Quarta onda de calor no Brasil: Minas deve registrar temperatura superior a 35ºC

Nova onda de calor deve durar até o dia 2 de maio

A quarta onda de calor deve atingir o Brasil ainda no mês de abril, com impactos em Minas Gerais, onde os termômetros devem registrar temperatura superior a 35 ºC, especialmente no Triângulo Mineiro. A previsão foi divulgada pelo instituto Climatempo. A nova onda de calor deve durar até 2 de maio.

Conforme o Climatempo, a origem da nova onda de calor está associada a uma área de alta pressão na média atmosfera, que atuará como um bloqueio atmosférico.

“Os próximos dias, uma área de alta pressão na média ganhará força sobre áreas do Mato Grosso do Sul e Paraná, e lentamente migrará para o leste do Sudeste do país entre o fim de abril e início de maio. Como este sistema ficará praticamente estacionado sobre áreas do Centro-Sul brasileiro por uma sequência de dias, ele atuará como um bloqueio, dificultando a chegada de frentes frias para o Centro-Oeste e Sudeste, resultando na manutenção do ar seco e intensificação do ar quente”, explica informativo do instituto.

O Climatempo explica que uma das características desse sistema é intensificar o ar de cima para baixo, inibindo a formação de nuvens e favorecendo a intensificação do calor. “Isso contribuí para elevar as temperaturas dia após dia, mesmo estando no outono, época em que as temperaturas costumam cair. A falta de uma massa de ar frio forte o suficiente para provocar uma mudança significativa nas condições tempo mantém o domínio do ar quente sobre grande parte do país”, diz o texto.

Nesse sentido, Belo Horizonte e outras capitais, como Campo Grande, Cuiabá, Goiânia, São Paulo, refletem essa redução nas médias climatológicas durante o mês de abril. “Nessas regiões, é comum observar uma diminuição nas temperaturas médias em comparação com os meses anteriores, devido à combinação de menor radiação solar e dias mais curtos”.

O Climatempo cita tardes quentes e madrugadas abafadas, especialmente faixa Central e Oeste de São Paulo, Noroeste do Paraná, Mato Grosso do Sul, Triângulo Mineiro e Sul de Goiás, onde as temperaturas devem atingir ou superar os 35ºC em vários pontos.

“Além das tardes quentes, as madrugadas também devem permanecer abafadas para a época, principalmente no Mato Grosso do Sul, Paraná e oeste de São Paulo, devido ao escoamento do ar quente próximo à virada de abril para maio. Por outro lado, em regiões como Minas Gerais, áreas do leste de São Paulo, Goiás e Distrito Federal, as mínimas podem ser mais baixas devido à subsidência e ao ar seco. Isso resulta em uma amplitude térmica significativa entre as temperaturas máximas e mínimas ao longo do dia. Em algumas localidades, essa diferença pode chegar a valores notáveis, como 18ºC, 20ºC ou até mesmo 22ºC”, destaca a nota.

 

FONTE ITATIAIA

Calor com dias contados: vem aí a primeira frente fria do outono

O outono começa oficialmente no dia de 20 de março, às 00h06, e se estende até às 17h51 do dia 20 de junho, pelo horário de Brasília. Já teremos mudanças nas condições de tempo no primeiro dia da nova estação, devido ao avanço de uma nova frente fria.

A passagem do sistema na noite da quarta-feira (20), vai aumentar a condição de temporal sobre o oeste e sul do Rio Grande do Sul; teremos muita entrada de umidade já provocando mais nuvens de chuva na metade norte do estado gaúcho e o risco de temporal aumenta na Serra e na capital Porto Alegre. Santa Catarina, Paraná e São Paulo, ainda terão um primeiro dia de outono quente e abafado, com condição de pancadas moderadas a forte a partir da tarde.

Risco de temporais aumenta

A madrugada de quinta-feira (21), vai ser instável sobre algumas cidades do centro-sul do Rio Grande do Sul e até mesmo Porto Alegre pode receber volumes mais significativos durante a madrugada e as primeiras horas do dia, mas com a chuva perdendo força à tarde e à noite. Com o avanço do sistema em direção ao Sudeste, as pancadas ganham mais intensidade em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, litoral sul do Rio De Janeiro e na divisa dos dois estados com Minas Gerais. Neste dia, o risco de temporais aumenta – inclusive nas capitais. Atenção para agitação marítima no litoral do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.

A atmosfera terá mais umidade, o que volta a favorecer o crescimento de nuvens carregadas sobre o leste e sul do Mato Grosso do Sul e no Triângulo Mineiro.

A passagem desta frente fria encerra o período de bloqueio atmosférico e marca o fim da onda de calor no país. Teremos a entrada de um pouco de ar frio que vai aliviar o calor intenso em muitos estados brasileiros; a semana vai terminar com temperaturas mais baixas no Sul e no Sudeste e diminuição das temperaturas altas no Centro-Oeste do país.

Na sexta-feira (22), teremos condição de tempo fechado na região do Vale do Itajaí, no litoral e leste do PR, no sul de SP, incluindo o litoral e na RMSP, além de tempo severo e chuvoso no centro-sul do Rio de Janeiro, podendo acarretar transtornos na baixada fluminense. Cidades do sul de Minas, região da Zona da Mata e parte do sul do Espírito Santo ficam em alerta para o risco de temporais. O mar fica agitado no Sul, em SP e no RJ neste dia.

image

Fique de olho nas nossas atualizações!

 

FONTE CLIMATEMPO

ALERTA VERMELHO: Inmet emite aviso de grande perigo para onda de calor em 5 estados

Riscos potenciais à saúde de pessoas animais estão relatados até o começo da noite do próximo sábado

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) publicou nesta quinta-feira (14) um alerta vermelho para onda de calor para uma região que engloba áreas de cinco estados.

Porções do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul estão em situação considerada de grande perigo pelo órgão desde esta quinta às 14h até as 18h de sábado (16).

Onda de calor pode causar salto de mais de 20% na transmissão da dengue em MG

Minas registra um caso provável da doença a cada 12 segundos; tempo de incubação do vírus no mosquito é encurtado com alta temperatura

A onda de calor deve agravar o pior surto de dengue, zika e chikungunya vivido em Minas Gerais. Uma pesquisa da Universidade de Michigan (EUA), realizada no Brasil, calculou que, em um aumento de temperatura de 2ºC, as transmissões de arboviroses podem aumentar. O crescimento pode chegar a 20%.

Para se ter ideia, a previsão da onda de calor em Minas Gerais é de temperaturas até 5ºC acima da média até a sexta-feira (15 de março). Infectologistas escutados pela reportagem alertam para um possível aumento no número de mosquitos Aedes aegypti e de diagnósticos diários das doenças. No Estado, a cada 12 segundos, um novo caso suspeito de dengue é registrado.

De acordo com o epidemiologista Carlos Henrique Nery Costa, um ajuste biológico ocorre naturalmente no Aedes aegypti conforme as condições de temperatura. Ele explica que o mosquito fica mais ativo durante o calor. “O inseto não tem controle de temperatura, então, à medida que fica mais quente, a transmissão dos vírus fica mais acelerada”, alerta ele, que é doutor em Saúde Pública Tropical pela universidade de Harvard. O processo é o mesmo que causa alta dos casos de arboviroses durante o verão, mas, dessa vez, intensificado pela temperatura ainda mais elevada pela onda de calor.

Na pesquisa da Universidade de Michigan, por exemplo, a cidade de Recife foi usada como base de estudo, e o número de novos casos após a primeira pessoa infectada por dengue saltou de quatro para seis em um aumento de temperatura de 2ºC. Nery Costa reforça que, quanto mais quente, o tempo de incubação do vírus no mosquito fica menor, isto é, ele passa a transmitir dengue, zika ou chikungunya mais rápido.

“Naturalmente, leva alguns dias para que o inseto passe a transmitir as doenças desde o primeiro contato com os vírus. Isso é o que chamamos de tempo de incubação. Mas, com as altas temperaturas, o vírus chega mais rápido às partes bucais do inseto. Então, à medida que a temperatura sobe, aumenta a proliferação da dengue”, analisa Nery Costa.

De fato, de acordo com o infectologista em medicina tropical Julio Croda, o ciclo de transmissão das arboviroses pode cair de até 10 dias para 6 a 7 dias por causa do aumento da temperatura. A maior preocupação, segundo o médico, é a multiplicação do vetor. Ele explica que os mosquitos se reproduzem mais rápido durante o calor. “O mosquito da dengue é muito eficaz em se proliferar e transmitir as arboviroses. Com a alta temperatura, o ciclo reprodutivo fica mais rápido. Mais calor, mais mosquito no ambiente. A frequência do vetor vai aumentar”, diz.

Clima e ambientes ideais para a proliferação do mosquito 

É o que também alerta Mário Giusta, professor de Biomedicina da Una Contagem. Ele chama de “tempestade perfeita” a ocorrência da onda de calor em meio à maior epidemia de dengue do Estado. “A onda de calor, consequentemente, gera aumento das chuvas. Seja imediatamente ou após o fenômeno. Isso é ideal para a intensificação do vetor da dengue. A eclosão dos ovos do inseto funciona muito bem nesse clima. Preocupa bastante o aumento de população do vetor, que vai ter consequência na alta de casos”, alerta.

Segundo o especialista, outro desafio em meio à onda de calor é a dificuldade do controle dos mosquitos no ambiente urbano. “Dentro dos centros urbanos, nós não temos um controle ecológico do Aedes aegypti, não há limitação para o aumento reprodutivo do mosquito. Então, isso intensifica ainda mais o problema. É perfeito para o mosquito: está quente, chove e não há controle ecológico”, continua.

Contra a explosão de casos, previna-se dos focos do mosquito

Para evitar grandes saltos na proliferação das arboviroses, Mário Gusta aconselha medidas de prevenção contra os focos do Aedes aegypti e proteção pessoal, como uso de repelentes. “O jeito, agora, é tentar evitar a presença do inseto. Então, o ideal é tomar muito cuidado essa semana, reforçar o uso de repelentes e cuidar do ambiente em que estamos, evitando focos de água parada e entulhos, como é amplamente divulgado”.

O que diz a PBH? 

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) informou que as ações de combate ao Aedes aegypti são realizadas durante todo o ano, em todas as regiões do município, independentemente da temperatura. “Cabe ressaltar que para o ciclo completo do mosquito é necessário água. Por isso, a principal forma de combater o mosquito é eliminar objetos que possam acumular água, interrompendo assim o  ciclo de vida”, acrescentou.

A reportagem também questionou o Estado de Minas sobre ações contra os focos da dengue durante a onda de calor e aguarda retorno.

Cuidados contra focos do mosquito: 

 

  • Eliminar água armazenada em vasos de plantas, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção é a melhor forma de evitar a proliferação do Aedes aegypti;
  • Deixe sempre bem tampados e lave com bucha e sabão as paredes internas de caixas d’água, poços, cacimbas, tambores de água ou toneis, cisternas, jarras e filtros;
  • Não deixe acumular água em pratos de vasos de plantas e xaxins. Coloque areia fina até a borda do pratinho;
  • Plantas que possam acumular água devem ser tratadas com água sanitária na proporção de uma colher de sopa para um litro de água, regando no mínimo, duas vezes por semana. Tire sempre a água acumulada nas folhas;
  • Não junte vasilhas e utensílios que possam acumular água (tampinha de garrafa, casca de ovo, latinha, saquinho plástico de cigarro, embalagem plástica e de vidro, copo descartável etc.) e guarde garrafas vazias de cabeça para baixo;
  • Entregue pneus velhos ao serviço de limpeza urbana, caso precise mantê-los, guarde em local coberto;
  • Deixe a tampa do vaso sanitário sempre fechada. Em banheiros pouco usados, dê descarga pelo menos uma vez por semana;
  • Retire sempre a água acumulada da bandeja externa da geladeira e lave com água e sabão;
  • Sempre que for trocar o garrafão de água mineral, lave bem o suporte no qual a água fica acumulada;
  • Mantenha sempre limpo: lagos, cascatas e espelhos d’água decorativos. Crie peixes nesses locais, eles se alimentam das larvas dos mosquitos;
  • Lave e troque a água dos bebedouros de aves e animais no mínimo uma vez por semana;
  • Limpe frequentemente as calhas e a laje das casas, coloque areia nos cacos de vidro no muro que possam acumular água;
  • Mantenha a água da piscina sempre tratada com cloro e limpe-a uma vez por semana. Se não for usá-la, evite cobrir com lonas ou plásticos;
  • Mantenha o quintal limpo, recolhendo o lixo e detritos em volta das casas, limpando os latões e mantendo as lixeiras tampadas.
  • Não jogue lixo em terrenos baldios, construções e praças;
  • Permita sempre o acesso do agente de controle de zoonoses em residência ou estabelecimento comercial.

 

FONTE O TEMPO

Primeira onda de calor de 2024 pode atingir Minas nos próximos dias: ‘Risco à saúde’

Alerta cita temperatura 5ºC acima da média por período de 2 até 3 dias

A primeira onda de calor de 2024 pode atingir cidades de cinco estados do Brasil, incluindo Minas Gerais, nos próximos dias. O alerta foi divulgado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) nesta quinta-feira (29) e lista cinco cidades do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba de Minas. Em 2023, o estado enfrentou quatro ondas de calor.

O alerta vale para Carneirinho, Iturama, Limeira do Oeste, Santa Vitória e União de Minas. O alerta cita temperatura 5ºC acima da média por período de 2 até 3 dias. Ou seja, entre hoje e sábado (2).

Ainda conforme o Inmet, estão na lista cidades de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Tempestade

Em meio ao risco de onda de calor, o Inmet também alerta para risco de chuva intensa, de até 100 mm, em 343 cidades de Minas Gerais. Em algumas delas, pode ocorrer granizo. Há risco de corte de energia elétrica, queda de galhos de árvores, alagamentos e de descargas elétricas.

FONTE ITATIAIA

‘Até pneu cheira a queimado’: como é viver no Vale do Jequitinhonha, região do Brasil que mais aqueceu em 2023

Levantamento inédito do Cemaden, obtido com exclusividade pelo GLOBO, aponta as cidades que mais sofreram com o calor e baseia ferramenta que permite consultar os efeitos do fenômeno pelo país

A chuva das últimas semanas fez brotar esperança no coração da enfermeira Soraya Rocha, de 46 anos, e de tantos outros moradores de Turmalina e municípios vizinhos do Vale do Jequitinhonha. Chuva traz alívio e festa em um lugar onde reinam calor e seca. No ano que passou, Soraya viu aumentar o número de pacientes cada vez que o calor, que já é normalmente grande, se agravava. A região mineira concentra 18 das 20 cidades do país que mais aqueceram, como mostra um levantamento inédito do Cemaden, obtido com exclusividade pelo GLOBO, que baseia uma ferramenta que permite consultar os efeitos do fenômeno pelo país (confira mais abaixo).

Vinicius Freitas atravessou os municípios mais aquecidos do país de bicicleta — Foto: Arquivo pessoal

Há 22 anos na rede de saúde de Turmalina, Soraya diz que a maioria dos que procuram atendimento médico é de idosos. Em comum, a falta de hidratação e a reclamação “estou com um trem esquisito”, o jeito mineiro de dizer que não está se sentindo bem.

— O termômetro sobe e já sabemos que o povo virá. Vemos mais casos de doença cardíaca, de queixas generalizadas. É um problema de saúde negligenciado. O calor também ajuda o mosquito. Agora enfrentamos a dengue, hospitais lotados — destaca a enfermeira.

Dentro das casas é quente, pouca gente tem ar-condicionado. Mesmo ventilador não é comum. Uma realidade que não é apenas de Turmalina. No Brasil, só 13,91% dos domicílios dispõem de ar-condicionado, segundo a “Pesquisa de Posse e Hábitos de Uso de Equipamentos Elétricos de Classe Residencial”, da Eletrobras.

— Assistia na TV autoridades americanas mandando as pessoas irem para shoppings e outros lugares refrigerados durante as ondas de calor. Mas aqui o povo vai fugir para onde? Temos poucos espaços públicos refrigerados, nem mesmo nas unidades de saúde — lamenta Soraya.

2023 foi o ano mais quente da história

O salão do júri do fórum de Turmalina, por exemplo, não tem sistema de refrigeração. Que o diga o advogado e produtor rural Bruno César Viana:

— Imagine vestir beca com a temperatura nas alturas, em um salão não refrigerado. Fica tão intolerável que o juiz às vezes nos dispensa da beca nas horas mais quentes — conta.

Em Turmalina, como em outras cidades da região, o rural se confunde com o urbano. Quase todo mundo tem sítio ou alguma outra ligação com a roça, explica Viana. Como muita gente, ele teve que enfrentar as agruras do calor em duas frentes. Se de beca era duro, no campo tampouco havia alívio.

Exposta sem piedade ao sol e à seca, a roça definhou em municípios do Vale do Jequitinhonha. Plantações se perderam. O milho morreu quase todo e muita gente teve prejuízo, frisa Viana.

Ainda era agosto, inverno no calendário, quando os trabalhadores da fazenda de Viana pediram para mudar de horário. Passaram a madrugar, e a partir das 11h ninguém mais ficava no campo — uma adaptação semelhante à ocorrida em ondas de calor nos EUA.

— É um calor insuportável. Aqui sempre foi quente, mas o ano passado foi absurdo. E não só em Turmalina. Toda a região sofreu. Faço a minha parte, protejo a nascente que abastece famílias da comunidade, mas precisamos de reflorestamento, barragens — diz Viana.

Na roça e na cidade o sol castiga. Mas pode ser ainda pior de perneira (proteção contra cobras) e mochila carregada com marreta e pedras nas costas é pior. Equipada assim, a geóloga Julia Mascarenhas, de 29 anos, esquadrinhou o Vale do Jequitinhonha em um mapeamento até janeiro deste ano.

Ela estava pelas bandas de Araçuaí quando a cidade batia o recorde nacional de temperatura. Julia sempre carrega água congelada e encharca os cabelos sob o boné. Mas não adianta muito.

— No trabalho de campo, você vira lagarto. Durante as ondas de calor é ainda pior. O vento é quente, os morros são secos. Nada se mexe, nem formiga. Elas se escondem. Nesses meses todos, só vi duas cobras. Estavam as duas juntas numa pocinha de drenagem. Nenhum bicho encara o calor — afirma.

A geóloga trabalha com dois ajudantes nascidos na região. Mesmo acostumados a passar calor, penaram muito.

— O calor dessa região é de lascar os brabos — completa Julia.

O calor do Vale do Jequitinhonha impressiona mesmo quem está só de passagem. Literalmente. O empresário e ciclista de longa distância Vinícius Freitas, de 47 anos, há três anos, faça sol ou chuva, volta da casa que possuiu na Praia do Espelho, entre Trancoso e Caraíva, na Bahia, para Belo Horizonte, onde mora, pedalando. Traça uma rota que cruza exatos mil quilômetros e sempre coloca o Vale do Jequitinhonha no roteiro porque tem mais beleza e história.

O preço a pagar é o calor. E está cada vez mais alto.

— Em cicloviagens você não pode se dar ao luxo de parar de dia. Mas nessa região, não dá. O calor é demais. E das 11h ao início da tarde, não é possível suportar, até o pneu da bicicleta cheira a queimado. Não tem refresco. Quase nenhum lugar de parada, como postos de gasolina, tem ventilador. Ar-condicionado, só em sonho.

Sonho se fosse possível dormir. Mas com calor também é missão quase impossível. Freitas já pedalou muito Brasil afora e rodou pela América do Sul. Mas diz que o Vale do Jequitinhonha é imbatível no calor. O que alivia é a hospitalidade das pessoas.

— O calor é sempre assunto. Todo mundo reclama. E as pessoas ficam impressionadas de eu estar pedalando naquelas condições, se preocupam, são gentis — diz Freitas que, a despeito do calor, continuará a pedalar na região. — Faz parte do desafio.

FONTE O GLOBO

Carnaval em Minas: calor intenso e chuvas isoladas devem predominar em BH e cidades históricas

Tempestades rápidas podem ser a tônica das tardes de folia na Região Central do estado por conta do calor

Sol entre nuvens e pancadas isoladas de chuva devem marcar o Carnaval na maior parte de Minas Gerais entre sábado (10/2) e terça-feira (13/2).

É o que indica a previsão do tempo elaborada pelo Sistema de Meteorologia e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Simge), do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).

No fim de semana de folia em Belo Horizonte e em cidades históricas, como Ouro Preto, Diamantina e Tiradentes, a previsão é de céu com muitas nuvens e tempo abafado.

Por conta do calor, há possibilidade de chuvas isoladas de curta duração, mas os termômetros devem ficar na casa dos 28°C.

“Há possibilidade de chuva, em função do calor. Tendem a ser chuvas isoladas em grande parte de Minas, incluindo toda a faixa central – onde está Belo Horizonte -, assim como na Zona da Mata e faixa Leste do estado. São chuvas típicas do verão, ou seja, calor e aumento da nebulosidade na parte da tarde e chuvas isoladas”, explica o meteorologista do Simge, Heriberto dos Anjos.

A temperatura sobe ainda mais a partir de segunda-feira (12/2) em boa parte de Minas, com a temperatura máxima superando os 34°C no Triângulo Mineiro.

Em Belo Horizonte, os termômetros devem superar os 28°C. Assim como no fim de semana, há possibilidade de chuvas rápidas, principalmente no período da tarde, em toda a Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Chuvas no Norte e Noroeste mineiro

As regiões que devem concentrar o maior acumulado de chuva durante o Carnaval serão no Noroeste e Norte mineiro, principalmente nas proximidades de Montes Claros, Pirapora, Três Marias, Unaí e Paracatu.

Nas áreas citadas, o acumulado de chuva pode superar a marca de 100 milímetros no período de folia.

Simge

O trabalho de monitoramento das condições climáticas é feito no Igam há 25 anos, pelo Simge. O sistema é referência para que, nos casos de eventos naturais, os órgãos públicos tomem decisões que podem salvar vidas.

O trabalho de alerta é realizado em parceria com a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) e tem o apoio da Cemig para aquisição das informações.

Ainda, para realizar a previsão de tempo e clima, bem como o monitoramento e a vigilância meteorológica, o Simge conta atualmente com ferramentas como produtos derivados de satélite, modelos meteorológicos e climáticos provenientes de órgãos nacionais e internacionais, sistemas de detecção de raios, dados observados por meio de Plataformas de Coleta de Dados (PCDS) automáticas e dados de radares meteorológicos.

FONTE AGÊNCIA MINAS

Minas Gerais em alerta nos próximos dias

A entrada constante de umidade, combinada às altas temperaturas, são como um combustível para o aumento das instabilidades. O estado de Minas Gerais volta a ficar em alerta no decorrer destes próximos dias e a situação passa a ser preocupante nas cidades do interior, norte e sul mineiro, devido ao excesso do volume de chuva. A previsão é de fortes pancadas de chuva acompanhadas de raios até o final desta semana.

De acordo com o Cemaden, somente nas últimas 24 horas (das 11h do dia 05/02 às 11h do dia 06/02) foram registrados 57,8mm de chuva em Betim, seguido de 60,2mm em Conselheiro Lafaiete. Já em Ouro Preto, o acumulado de precipitação foi de 71,2mm neste mesmo período.

Minas Gerais em alerta nos próximos dias

Nesta quarta-feira (07), grande parte do estado segue em ALERTA para temporais, com pancadas de chuva forte e rajadas de vento, especialmente a partir da tarde. Na quinta-feira (08), chove a qualquer hora do dia na região do Vale do Rio Doce, no norte e no nordeste de Minas Gerais e a chance de pancadas fortes de chuva com risco de raios, aumenta no sul e leste mineiro entre a tarde e à noite.

Tendência

A tendência é de que na sexta-feira (09), ventos vindos do oceano contribuiram ainda mais para a presença de muitas nuvens na metade norte do estado de Minas Gerais. Há chance de chuva a qualquer momento, com risco de temporais isolados, acontecendo com forte intensidade.

Já na Região Metropolitana de Belo Horizonte e nas demais áreas do sul de Minas, dia de sol com pancadas de chuva moderadas a forte a partir da tarde.

FONTE CLIMA TEMPO

Calor matou mais que deslizamentos de terra no Brasil, aponta estudo

Nos anos de 2010, o Brasil enfrentou de 3 a 11 ondas de calor por ano, quase quatro vezes mais do que na década de 1970, quando de zero a no máximo três desses eventos climáticos extremos foram registrados.

As consequências são fatais: de 2000 a 2018, em torno de 48 mil brasileiros morreram por efeito de bruscos aumentos de temperatura – número superior ao de mortes por deslizamentos de terra.

Os dados inéditos foram compilados em estudo publicado na quarta-feira (24/1) por 12 pesquisadores de sete universidades e instituições brasileiras e portuguesas, como a Universidade de Lisboa e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no periódico científico Plos One.

“Os eventos de ondas de calor aumentaram em frequência e intensidade”, diz à BBC News Brasil o físico Djacinto Monteiro dos Santos, que liderou o estudo, como parte de sua pesquisa no Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Para definir o que são ondas de calor, usou-se um padrão conhecido como Fator de Excesso de Calor (EHF, na sigla em inglês), que leva em consideração a intensidade, duração e frequência de aumentos na temperatura para prever níveis considerados nocivos à saúde humana.

A pesquisa analisou dados das 14 áreas metropolitanas mais populosas do Brasil, onde vive 35% da população nacional, um total de 74 milhões de brasileiros.

Foram assim consideradas as seguintes cidades: Manaus e Belém, no Norte; Fortaleza, Salvador e Recife, no Nordeste; São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, no Sudeste; Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre, no Sul; e as regiões metropolitanas de Goiânia, Cuiabá e do Distrito Federal, no Centro-Oeste.

Além de aumentarem em volume, as ondas de calor também estão cada vez mais prolongadas.

Nas décadas de 1970 e 1980, esses eventos adversos duravam de três a cinco dias. Entre os anos de 2000 e 2010, entre quatro e seis dias.

As vítimas do calor

Para calcular as vítimas das ondas de calor, os pesquisadores analisaram mais de 9 milhões de registros de óbitos de períodos em que ocorreram esses fenômenos no Brasil.

“Seguimos uma série de padrões de tratamentos de dados para evitar alterações nos resultados”, afirma Renata Libonati, professora do Instituto de Geociências da UFRJ e coautora da pesquisa.

Os cálculos levaram à conclusão de que em torno de 48 mil brasileiros morreram por consequência de ondas de calor entre 2000 e 2018.

As mortes se deram por razões como problemas circulatórios, doenças respiratórias e por condições crônicas agravadas pela alta temperatura.

ANADOLU/GETTY IMAGES
Legenda da foto,’Os eventos climáticos extremos não são democráticos, eles atingem muito mais aqueles que não têm acesso a recursos de adaptação’, diz pesquisador da UFRJ.

Outra descoberta da pesquisa é a de que há grupos mais vulneráveis a esses eventos extremos do clima. Em primeiro lugar, os idosos e, entre eles, as mulheres.

“Pela questão fisiológica, sabemos que os mais velhos são os mais vulneráveis, por terem corpos com menor capacidade de regulação térmica e por apresentarem mais comorbidades”, esclarece Libonati.

A maior vulnerabilidade das mulheres também se justifica por razões fisiológicas, segundo o estudo.

Pessoas pardas, pretas e menos escolarizadas também estão entre os grupos considerados mais vulneráveis, conforme a pesquisa.

“Os eventos climáticos extremos não são democráticos, eles atingem muito mais aqueles que não têm acesso a recursos de adaptação”, comenta o físico Monteiro dos Santos, da UFRJ.

“Situações socioeconômica precárias, que atingem as faixas mais pobres, levam a acesso também precário a condições de moradia, sistema de saúde e meios de prevenção.”

Santos afirma que as condições urbanas também costumam fazer com que regiões mais pobres das cidades sejam mais vulneráveis.

“Quando a sensação térmica é de 45ºC na Zona Sul do Rio de Janeiro [onde estão bairros de famílias mais ricas], aí é de 58ºC em Bangu, na Zona Oeste [área mais pobre]”, exemplifica o pesquisador.

O climatologista Carlos Nobre, pesquisador sênior do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP) e copresidente do Painel Científico para a Amazônia, ressalta que estes impactos do calor extremo tem sido evidenciados por pesquisas científicas.

“Já há dados globais que mostram que as ondas de calor são os eventos climáticos extremos que mais vitimam no planeta, à frente, por exemplo, de enchentes, e que há grupos mais vulneráveis a essas tragédias”, diz Nobre.

Membro da Academia Brasileira de Ciências, Nobre é hoje um dos mais renomados nomes no campo de estudos das mudanças climáticas. Ele não tem ligação com o estudo da UFRJ e o leu a pedido da BBC News Brasil.

GETTY IMAGES
Legenda da foto,’Já há dados globais que mostram que as ondas de calor são os eventos climáticos extremos que mais vitimam no planeta’, diz o climatologista Carlos Nobre

“A pesquisa é interessante por trazer dados inéditos e por mostrar como as ondas de calor tem efeitos no Brasil que já foram vistos em outras regiões do planeta”, opina o climatologista.

“Outro aspecto que quero destacar é como a análise foi feita em torno de centros urbanos, nos quais os efeitos do aquecimento global são ainda mais sentidos, por efeitos como o da ilha de calor [fenômeno caracterizado pela maior temperatura em cidades, em relação às áreas rurais].”

Nobre ressalta que, na cidade de São Paulo, a temperatura média é 4ºC acima do que em áreas menos urbanizadas do Estado.

Quando há aumentos bruscos, com as ondas de calor, os efeitos são ainda mais drásticos em regiões urbanas.

“Já se tem ciência de que populações com menos acesso a recursos, como os mais pobres, sofrem mais. Afinal, ter um ar condicionado, por exemplo, já soluciona o problema”, complementa o pesquisador da USP.

“Essa nova pesquisa, contudo, faz associações socioeconômicas e traz dados inéditos que podem ajudar a guiar políticas públicas.”

Os autores da pesquisa avaliam que, apesar de ter matado mais de 48 mil brasileiros em duas décadas, as ondas de calor tem menos visibilidade e recebem menos atenção em comparação com outros eventos climáticos catastróficos.

“Mesmo com a alta mortalidade, as ondas de calor são desastres negligenciados no Brasil”, diz Renata Libonati, da UFRJ e coautora do estudo.

“Em comparação a deslizamentos e enchentes, que apresentam grande impacto visual, o aumento de temperatura pode ser tido como invisível.”

O levantamento calculou que ocorreram mais mortes por efeito de ondas de calor no Brasil do que por deslizamentos de terra, que costumam ocorrer por efeito de tempestades.

A referência para a comparação é uma pesquisa do ano passado do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) que chegou à conclusão de que, de 1988 a 2022, houve cerca de 4,1 mil mortes de brasileiros por deslizamentos em 269 municípios de 16 Estados.

O climatologista Carlos Nobre acrescenta outro motivo para desastres como alagamentos terem recebido maior atenção midiática do que as ondas de calor.

“Outros desastres climáticos causam mortes imediatamente, como em enchentes. Já o aumento da temperatura por vezes leva dias, semanas ou até meses para matar.”

Medidas urgentes

Segundo os autores do novo estudo brasileiro, o interesse global pelas consequências das ondas de calor aumentou após 2003. Carlos Nobre concorda com a conclusão, que é um consenso entre pesquisadores do campo.

Naquele ano, uma onda de calor atingiu a Europa, em particular a França, vitimando cerca de 70 mil pessoas durante o verão.

Desde então, segundo os cientistas escrevem no artigo publicado na Plos One, “a mega onda de calor do verão europeu de 2003 foi estudada profundamente”.

GETTY IMAGES
Legenda da foto,Túmulos de vítimas da onda de calor de 2003 na França: corpos não reclamados por familiares foram enterrados sem identificação

Segundo um relatório conjunto da Organização Mundial de Saúde (OMS) e da Organização Mundial de Meteorologia (OMM), divulgado no ano passado, o calor mata 15 milhões de pessoas ao ano em todo o mundo.

“Após o trauma de 2003, os países europeus passaram a adotar protocolos transversais de prevenção e combate, unindo defesa civil, meteorologia, sistemas de saúde e esforços de comunicação, o que tem mostrado resultados positivos”, diz Libonati, da UFRJ.

Carlos Nobre, que também é ex-diretor do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), indica que seria preciso começar pela implementação de sistemas de alertas de ondas de calor.

“Mortes por deslizamentos e alagamentos ocorrem, mas diminuem ano a ano, pelo sucesso de forças de prevenir e combater que o Brasil tem implementado, com mais de 4 mil pluviômetros espalhados por 1,2 mil cidades, monitorando pontos de maior risco.”

Uma das medidas apresentadas pelo estudo lançado na Plos One é a instalação de sistemas similares para alertar a população sobre a chegada de ondas de calor.

“Se nada for feito nesse sentido, mortes por efeito das altas temperaturas, que poderiam ser prevenidas, vão aumentar ano a ano”, conclui Nobre.

FONTE BBC NEWS BRASIL

Previsão do tempo: MG deve ter calor de 36 graus e típicas pancadas de chuva de verão

Na capital mineira, conforme a Defesa Civil, o dia será de céu nublado, com chuvas a partir da tarde

Esta sexta-feira (12) deve ter típicas pancadas de verão em grande parte de Minas Gerais. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as condições são favoráveis para ocorrência de chuva intensas, entre 20 e 30 milímetros/h ou até 50 milímetros/dia, acompanhadas rajadas de vento ocasionais de até 60 km/h no Noroeste, Central Mineira, Triângulo Mineiro/Alto Paranaíba, Oeste, Sul/Sudoeste, Zona da Mata e Metropolitana. No Norte, os termômetros podem marcar até 36ºC.

Na capital mineira, de acordo com a Defesa Civil, o dia será de céu parcialmente nublado a nublado com chuvas, por vezes fortes, raios e rajadas de vento, principalmente a partir da tarde. A temperatura mínima prevista será de 18 °C e a máxima de 29 ºC.

Segundo o Inmet, para o fim de semana, a previsão é de grandes volumes acumulados de até 100 milímetros em 48 horas no Sul/Sudoeste, Campo das Vertente e Zona da Mata.

FONTE ITATIAIA

about

Be informed with the hottest news from all over the world! We monitor what is happenning every day and every minute. Read and enjoy our articles and news and explore this world with Powedris!

Instagram
© 2019 – Powedris. Made by Crocoblock.