Terceira dose contra Covid é ampliada a todos com mais de 60 anos, decide Saúde

O médico informou a decisão durante evento que marca os 1.000 dias da gestão de Jair Bolsonaro (sem partido), evento em o qual apareceu por videoconferência

Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga anunciou nesta terça-feira (28) orientação da pasta para que pessoas com 60 anos ou mais recebam doses de reforço da vacina contra Covid-19. O médico informou a decisão durante evento que marca os 1.000 dias da gestão de Jair Bolsonaro (sem partido), evento em o qual apareceu por videoconferência, devido à quarentena que enfrenta em Nova York após ter sido diagnosticado com a doença.

“É possível hoje, no final do mês de setembro, já ofertar para os idosos brasileiros uma dose de reforço da vacina”, disse o ministro. “Além dos idosos com mais de 70 anos, os profissionais de saúde que já foram anunciados e contemplados com o reforço, agora o Ministério da Saúde vai atender aqueles com mais de 60 anos. São cerca de 7 milhões de brasileiros nessa condição”, pontuou Queiroga.

Rodrigo Cruz, mininstro interino da Saúde, afirmou que as vacinas serão administradas após seis meses após o esquema vacinal com duas doses ou dose única ter terminado.

Antes do anúncio, as terceiras doses só estavam autorizadas para idosos com idade igual ou superior a 70 anos, pessoas imunossuprimidas, com diagnóstico de câncer ou àqueles que receberam transplantes de órgãos recentemente, além de profissionais de saúde.

A preferência para a dose de reforço continua sendo com o imunizante da Pfizer, com possibilidade de aplicação de doses da Janssen ou da Astrazeneca em caso de falta da vacina estadunidense. 

FONTE O TEMPO

Cidade da região começa aplicar 3ª dose em idosos acima de 70 anos

Congonhas começa a aplicar nesta semana a dose adicional da vacina contra Covid-19 para idosos acima de 70 anos que tomaram a segunda dose de 1º a 30 de abril. O público alvo é estimado em 2 mil pessoas e será vacinado prioritariamente com o imunizante da Pfizer.

A vacinação também estará disponível para pessoas imunossuprimidas com mais de 18 anos que tenham tomado a última dose do esquema vacinal (segunda dose ou dose única) há pelo menos 28 dias. Esse grupo tem cerca de 400 pessoas.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que o motivo da intensificação da vacinação é o aumento da taxa de infecção e aparecimento de idosos com suspeita de Covid necessitando de internação essa semana em Congonhas. Por isso é fundamental que além de receber a dose de reforço da vacina, toda população reforce as medidas de proteção como o uso de máscara, álcool em gel e evitem aglomerações.

VACINAÇÃO MISTA E ORIENTAÇÕES

Não podem ser imunizadas pessoas que receberam qualquer outra vacina nos últimos 14 dias ou que tenha tido Covid-19 com início de sintomas nos últimos 30 dias.

A vacinação vai acontecer de forma mista nos postos de saúde ou em domicílio para os pacientes acamados ou com dificuldade de locomoção. Para ambos os casos é necessário entrar em contato com a UBS e realizar o agendamento da vacinação. As Unidades Básicas de Saúde funcionam de 7h às 16h de segunda a sexta-feira.

REPESCAGEM PARA TODAS AS IDADESE E VACINAÇÃO DE ADOLESCENTES SEM COMORBIDADES

Qualquer pessoa com 18 anos ou mais que não tenha recebido a 1ª dose da vacina contra a Covid-19 pode agendar a imunização na UBS mais próxima.

Adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades serão imunizados em uma data futura de acordo com a disponibilização de mais doses de vacinas para o município.

FIQUE ATENTO PARA RECEBER A 2ª DOSE

Pessoas de qualquer idade que já tenham recebido uma dose da vacina contra a Covid-19 devem ficar atentas à data registrada no cartão de vacinas para receber a 2ª dose, pois somente ela garante a eficácia da vacina prometida pelas empresas farmacêuticas a partir dos testes com duas aplicações.

Vale ressaltar que foi reduzido o intervalo entre as doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19 de 90 para 60 dias. Quem estiver completando o prazo vacinal, deve entrar em contato com a UBS.

UNIDADES BÁSICAS DE SAÚDE

• Alto Maranhão – 3733-2158
• Alvorada – 3731-1746
• Basílica – 3731-7960
• Campinho – 3732-2257
• Centro I – 3732-1376
• Centro II – 3731-5750
• Cinquentenário – 3731-2371
• Dom Oscar I e II – 3732-1946
• Ideal – 3731-4365
• Jardim Profeta I e II – 3732-1945
• Jardim Vila Andreza – 3731-4365
• Joaquim Murtinho – 3733-1483
• Lamartine – 3731-9310
• Lobo Leite – 3733-3160
• Pires – 3733-5074
• Primavera – 3731-5235
• Residencial – 3731-2036
• Santa Mônica – 3731-6577
• Santa Quitéria – 3733-4041
• Vila Cardoso – 3733-6030
• Vila São Vicente – 3731-2860
• Central de Imunização de Congonhas – 3732-1070 / 3731-6688 (RAMAL 1740)
• Coordenação de PSF – 3731- 3651

Por Reinaldo Silva – SECOM – Prefeitura de Congonhas
Foto: Secretaria de Saúde

Governo anuncia 3ª dose da vacina contra Covid a partir de 15 de setembro

Imunização de reforço contra Covid vai começar por idosos e imunossuprimidos e será feita com a Pfizer

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19 a partir do dia 15 de setembro em idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos. Na segunda-feira, dia 23, o secretário executivo da Pasta, Rodrigo Cruz, antecipou, em entrevista ao Papo do Editor, do Broadcast Político, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que a aplicação da dose de reforço começaria em meados de setembro.

Também a partir de 15 de setembro, o ministério vai reduzir o intervalo da aplicação da segunda dose dos imunizantes da Pfizer e Astrazeneca das atuais 12 semanas para oito semanas.

A decisão foi tomada em reunião do ministério na noite desta terça-feira, 24, e anunciada pelo ministro logo depois do encontro em conversa com jornalistas. De acordo com o ministro, no dia 10 de setembro, a pasta finalizará a distribuição de imunizantes para a aplicação da primeira dose em toda a população brasileira com mais de 18 anos, o que abre espaço para a antecipação e o reforço vacinal anunciado.

A partir do dia 15 de setembro, serão enviadas aos Estados as doses de reforço para os imunossuprimidos – pessoas com câncer ou transplantados, por exemplo – que tenham tomado a segunda dose há pelo menos 28 dias e de idosos com mais de 70 anos que tenham tomado a segunda há pelo menos seis meses.

A aplicação nos idosos seguirá ordem cronológica, do mais velho para o novo. A Saúde aguarda a conclusão de um estudo para decidir como será a aplicação da terceira dose em profissionais de saúde e pessoas com menos de 70 anos.

O Ministério da Saúde estudará ainda a possibilidade de imunização cruzada entre as vacinas da Astrazeneca e Pfizer, mas isso será feito somente em caso de necessidade.

Doses

Na entrevista ao Broadcast Político, o secretário executivo disse que há doses suficientes para imunizar todos os idosos e profissionais de saúde com a terceira dose até o fim do ano, população que soma 12 milhões de pessoas.

Cruz disse que toda a população brasileira poderá ser revacinada em 2022 se os estudos concluírem que isso será necessário. Até o fim do ano, o Brasil receberá 600 milhões de doses, que poderão inclusive ser mantidas congeladas para uso numa eventual campanha de reforço no próximo ano.

Há ainda 180 milhões de doses da Astrazeneca produzida no Brasil já contratadas para 2022, o que seria suficiente para uma dose de reforço em toda a população vacinável no ano que vem.

“A mensagem que a gente passa para a população é de tranquilidade, de que não vai faltar orçamento, quer seja por uma antecipação de aquisição, quer seja para o orçamento de 2022 Mas não faltará imunizantes para que a gente consiga imunizar a população brasileira de acordo com o que está cientificamente determinado”, afirmou.

FONTE O TEMPO

Alerta: 3º dose para combater a variante Delta; Lafaiete necessita de 35 mil vacinas

A variante Delta está provocando um debate entre especialistas e governo a respeito da aplicação da 3º dose de reforço. Para os especialistas a 3º dose é para hoje. Já, o Ministro  da Saúde, Queiroga disse, que são  necessários mais dados científicos e afirmou que o Brasil terá vacinas de reforço e  só não informou quando começará à aplicar essa 3º dose no Brasil.

Segundo o Ministro o publico alvo prioritário a receber a vacina, serão os idosos, profissionais de saúde e pessoas com morbidades. A 3º dose será aplicada por qualquer uma das vacinas disponíveis no município. Por exemplo, sem um idoso tomou a Coronavac e no reforço a vacina a ser aplicada será aquela, que estará disponível nos Postos de Saúde.

Lafaiete : 35.000 vacinas a mais para aplicação da 3ª dose de reforço no publico alvo

Lafaiete irá precisar receber em torno de 35.000 vacinas para atender as doses de reforço para atender o publico alvo no combate a variante Delta. A grande preocupação dos especialistas reside na falta de vacina e a flexibilização que já vem ocorrendo em vários municípios do Brasil, o que facilita a propagação da cepa indiana. “ Estamos ainda muito atrasado em relação a outros países, onde a Delta vem  preocupando as autoridades sanitárias. Inclusive esses países vem tomando medidas mais restritivas de circulação da população e já aplicando a 3ª dose.” Relatou o infectologista, Jorge Croda da Fiocruz, que acrescentou que um novo relatório das autoridades americana  sobre a variante Delta, projeta que pelo menos  90% da população precisaria estar vacinada.

Hoje o Brasil está com 58% da sua população vacinada  com a D1( 124 milhões) e 26%( 56 milhões com a D2. Em Lafaiete segundo os dados oficiais do Covid-19, temos 68.503 pessoas vacinadas com  D1 ( 53%) e 34.879 vacinadas com D2 ( 27%). Com relação a morte pela variante Delta no pais, já morreram  mais de 40 pessoas e mais de 1.000 infectados. Em Minas Gerais uma idosa de 74 anos que morava no Rio de Janeiro foi a primeira morte registrada pela variante Delta na cidade de Rio Novo,na região da  Zonas da Mata.

Covid-19: Vacinados podem precisar de 3ª dose contra variantes, dizem cientistas

Parece uma corrida com dois competidores. Numa pista, o ser humano avança iniciando a vacinação contra a covid-19. Mas o coronavírus acelera, promovendo mutações mais contagiosas e capazes de reduzir a proteção das vacinas.

Nessa disputa, há duas estratégias igualmente importantes para os dois adversários: rapidez e adaptabilidade.

Enquanto, o vírus tenta se modificar para entrar com mais facilidade e em maior quantidade no organismo, o ser humano corre contra o tempo para imunizar o quanto antes toda a população e desenvolver vacinas que protejam contra as variantes perigosas.

Segundo pesquisadores ouvidos pela BBC News Brasil, nessa corrida contra o vírus, pessoas já vacinadas contra a covid-19 poderão ter que receber uma dose adicional de imunizante.

Isso porque duas variantes do coronavírus, a encontrada em Manaus, batizada de P.1, e a da África do Sul, chamada de 501.V2, parecem reduzir a eficácia de vacinas por possuírem a mutação E484K, capaz driblar a ação de anticorpos produzidos pelo corpo. Uma terceira variante encontrada no Reino Unido também passou a apresentar a mutação E484K em algumas regiões do país, segundo análises da Public Health England, agência ligada ao Ministério da Saúde britânico.

“Pessoas que já se vacinaram poderão ter que tomar mais uma dose, quando adaptações das vacinas forem concluídas para proteger contra variantes”, disse à BBC News Brasil o virologista Julian Tang, professor da Universidade de Leicester, no Reino Unido.

“Nessa mesma época no ano passado, tínhamos o vírus que surgiu em Wuhan, na China. Neste ano, já temos três variantes que causam preocupação. Nesse período do ano que vem, poderemos ter mais variantes. Então, é possível que a vacina tenha que ser atualizada todo ano para acompanhar esse ritmo”, avalia.

O governo britânico confirmou neste domingo (7/2) à BBC que pretende disponibilizar para a sua população vacinas anuais contra a covid-19, como ocorre atualmente com a gripe.

“Vemos como muito provável uma imunização de reforço no outono (no hemisfério Norte) e, então, vacinações anuais, como fazemos hoje contra a gripe, adaptando para variantes que se espalham pelo mundo”, disse o secretário para vacinas Nadhi Zahawi ao programa Andrew Marr, da BBC.

Diversos fabricantes anunciaram que estão desenvolvendo novas vacinas capazes de aumentar a proteção contra variantes com as mutações E484K, embora pesquisas preliminares indiquem que os imunizantes disponíveis ainda oferecem alta proteção, de quase 100%, contra os casos mais graves da doença – aqueles que podem resultar em morte.

O maior problema parece residir na eficácia global das vacinas, que engloba casos leves, moderados e graves.

“O que apareceu nesses dados preliminares é que houve uma queda no percentual de pessoas que não tiveram nenhum sintoma. Mas não teve aumento no percentual de casos graves”, disse às BBC News Brasil o virologista Felipe Naveca, que participou do primeiro sequenciamento da variante de Manaus.

“Se a vacina continua protegendo para as formas graves da doença, essas pessoas continuam protegidas para aquilo que é o mais importante da vacina. Agora, se os estudos demonstrarem queda de eficácia nesse sentido, provavelmente as pessoas já vacinadas terão que ser reimunizadas (com vacina adaptada) ou tomar uma dose adicional”, completa Naveca, que é pesquisador do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/FioCruz).

Nesse contexto, a vacina CoronaVac, por enquanto a predominante no Brasil, parece apresentar alguns pontos fortes (veja mais abaixo).

Mas o que exatamente se sabe sobre a queda da proteção das vacinas?

Vacina de covid

CRÉDITO,GETTY IMAGES

Legenda da foto,Fabricantes anunciaram que estão desenvolvendo novas vacinas capazes de aumentar a proteção contra variante

Vacinas já testadas contra novas variantes

As pesquisas mais amplas até o momento foram feitas com as vacinas Novavax e Johnson & Johnson. Um estudo, divulgado em 29 de janeiro, mostrou que a eficácia global (para impedir casos leves, moderados e graves) da Novavax cai de 95,6%, contra o vírus original, para cerca de 60%, quando aplicada na África do Sul, onde predomina a variante com mutação E484K.

Já a vacina Johnson & Johnson, de dose única, mostrou uma eficácia de 72% para formas moderadas e graves da covid-19 nos Estados Unidos, 28 dias após a injeção. Na África do Sul, esse percentual caiu para 57% e, na América Latina, para 66%.

Mas não houve casos de mortes. Ou seja, a vacina se mostrou 100% eficaz em evitar os casos mais graves da doença. Para esse estudo, foram analisados os resultados de 43,7 mil voluntários.

Atualmente, no Brasil, duas vacinas estão sendo aplicadas: a Oxford-AstraZeneca e a CoronaVac.

No domingo (7), a África do Sul suspendeu o início da vacinação com o imunizante Oxford-AstraZeneca, depois que um estudo preliminar, feito com 2 mil pessoas de, em média, 31 anos, revelou “proteção mínima” contra casos leves e moderados provocados pela variante.

A pesquisa, que ainda não foi publicada e revisada, foi feita pela Universidade de Witwatersrand, em Johannesburgo. Não foi avaliada a eficácia da vacina de Oxford em evitar casos graves e mortes, porque o público do estudo era jovem e sem comorbidades.

A equipe que produz a vacina Oxford-AstraZeneca anunciou que já está trabalhando numa versão adaptada do imunizante e que poderá disponibilizá-la “até o outono” do hemisfério Norte. Ou seja, até 21 de setembro.

A expectativa é que essa nova vacina funcione como uma dose de reforço às duas outras que as pessoas estão recebendo.

O Instituto Butantan, que fabrica a CoronaVac em conjunto com a biofarmacêutica chinesa Sinovac, disse à BBC News Brasil que “realiza estudos em relação à variante identificada no Amazonas, ao mesmo tempo em que a Sinovac avalia variantes encontradas na Inglaterra e na África do Sul”.

As fabricantes de vacina Moderna e Novavax disseram que já estão desenvolvendo vacina ou dose de reforço capaz de responder à mutação E484K, enquanto a Pfizer está aprofundando estudos sobre o impacto do seu imunizante contra a variante da África do Sul.

Mulher recebe vacina na Hungria

CRÉDITO,EPA

Legenda da foto,Atualmente no Brasil duas vacinas estão sendo aplicadas: a Oxford-AstraZeneca e a CoronaVac.

Potencial vantagem da CoronaVac contra variantes

Apesar de a CoronaVac ter percentual menor de eficácia global que vacinas como Oxford-AstraZeneca, Pfizer e Moderna, a tendência é que ela tenha a eficácia menos afetada pelas variantes com a mutação E484K, segundo a especialista em microbiologia Ana Paula Fernandes, professora e pesquisadora do Centro de Tecnologia em Vacinas e Diagnóstico da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

A mutação E484K afeta exatamente o principal ponto de ligação entre o vírus e as células, tornando o “encaixe” mais eficaz. Esse é o local onde os chamados anticorpos neutralizantes, produzidos pelo nosso sistema imunológico, se encaixam para impedir a entrada do vírus na célula.

Logo após se infectar, o corpo passa a produzir anticorpos para tentar combater o vírus. Alguns dos mais importantes deles são justamente os neutralizantes, que se colocam entre a célula e a proteína spike, impedindo que o vírus se fixe e se multiplique pelo organismo humano.

Grande parte das vacinas, inclusive Oxford-AstraZeneca, Novavax e Pfizer, focam em injetar no corpo humano genes da proteína spike do vírus para estimular a produção dos anticorpos neutralizantes. Já a CoronaVac é produzida a partir do vírus inteiro inativado.

“Quando você entra em contato com vírus inteiro inativado, várias células do seu sistema imune são ativadas e são produzidos vários outros anticorpos, não só esse que a gente chama de neutralizante” explica Ana Paula Fernandes, que também é coordenadora da rede nacional de diagnósticos, que une diferentes universidades e institutos de pesquisa do Brasil para responder à pandemia.

O Instituto Butantan também disse, em e-mail enviado à BBC News Brasil, que a CoronaVac, por ser produzida a partir do vírus inteiro inativado, deve gerar “uma resposta imune ampla” contra a doença.

“A vacina que pode perder o maior nível de eficácia é a focada numa única porção da proteína spike, que é onde o vírus está mutando. Porque você tem um repertório menor de outros mecanismos para socorrer o seu organismo, já que sua resposta vai estar focada naquela região da molécula onde o anticorpo encaixa”, diz Ana Paula Fernandes.

Mas como é que, mesmo focando exatamente na proteína que sofreu mutação para driblar anticorpos, essas vacinas ainda parecem apresentar grau importante de proteção contra variantes?

“É possível que anticorpos dessas vacinas continuem conseguindo se ligar (à proteína spike) ainda que com menor afinidade. Então, a imunidade não desaparece”, explica professora da UFGM.

“E o nosso próprio sistema imune não coloca os ovos numa cesta só. Ele responde à vacina feita para o vírus original apostando em vários tipos de anticorpos, não só os neutralizantes, e ativando células de defesa do organismo, os linfócitos.”

Essas hipóteses ajudam a explicar por que as vacinas têm eficácia reduzida contra infecções leves e moderadas, mas continuam garantindo proteção para casos graves.

Os anticorpos ajudam a reduzir a concentração e multiplicação do vírus no nosso organismo, garantindo quadros mais leves ou assintomáticos da doença. Quanto maior a carga viral, maior a possibilidade desenvolver sintomas mais graves da covid-19.

Uma médica retira da embalagem a vacina contra a covid-19 produzida pela Sinopharm no Hospital Seychelles em Victoria, em 10 de janeiro de 2021

CRÉDITO,AFP/GETTY IMAGES

Legenda da foto,Países correm para conseguir vacinar sua população

E se tiver vacinada adaptada, quem deve receber primeiro?

Quando surgirem as primeiras vacinas adaptadas a variantes, os governos deverão tomar uma decisão: focar primeiro em vacinar a população que ainda não recebeu imunizante ou reforçar a proteção dos idosos e mais vulneráveis que já se vacinaram.

Para Ana Paula Fernandes, a melhor estratégia é focar em finalizar a imunização de toda a população para conter as altas taxas de circulação do vírus o mais rápido possível e evitar o surgimento de novas variantes.

Já o virologista Julian Tang, da Universidade de Leicester, no Reino Unido, defende focar nos extremos da pirâmide: vacinar os extremamente vulneráveis (como idosos com comorbidades graves) e os jovens em idade de trabalhar e estudar.

“Assim, você alcança um meio-termo que garanta proteger os muito vulneráveis e reabrir a economia e as escolas”, defende.

Por enquanto, as vacinas só serão oferecidas para maiores de 16 anos, porque não houve testes em crianças e adolescentes, mas a tendência é ampliar a faixa etária, quando esses estudos forem concluídos.

Outra estratégia possível para garantir maior proteção contra o vírus e as variáveis é combinar vacinas diferentes, lembra o virologista Felipe Naveca. Por exemplo, usar a CoronaVac, que utiliza o vírus inteiro inativado, com uma vacina focada na espícula do vírus, como a Oxford-AstraZeneca.

“Você estaria apresentando um vetor diferente na segunda ou terceira dose. O corpo não conheceria aquele vetor e geraria anticorpos variados. Estudos estão sendo conduzidos para verificar o grau de eficácia dessas combinações”, ressalta Naveca.

Não há passaporte de imunidade agora

Em um aspecto todos os pesquisadores ouvidos pela BBC News Brasil concordam: enquanto a grande maioria da população não tiver sido vacinada, devem ser adotadas medidas proteção e restrição de contato social, inclusive por quem já se vacinou.

Naveca, Tang e Fernandes recomendam, por exemplo, usar máscaras profissionais, como N95, em ambientes fechados, tentar circular apenas ao ar livre ou em ambientes ventilados, abrir o vidro do carro, principalmente se estiver em táxi ou Uber, evitar frequentar bares, restaurantes e outros locais de lazer que concentrem pessoas em local fechado, usar máscaras mesmo ao ar livre, lavar as mãos constantemente e usar álcool em gel.

“As medidas de controle devem ser intensificadas para conter o espalhamento das novas variantes e, principalmente, o surgimento de novas mutações. Quanto mais pessoas infectadas numa população maior a chance de aparecer variante”, diz Ana Paula Fernandes.

“Até agora, as variantes têm um mecanismo de escape dos anticorpos, mas as vacinas ainda apresentam eficácia. (Mas) as mutações continuam e temos que minimizar o risco de uma que seja capaz de driblar totalmente as vacinas.”

FONTE BBC.COM

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