida

avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 43

Foi Edgar Nascente Coelho quem desenhou o projeto do Chafariz da Praça Barão de Queluz.

             Como já vimos, CHAFARIZ DA PRAÇA BARÃO DE QUELUZ , belíssima obra de arte da fundição do século XIX, pelo seu estilo um dos mais belos do interior de Minas. Tem a data de 1881 e foi feito em comemoração à reconstrução dos encanamentod de água.

JOAQUIM LOURENÇO BAÊTA NEVES, o filho, (Barão de Queluz), nascido em Queluz,   foi quem doou o artístico chafariz, que  foi colocado no Largo da Matriz,  como se chamava na época  a Praça Barão de Queluz, inaugurado em 1881, um ano após seu falecimento.

O projeto do Chafariz foi encaminhado e sua construção encomendada  à Fundidora M.J. Medeiros Cia, em 1878, junto com o projeto de mais quatro chafarizes pequenos para serem colocados em outros pontos da cidade.

EDGAR NASCENTES COELHO é o autor do projeto do Chafariz. Ele  nasceu em 1853 no Rio de Janeiro, veio para Belo Horizonte em 1894 e ali faleceu em 1917.

Há ligações de parentesco dele com nossa cidade  porque era irmão de Raul Nascentes Coelho, pai de Adélia Meirelles Nascentes Coelho. Os filhos de Raul Nascentes Coelho, casado com Djanira Meirelles Nascentes Coelho, são: Adélia, Edgar, Maria, Gualter, Edmundo.

Edgar era desenhista e arquiteto, diplomou-se  pela Escola Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro. Ele utilizava diversos estilos arquitetônicos e ornamentais da tradição neoclássica européia. Trabalhou como desenhista  na seção de arquitetura da Comissão Construtora da Nova Capital, participando, assim, da construção de Belo Horizonte, elaborando e executando plantas e projetos  de vários edifícios públicos, em estilo eclético de orientação neoclássica como da Igreja de  São José,em estilo neomanuelino possuindo vários elementos do gótico; a Igreja do  Sagrado Coração de Jesus; Palácio da Justiça; a fachada do primeiro  hospital; fachada na Praça da Liberdade; Colégio Loyola, faixa do Grande Hotel; antiga estação Central de Minas, planta; colégio Arnaldo, capela Santa Cruz, Colégio Isabela Hendrix, Instituto da  Educação, entre outros locais, inclusive de casas de moradia de grande beleza.

Imagem da  Internet                                           Igreja de São José

Imagem da Internet                                     Istituto da Educação

 

Foi, assim, uma pessoa de grande valor na Arquitetura de Belo Horizonte Também projetou o hospital Cassiano Campolina de Entre Rios.

Imagem da Internet                              Hospital Cassiano Campolina

Em Queluz, Edgard foi quem fez a planta do prédio do grupo escolar “Domingos Bebiano”.

Imagem da Internet:                     O antigo Grupo Escolar Domingos Bebiano

Para concluir, tirada da Internet, esta reportagem que engrandece a pessoa de Edgar Nascentes Coelho:

Foto da Internet acompanhando a reportagem

HTTPS://www.multicult.cc/


            “Basta dar uma volta pela cidade para perceber que Belo Horizonte tem várias casas antigas maravilhosas. Algumas abandonadas e em péssimo estado, infelizmente, e outras lindamente preservadas e restauradas. Deste último grupo faz parte o casarão, tombado pelo Patrimônio Histórico, localizado na Rua Gonçalves dias, nº 1.218, ali pertinho da Praça da Liberdade. Com sua fachada cor vinho-bordô-marsala, seus janelões emoldurados por delicadas flores brancas ao estilo Art Nouveau e todo o seu charme histórico, a propriedade não passa despercebida por quem circula na região. É o caso das sócias, Tati Azzi e Fernanda Dubal, da marca de bolsas e acessórios Adô Atelier, criada em 2008. Apaixonadas por arquitetura e design, elas já  namoravam o casarão há tempos. “O imóvel nos chamava a atenção em especial pelo contraste dos elementos decorativos da fachada, janelas e beiral”, conta Fernanda. Quando decidiram sair da sede da marca no Prado, logo pensaram na casa histórica para abrigar o atelier, o showroom e a loja da marca.

Mas antes de se tornar a sede da marca, a propriedade que fica na esquina das ruas Gonçalves Dias e Sergipe, há tempos já embelezava a história da cidade. O imóvel foi construído em 1909, com projeto do arquiteto Edgar Nascentes Coelho, primeiro desenhista da Seção de Arquitetura da Comissão Construtora da Nova Capital e um dos precursores do Art Nouveau em BH. É dele o desenho de grandes obras arquitetônicas da cidade, como o prédio do Instituto de Educação e das Igrejas São José (que está em processo de recuperação da fachada) e Sagrado Coração de Jesus.”

Observação: A reportagem é de tempos atrás antes de a Igreja de São José terminar a restauração.

Realmente encantadora a casa  apresentada!!!

 

Porém o que mais importa para o nosso artigo: FOI EDGAR NASCENTE COELHO QUEM DESENHOU O BELO PROJETO DO CHAFARIZ DA PRAÇA BARÃO DE QUELUZ.

 

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA – NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 42

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Avelina Maria Noronha de Almeida

avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 42

 

O motivo dessa presença ornamental era uma lembrança

da realeza, da Real Villa de Queluz, cujo nome, dado pela rainha

Maria I, era do suntuoso palácio em que ela vivia.

 

CONTINUANDO A FALAR SOBRE O CHAFARIZ: lá no alto, no capitel, isto é, a extremidade superior da coluna, uma fruteira com muitos tipos de flores e frutas, tão belos ornatos encimados por um abacaxi.

No meu tempo de menina, ouvia pessoas ironizarem, principalmente quando havia crise de água ou de luz, ou outra deficiência de serviços: “Esta cidade é mesmo um abacaxi!”, referindo-se depreciativamente à fruta da família das bromeliáceas, talvez porque, tão linda, saborosa e nutritiva, fosse difícil de descascar. Seu visual é espinhoso e ressequido, por isso a gíria.

Mas o abacaxi, também chamado ananás, tinha seu simbolismo importante. Podemos vê-lo como ornamento nas belas sacadas da Casa de Cultura Gabriela Mendonça, das igualmente belas sacadas do Solar do Barão de Suassuhy.

Imagem da Internet

 

Na foto do Solar do Barão de Suassuhy podem ser vistos os efeites de ananás em todas as sacadas, de um lado e de outro.

Certamente, isso acontecia também nos sobrados antigos que embelezavam a cidade em tempos antigos e que – e ó pena! – foram derrubados.

O motivo dessa presença ornamental era uma lembrança da realeza, da Real Villa de Queluz, cujo nome, dado pela rainha D. Maria I, era do suntuoso palácio em que ela vivia.

E por que o abacaxi recordava o palácio? Porque em seu Jardim Botânico, pertencente à antiga residência da família real, há 22 canteiros dessa fruta, lá  chamada  “ananás” que era considerada a mais exótica das frutas do século XVIII. Ali foram cultivados os primeiros ananases de Portugal, que eram motivo de grande orgulho da Casa Real Portuguesa, sendo elementos decorativos da cantaria e do revestimento de azulejos do interior do palácio, por isso o seu uso em nossa Queluz na decoração do monumento do antigo Jardim de Areia e dos casarões. Lembranças daquele dia que nos trouxe a independência e o prestígio de vila.

Pouco tempo atrás realizou-se a reabilitação do jardim português, um dos mais interessantes jardins europeus e importante patrimônio paisagístico. Os canteiros, cheios de coroas de ananás, estão dentro de estufas brancas. Por ter uma coroa, logo depois do descobrimento do Brasil apelidaram-no de “rei dos frutos”, símbolo de regiões tropicais e subtropicais, e que agrada ao mesmo tempo aos olhos, ao paladar e ao olfato.

Imagem da Internet:                                                 Palácio de Queluz

Imagem da Internet                             Ananazes no Jardim Botânico do Palácio de Queluz

Outra relação interessante é ser o abacaxi o símbolo da hospitalidade. Os antigos o plantavam do lado de fora da casa para significar que os visitantes eram bem-vindos.

E não é que o povo de nossa terra, em todos os tempos, foi hospitaleiro? Prova disso a maravilhosa miscigenação de nossa gente desde o Arraial do Campo Alegre dos Carijós…

O conhecimento de significados belos ou importantes torna mais poderosa a nossa auto-estima em relação ao lugar onde nascemos ou vivemos. Quando passarem pela praça em frente à Matriz de Nossa Senhora da Conceição, dediquem um olhar de admiração aos abacaxis do simbólico chafariz, cheguem perto, se possível, observem seus belos detalhes.

 

GARIMPANDO NO ARQUIVO JAIR NORONHA – NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 41

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Avelina Maria Noronha de Almeida

avelinaconselheirolafaiete@gmail.com

 

NOTÍCIAS DE CONSELHEIRO LAFAIETE – 41

 

Assíduo vir propositi tenax omnia vincit

(Pela perseverança o homem de propósito firme tudo vence.)

Dístico latino no nosso chafariz da Praça Barão de Queluz

Imagem da Internet

 

Como é belo e sugestivo o nosso chafariz da Praça Barão de Queluz!

É um dos nossos monumentos mais antigos que permaneceram desafiando o tempo. Anteriores a eles só temos em pé a: 1) a IGREJA DE SÃO GONÇALO DO Brandão, provisão de 1725 (não aquela em que se celebram atualmente as Missas, mas a mais antiga que fica atrás da utilizada para as cerimônias religiosas e foi restaurada há alguns anos pelo Banco do Brasil); 2) a SEGUNDA MATRIZ DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO da Praça Barão de Queluz, cuja construção começou em 1733; 3) a segunda  igreja de Nossa Senhora da Conceição da Passagem de Gagé (houve uma primeira igreja lá em Passagem do Gagé construída pelos bandeirantes e pelos índios Carijós), construída em 1774 (a invocação Nossa Senhora da Conceição foi trazida em 1709 para a primeira Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída no bairro de São João, a qual não existe mais, tendo sido a invocação trazida para a atual Matriz da Praça Barão de Queluz; 4) a Igreja de Santo Antônio, da Irmandade de Santo Antônio de Queluz, provisão de 1754; 5)  o CHAFARIZ da Praça Barão de Queluz, inaugurado em em 1881.

 

Belíssima obra de arte da fundição do século XIX, pelo seu estilo o nosso chafariz é um dos mais belos do interior de Minas. Tem a data de 1881 e foi feito em comemoração à reconstrução dos encanamentos.

 

O  chafariz fica sobre uma base que atualmente tem 3 degraus visíveis. Esta base pertencia ao  pelourinho levantado no dia 19 de setembro de 1790, quando foi criada a Real Vila de Queluz. Na verdade são quatro degraus, porém apenas aparecem três, porque o primeiro ficou sob a terra quando houve um nivelamento da praça, em princípios do século XX.

 

A foto acima é de 1934, antes do nivelamento da praça e, assim, na época ainda havia os quatros degraus.

 

No degrau do meio há um marco geodésico, que emite sinais para satélites, dando posicionamento em relação a latitude e a longitude, importante, entre outras coisas, para os meios de comunicação e de transporte e para confecção de mapas.

 

 

Em Minas Gerais há 20 cidades que têm marco geodésico. Eram mais, porém ficaram desativados.

 

O marco em nossa cidade, colocado pelo Observatório Nacional, fica no degrau do meio do chafariz da Praça Barão de Queluz e tem os dizeres: SAD nº 69. É um círculo de metal sob o qual está o aparelho que emite sinais para satélites, com os quais se comunica, e, além disso, tem comunicação com outros marcos geodésicos,  dando posicionamentos geográficos. Até hoje ainda acontece de aviões  se comunicarem com ele. Antigamente, de modo especial, quando não havia Torres de Controle, os  aviões, ao  passar sobre a praça,  comunicavam-se com o marco para verificar a rota. Isso ainda deve acontecer em caso de falha no sistema de controle. Aqui havia outro marco na Estação Ferroviária, mas está desativado.

 

Muito importante para os meios de comunicação e de transporte, também é utilizado na confecção de mapas.  Se for necessário desenhar no mapa um rio que ainda não está localizado ali, o registro pode ser feito com um aparelho itinerante semelhante ao do marco utilizando-se  informações de latitude e longitude obtidas com o satélite, mas demora mais ou menos meia hora. Se, no entanto, comunicar-se com um marco geodésico da região, consegue as informações de coordenadas geográficas de modo mais seguro e quase de imediato.

 

Na parte superior tem uma grinalda de flores e uma  placa com o dístico latino: “Assíduo vir propositi tenax omnia vincit” (Pela perseverança o homem de propósito firme tudo vence.)Também está marcada no chafariz a data 1881.

 

No capitel, uma fruteira contendo diversos tipos de frutas. Quando foi instalada a luz elétrica na cidade, foram acrescentados, no capitel do chafariz, quatro braços de ferro com luminárias, os quais foram retirados posteriormente e hoje se encontram no museu da cidade.

 

 

 

 

GARIMPANDO NOTÍCIAS 40

 A referência à data de “Dois de Janeiro” recorda um degrau

na escalada de nossa terra, que já foi o Arraial do Campo Alegre dos Carijós,

 a Real Villa de Queluz, a cidade de Queluz e, finalmente, a cidade de Conselheiro Lafaiete. Cada uma dessas fases ostenta

suas realizações e grandezas, suas lutas, sofrimentos, vitórias e alegrias.

 

Continuando a focalizar Queluz no século XIX. Inicialmente, vou colocar informações recolhidas no livro inédito de Padre José Duarte de Souza, SUBSÍDIO DE PESQUISAS FEITAS PELO PADRE JOSÉ DUARTE DE SOUZA DO ARQUIVO PAROQUIAL E DO FORUM DE CONSELHEIRO LAFAIETE, NO DA CÂMARA ECLESIÁSTICA DE MARIANA, NO ARQUIVO MINEIRO, NO MUSEU DE SÃO JOÃO DEL-REI. Para a futura história da Paróquia do Município de Conselheiro Lafaiete.

Padre José Duarte de Souza

Imagem da Internet

       À PÁGINA 07:

RELATÓRIO PAROQUIAL DE 1829

 

Ilmo. Revdo. Senhor:

Cumprindo com a Portaria e ordem de 06 de abri do corrente ano, faço as seguintes repressões: Na estrada geral da Comarca de Ouro Preto para a Corte do Rio de Janeiro, na altura meridional de 20 graus 47,10 graus, levantou-se, em 1709, a Igreja Paroquial de Queluz, em sete léguas e meia, do Nascente para o Poente, de quatro para cinco léguas de campos, terras, matos, serras e águas abundantes. Segundo o cálculo do passado a freguesia de Queluz não excede de 708 fogos e 2.840 paroquianos. Com 4 capelas Curadas e 03 Ermidas, com operários, escrivães, juízes e suplentes, sendo os párocos das minas com nomeação Imperial com côngruas de duzentos mil reis e os mais operários necessário percebem por seção de emolumentos constinucionais e com a redução das conhocências a 80 reis mal poderão chegar a uma decente sustentação. Deus guarde a V. Excia. por muitos anos. Real Vila de Queluz, 26 de setembro de 1829. (a) o vigário Candido Tadeu Pereira Brandão.

Mapa da Freguesia de  Nossa Senhora da Conceição, de Queluz

Matriz

Homens             Mulheres             Menores             Mulatos

204                    504                     280                   209

Santo Amaro e Paraopeba

225                  337                  337                     205

Nossa Senhora da Glória

86                     105                    72                  132

  Nossa Senhora das Dores    

 227

Santana

  e                              110                     140                      140              166

(OBSERVAÇÃO MINHA: O QUE SE SEGUE DEVE SER LIDO COM MUITA ATENÇÃO PORQUE É SURPREENDENTE, PRINCIPALMENTE NOS TRECHOS E QUE GRAFEI EM NEGRITO)

O número total de habitantes é, mais ou menos, 5.623 almas. Este nº vai diminuindo gradativamente sem esperança de aumento por ser a freguesia circulada de outras limítrofes e não confina com sertões por onde se estenda.

CAPELÃES:

Da Capela de Nossa Senhora da Glória: Pe. Felisberto Rodrigues Milagres.

Da Capela das Dores: Padre Gregório João da Cruz.

Da Capela de Santana: Pe. Francisco de Souza Lima.

Da Capela de Santo Amaro e Paraopeba: Pe. Manoel Vieira da Cruz.

Também no século XIX houve datas importantes para a história de nossa cidade, como consta no livro “ROMEU GUIMARÃES DE ALBUQUERQUE e Queluz de Minas”:

Em 29 de julho de 1829, por decreto imperial, a Vila de Queluz e seu termo foi desmembrada da comarca de Rio das Mortes e incorporada à de Ouro Preto.

Em 14 de julho de 1832, foram criadas as Freguesias de Queluz por decreto imperial.

Em 30 de junho de 1833 foi criada a Comarca de Queluz, em 15 de julho  de 1972 elevada a comarca de 2ª entrância, pela lei provincial número 1867 e a terceira entrância em 14 de março de 1940 pelo decreto lei estadual 667.

Em 28 de março de 1834 nascimento do Conselheiro Lafaiete Rodrigues Pereira.

Em 30 de junho de 1847, João Tavares Maciel da Costa, Barão de Queluz por decreto de 08 de outubro de 18 de outubro  de 1829, é elevado a Visconde com grandeza do mesmo título,

Em 02 de janeiro de 1866, pela LP 1276, a Vila de Queluz foi elevada à categoria de Queluz.

Em tempos atrás, em 2 de janeiro, era comemorado o aniversário da cidade. Baseava-se na data em que a Real Vila de Queluz passara a ser denominada cidade de Queluz, pela lei nº 1276, de 02 de janeiro de 1866, assinada pelo então governador da Província de Minas Gerais, Joaquim Saldanha Marinho, que foi presidente da província de 1865 a  1867.

Imagem da Internet:           Joaquim Saldanha Marinho

              Houve uma  justa correção histórica e a data foi alterada, pois o nosso município alcançou sua autonomia política no dia da criação da vila. Foi realmente o dia de nossa Independência. Assim passou-se a comemorar o aniversário de Conselheiro Lafaiete em 19 de setembro, dia e mês em que, no distante ano de 1790, aqui se lavrou o Auto de Fundação e foi levantado o Pelourinho, símbolo de independência e de instrumento de jurisdição, descrito pelo viajante inglês, John Luccock: “…encimado por um busto, de capacete à cabeça e, como que para demonstrar que nada pode proteger contra a mão da autoridade justamente ofendida, vê-se um sabre metido em seu crânio até as orelhas e penetrando no aço e nos ossos”.

Embora reconhecendo que a comemoração antiga era um equívoco, e a atual a correta, quero lembrar o “DOIS DE JANEIRO”, pelo seu significado de valor. No Brasil Colônia, quando uma vila passava a cidade, o título, embora pouco acrescentasse em relação à organização política e administrativa, era honorífico. Conferia um prestígio particular e certas regalias, por exemplo, somente cidades poderiam ser a sede de uma arquidiocese. Naturalmente, para a mudança de categoria, foi considerado o desenvolvimento da vila.

Um ano antes, isto é, em 1865, o Almanaque da Província de Minas Gerais Assis Martins publicava que o município contava com “320 fazendas de cultura, 91 de criar, 4 lavras de  ouro, muitos engenhos de cana e casas de negócio. Tece-se e se exporta grande quantidade de colchas de lã, algodão, panos riscados e cobertores de papa (tão bons como os que nos manda o estrangeiro), além disso prosperam as fábricas de cera”.

Esta referência à data de “Dois de Janeiro” recorda um degrau na escalada de nossa terra, que já foi o Arraial do Campo Alegre dos Carijós, a Real Villa de Queluz, a cidade de Queluz e, finalmente, a cidade de Conselheiro Lafaiete. Cada uma dessas fases ostenta suas realizações e grandezas, suas lutas, sofrimentos, vitórias e alegrias.

 

 

 

 

 

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