Cultura em alta: Itaverava celebra 328 anos de história

Itaverava comemora nesta próxima segunda feira, 21 de Março de 2022, 328 anos de História, e á Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Cultura e Turismo de Itaverava, juntamente com a Câmara Municipal irá promover uma noite de homenagens, teatro, musica.

Na programação está previsto moção de congratulação pela Câmara Municipal para 3 Itaveravenses ilustres.
O Prefeito Municipal José Flaviano Pinto irá homenagear o saudoso Cônego Acrisio de Assim Reis que esteve em Itaverava por 47 anos. Um sacerdote de Deus que foi mais que um padre, mas também um amigo, um acolhedor que sempre levou Itaverava pelos melhores caminhos.

Na noite de aniversário de Itaverava será inaugurada a revitalização da iluminação do Cruzeiro, que fica atrás da Igreja Matriz de Santo Antonio, que é um símbolo muito importante para todos os Itaveravenses. O Cruzeiro estampa o Brasão do município.

Teremos também apresentação artísticas com Grupo da Casa do Teatro de Conselheiro Lafaiete, apresentação da Corporação Musical Santo Antônio, e a participação especial da Cantora Giovana Rezende com a sua Viola, a feira da Agricultura familiar com as barraquinhas e suas quitandas e doces.

Colecionadores de carros antigos expõem acervo de raridades e preservam parte da história de Lafaiete e região

Em uma garagem de pouco mais de 200m², no Bairro São João, em Lafaiete (MG), estão guardadas 17 relíquias automobilísticas de encher os olhos de qualquer aficionado da área.

Os colecionadores dos carros antigos, mais conhecido como antigomobilista, são os irmãos, o ex-vereador Aluízio Fernandes de Melo e o empresário Geraldo Fernandes de Melo. O gosto pelo hobby veio do pai, o saudoso José Ferreira de Melo, que tinha uma jardineira que na década de 60 fazia a linha entre Lafaiete, Maracujá (Queluzito), Serra do Caixeta, Cocuruto e Serra do Camapuã (Entre Rios de Minas).
Unindo paixão, visão de investimento e preservação histórica, os 2 colecionadores possuem um verdadeiro acervo tanto em questão de quantidade, como no quesito originalidade e raridade.

As raridades

Entre as raridades estão uma jardineira adquirida na região da Pampulha, em Belo Horizonte, em 2017. O veículo é de 1951 era uma sucata.
Os irmãos José Fernandes, Aluízio de Melo e Geraldo Fernandes levaram 4 anos na reforma total resgatando sua originalidade.

Todo o trabalho foi executado pelos próprios colecionadores. A jardineira provoca uma empatia imediata pelos adornos das linhas e cores variadas. “Os antigos donos nos informaram que a jardineira seria de Rio de Espera”, relatou Geraldo Fernandes.

Segundo ele, o carro era usado em outras épocas para comerciantes/mascatas que iam de cidade em cidade comprando sucatas e ferro velho e outros produtos.
Outra raridade é o Chevrolet Special de 1940. O carro guarda parte da história de Conselheiro Lafaiete. Ele foi o primeiro carro que cruzou a pista do viaduto Duartina Nogueira de Resende em 1981 em sua inauguração. À época o motorista foi o taxista mais antigo da cidade, Geraldo Vieira, conhecido como “mutirão”. O chevrolet foi comprado junto a família em 2004.

Mas o xodó paixão dos colecionadores é o caminhão Chevrolet de 1951 e preserva uma parte da história da família. Na década de 60, seus pais deixaram Queluzito e mudaram para Lafaiete em busca de uma nova atividade comercial e estudo para os 7 filhos.

Foi o veículo que José Fernandes sustentou a sua família com carretos.

Após a morte do pai, em 2010, o carro foi vendido. Aluízio e Geraldo conseguiram resgatar o veículo, orgulho principal da coleção.

No acervo ainda há outras raridades como Maverick, de 1975, Chevrolet Beller (1952) Aerowillys (1960), uma Kombi (1974), usada como ambulância, conhecida como “corujinha”, e Jeep Willys, de 1954, comumente chamado de “cara de cavalo”.

Manutenção hobby

A paixão pelo antigomobilista vem de mais de 40 anos quando a coleção foi sendo adquirida pelos irmãos. “Nossa intenção não é comercial mas hobby mesmo. A coleção preenche a nossa vida e adoramos quando as pessoas querem apreciar e conhecer os carros antigos. Alguns de nossos carros foram usados nas cerimônias de casamento”, contou Aluízio.

Os carros do acervo são reformados e mantidos diariamente pelos colecionadores. “Foram vários anos reformando carros, compra de peças importadas mas tudo muito trabalho e dedicação nossas. É uma paixão mesmo”, assinalou o empresário Geraldo Fernandes.

Há 20 poucos metros acima da garagem, os irmãos mantem uma oficina e onde está um caminhão de 1974, em plena reforma. “Em breve, nossa coleção ganha mais uma relíquia”, finalizaram os irmãos Fernandes.

Desbravadores de Queluz: Um breve relato das famílias que fundaram no inicio do século XIX cidade da Zona da Mata Mineira

Por João Vicente/ 21/01/2022

Na falta de tanta gente que já partiu para outro plano e que deixaram um legado imensurável sobre a história da formação da ocupação do nosso território (Queluz), como Quincas de Almeida, D.Avelina Noronha, Alex Milagres, Sr. Perdigão, Sr. Romeu Guimarães e tantos outros que ainda continuam escrevendo sobre a nossa história, é que resolvi publicar uma matéria que fala de famílias desbravadoras, que saíram de Queluz e fundaram núcleos urbanos em outros paradas de
Minas no século XIX. Vamos destacar nesta pulbicação a fundação de São João Nepomuceno, cidade que fica na Zona da Mata, próximo de Rio Pomba, cidade dos meus ancestrais materno.

Matriz bicentenária de São João Nepomuceno

Creio que muita gente que mora em Lafaiete não conhece a história da fundação dessa cidade mineira que fica na Zona da Mata e leva o nome do santo tcheco, Jan Nepomucký. O culto a São João Nepomuceno chegou ao Brasil no século 18, quando o Mártir da Confissão foi canonizado, tendo trazido por jesuítas do Leste Europeu. São João Nepomuceno é um dos santos nacionais da Boemia (atual Republica Tcheca). Segundo uma das versões sobre o martírio, ele foi pregador na corte de Venceslau IV em Praga e confessor da rainha sua mulher, mas, ao negar a divulgar os segredos das confissões dela foi morto, depois de ter sido torturado e jogado ao Rio Moldava.

Agora, quem continuar lendo a matéria e se interessar poderá estar se perguntando. Como assim, João? Foi gente daqui de Lafaiete que fundou São João Nepomuceno ?

 Bom, vamos ao ponto e sem delongas.

Capela Nova e Conselheiro Lafaiete (MG)

Essas duas cidades mineiras muito conhecida por todos  nós,  no inicio do sec. XIX, uma era  distrito  e a outra Vila  e foram destas duas cidades que  saíram as famílias desbravadoras e segundo os relatos dos historiadores e pesquisadores são-joanenses, a cidade de São João Nepomuceno foi fundada por famílias de Queluz.

Henriques Pereira Brandão  e Furtado Mendonça

Essas duas famílias chegaram na região de São Joao Nepomuceno no inicio do sec. XIX. O Pe. Jacó Henriques primo do Capitão Marciano Pereira Brandão ( estrategista da Batalha de Queluz) na morte do seu pai herdou a Fazenda Patrimônio e um pedaço terra  em São João Nepónucveno que tem esse nome por causa da imagem que o próprio  padre havia retirado do oratório da Fazenda, imagem  que os seus pais haviam trazidos de Portugal. Jose Antônio Furtado Mendonça que havia comprado terras na região, doou dez alqueires para construir a nova capela em devoção ao santo tcheco. Como podem ver, um queluziense de Capela Nova trouxe o culto do santo padroeiro e o outro da Vila Real de Queluz , doou as terras para construção da nova capela em 1815.

Lenda dos Cavaleiros sobre a  fundação de São João de Nepomuceno

Uma imagem alusiva à “lenda dos três cavaleiros”, que supostamente teriam se encontrado no ponto de construção da capela que originaria a atual matriz são-joanense.( Blog Luis Fontes- SJN)

A lenda dos Cavaleiros é uma lenda associada  à fundação de São João Nepomuceno e segundo genealogista Alcibíades de Araújo Porto Filho,   os fazendeiros fundadores eram descendentes de famílias  originárias da ilha Faial, Açores, arquipélago que fica no oceano atlântico, território autônomo de Portugal na atualidade e que chegaram na zona auríferas de Minas Gerais no inicio do sec. XVIII.

Vizinhos, marcaram um encontro, onde teriam partidos das suas fazenda no mesmo dia e no mesmo  horário dirigindo-se para um mesmo ponto de convergência de suas terras, lugar que seria o ponto definido para construir a nova capela. Ressaltando que nas terras do Pe. Jacó já existia uma antiga capela dedicada a São João Neponuceno. Para os historiadores locais são-joenses, não parece haver comprovação desta história. O certo é que, o largo da Matriz  e as antigas propriedade dos três fazendeiros fazem um grande triangulo do qual surgiu precisamente a cidade de São João Nepomuceno.

Em 1815, houve a doação do patrimônio para a “nova capela de São João Nepomuceno” e seu entorno (mostrada acima em sua versão contemporânea, segundo uma imagem de Marcelo Lima). Abaixo, vê-se a referida carta de doação, feita pelo Guarda-mor José Antônio Furtado de Mendonça e sua esposa, Francisca Maria de São José (foto de Eduardo Ayupe). (Blog Luis Fontes-SJN)

E um dado curioso é que o núcleo urbano são-joanense, em seus períodos mais remotos, ficava exatamente no centro de um triângulo cujos vértices estão situados nas propriedades desses mesmos três fazendeiros (conforme mostra um mapa desta região confeccionado em 1847, onde se veem as fazendas de Manuel Rodrigues de Nazaré (1), José Dutra Nicácio (2)  e do Guarda-mor Furtado de Mendonça (3)).Abaixo. (Blog Luis Fontes-SJN)

De qualquer modo, e pondo à parte essa “lenda dos cavaleiros” o que se conclui de concreto é que a doação do patrimônio para a “nova capela” são-joanense de fato se deu em 1815 e sua fundação é dedicada ao queluziense nascido no arraial dos Campos dos Carijós ( ex.Queluz e atual Cons.Lafaiete) e batizado na capela Nossa Senhora da Glória( Carnaíba), filial da Matriz Nossa Senhora da Conceição do arraial Campos dos Carijós, o Guarda-Mor Jose Antônio Furtado de Mendonça. E, por este motivo, a Cidade Garbosa de  São João Nepomuceno,   em 16 de maio de 2015 dia do padroeiro, SJN comemorou o bicentenário de  sua fundação simbolicamente.

logomarca (de autoria de Isabella Picorone) dos 200 anos da fundação de S. João Nepomuceno, celebrados em 2015 (Blog Luis Fontes-SJN)

Bom, espero que tenham gostado da matéria e para saber mais do tema ,entre no blog Luís Fontes , história de São João Nepomuceno e  leiam o livro da História e Genealogia de Capela Nova das Dores  do Pe. José Duarte de Souza.

Santana dos Montes: Fazenda Paciência, do século 18, reabre e revela histórias de Minas

Construída pelo barão de Queluz em 1742, propriedade em Santana dos Montes tem senzala, Pedra do Amor e até túnel que, conta a lenda, escondeu inconfidentes

Um resgate da história escravagista, indígena e política não só de Minas Gerais, mas do Brasil. Essa é a proposta da Fazenda da Paciência, localizada em Santana dos Montes, que abriu agora em janeiro as portas para o público.

Construída em 1742 pelo Barão de Queluz, a propriedade desde 2001 vem passando por restauração. “Meu objetivo é proporcionar um lazer cultural”, declara Vinícios Leôncio, atual proprietário da fazenda, que tem 200 hectares e 3 mil metros de área construída. No local, foi reconstruída a senzala onde viviam os escravos, com utensílios de tortura usados na época.

Da Bahia, veio uma canoa de madeira da tribo Pataxó. Há também um museu com peças antigas que remontam a história da época, como a máquina de lavar da década de 1930, feita em madeira.

A fazenda guarda algumas curiosidades, como a cachaçaria decorada com 4 mil discos de vinil, uma pedra chamada de Pedra do Amor, que traz uma história interessante. A pessoa que sentasse nela arrumaria um amor. Essas lendas e histórias estão muito presentes em cada parte da Paciência.

Um túnel, que possivelmente escondeu os inconfidentes, foi descoberto há pouco tempo e já está sendo pesquisado por arqueólogos. Além da parte histórica, o público pode se deliciar com a gastronomia. Em homenagem à cultura afro-brasileira, todos os pratos são de origem africana e têm nomes de personagens da época. O “Princesa Aqualtune” (ela foi avó do Zumbi dos Palmares), por exemplo, leva quiabo, cebola, alho, gengibre, camarão em pó, castanha de caju, dendê e limão. Informações: (31) 3726-1247 ou www.instagram.com/hotelfazendapaciencia/.

FONTE ESTADO DE MINAS

Com temporada histórica o Galo se torna campeão da Copa do Brasil

     Um ano glorioso, como há muitos não se via. O Galo foi campeão das principais competições nacionais e estaduais do ano de 2021. O Campeão do estadual, do Brasileiro e agora da Copa do Brasil encerra o ano fazendo história,  deixando todos os holofotes virados para o clube e a torcida em estado de êxtase. Essas e outras noticias sobre o mundo do esporte você encontra na Bwin. Faça parte desse universo das apostas e seja mais um membro desse clube que virou febre no mundo todo. Aqui você terá dicas especiais para te ajudar nas melhores escolhas.

     A Copa do Brasil foi a última conquista do ano para o clube mineiro que entregou tudo em todos os jogos das competições disputadas. Com um coletivo que funcionou muito bem, o Galo coroou o fim de ano com mais uma conquista pra conta, a Copa do Brasil fechou a temporada histórica estrelada pelo Altético-MG.

     O jogo de ida já havia deixado claro que os alvinegros estavam empenhados em levar mais um título pra casa, com o placar elástico de 4 a 0 o Athletico-PR precisaria suar muito para virar o placar na partida da volta.

     De um modo geral, o time do Atlético-MG demonstrava segurança e equilibro em campo. Todos sabiam o que deveriam fazer e jogaram um futebol inteligente e certeiro. O placar final foi de 2 a 1 para o Galo que controlou a partida e não deixou que o clube paranaense crescesse. Aproveitou bem a larga vantagem no jogo de ida e soube amarrar o jogo com inteligência mas sem deixar de jogar.

     Contra ataque fatal, esse foi o nome dado ao gol que nasceu dos pés Keno. O atleta que vem fazendo uma excelente temporada desde 2020, foi decisivo mais uma vez, marcou no jogo de ida e também fez o seu no jogo de volta. A jogada que começou com Vargas e Zaracho terminou balançando as redes pelos pés de Keno que ganhou o titulo de principal finalizador do clube alvinegro.

     Zaracho foi outro nome importante nessa temporada do Galo. O Atleta é versátil, atua em várias posições do campo e está sempre envolvido em jogadas importantes. Um jogador nota 10 e que merece estar entre os principais nomes para a temporada de 2022.

     Até chegar a final da Copa do Brasil, o atlético enfrentou clubes como o Bahia, Remo, Fluminense e o Fortaleza chegando a um total de dez partidas sendo nove vitórias e apenas uma derrota, o que dá ao Galo outra marca histórica, a de campeão com maior aproveitamento da história dessa disputa. O torcedor do atlético está cheio de motivos para comemorar.

     Com os três títulos conquistados esse ano, o Galo se igual ao seu rival, Cruzeiro, que também levantou essas mesmas três taças em um mesmo ano, em 2003.

     Além de tudo isso, o Atlético-MG alcançou a marca de 52 vitórias em uma temporada se tornando o clube que venceu mais vezes em uma única campanha, ou seja, o Galo superou a marca dos gremistas de 51 vitórias conquistada em 1979.

Museu Céu Aberto “ Batalha de Queluz” – Projeto resgata a história política de Queluz no Movimento Armado de 1842

Por João Vicente

O ano de 1842 no Brasil prometia ser duro para o então jovem imperador. Motivo, o Partido Liberal, desde 1º de janeiro, começou a reunir secretamente na Sociedade Patriarcas Invisíveis, de cunho maçônico, preparando para um levante armado contra as medidas chamadas regressivas do Gabinete formado pelo Partido Conservador e pela dissolução da Câmara dos Deputados pelo Imperador D. Pedro II em maio de 1842, principal estopim da revolta.

Em suas reuniões secretas, os Patriarcas Invisíveis traçaram seus planos para combater os conversadores e tentar convencer ao jovem imperador que ele estava apoiando reformas retrógradas e para eles(liberais), era uma afronta a Constituição. Aqui em Minas, representando o Partido Liberal, participa desta organização secreta, Teófilo  Otoni que, juntamente, com os demais participantes, decidem que a única saída era pegar em armas e definem a estratégia de iniciar  a revolta, primeiro em São Paulo e depois em Minas. “Esse movimento ficou conhecido na historiografia brasileira de” Revolução Liberal” de 1842″.

E o que a Villa de Queluz, hoje Conselheiro Lafaiete, tem haver com isso? Muito!. Já nesta época, existia na grande Queluz uma oligarquia local de dois grupos políticos antagônicos muito forte ligado as famílias Baeta Neves e a Rodrigues Pereira, dentre outras famílias, que foram protagonistas do maior conflito armado da Província de Minas Gerais no século XIX.

O levante em São Paulo fracassou em 7 de junho, quando os rebeldes liberais paulistas foram derrotados pelo exercito de Caxias no Combate de Venda Grande (assista os episódios sobre o tema em capítulos produzido pela EPTV de Campinas-SP, filiada a Rede Globo no  YouTube).

Pintura sobre o Combate de Venda Grande-Campinas-SP

Sem saber da notícia, os liberais mineiros proclamam em 10 de junho de 1842, em  Barbacena, um ato militar com as Guardas Nacionais locais, Jose Feliciano, futuro Barão de Cocais, presidente interino dos insurgentes em Minas, que ficou conhecido como, o Fujão, ao desertar do exército rebelde após a vitória dos liberais em Queluz.

Ao receber noticias da eclosão do Movimento armado em Barbacena, os vereadores liberais de Queluz assinam documento reconhecendo Jose Feliciano, Presidente  Provisório da Província de Minas Gerais e se preparavam para a guerra contra os conservadores. “Queluz às armas”, gritou Jacob e Marciano Brandão em frente  a Câmara dos Vereadores com mais de 500 homens, todos armados.

Queluz foi a segunda cidade a reconhecer o governo provisório em 13 de junho. Minas possuía 42 municípios e 15 aderiram ao Movimento Armado de 1842.

Litografia  da Aclamação de José Feliciano, Presidente Interino dos Insurgentes na Praça de Barbacena
 

Queluz e o palco da Batalha

A frente dos liberais em Queluz,  estava o Cel. Antônio Rodrigues Pereira, pai do Lafayete Rodrigues Pereira (Conselheiro Lafayette) que transformou a Fazenda dos Macacos no quartel geral dos insurgentes.

A Villa que vivia entorno do Largo da Matriz era constantemente dominada ora pelos legalistas, ora pelos insurgentes durante os 72 dias de conflitos. A localização de Queluz  era estratégica  pela sua aproximação da capital Ouro Preto. O primeiro  conflito entre as tropas inimigas de Queluz, aconteceu em 4 de julho e vencido pelos liberais.

Como medida de segurança, o governador Jacinto da Veiga, transferiu a Câmara de Queluz para o distrito de Catas Altas da Noruega. Mas, o grande combate ainda estava por vir. Reunidos em Santa Amaro(Queluzito), o comando militar dos insurgentes planejam a melhor estratégia para retomar Queluz e tomar de assalto a capital de Minas.

Aí, que entra a figura do Capitão Marciano Pereira Brandão, que segundo Cônego Marinho, autor do livro Historia do movimento politico que no ano de 1842 teve lugar na província de Minas Gerais, destacou que o Capitão Marciano o estrategista da Batalha de Queluz. O seu alvitre de tomar Queluz foi aprovado pelo Comando Militar e o resultado foi extremamente positivo para os insurgentes levando os liberais a vitória. Aliás, a Batalha de Queluz foi o único lugar que as tropas legalistas  formadas pela Guarda Nacional e com alguns experientes militares foram vencidas. 

Ao amanhecer do dia 27 de julho, as tropas legalista de lenços brancos na ponta das baionetas, renderam-se.

Pintura da artista plástica Cidinha Dutra e o livro do Cônego Marinho sobre o Movimento de 1842

Prisão, Retaliações ,Julgamentos, Assassinatos  e Anistia

No dia 20 de agosto, a Batalha de Santa Luzia põem fim ao Movimento Armado liderado pelo Partido Liberal. Os insurgentes liberais são derrotados pelo exercito Imperial comandado por Caxias em Santa  Luzia e os principais líderes foram  presos e levados a pé a capital, Ouro Preto. O governador da época, o legalista Bernardo Jacinto da Veiga, que não mediu esforços para apressar e condenar todos os envolvidos presos. A radicalização se deu em varias partes de Minas. Os políticos caciques locais do Partido  Conservador não perdoaram os rivais. Em Queluz a família do estrategista Capitão Marciano Brandão fora expulsa de Queluz, propriedades foram tomadas, algumas terras salgadas, queimadas, julgamentos até emboscadas com morte foi realizadas pelos vencedores. Olha o que diz, Conego Marinho: “Mandaram, pois prender centenas de indivíduos, fizeram deportações, ordenaram degredos, mandaram dar buscas por toda a província (…) deram causa a que muitos cidadãos, que se conservavam mansos e pacíficos em suas casas, fossem barbaramente assassinados por patrulhas legais (…) A indisposição de algum delegado ou subdelegado (…) conduziu muitos indivíduos para as cadeias, e nunca deixavam de ir acorrentados (MARINHO, 1844/1978, pp.293, 247)”. Julgamentos eram forjados até que o Imperador pressionado pelas forças políticas, em março de 1844, assina decreto de anistia irrestrita para todos que estavam envolvidos no levante.

Museu da Inconfidência, prédio que abrigava em 1842, a Câmara e cadeia para onde foi levado os lideres do Movimento.

Projeto   Museu Ceu Aberto: “ Batalha   de Queluz “

Bom, como vocês podem perceber o conflito de 1842 entre as oligarquias não foi uma coisa pequena ou que tenha que ser esquecido. A presença de Queluz no Movimento de 1842 foi marcante e a Batalha de Queluz, episódio que teve lugar no largo da Matriz, hoje Praça Barão de Queluz é sem duvida um espaço publico ideal para ser transformada num espaço cultural de relevância histórica política não só de Minas mas, também na história política do Brasil  Império. O nosso projeto de criação do Museu Céu Aberto foi apresentado em 2012, pelo Movimento Cultural Memória Viva de Queluz e que, infelizmente não foi abraçado por ninguém até o momento. A visão que eu tenho que a Revolução Liberal de 1842 é um estorvo na historiografia da nossa cidade. O projeto é de baixo custo, trás recursos públicos, atrai turista, embeleza a praça  e valoriza a memória histórica política  e cultural da Villa de Queluz, hoje Conselheiro Lafaiete. Termino dizendo uma frase que gosto muito do poeta baiano. Castro Alves, que dizia:

 “A praça é do povo, como o seu é do Condor” e que venha o Museu Céu Aberto, “Batalha de Queluz”  mais cedo ou mais tarde.

Texto do Livro Lafayete Rodrigues Pereira, editado pela Lesma Editora.

Em noite de gala, escritor lança livro das origens e formação cultural de Entre Rios de Minas

Em uma noite carregada de simbolismo e cultura, o escritor Elson de Oliveira Resende lançou, no Villa Lobo, a sua segunda obra, intitulada “De Bromado a Entre Rios de Minas…sua arte…sua história”, obra sintetiza os quase 308 da cidade a serem completados no dia 20 de dezembro.

A abertura do evento contou com a participação do cantor e compositor, Tuca Boelsuns, tocando “Abaesaba” que remete aos primórdios da formação de Entre Rios de Minas.

Em seu discurso, o Prefeito José Walter classificou como memorável a abra do escritor, destacando que a cultura promove a saúde, a educação estimula o sentimento de pertencimento de um povo.

O Presidente do Sicoob Credicampo, Saulo Mascarenhas, evidenciou o “momento significativo” para cultura de Entre Rios, enaltecendo o trabalho hercúleo do escritor Elson de Oliveira Resende.

A Presidente do Conselho Municipal Desenvolvimento Cultural (CODEC), Lara Mendonça, enalteceu a parceria entre a iniciativa privada e o poder pública capaz de aflorar ações culturais. “Patrimônio cultural não significa passado”, pontuou.

O editor Luiz Cruz destacou o zelo e empenho do escritor em suas pesquisas de mais de 20 anos. “Quando ele me procurou trouxe um pen drive com mais de 860 páginas quando iniciamos a organização de todos os escritos. Mas esta iniciativa entre a prefeitura, Sicoob e o CODEC é pioneira no Campos da Vertentes. E que sirva de modelo para outras cidades”. Luiz elogiou o apoio familiar que ancorou o processo de elaboração e finalização da obra que é um marco na história local.

Em discurso, Elson agradeceu os parceiros e declamou uma poesia do Arcebispo entrerriano, Dom Oscar de Oliveira. “Ele o médico Aristides Neves foram dois baluartes da cultura e preservação da memória de Entre Rios de Minas. São os pioneiros”, sintetizou.

Emocionada, a filha do escritor, Alessandra Resende, fez um breve relato traduzindo que a obra é “uma benção divina” e o esforço de seu pai para que a obra, seu grande sonho, se transformasse em realidade.

Homenagens diversas aos parceiros encerraram o evento e em seguida foi ocorreu uma confraternização.

O livro

O livro tem mais de 360 páginas e levou 20 anos para a sua conclusão após extensa e minuciosa pesquisa do enterriano. A obra foi custeada por recursos do Fundo Municipal de Cultura (FUMPAC) e apoio do Sicoob Credicampo.

Este é o segundo livro de Elson de Oliveira Resende. O primeiro foi “Memorial Hospital Cassiano Campolina”, lançado em 2000, e que retrata a história e saga da construção do nosocômio em 1910, obra construída com herança do mecenas fazendeiro Cassiano Antônio Campolina.

Tida como a Mesopotâmia de Minas, em alusão a um dos berços da civilização ocidental (500a.C.), hoje o Iraque, banhada pelos Rios Tigres e Eufrates, Entre Rios de Minas tem origem de seu nome ligada a Camapuã e Brumado que circundam o território entrerriano.

A organização e apresentação do evento foi da servidora pública da secretaria de cultura, Elaine Cunha.

Moradora centenária relembra festas da comunidade antes do furto de imagens

Moradora centenária Jovercina Vilaça, conhecida localmente como Dona China, relata como eram feitas as preparações para as festas de Nossa Senhora do Rosário e Santa Efigênia, na Igreja Matriz de Santo Antônio de Itatiaia, antes do furto de 1994.

Dona China, comovida com as lembranças, expressa uma profunda saudade da época em que as tradições eram vivas e fortes. Após o furto da Igreja, o sentimento de tristeza e vazio tomou conta da comunidade e enfraqueceu as tradições.

Recuperar as peças sacras arrancadas de nossa comunidade mais que um direito é uma forma de valorizar as memórias vivas de nossos moradores e manter acesa a chama de seus legados.

Ajude-nos a recuperar as peças roubadas! Consulte o Banco de Dados de Bens Culturais Procurados (http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/219), denuncie e nos ajude a recuperar nossa história!

:: Ministério Público de Minas Gerais ::
(31) 3250-4620 / seccultural@pmmg.mp.br / cppc@mpmg.mp.br / Rua Timbiras, 2.941, Bairro Barro Preto, Belo Horizonte. CEP 30.140-062

:: Iphan ::
(31) 3222-2440 / (61) 2024-6342 / (61) 2024-6355 / (61) 2024-6370 / depam@iphan.gov.br / cgbm@iphan.gov.br / faleconosco@iphan.gov.br

:: Iepha/MG ::
(31) 3235-2812 / (31) 3235-2817 / www.iepha.mg.gov.br

:: Policia Militar ::
Disque denúncia – 181 / (31) 3741-1253 / (31) 3741- 6569 / (31) 9 8887-1739 (WhatsApp) (65a Cia. de PM)

:: Associação Sócio Cultural Os Bem-Te-Vis ::
(31) 9 9820-8755 (WhatsApp) / www.osbemtevis.org.br.

CRÉDITOS
Filmagem: Ícaro Félix e Bruna Lopes
Direção e edição: Ícaro Félix
Produção: Bruna Lopes
A campanha é uma iniciativa da Associação Sócio Cultural Os Bem-Te-Vis

https://youtu.be/600s-vGSi5c

Unidade Ouro Branco do Colégio Batista Mineiro celebra 40 anos

A Unidade Ouro Branco do Colégio Batista Mineiro celebra 40 anos de história neste mês de setembro. A instituição foi a primeira unidade da Rede Batista de Educação (RBE) inaugurada fora de Belo Horizonte, conquistando ao longo dos anos a confiança e o coração de milhares de famílias ouro-branquenses.  

Fundada em 1981, a escola é reconhecida pelo alto padrão de qualidade no ensino e tem alcançado importantes resultados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos últimos anos, com aprovações em vestibulares das principais universidades do Brasil e também dos Estados Unidos.  

Para Gláucio Muniz, diretor do Colégio Batista, celebrar os 40 anos da Unidade Ouro Branco é uma grande honra e alegria. “É com gratidão a Deus que celebramos mais um ano de história dessa escola, que contribuiu e continua contribuindo de forma tão significativa para a formação de crianças e adolescentes da cidade. Temos muito orgulho do ensino de qualidade ofertado pela instituição, que tem como missão formar cidadãos éticos com base nos princípios e valores cristãos”, ressalta.  

Atualmente, a unidade atende estudantes do Berçário ao Ensino Médio, ofertando uma estrutura ampla e acolhedora, além de um ambiente inovador e tecnológico, levando o estudante a desenvolver habilidades e competências essenciais para o século 21. 

As mulheres que fazem história como guias e carregadoras na Trilha Inca a Machu Picchu

Na escuridão de seu pequeno quarto no Vale Sagrado dos Incas, no Peru, Sara Qquehuarucho Zamalloa arruma sua mochila, enquanto os pensamentos invadem sua mente: o tempo vai estar bom? A equipe vai ser amigável?

Ela vai cruzar com guardas-florestais com atitudes negativas em relação às mulheres? Sua mãe, que sofre de dores crônicas, vai ficar bem enquanto ela estiver fora?

Ela deixou de lado as elocubrações. E saiu na manhã seguinte para trabalhar como guia assistente na Trilha Inca, o caminho íngreme que conduz à famosa cidadela inca de Machu Picchu, do século 15.

Está feliz com a oportunidade de trabalho. Paga mais do que qualquer outra coisa que poderia estar fazendo e, talvez o mais importante, a empodera na sociedade patriarcal do Peru.

Saber que era capaz de enfrentar a Trilha Inca como guia — tanto física quanto mentalmente — a fez sentir que poderia realizar qualquer coisa que botasse na cabeça.

Zamalloa conferiu novamente então para ter certeza de que estava com sua identificação de guia e garrafa d’água e se certificou de que a mochila não estivesse muito pesada (cada quilo conta na trilha), e foi se despedir da mãe no outro cômodo da casa.

Deu à mãe algum dinheiro, pensando em como seus papéis se inverteram desde a infância, e foi para a cama na expectativa de dormir seis horas de sono profundo. Ela sempre dormia bem na noite anterior a uma caminhada.

A perspectiva mais ousada de Zamalloa quando criança na aldeia de San Martin, localizada nas florestas nebulosas acima da selva amazônica peruana, era se tornar uma assistente administrativa, um trabalho que no Peru a teria levado a um escritório dominado por homens, sem expectativa de ascensão.

“Na minha comunidade, muitas pessoas não concluíam os estudos”, diz ela, sentada à mesa da cozinha em Cusco com seus colegas de trabalho.

“Tínhamos que caminhar três horas para chegar até a escola, e três horas para voltar. Os pais faziam as crianças se casarem quando tinham 13 anos. Eu queria mudar todas essas injustiças.”

Com um senso de aventura que lhe seria útil, Zamalloa, aos oito anos, se juntou à mãe em uma viagem de ônibus de 15 horas para se mudar para Calca, perto de Cusco, para vender verduras no mercado local.

À medida que crescia, procurou emprego, cursou o ensino médio e estudou turismo por três anos na faculdade.

A Trilha Inca e um novo mundo de possibilidades não estavam em seu radar até 2016, quando ela conheceu Miguel Angel Góngora, coproprietário da Evolution Treks Peru, empresa de trekking com sede em Cusco, que a convidou para fazer parte de um novo programa para mulheres carregadoras na Trilha Inca.

“Lembro muito bem da data da minha primeira trilha. 27 de março de 2018”, diz ela. “Foi o início de uma vida diferente para mim.”

A Trilha Inca para Machu Picchu é parte de uma vasta rede de trilhas na América Latina que pertenciam ao Tahuantinsuyo — Império Inca — que reinou nos séculos 15 e 16.

Apenas o Inca, o imperador real, tinha permissão para entrar nesta parte da trilha, enquanto peregrinava até o local sagrado de Machu Picchu, honrando as montanhas e picos ao longo do caminho.

A “descoberta” de Machu Picchu pelo arqueólogo americano Hiram Bingham no início dos anos 1900 chamou a atenção do resto do mundo para a trilha até então desconhecida pelo mundo ocidental.

Montanhistas intrépidos nas décadas seguintes usaram mapas desenhados localmente para encontrar o caminho para a lendária “Cidade de Ouro Perdida”.

Na década de 1970, os operadores de turismo começaram a contratar homens das aldeias do Vale Sagrado como carregadores para conduzir os andarilhos ao longo da trilha.

Trilha para Machu Picchu
Legenda da foto,Originalmente, a Trilha Inca para Machu Picchu era um trajeto do imperador real, que honrava as montanhas e os picos em sua peregrinação

Inicialmente, dada a situação política instável que assolava o Peru na época, poucos turistas ousaram visitar a Trilha Inca, tornando o trabalho dos carregadores limitado.

Mas, após a derrota do grupo guerrilheiro de inspiração maoísta Sendero Luminoso no início dos anos 1990, os visitantes correram para a trilha.

Em 2001, os novos regulamentos da Trilha Inca passaram a exigir uma autorização para andarilhos e carregadores; hoje, 300 carregadores e guias atendem 200 turistas por dia.

Mas, até recentemente, apenas homens eram contratados para o trabalho.

“Em nosso país, o assédio e a discriminação costumam ser normalizados”, afirma a jornalista e produtora de televisão peruana Sonaly Tuesta, que está produzindo um documentário sobre as mulheres carregadoras da Trilha Inca intitulado Sinchichasqua Warmi [mulheres poderosas].

Ela descobriu que as mulheres carregadoras enfrentam uma série de dificuldades à medida que se confrontam com o sistema patriarcal que as ignora, invade e viola.

“Reconhecer o trabalho das mulheres, fornecer ferramentas a elas para recuperar a auto-estima e gerar ativismo, me parece essencial para começar a mudar as coisas.”

A Evolution Treks Peru foi fundada em 2015 como uma operadora de turismo ética por Góngora, um ex-carregador, e sua parceira de negócios, Amelia Huaraya Palomino.

Desde o início, a dupla se comprometeu a apoiar os direitos dos carregadores da Trilha Inca, que recebiam salários baixos por um trabalho árduo, sem benefícios.

Os dois fizeram um bom progresso, garantindo que seus carregadores durmam em suas próprias barracas, em vez de no chão do banheiro, recebam salários justos, carreguem mochilas que não estejam pesadas demais e usem roupas apropriadas.

Mas as mulheres, que ao longo da história peruana enfrentaram preconceitos e discriminações, sempre estiveram no epicentro da missão da empresa.

A Evolution Treks Peru contratou as primeiras carregadoras mulheres da Trilha Inca em junho de 2017. “Queremos que as mulheres percebam sua importância na sociedade”, diz Palomino.

“Que elas importam tanto quanto os homens. Em nossa história inca, as mulheres sempre foram importantes. É hora de mostrar isso dando oportunidades às mulheres carregadoras e guias.”

Neste ano, a Evolution Treks lançou uma caminhada só de mulheres, na qual as carregadoras, guias e clientes são todas do sexo feminino.

“Partimos da perspectiva de usar o turismo como ferramenta de mudança social”, afirma Góngora.

“Nesse sentido, oferecer tours exclusivamente de mulheres é mais um passo em nossa missão de gerar essa mudança social. Solidifica a presença das mulheres na Trilha Inca ao mesmo tempo em que amplia o papel que elas inicialmente desempenharam. Isso vai de ser apenas uma ou duas carregadoras para ter uma equipe exclusivamente feminina de guias, carregadoras e cozinheiras cuidando de nossas mulheres viajantes.”

Subir a Trilha Inca não é uma tarefa fácil. A caminhada clássica de 42 quilômetros — do km 82, que marca o início da trilha, até Machu Picchu — compreende quatro dias e três noites de caminhada e acampamento ao longo de trilhas acidentadas e vertiginosas, às vezes a mais de 3.962 metros de altitude, passando por algumas das paisagens mais impressionantes do mundo.

Machu Picchu
Legenda da foto,Machu Picchu é a recompensa por quatro dias de caminhada ao longo da árdua e vertiginosa Trilha Inca

As lhamas correm livremente, enquanto os pássaros sobrevoam a trilha, e as antigas ruínas do império inca se espalham pelas encostas verdejantes cobertas de nuvens.

Os carregadores ficam focados em carregar as mochilas pesadas ​​de suprimentos e itens pessoais dos clientes entre os acampamentos, armar as barracas e preparar a próxima refeição.

Os guias, por sua vez, devem garantir que os clientes do trekking se sintam confortáveis ​​na trilha íngreme e estar preparados para doenças, lesões ou outras calamidades, ao mesmo tempo que compartilham percepções sobre a história e cultura incas.

Quando Zamalloa começou como carregadora, ela duvidou de sua habilidade. Na noite anterior à sua primeira caminhada, ela não dormiu.

Para piorar, se sentiu mal quando se apresentou para seu primeiro dia de trabalho, devido a uma intoxicação alimentar ou ao nervosismo — ou ambos.

“Achei que ela não conseguiria”, conta Góngora. “Ela estava vomitando.”

“Eu disse: ‘Sim, vou conseguir'”, relembra Zamalloa com firmeza.

A profissão era exclusivamente masculina até um ano antes de ela ser contratada. Sabendo o significado do que estava fazendo e como isso poderia ajudar sua vida, ela se recusou a desistir.

E não desistiu. Por quatro dias, ela fez um esforço tremendo, carregando uma mochila pesada ao longo da trilha tortuosa e lutando contra seu estômago embrulhado.

Normalmente tímida, ela descobriu que gostava de conhecer gente nova e fazer amizade com seus colegas carregadores.

Desde então, ela foi promovida a guia de turismo assistente e está estudando inglês para virar guia de turismo plena.

Quando as mulheres começaram a trabalhar na trilha em 2017, elas encontraram resistência de homens que questionaram suas habilidades — e sua própria presença.

“No início, os caras me julgavam por ser mulher, pensando que eu não seria capaz de fazer a caminhada. Eles me fizeram duvidar das minhas habilidades, e isso foi difícil no começo”, diz Zamalloa.

“Então eu percebi que conseguia, e isso me deixou mais forte.”

Mulheres na Trilha Inca
Legenda da foto,As mulheres começaram a trabalhar como carregadoras na Trilha Inca em 2017

Também houve algumas reclamações sobre o fato de carregadoras mulheres carregarem menos peso do que os homens (15 kg em comparação com os 20 kg dos homens), enquanto ganham o mesmo salário (915 soles, ou R$ 1.170, por mês para 16 dias de trabalho, mais 398 soles, ou R$ 509, extras em gorjetas).

Mas, pouco a pouco, à medida que mulheres guias e carregadoras se tornam mais prevalentes ao longo da Trilha Inca, a aceitação está crescendo.

“Estamos recebendo a oportunidade que as mulheres têm buscado, para acabar com a discriminação”, diz Silvia Flor Gallegos Flores, carregadora e chef da Evolution Treks.

“Para mostrar ao mundo que as mulheres são equivalentes no trabalho de um homem, não apenas na Trilha Inca, mas em qualquer outra coisa. Temos a capacidade mental e física para realizar esses trabalhos. Somos mais do que o que nos foi ensinado.”

Flores sonha em se tornar uma guia líder e um dia ter seu próprio negócio. “Quero ser completamente independente”, afirma. “Não quero depender de ninguém.”

Mulheres na Trilha Inca
Legenda da foto,As carregadoras levam mochilas pesadas de suprimentos e itens pessoais dos clientes entre os acampamentos, armam as barracas e preparam as refeições

Esse esforço para redefinir o papel das mulheres peruanas na sociedade não se limita à Evolution Treks. “Estamos forçando nossos concorrentes a fazer o mesmo”, diz Góngora.

“Estamos forçando uma conversa em torno das questões femininas, inclusão, discriminação. Isso vai mudar a abordagem que os turistas terão em relação ao turismo, e não apenas aqui no Peru. Queremos inspirar outras pessoas em outras partes do mundo a adotar nossa iniciativa.”

O que outras empresas estão fazendo pelas mulheres? “Pelo o que eu sei, não muito”, diz Tuesta.

Enquanto isso, Zamalloa, Flores e outras 16 carregadoras e guias estão fazendo história na Trilha Inca, trilhando seu caminho nas mesmas pedras polidas outrora reservadas ao venerado imperador Inca, do sexo masculino.

E, depois de cada caminhada, Zamalloa volta para sua mãe, grata por ser capaz de sustentá-la.

FONTE BBC.COM

about

Be informed with the hottest news from all over the world! We monitor what is happenning every day and every minute. Read and enjoy our articles and news and explore this world with Powedris!

Instagram
© 2019 – Powedris. Made by Crocoblock.