Revisitando o histórico ano de 1842

No ano em que Movimento de 1842 completa 180 anos de seu acontecimento, alguns fatos, talvez desconhecidos, devem ser (re)contados, rememorados, trazidos ao momento presente e submetê-los às interpretações e às descobertas neles tão intrínsecas .

O texto aqui trazido por mim, é  tão grande e  valorozo seu contexto que não me atrevo a dele retirar uma só um só excerto, uma só palavra. Transcrevo-o na íntrega. Sua riqueza de detalhes equipara-se, talvez, à  sua importância histórica. Quem nos presenteia com essa descrição encantadora revelarei, ao final do texto.

Eis o que transcrevo:

“A casa em que morei em Queluz é a que fica defronte da matriz e que ocupa toda a frente do largo entre a rua Direita e a outra que passa pelo lado oposto. Quase toda de pedra, a madeira que nela se empregou é tão grossa e de tal qualidade, que faz gosto vê-la  que ao mesmo tempo admira. Entretanto, esta casa foi comprada algum tempo depois da revolução pela insigni-ficante quantia de dois ou três contos de réis.

Quando nela morei, ainda se viam em diversos lugares os sinais das balas que a haviam ferido no combate de 26 de julho de 1842; combate este de que a suma é a seguinte: Tendo na véspera à noite sido a vila flanqueada pelas forças do capitão Marciano Pereira Brandão, que se emboscaram nas estradas de Congonhas, Suassui e Ouro Preto, no dia 26 foi atacada do lado do Lavapés pela coluna do Coronel Antônio Nunes Galvão e do lado das Bananeiras pela do Coronel Francisco José de Alvarenga. O exército da legalidade que defendia Queluz, tinha estado ao mando do comandante das armas José Manuel Carlos de Gusmão; tendo, porém, este, poucos dias antes, se retirado para Ouro Preto, no dia do combate era o exército comandado pelo brigadeiro Manuel  Alves de  Toledo Ribas.

Como em quase todos os combates a que assistiu o presidente rebelde, neste combate de Queluz o papel proeminente ou o mais brilhante ainda veio a caber ao bravo e infatigável Coronel Galvão. Galvão, entretanto, já era velho e de mais a mais um velho achacoso, Tão adoentado se achava no combate de Santa Luzia, que mesmo no momento mais crítico daquela ação, foi atacado de uma forte síncope que o impedia de continuar a combater; mas tal era a sua força de ânimo e de vontade, que apesar do estado enfermo em que se achava, desde que asi tornou e que pôde dar ordens, desde logo as deu e tão sábias e acertadas, mais como umexército que voluntariamente se retira do que mesmo como um exército vencido. Tendo logo depois daquele combate deposto as armas em Matozinhos, ele ali mesmo se ocultou e muito pouco depois  ali mesmo faleceu.

Os rebeldes, porém, tinham feito grande medo ao governo; e se, como se diz, o medo é mau conselheiro; eu não duvido acrescentar que o medo foi sempre muito pouco cavalheiro. E disto foi uma das provas, naquela ocasião, o modo como foram tratados os prisioneiros de Santa Luzia pois que embora constituíssem eles o que havia de melhor na província e embora tivessem voluntariamente se entregado, além de outras picardias que sofreram nem sequer lhes dispensaram os ferros na sua condução para a capital. Grande foi, portanto, o terror que de todos se apoderou logo depois da vitória; e tão grande foi esse terror; que dar asilo a um rebelde pareceu ser um crime igual ao da própria rebelião. A pessoa, pois, que havia asilado a Galvão em Matozinhos parece que receiou de ser acusada de haver cometido esse tão grande crime, e o que é certo, é que por esse ou que por outro qualquer motivo, não só foi Galvão enterrado sem acompanhamento e sem honras; mas embrulhado ou cosido apenas em um simples lençol, como era o costume de enterrarem-se os escravos; mas até mesmo no próprio assento de óbitos, o seu nome ali foi dado como o de um escravo da fazenda, em que ele havia falecido.

E eis aqui está qual foi o triste e lastimoso fim do mais valente cabo de guerra da revolução mineira; ou como miseranda vítima de uma tão generosa causa escondeu-se seu nome debaixo da terra e morreu como escravo, aquele que tanto havia combatido pela liberdade, e que muito mais do que tantos outros era digno de uma estátua porque prudente e bravo, modesto e firme, Galvão possuía ainda um grande coração e uma alma verdadeiramente heróica. E eis aqui um exemplo apenas para que se possa conhecer o homem. Atacada a vila de Queluz por todos os lados, o exército da legalidade começou a recuar por toda a parte, até que por fim se concentrando no largo da Matriz fez desta uma espécie de fortaleza, donde com a artilharia de que dispunham, os legalistas varriam as ruas que iam ter ao largo.

Na rua Direita e quase que defronte da casa em que morei, havia um sobrado donde se avistava o adro e grande parte do largo: um filho de Galvão, o alferes Fortunato Nunes Galvão, penetrando naquela casa, trata imediatamente de fazer dela um ponto de apoio para atacar o inimigo, e apoderando-se ele mesmo de uma espingarda, e convertendo-se em atirador, logo que havia carregado a espingarda dentro da sala, vinha para uma janela da sacada que tinha a casa, e protegendo-se com o portal da mesma janela fazia com segurança a pontaria e atirava para a igreja. Tão incômodo para os legalistas tornou-se logo aquele tão terrível atirador, que resolveram, custasse o que custasse, pô-lo fora de combate.

Um soldado, portanto, saindo da igreja pelos fundos do adro, passa-se para o lado oposto ao da rua Direita; e cosendo-se com as casas e ocultando-se de todos os modos que pôde até chegar junto da casa em que depois vim a morar, aqui de novo atravessa o largo e sempre escondido pela casa, vai coloear-se na esquina que esta formava com a rua Direita. Ali colocado, o soldado fez exatamente o mesmo jogo que eslava o moço fazendo; e enquanto este amparando-se com o portal da janela apontava para a igreja, o soldado amparado pela esquina da casa apontava para ele; e disparando o tiro, o feriu, porém, em cheio.

Como a distância era muito pequena e pouco mais teria de dez braças, se é que realmente as tinha, o jovem Galvão caiu mortalmente ferido. Avisado que lhe morre o filho, corre o velho pai a vê-lo; e   mal tem tempo para lhe cerrar os  olhos. Terrível foi o golpe e o coração lhe estala. Mas como se tivesse pejo da sua própria dor, ele como o carvalho que se de-senraíza e não se verga, não chora o filho nem a si mesmo se lamenta; e dizendo apenas — é um que perco, mas três ainda me ficam para darem a vida pela liberdade da nossa pátria — silencioso  se retira; e vai de novo  combater. Este combate de Queluz é um daqueles muito poucos em que a verdade aparece em toda a sua nudez; porque havendo a seu respeito nada menos de três partes oficiais, nos pontos capitais são todas perfeitamente concordes. (grifo nosso).

Se, porém, todas são concordes nos pontos capitais e sobretudo na completa derrota que ali sofreu o exército da legalidade; nenhuma delas, entretanto, se ocupa dos pequenos incidentes, nem nos dá a menor notícia de um grande número de episódios mais ou menos interessantes que se deram naquele combate e que a tradição conserva. Em parte ao menos, eu poderia sanar essa lacuna; isso, porém, me levaria muito longe. Eu pois, deixando de parte tudo quanto sei, me contentarei apenas com o citar aqui dois fatos, dos quais o primeiro pode servir de argumento para aqueles que acreditam na fatalidade do nosso destino e o outro é uma das melhores provas de quanto é capaz o medo ou um terror pânico.

Em uma casa que havia e que não sei se ainda existe quase que defronte da cadeia, porém um pouco mais para o lado da igreja do Carmo, morava em 1842 uma pobre mulher. Quando começou o ataque da Vila, foi tal o susto que dela se apoderou, que não contente de fechar todas as portas e janelas, ainda procurou um dos quartos que mais recônditos ficavam no interior da casa, e ali foi se esconder metendo-se debaixo da cama. No dia seguinte quando se abriu a casa e que se procurou a sua habitadora, esta ainda se achava debaixo da cama; mas estava morta e banhada no seu sangue. Como se de propósito a procurasse, uma bala de peça ou de espingarda atravessando uma ou talvez mesmo muitas paredes a tinha ido ali alcançar; e ela desta sorte achou a morte no lugar justamente em que mais segura supôs guardar a vida. Quanto ao outro fato que se passou com o Tenente Coronel Luiz Gonzaga de Melo e que foi o próprio que mo contou, foi o seguinte:

Acossado por todos os lados, o exército da legalidade tinha todos, como já disse, se concentrado no largo da Matriz e ali se achava quando chegou a noite. Completamente desmoralizado para que pudesse ainda resistir e estando privado de mantimentos e absolutamente sem água da qual se achava cortado, os rebeldes contavam, que apenas amanhecesse, o inimigo se renderia à dis-creção.

E como supunham que este se achava completamente cercado no largo, descuidaram-se de segurar as saídas da povoação. Próximo, porém, ao fundo do adro, havia um beco muito estreito, escuro e íngreme, que descia para uma rua que levava à estradas de Suassuí; e apenas escureceu, a não serem os feridos e aqueles que preferiram se render e que no dia seguinte foram aprisionados em número de 200, todos os mais enfiaram por aquele beco e procuraram a estrada de Suassuí; onde apenas existia um piquete de quatro ou seis pessoas que ali estavam unicamente para vigiarem  quem entrava ou quem saía.

Os legalistas tinham alcançado o seu intenso e já davam graças a Deus de os haver salvo de um perigo que parecia sem remédio, quando o piquete pelo seu lado ao ver aquele borbotão de gente com o qual de todo não contava, antes de salvar-se, lem-bra-se de aproveitar ao menos os tiros que já estavam prontos e disparou as espingardas contra os primeiros que chegavam. Ouvindo aqueles tiros, os fugitivos acreditam que a estrada estava guardada com forças pelos rebeldes; e seguiu-se então uma das cenas mais indiscritíveis de terror, confusão e desespero; porque além de tudo, entre aqueles fugitivos havia também algumas mulheres.

Fazia parte desta multidão assim posta em tão terrível debandada, aquele Tenente Coronel Gonzaga, que julgando estar a estrada tomada, ficou algum tempo sem saber o que fizesse; até que sendo um perfeito conhecedor de todas aquelas localidades, lembrou-se de meter-se no mato e procurar a fazenda da Pedra que fica nas imediações das Taipas e que, pertencendo a parentes seus, poderia lhe servir de refúgio.

Ele, portanto, sem mais demora, meteu-se no mato; e disse–me, que durante toda a noite caminhou sempre e sem parar um só momento em direção às Taipas. Quando começou a aparecer esse clarear tão duvidoso que precede a aurora, lhe pareceu lobrigar um campo e esse campo lhe pareceu ser exatamente o pasto da Pedra; e sem mais demora para este se dirigiu.

Quando, porém, entra no pasto, e que ali dá os seus primeiros passos, vê diante de si um soldado que lhe apontava uma espingarda ao peito. A surpresa e o susto que este fato lhe causou, foi tal, que lhe faltando a voz para gritar ou ânimo para correr, estacou no mesmo lugar, e imóvel ali ficou até que afinal reconheceu que o soldado era um toco e a espingarda um galho seco que ainda o toco conservava.

É desnecessário dizer, qual não foi o alívio que sentiu a sua alma já tão atribulada, quando ele se viu livre daquele perigo embora cômico, tão terrível para ele. Esse alívio porém, bem pouco durou ou não passou de um simples alívio puramente momentâneo; porque livre daquele perigo e pondo-se, sem mais demora, a correr para a casa que ficava em baixo e que ia se tornar para ele a salvação, de repente reconhece, que em vez da fazenda da Pedra que fica a cinco ou seis léguas distante de Queluz, ele estava descendo, pelo contrário para a chácara das Bananeiras, que apenas dista um quilómetro ou pouco mais daquele lugar; e embora morto de fome, de sede, de sono e de cansaço, teve de novo de meter-se no mato e de ir já não sei onde nem como procurar outro  refúgio.

E já que acabo de falar deste combate de Queluz e da revolução de Minas, quero aqui fazer menção de um dos muitos parentes meus, que fui encontrar no município de Queluz; e que além de ter sido um daqueles com quem tive mais frequentes relações e de ser dotado de um caráter bastante original, ainda alcançou naquela revolução uma notoriedade mais ou menos extensa. Este meu parente era o Tenente Coronel José Antônio de Rezende que era casado com uma parenta (creio que neta) do Ti-radentes, e que tornou-se muito conhecido na revolução debaixo do nome de capitão dos óculos, porque, contra o costume da provín-cia, andava sempre de óculos, e em todos os combates em que entrou nunca deixou de mostrar uma bravura extraordinária. Baleado em uma coxa no ataque de Sabará, não pode o Capitão Rezende entrar em fogo ou antes, pôr-se à frente da sua companhia no combate de Santa Luzia; mas não lhe sofrendo o ânimo de ficar inerte, assentou, já que não podia comandar a sua gente, de se tornar ainda que um pouco de longe, um franco atirador. Tomando, portanto, uma reúna e um grande número de cartuchos, foi colocar-se em uma posição donde pudesse atirar sobre as forças do governo; e segundo dizia ele, quantos tiros deu, foram outros tantos carapuças que lançou por terra.

Carapuças era sempre o nome que ele dava aos soldados de linha, que, naquele tempo, em vez de bonés ou barretinas usavam de uma espécie de capacetes ou de mitras, que não deixavam de ter uma tal ou qual semelhança com as nossas antigas carapuças. Baleado como estava, foi um dos primeiros aprisionados; e dizia ele que foi nessa ocasião muito e muito insultado pelos carapuças; mas acrescentava que nem sequer ouvia o que eles diziam; porque naquela ocasião toda a sua atenção e todo o seu cuidado apenas concentrados no chapéu do Chile que levava e em cujo forro estavam duzentos ou trezentos mil réis que era tudo quanto então possuía e que tanta falta lhe poderiam então fazer; e por isso, enquanto o descompunham, o que ele fazia, era segurar com as duas mãos o chapéu contra o peito, para que não lho tirassem nem lhe pudessem ver o fundo.

Nem era este meu parente excelente atirador, unicamente como soldado ou de espingarda; mais o que muito mais admira pela dificuldade e muito mais talvez ainda pela singularidade, era também um insigne atirador de bodoque; de sorte que achan-do-se em sua casa um francês, e estando um cabrito bastante longe a roer uma planta; sem mais demora, ele toma o bodoque; faz a pontaria; e tão certeira foi esta; que a pelota foi dar no focinho do cabrito; o que produziu no francês um tal entusiasmo ou uma tão grande admiração; que este não sossegou, enquanto o meu parente não lhe deu ou não lhe vendeu o bodoque para levá-lo para a França.

Depois de velho, a sua maior distração era a de fazer palitos; e quando ia visitar-me, já eu sabia que tinha sortimento para muito tempo. Assim como em toda a parte, em Queluz todos os rebeldes foram despronunciados; mas aqui como em outros lugares, se exigia como condição da despronúncia que os rebeldes assinassem um termo em que declaravam que haviam sido iludidos e que não havia quem mais do que eles, amasse as leis e o imperador, etc.”.

Presenteia-nos com o texto, o senhor Francisco de Paula Ferreira de Rezende. Alguém de ainda falarei em outras edições deste Jornal Correio de Minas.

Luiz Otávio da Silva

Pesquisador

Peregrinação homenageia a “Santa Manoelina dos Coqueiros”

Movidos pela fé e espírito de aventura, caminhantes e ciclistas de Entre Rios de Minas (MG) e região desbravaram, no último dia 13,  um  novo caminho de peregrinação para o Retiro Velho – onde nasceu Manoelina Maria de Jesus, mais conhecida por “Santa” Manoelina dos Coqueiros. O evento, de cunho religioso/esportivo, foi marcado também por uma missa campal reunindo uma multidão de fiéis (cerca de 350 pessoas), numa realização da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte, Lazer e Turismo, e do grupo de voluntários do Projeto de Resgate Histórico de “Santa” Manoelina dos Coqueiros.

Retiro Velho ,“um lugar sagrado”, conforme qualificou Pe. Ildeu da Cruz Sílvio durante a celebração eucarística, está localizado na zona rural de Coqueiros, distante 12 km do centro de Entre Rios de Minas pela MG – 270, sentido Desterro de Entre Rios. A casa onde nasceu, em 1911, Manoelina Maria de Jesus, atualmente é propriedade de Maurílio de Oliveira Resende, que vem preservando o local visando sua  reabertura como um centro de peregrinação,  “para que todos que aqui vierem possam beber da água, fazer suas orações e sentir a paz deste lugar”. 

Vale lembrar que em 16 de março de 2019, foi inaugurada uma estátua em homenagem à taumaturga, esculpida em pedra sabão pelo artesão David Fuzatto, de Cel. Xavier Chaves, inspirada no desenho do artista entrerriano Daditto. Da mão direita da estátua, jorra água pura proveniente da mesma fonte de onde, nos idos de 1930, Manoelina, então com 19 anos, apanhava água e benzia   milhares de romeiros  que vinham de toda parte do país e até do exterior, em busca de cura para os males físicos  e “da alma”. Muitos saiam curados do encontro com ela.

Presente à celebração, o entrerriano Otávio Soares de Resende, 59 anos, residente na zona rural Mata dos Pacheco, parente distante de Manoelina, disse que já recebeu vários milagres. “Tenho muita fé nela … peço autorização, em oração”. Esta “oração dotada de fé” foi exortada por Pe. Ildeu ao convidar os fiéis a rezarem “por cada um que abraçou a causa de Manoelina”.

Durante a homilia, o Pároco de Entre Rios de Minas fez “um convite para partilhar, voltar para a Fonte, como a água que é capaz de gerar vida. Mãos de Manoelina intercedendo por todos junto de Deus. Vida, Fé, Comunhão : 3 palavras para meditarmos. Exemplo de vida de Manoelina, em doação a Deus, em missão de fé. Suas orações revelavam o Divino, o Sagrado! Aqui (se referindo ao Retiro Velho) é possível escutar Jesus! Manoelina nos mostrou isto. A fé de Manoelina transformou a vida de muitas pessoas! ‘Virgem’ Manoelina recorda a você que ‘o Senhor é a sua luz e salvação’ e, como nas palavras de São Paulo, continuai firmes na fé”.

Naquele “lugar sagrado”, onde é possível “sentir a energia de Deus, da Vida”, os fiéis rezaram a Oração para Beatificação de Manoelina Maria de Jesus. Padre Ildeu disse que vai se encontrar com Dom Vicente Ferreira, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte e responsável pela abertura do processo, “para que nossa Paróquia receba documentação para também colher assinaturas”. Dom Vicente presidiu missa em homenagem à “Virgem” Manoelina, em Crucilândia.

A cidade mineira de Crucilândia, para onde Manoelina se mudou nos idos de 1931 e está sepultada (faleceu em 1960, aos 49 anos, de causa natural), também homenageou a “Virgem” Manoelina, como é conhecida lá.  O Projeto de Lei nº 1.229/2021, de autoria do prefeito Laercio de Souza, instituiu a data de 14 de março (quando ela faleceu) como o “Dia da Virgem Manoelina”, passando a fazer parte do calendário de feriados municipais a partir deste ano. Pela manhã, seu túmulo (de número 284) no Cemitério Municipal   recebeu a visita de romeiros que entoaram louvores à “Virgem”, deixaram flores e acenderam velas em gratidão. Às 19 horas, Dom Vicente Ferreira presidiu a santa missa na matriz da paróquia Santa Cruz e São Geraldo.

Entre Rios de Minas, desde 2018, também celebra o 14 de março como “Dia de Santa Manoelina”, embora ainda de forma não oficial. A peregrinação para o Retiro Velho, este ano, aconteceu no domingo (13) e ganhou um novo trajeto a fim de atender também os ciclistas. Partindo da praça Cel. Joaquim Resende,   passou pelas zonas rurais de Faleiros, Dois Córregos e Alto do Madruga.  Desceu à direita até o asfalto da MG- 270,   onde deu acesso para o Retiro Velho à esquerda. O evento contou com equipe de apoio – ambulância, caminhonete com lanches e água, além de um ônibus para transporte de fiéis e retorno dos caminhantes. O   percurso   de aproximadamente 20 km (praticamente uma meia maratona!) por estrada de terra  foi aprovado pelos participantes e  está sendo agora demarcado oficialmente pela administração pública municipal.

Cerca de 40  peregrinos completaram o trajeto e receberam medalha de honra ao mérito  das mãos do Secretário Municipal de Cultura, Felipe Resende, que também participou da caminhada. Resende ressaltou que “Manoelina dos Coqueiros é referência importante   para a história do nosso município e, preservar esta memória, é zelar pela cultura local”. Da mesma forma, voluntários do projeto de resgate histórico da “Santa dos Coqueiros” fizeram o novo percurso. Um de seus líderes, o médico José Pedro Borges, destacou “a necessidade do reconhecimento do valioso trabalho assistencial de cura de Manoelina Maria de Jesus”.

 Primeiro peregrino a chegar na entrada do Retiro Velho, o canto entrerriano Vitor Nato, também ressaltou a importância do evento “para reconhecimento do valor de Manoelina, como preservação de memória e atratividade turística para Entre Rios”. Desejando participar no próximo ano, Nato fez o percurso em 3h20m e o qualificou como “tranquilo, mas desafiador nas subidas”.

Já buscando mostrar a “força” da ACER – Associação de Ciclismo de Entre Rios – 33 ciclistas seguiram juntos durante todo o percurso, perfazendo um tempo de 2h14m. “Combinamos seguir juntos”, informou o presidente Reginaldo José Ferreira, ao acrescentar que “apenas uma ciclista não conseguiu concluir, por problemas com a bike”. O presidente da ACER explicou ainda que o trajeto “é de nível médio, muito bacana, com destaque para a paisagem maravilhosa no Alto do Madruga”.

Resgatando um pouco da história

Manoelina Maria de Jesus (1911-1960), moça simples, analfabeta, pobre, fervorosa, católica, gostava de cantar “benditos” (cantos religiosos com que são acompanhadas as procissões). Aos 19 anos, nos idos de outubro de 1930, sob inspiração divina, começou a realizar “milagres”. Na casa de dois cômodos no Retiro Velho, morava com os pais e 16 irmãos.  Alimentava-se apenas de água, “que se transformava em vinho pelas suas orações”.

Naquela época, Entre Rios ficou conhecida no país inteiro e até no exterior, por causa de reportagens veiculadas na revista O Cruzeiro e no jornal A Noite, onde o repórter Davi Nasser narrava os milagres da “Santa de Coqueiros”.  O local tornou-se um centro de fé e curiosidade. Os poucos carros da época não davam conta de transportar os romeiros que vinham de toda parte. Também chegavam cartas de todo o Brasil e até do exterior, as quais ela benzia e depois ateava fogo. Algumas correspondências continham dinheiro, pois moedas de 1.000 réis e pesos eram vistos entre as cinzas dos papéis das cartas.

A historiadora de Crucilândia, Conceição Parreiras Abritta, registrou em seu livro História de Crucilândia (Belo Horizonte, Página Studio Gráfico, 1988, pp.100 e 102-103): “(…) chegavam caminhões repletos de pessoas em sua casa, gente a pé, a cavalo, pessoas vindas de todos os lados. A família de Manoelina não tinha mais sossêgo nem para trabalhar. Chegavam sacos repletos até às bordas de correspondência, muitas das quais traziam dinheiro. (…)  Vestia-se de uma túnica azul comprida e um véu branco na cabeça. Dormia em um catre de madeira, sem colchão e roupa de cama”.

A fama da “Santa Milagreira de Coqueiros”, bem como  toda a movimentação de romeiros (muitos deles doentes) naquela região, passou a incomodar…  Em abril de 1931, Manoelina muda, de madrugada, com toda a família, para Dom Silvério – distrito de Bonfim(MG). Logo, romeiros descobrem seu paradeiro. Acusada de “perturbação da ordem social”, chegou a ser internada em um  manicômio. O pai ,Sr.Miguel,  alegando na Justiça que a filha  era menor de idade, conseguiu retirá-la.

Tempos depois, uma nova mudança, desta vez  para a localidade denominada Capão, em Crucilândia, onde continuou recebendo a visita de inúmeros romeiros e intercedendo “curas espirituais”. Manoelina Maria de Jesus faleceu em 14 de março de 1960 e, até hoje, sua sepultura é muito visitada.

Em reconhecimento por sua fervorosa fé e dedicação ao próximo, além dos vários relatos de graças alcançadas por sua intercessão, há um processo pedindo a sua beatificação a ser aberto na Arquidiocese de Belo Horizonte, pelas mãos do bispo auxiliar Dom Vicente Ferreira.

Enquanto isso, fica a certeza de que “Santa”, “Virgem” ou simplesmente “Irmã” Manoelina dos Coqueiros, “intercedendo por todos junto a Jesus Cristo”, VIVE nos corações dos devotos, cuja fé liberta e cura!

Turismo em Minas Gerais: 12 cenários de se apaixonar

A letra da música já diz tudo: “Quem te conhece, não esquece jamais”. Minas Gerais concentra incontáveis atrativos naturais e históricos capazes de deixar qualquer viajante apaixonado, afinal tanto é agradável passear pelas ladeiras históricas de Ouro Preto, quanto contemplar a natureza das regiões serranas para tomar banho de cachoeira e passear por grutas.

Imagens convencem e MUITO. Então, nada mais justo que indicar 12 cenários mineiros que irão encher os olhos de diferentes tipos de turistas. Minas é tradição, verde, temperos e muitos mais. Olha só!

1. Serra do Caparaó

Situada na divisa de Minas com o Espírito Santo, a Serra do Caparaó é um destino turístico muito solicitado por viajantes de todo o Brasil, principalmente pelos amantes do montanhismo, pois é no Parque Nacional do Caparaó que se localiza o Pico da Bandeira, o mais alto do Brasil com 2892 metros de altitude.

Caso o viajante opte por diversão sem a exigência de esforços físicos, há possibilidade de fazer trilhas pequenas, tomar banhos de cachoeira ou curtir as piscinas naturais do parque. Tranquilidade, comodidade e aventura caminham lado a lado nesse paraíso verde.

2. Serra da Piedade

A Serra da Piedade fica no município de Caeté, que pertence à microrregião de Belo Horizonte (1h de distância). Sabe aquele lugar calmo perfeito para irrecusáveis momentos de descanso? Aqui está. Além de apreciar a belíssima igreja de Nossa Senhora da Piedade, você poderá tirar muitas fotos – a vista é linda – e até provar os deliciosos doces que são vendidos em restaurantes próximos. Um conselho: essa área serrana tem 1746 metros de altitude , ou seja, então faz frio e venta bastante, por isso não se esqueça de levar roupas de frio e cachecol.

3. Ouro Preto

Pode até cansar um pouco, mas o sobe e desce pelas ladeiras de pedra de Ouro Preto oferece a chance de você observar um cenário de outro tempo. Tudo é perfeitinho: desde as construções dos séculos 17 e 18, até o verde do entorno.

vale a pena subir em uma colina e fazer um registro fotográfico parecido com esse, concorda?

4. Ibitipoca

O nome pode até ser um pouco difícil de pronunciar, mas ficar apaixonado pela graciosa vila de Ibitipoca é uma consequencia certa. Se no núcleo urbano o viajante irá aproveitar uma atmosfera hippie perfeita, no Parque Estadual do Ibitipoca há o circuito das águas – com belas cachoeiras e duchas de água dourada – trilhas de diferentes níveis e grutas.

Aí está uma indicação perfeita para você que deseja ir para o mato, mas também não abre mão de sentar em um barzinho confortável para escutar boa música, saborear uma comidinha gostosa e tomar umas cervejas.

5. Circuito das grutas

O circuito das grutas é uma importantíssima rota turística em Minas Gerais, com mais de 2 mil hectares de área, aproximadamente 170 sítios arqueológicos e 50 grutas em áreas dos municípios de Belo Horizonte, Pedro Leopoldo, Cordisburgo, Sete Lagoas e Lagoa Santa.

6. Inhotim (Brumadinho)

Em termos de cenários exuberantes por Minas Gerais, é possível não citar o Instituto Inhotim em Brumadinho, que nada mais é do que um museu ao ar livre com exposições de obras de arte contemporânea. Trata-se do maior espaço deste tipo da América Latina, que também oferece uma série de atividades recreativas.

Para você ter mais informações sobre o lugar, não deixe de ler esse roteiro de viagem à Inhotim elaborado pelo Viajali. Há dicas muito interessantes, que irão facilitar a vida daqueles que irão visitar o local pela primeira vez.

7. Capitólio

Capitólio fica localizada na região da Serra da Canastra e é um dos principais pontos do ecoturismo de Minas Gerais. O Lago de Furnas e o Morro do Chapéu são algumas das atrações que conquistam os privilegiados visitantes.

Há muitos motivos para sentir na pele as vibrações de um cenário tão belo, e é claro que o Viajali elegeu algumas das principais razões pra você conhecer a cidade.

8. São João Del Rei

São Joao del Rei divide espaço com Tiradentes na região chamada de Campo das vertentes e é uma das cidades com forte presença da arquitetura barraca em suas construções, além de esbanjar charme similar ao de Ouro Preto e outras cidades históricas do interior mineiro.

9. Bicame de Pedras

Esse aparente amontoado de pedras foi um arqueoduto erguido por escravos no final do século 18 no município de Catas Altas, para transportar água da Serra da Caraça até Brumado.

Os 100 metros das ruínas que hoje são apreciáveis, incorporam um portal, onde está escrito o ano construção e uma escada que dá acesso a parte de cima da estrutura. O contraste entre a vegetação e as pedras rende bons registros. Prepare a máquina!

10. Pedra Redonda(Monte Verde)

A trilha da Pedra Redonda é uma concorrida atração turística em Minas Gerais e fica nas proximidades da divisa com São Paulo. Para chegar à Pedra, o visitante percorrerá apenas 936 metros por um caminho muito bem sinalizado, com algumas pontes, escadas e até um mirante no meio do percurso, de onde é viável tirar belas fotos.

11. Doze Profetas de Aleijadinho

O arquiteto e escultor mineiro Aleijadinho é uma personalidade artística eminente em todo o Brasil e os 12 profetas de Aleijadinho, localizados na cidade Congonhas do Campo, formam interessante conjunto de esculturas de pedra-sabão.

Os profetas representados nas peças são: Ezequiel, Jeremias, Amós, Abdias, Joel, Baruque, Naum, Habacuque, Jonas, Isaias, Oséias e Daniel.

12. Savassi, Belo Horizonte

Anh? O que há de tão especial em uma rua com bares e mesas espalhadas? Ok, pode até parecer banal e destoante das atrações acima, mas a imagem acima DEVE fazer parte dessa lista, afinal incorpora o bairro mais boêmio de Belo Horizonte, a Savassi. E quem disse que restaurantes, bares com música ao vivo e muita animação não são de apaixonar?

A capital mineira tem a fama de ser a “capital mundial dos botecos” e o lema ” se não tem mar…vamos pro bar” é mais do que conhecida por muitos cantos do Brasil. Ir à Savassi é ter a oportunidade de sentir essa aclamada aura festiva de BH.

Viu como Minas Gerais é múltipla? Pode ir preparando um roteiro grande, pois não faltarão atividades interessantes na terra do pão de queijo.

FONTE VIAJALI

Belo Vale: um passeio pelas origens mineiras

(Arnaldo Silva) Atualmente com cerca de 8 mil habitantes, Belo Vale faz divisa com Congonhas do Campo, Ouro Preto, Moeda, Brumadinho, Bonfim, Piedade dos Gerais e Jeceaba. Está a 80 km de Belo Horizonte, a 797 metros de altitude, na região do Quadrilátero Ferrífero Mineiro.

Além da sede, Belo Vale (na foto acima de Marcelo Melo) o município conta com vários povoados e distritos, como: Noiva do Cordeiro, Roças Novas, Santana, Boa Morte, Salgado, Laranjeiras, Costas, Pintos, Lajes, Curral Moreira, Chácara, Moreira, Posse, João Alves, Chacrinha, Pedra, Tróia, Arrojado, Palmital e Barra Nova. (na imagem abaixo de Mauro Euzébio/@mauroart, a Matriz do distrito de Roças Novas de Baixo)

Uma das primeiras povoações de Minas         

A história de Belo Vale começa com a formação de um arraial em 1681, no século XVII. Fundada por bandeirantes, foi uma das primeiras povoações surgidas em Minas Gerais.          

O povoamento do pequeno arraial cresceu, graças a descoberta de ouro na região em 1700, nas roças de Matias Cardoso, atualmente, distrito de Roças Novas. Em 1735, era erguida a primeira igreja, dedicada a Sant´Ana, quando o arraial passou a se chamar Santana do Paraopeba.         

Devido a terras áridas, onde estava o arraial, em 1760, um novo povoado foi formado nas proximidades do Rio Paraopeba, onde as terras eram férteis e próprias para a lavoura e criação de gado.         

Com a mudança do local do povoado, uma nova igreja foi erguida em m 1764, dedicada a São Gonçalo, com o novo arraial se chamando, São Gonçalo. Tempos depois, com a construção de uma ponte de madeira sobre o Rio Paraopeba, o arraial passou a ser chamado de São Gonçalo da Ponte. Em 1839, no século XIX, a vila foi elevada a distrito, subordinada a Bonfim MG.         

A partir de 1914, São Gonçalo da Ponte adota o nome de Belo Vale, em alusão aos belos e imensos vales da região. Em 17 de dezembro de 1938, Belo Vale é elevada à cidade emancipada.

A chegada da ferrovia e do desenvolvimento         

Com a instalação do ramal do Paraopeba, da Estrada de Ferro Central do Brasil, em 1914, começa de fato o desenvolvimento e crescimento de Belo Vale. Para abrigar os ferroviários e suas famílias, casas em estilo inglês, do início do século XX, para abrigar os ferroviários e suas famílias, bem como a Estação Ferroviária da cidade. (na foto acima de Leandro Leal e abaixo de Mauro Euzébio/@mauroart, pontilhão sobre o Rio Paraopeba em Belo Vale)

Os trens que passavam por Belo Vale, levavam e traziam gente e também, levava me traziam minério de ferro e outros produtos. Hoje, o ramal ferroviário faz parte da Ferrovia do Aço e os trens continuam passando por dentro de Belo Vale, mas levando e trazendo apenas minério de ferro e outros produtos.

Do saudoso tempo do trem de passageiros, restaram a charmosa Estação Ferroviária, as belas construções em estilo Inglês dos ferroviários e operários, fotos e lembranças de quem viveu nessa época. (na foto acima de Mauro Euzébio/mauroart, tem carregado de minério, onde antigamente, passava trem de passageiros em Belo Vale)

Com o crescimento proporcionado pela ferrovia, novas construções em estilo inglês, eclético e modernista, começaram a surgir na cidade, ao longo do século XX. (na foto acima de Thelmo Lins, a antiga Estação Ferroviária de Belo Vale e a Vila Operária em seu entorno)

Belo Vale continua com sua vocação original de ser uma cidade produtora de alimentos, se destacando em Minas Gerais na produção de frutas, como a mexerica e hortaliças, além da mineração. (fotografia acima de Mauro Euzébio/@mauroart)

Atrativos turísticos urbanos

Belo Vale é um dos poucos municípios mineiros que reúne a história das origens de Minas, do Ciclo do Ouro, da religiosidade, das primeiras fazendas produtoras de alimentos, bem como a tradição das ferrovias. (fotografia acima de Marcelo Melo e abaixo de Mauro Euzébio/@mauroart)

Além disso, sua arquitetura foi formada por todos os estilos arquitetônicos presentes em Minas Gerais, desde o século XVII como o Nacional Português, o Barroco Mineiro, o Eclético, o Modernista, o Contemporâneo, além do estilo Inglês, das primeiras décadas do século XX, com destaque para o Casarão dos Araújo, o popular sobrado da Praça, datado de 1929.

Na cidade, uma construção em estilo colonial, chama a atenção dos visitantes. É o Museu do Escravo, inaugurado na cidade em 13 de maio de 1988. Instalado num casarão bem preservado, no Centro da cidade, o museu é o mais completo do gênero na América Latina. Humilhações e crueldades praticadas contra os escravos, estão reunidos em mais de 3.500 peças muito bem preservadas. (na fotografia acima de Evaldo Itor Fernandes)

Em frente ao Museu do Escravo está a Matriz de São Gonçalo, construída em 1764, um ótimo ponto para visitação. (na fotografia acima de Mauro Euzébio/@mauroart)

Atrativos turísticos rurais

Os principais atrativos de Belo Vale podem ser vistos em sua área rural, em todos os seus distritos. Tanto a cidade, quanto os povoados rurais, contam com boa estrutura e pousadas, para receberem os visitantes, mas as melhores pousadas da cidade, bem como a boa gastronomia mineira, estão nas comunidades rurais.

Entre esses povoados está Boa Morte, 6 km distante do Centro de Belo Vale. Boa Morte tem origem na formação de quilombos na região. Na comunidade, destaque para a Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte, datada de 1760. (na fotografia acima de Thelmo Lins)

Outra igreja na zona rural que merece uma visita é a Igreja de Santana, distante 9 km do Centro da cidade. Por ser o mais antigo templo do município, é de grande importância para a cidade.  (fotografia acima de Thelmo Lins)         

Embora sua fachada tenha sido modificada, principalmente no século XX, sua história e importância para a cidade está preservada. Da fachada o que restou de original foi apenas a placa, que data sua construção, 1735.

A pequena igreja está bem cuidada e se destaca no local por estar no topo de uma colina, em tons brancos e azuis, ladeada por frondosas árvores e uma bela vista do vale de montanhas que circundam Belo Vale.

Ruinas do Forte e a Calçada de Pedras

Outro local interessante para visitação é o Forte das Casas Velhas, construído em pedras pelos escravos, em 1790. Está a 12 km do Centro da Cidade, na Serra do Mascate. Durante o Ciclo do Ouro, no local funcionou a antiga alfândega e o forte militar, onde presos políticos, contrários à Coroa Portuguesa, eram encarcerados. 

Um pouco à frente do Forte das Casas Velhas, está a Calçada de Pedras, feita pelos escravos. Na época, a Calçada ligava a Fazenda Boa Esperança à antiga Vila Rica, hoje Ouro Preto. Foi construída para fazer o escoamento da produção da fazenda Boa Esperança e também para receber mercadorias vindas da capital da província, que era Vila Rica. Atualmente, resta apenas um pequeno trecho da calçada.

A Fazenda Boa Esperança

Por falar na Fazenda Boa Esperança, o lugar é ponto obrigatório para visitação. Está apensa 3 km do Centro da cidade. Formada entre 1760 e 1780, sua arquitetura foi inspirada nas construções do Norte de Portugal. Seu interior possui ainda pinturas do Mestre Ataíde.

No auge da extração do ouro na Serra do Mascate, a Fazenda Boa Esperança chegou a ter cerca de 1000 escravos. A fazenda produzia ainda alimentos para a região, já que suas terras eram férteis.

A sede da Fazenda Boa Esperança, foi residência do Barão de Paraopeba (Romualdo José Monteiro de Barros, nascido em Congonhas do Campo em 1756, foi presidente da província de Minas Gerais entre 10 de junho a 17 de julho de 1850. Faleceu em 16 de dezembro de 1855. (fotografia acima e abaixo de Evaldo Itor Fernandes)

A sede da Fazenda Boa Esperança é um dos mais importantes patrimônios históricos de Minas Gerais e do Brasil, tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, desde 1959 e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico – IEPHA/MG, desde 1975.

Totalmente restaurada não consta nenhum mobiliário, apenas cômodos vazios, corredores, portas e janelas enormes, uma singela capela e toda a estrutura interna, muito bem conservada. Tanto na parte exterior, quanto interior, percebe-se a riqueza arquitetônica e estrutura da construção. É de impressionar! Ainda mais com a beleza em redor, com frondosas árvores a dar mais vida e charme ao casarão. (fotografias acima de Thelmo Lins)

Cachoeiras

Completa a beleza do idílico cenário cinematográfico de Belo Vale, paradisíacas cachoeiras com destaque para a Cachoeira da Serra às margens da MG-442 que liga Belo Vale à BR-040 e a Cachoeira da Boa Esperança, próxima à Fazenda Boa Esperança. Essa cachoeira possui leves quedas e toboáguas naturais.

No povoado da Pedra, a 7 km da sede, tem a Cachoeira da Usina. Outra cachoeira apreciada pelos banhistas é a Cachoeira do Moinho no povoado dos Costas, a 10 km do município e também a Cachoeira do Zé Pinto, a 7 km da sede, no povoado de Boca Calada.

No povoado de Santana a 8 km da sede, está a Cachoeira do Geraldão. Tem ainda a Cachoeira das Lages, um pouco mais longe, a 20 km da cidade de Belo Vale, no povoado de Lages e a Cachoeira do Mascate, dentre outras tantas.

Belo Vale (na foto acima de Evaldo Itor Fernandes) tem muitos encantos, naturais e arquitetônicos que vale a pena serem descobertos pelos mineiros e brasileiros. Uma das primeiras povoações de Minas Gerais, com uma rica e diversificada história e arquitetura, um povo gentil e acolhedor, merece ser conhecida, desvendada e visitada.

FONTE CONHEÇA MINAS

Os 10 distritos mais altos de Minas Gerais

(Por Arnaldo Silva)  Minas Gerais tem 1772 charmosos e atraentes distritos. São verdadeiros presépios, onde no cotidiano do dia a dia, a vida é um sossego e passa bem devagar. Se caracterizam pela simplicidade, mineiridade, hospitalidade de seus moradores, belezas naturais, história, casario simples, artesanato, sua culinária típica e tradições religiosas. Alguns se destacam pelos dias quentes de verão, com suas cachoeiras, trilhas e praias fluviais. Outros, o contrário, se destacam pelo frio intenso e altitudes, acima do nível do mar, elevadíssimas. Isso porque, Minas Gerais é um estado montanhoso e por isso, os distritos e cidades de maiores altitudes no Brasil, estão em nosso território. Você vai conhecer 10 desses pitorescos distritos, com altitudes acima de 1000 metros. São mais distritos, além desses, claro, mas listamos apenas 10.

01 – Lapinha da Serra, distrito de Santana do Riacho

No sopé do Pico da Lapinha, a 1687 metros de altitude, acima do nível do mar, está Lapinha de Belém, para os antigos e Lapinha da Serra, como é mais conhecido popularmente, o distrito mais alto de Minas Gerais. Inserido na Área de Preservação Ambiental Morro da Pedreira, Lapinha da Serra é distrito de Santana do Riacho, cidade turística mineira, considerada a “porta de entrada” para a Serra do Cipó. Santana do Riacho fica a 110 km de Belo Horizonte, com acesso pela MG-050. Lapinha da Serra fica a 33 km da sede. (fotografia acima de Thiago Perilo/@thiagop.photo)

A pequena vila conta com cerca de 400 moradores, que vivem da agricultura familiar, do artesanato e turismo. É um dos pontos turísticos mais conhecidos e visitados em Minas Gerais. Seu povo é gentil, acolhedor e hospitaleiro. Preservam a vila em que vivem, bem como suas raízes e tradições religiosas, como o a Festa de São Sebastião, padroeiro da Vila, a Festa de Nossa Senhora Aparecida, além do tradicional Batuque, manifestação folclórica, com origem em Cabo Verde, na África, preservada e valorizada no vilarejo. (foto acima e abaixo da Giseli Jorge)

A charmosa vila é atraente, seu casario colonial bem no estilo mineiro, é charmoso e muito bem cuidado. No entorno de Lapinha da Serra, belezas naturais são convites para descanso e sossego. São impressionantes e magníficos lagos, cachoeiras, grutas, picos, sítios arqueológicos, além da beleza do Rio Cipó. O vilarejo é o lugar ideal para quem quer maior convívio com a natureza e também para quem gosta de esportes radicais, ao ar livre.

Atualmente, a cidade mais alta do Brasil é Campos do Jordão, em São Paulo, com 1628 metros de altitude. Se Lapinha da Serra fosse cidade, seria a cidade brasileira de maior altitude, com seus 1687 metros acima do nível do mar.

02 – Costas, distrito de Paraisópolis

A 1600 metros de altitude, está Costas, distrito de Paraisópolis, no Sul de Minas Gerais, distante 420 km da Capital. Paraisópolis está a 1090 metros de altitude. (fotografia acima de Fernando Campanella)

Costas está na parte mais alta da Serra da Mantiqueira, onde está o Pico da Pedra de São Domingos, com 2050 metros de altitude. A charmosa vila está a 32 km da sede, Paraisópolis, a 9 km de Gonçalves/MG e 30 km de São Bento do Sapucaí/SP.

Lugar de rara beleza, cercado por montanhas, matas nativas de araucárias, rios e cachoeiras, Costas é um dos mais belos lugares do Sul de Minas e muito procurado por turistas. Isso porque a vila, além de toda sua beleza natural, possui condições propícias para a prática de esportes, como escaladas, hiking, trilhas, etc., além de contar com uma ótima estrutura urbana, muito bem cuidada e seu povo muito acolhedor e hospitaleiro.

03 – Monte Verde, distrito de Camanducaia

A 1555 metros de altitude, está Monte Verde, no Sul de Minas, hoje, com cerca de 6 mil habitantes. É um dos maiores distritos mineiros, em número de habitantes, muito maior até que dezenas de cidades mineiras. Por isso, muitas das vezes, Monte Verde é chamada de cidade, mas é distrito, pertencente a Camanducaia, distante 473 km de Belo Horizonte. A sede está a 1015 metros de altitude. (foto acima de Ricardo Cozzo)

A vila foi fundada na década de 1930 por imigrantes letões, que viram na região, semelhanças com a Letônia, país do Leste Europeu. Hoje, Monte Verde é um dos mais badalados e famosos pontos de turismo no Brasil, além de ser reconhecida internacionalmente como um dos lugares mais acolhedores do mundo. (fotografia abaixo da Mônica Milev/Chocolate Montanhês)

Quem vem à charmosa vila, se apaixona por sua arquitetura singular, tipicamente letã, pelos chocolates, cervejas artesanais, vinhos, fondues, pela gastronomia diversificada, pelo frio intenso, além do romantismo que a charmosa vila oferece. Por isso é conhecida como a “cidade dos namorados”, “cidade do chocolate” e por sua origem e arquitetura letã, por, “Letônia mineira”.

04 – Ponte Segura, distrito de Senador Amaral

A 1490 metros de altitude, está Ponte Alta, distrito de Senador Amaral, no Sul de Minas, na parte alta da Serra da Mantiqueira. Distante 447 km de Belo Horizonte, o município de Senador Amaral é uma das cidades mais frias de Minas Gerais. Está a 1505 metros de altitude, sendo a cidade mais alta de Minas Gerais e a segunda mais alta do Brasil, atrás apenas de Campos do Jordão/SP.

Seu principal distrito, Ponte Alta, é muito atraente, pacato, muito bem cuidado e seu povo muito gentil e acolhedor. Além disso, o distrito, bem como todo o município, é dotado de belezas naturais de tirar o fôlego. Em Ponte Alta, a vida social, religiosa e cultural, gira em torno de sua bela matriz, dedicada a São Sebastião. (na foto acima do Duva Brunelli, vista parcial de Ponte Alta, do adro da Matriz) Por suas belezas naturais, sua ótima estrutura urbana e por seu inverno rigoroso, com temperaturas abaixo de zero grau, Senador Amaral é uma das cidades mineiras, de grande potencial turístico.

05 – Quatis, distrito de Marmelópolis

A 1467 metros de altitude, está Quatis, uma pequena vila pertencente ao município de Marmelópolis, no Sul de Minas, distante 427 km de Belo Horizonte. A famosa “Terra do Marmelo”, está a 1277 metros de altitude, situado na parte alta da Serra da Mantiqueira, nas maiores elevações do Pico dos Marins a 2422 metros de altitude e o Pico do Marinzinho, com 2393 metros de altitude. (na foto acima de Jair Antônio Oliveira, a chegada ao vilarejo de Quatis)

Por seu relevo e altitude, Marmelópolis, é uma das cidades mais frias do Brasil, com temperaturas negativas e geadas constantes, no inverno. Quatis é mais fria ainda. (na foto acima do Renato Ribeiro, típica paisagem de inverno em Marmelópolis)

Rodeada por intensa mata, a pequena vila conta com cerca de 100 moradores, que vivem da pecuária leiteira, cultivo do morango, além de ser um lugar com grande potencial turístico, por suas belezas naturais, montanhas, rios e cachoeiras. O nome Quatis é porque a vila é rodeada por mata nativa, habitadas por grande quantidade de quatis. A Matriz de Nossa Senhora do Rosário (na foto acima do Jair Antônio Oliveira), se destaca por sua beleza, simplicidade e demonstração de fé de seu povo, acolhedor, hospitaleiro, simples e que dão muito valor às suas tradições gastronômicas, culturais e religiosas.

06 – São João da Chapada, em Diamantina

A 1450 metros de altitude, está São João da Chapada, distrito da cidade de Diamantina, no Vale do Jequitinhonha. A cidade histórica mineira, Patrimônio da Humanidade desde 1999, está a 1280 metros de altitude e distante 292 km de Belo Horizonte. (fotografia acima da Giselle Oliveira)

A vila colonial de São João da Chapada, tem origem no final do século XIX e tem cerca de 1500 habitantes. Está a 30 km do Centro de Diamantina e tem como destaque, sua atraente igreja, dedicada a Santo Antônio, datada de 1873, seu casario singelo e simples, seu povo hospitaleiro e acolhedor, além claro, do frio, muito intenso no inverno. A temperatura média no distrito, fora da estação do inverno, varia entre 19º e 27ºC, já no inverno, se aproxima de zero grau.

07 – Lavras Novas, distrito de Ouro Preto

A 1300 metros de altitude, está Lavras Novas, distrito de Ouro Preto, cidade histórica, Patrimônio da Humanidade desde 1980. Ouro Preto está a 100 km de Belo Horizonte e a 1179 metros de altitude, acima do nível do mar. (fotografia acima de Peterson Bruschi/@guiapeterson)

Lavras Novas é uma tradicional e histórica vila, com origem nas primeiras décadas do século XVIII e tem atualmente, cerca de 1500 moradores. Rica em história, cultura e artesanato, a charmosa vila é um sonho de beleza, charme, requinte e simplicidade. Suas paisagens e belezas naturais são deslumbrantes e impactantes. É um mar de montanhas, com vistas de impressionar. Tem como seu ponto mais alto, a Serrinha, a 1510 metros de altitude, onde está a mais alta tirolesa do Brasil.

08 – Rodrigo Silva, distrito de Ouro Preto

Ainda em Ouro Preto, a 1278 metros de altitude, está o distrito de Rodrigo Silva. Surgido no século XVIII, o distrito conta com cerca de 1000 moradores e se destaca, desde suas origens, na cultura, tradição religiosa, a agricultura e na mineração de ouro, e atualmente, na mineração de topázio imperial e minério de ferro. Distante apenas 18 km da sede, fica às margens da Rodovia dos Inconfidentes. Sua altitude permite avistar toda sua beleza natural em volta e também os Picos do Itacolomi e do Itabirito. (na foto acima de Ane Souz, a antiga estação de trem de Rodrigo Silva)

É um dos mais desenvolvidos distritos ouro-pretanos, tendo tido um crescimento impressionante com a chegada da ferrovia à região, a partir de 1880, com a vila se desenvolvendo em torno da Estação Ferroviária, inaugurada em 1888, com o nome de Rodrigo Silva, em homenagem ao ministro do Império, Rodrigo Augusto Silva, daí a origem do nome do distrito.

09 – Morro Redondo em Ipoema, distrito de Itabira

A 1180 metros de altitude, está o Morro Redondo, em Ipoema, uma charmosa e tradicional vila mineira. Lugar agradável, pacato, encantador, histórico, riquíssimo em belezas naturais, com cachoeiras espetaculares, é distrito da cidade de Itabira, na Região Central Mineira, distante 110 km de Belo Horizonte. (foto acima do John Brandão/@fotografo_aventureiro)

Sua origem é do início do século XIX e guarda tesouros de nossa história, principalmente do tempo que as tropas cortavam o sertão mineiro. Em Ipoema, está o Museu do Tropeiro, com cerca de 700 peças, que nos levam a conhecer a vida e rotina dos tropeiros e viajantes.

O mirante do Morro Redondo, nos seus 1180 metros de altitude, é o principal ponto turístico de Ipoema. A vista é impactante e impressionante, além do charme da graciosa Capela do Senhor do Bonfim, palco de celebrações religiosas e folclóricas de seus moradores, como a Festa de Santa Cruz, em maio. (foto acima do Sérgio Mourão)

Além do Morro Redondo, em Ipoema, destaca-se fazendas centenárias, áreas de proteção ambiental, como o Morro da Pedreira e Bacia Hidrográfica Ribeirão Aliança, a Igreja de São José do Macuco, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, construída entre 1915 e 1934 (na foto acima do Arnaldo Quintão), a Cachoeira Alta com seus 110 metros de queda, uma das mais belas de Minas Gerais e outras cachoeiras paradisíacas, como a Cachoeira Boa Vista, Cachoeira do Patrocínio Amaro, Cachoeira do Morro Redondo e a Cachoeira do Meio.

10 – São Gonçalo do Rio das Pedras, distrito do Serro

A 1150 metros de altitude, está São Gonçalo do Rio das Pedras, distrito da cidade histórica do Serro MG, a 325 km de Belo Horizonte, no Vale do Jequitinhonha. Região montanhosa, no Serro, as altitudes variam muito, de 835 a 2002 metros. O município é formado pelos distritos de Três Barras da Estrada Real, Vila Deputado Augusto Clementino (Mato Grosso), Pedro Lessa, Milho Verde e São Gonçalo do Rio das Pedras. (fotografia acima de Tiago Geisler)

O distrito de São Gonçalo do Rio das Pedras, tem suas origens no início do século XVIII, com o surgimento da exploração do ouro em Minas Gerais. A pequena vila, com pouco mais de 1500 moradores, guarda com carinho relíquias arquitetônicas e suas tradições culturais e religiosas, desde os tempos coloniais. (fotografia acima de Marcelo Melo Fotografias)

Entre essas relíquias destaque para seu casario colonial muito bem conservado, seu rico e valioso artesanato, sua gastronomia tipicamente mineira, com receitas preservadas desde os tempos coloniais, as muradas de pedras, construídas no tempo da Escravidão, a Igreja de Nossa Senhora do Rosário e a Matriz de São Gonçalo, uma das mais fascinantes e bem preservadas igrejas do século XVIII em Minas Gerais. (fotografia acima de Tiago Geisler)

Segundo consta em placa na igreja, foi construída em 1787, ampliada em 1864 e totalmente reformada em 1934. Por sua riqueza singular e importância, foi tombada pelo IEPHA/MG, em 1980, como patrimônio histórico de Minas Gerais. (fotografia abaixo de Rita Peixoto)

Escondida entre os imensos paredões rochosos da Serra do Espinhaço, cheia de belezas naturais como várias cachoeiras, picos e serras com vistas paradisíacas, a charmosa Vila Colonial é tão pitoresca que mais lembra um presépio. Ruas de terra e algumas calçadas com pedras, casas sem muros, botecos tradicionais, pousadas atraentes e uma charmosa pracinha com árvores frondosas. Lugar de sossego, onde a vida passa devagar. Seu povo é carismático e de uma simplicidade e hospitalidade, que emociona.

FONTE CONHEÇA MINAS

Evento discute implementação da história e cultura afro-brasileira no currículo das escolas de Lafaiete

Aconteceu nesta tarde (24) no plenário da Câmara Municipal de Conselheiro Lafaiete uma mesa redonda para discutir a efetiva aplicação da Lei 10.639 nas escolas municipais.

Fruto de lutas dos movimentos sociais, a Lei 10.639/2003 alterou a Lei de diretrizes e bases da educação nacional, a Lei 9.394/1996, para estabelecer a obrigatoriedade da inclusão da História e Cultura Afro-Brasileira no currículo das escolas brasileiras, tornando-se uma importante ferramenta para a construção de uma sociedade antirracista, pois torna obrigatório o estudo da.

Sendo professor, o vereador Eustáquio percebeu a importância de iniciar discussões com os movimentos sociais, autoridades educacionais e demais autoridades da nossa cidade, com a finalidade de demonstrar a importância da efetiva aplicação da lei como instrumento de combate ao racismo, já que é pouco aplicada na cidade.

O evento visa fomentar a proposta ouvindo especialistas no assunto e representante de movimentos sociais, sendo que não será o único evento voltado à discussão da questão, pois é necessário que a discussão seja de forma continuada, objetivando sensibilizar a todos os responsáveis sobre a importância do tema.

O encontro terá a participação de profissionais da educação de Belo Horizonte e de São Paulo que trarão suas experiências para implementação e inclusão da temática nas escolas de Lafaiete.

Cultura em alta: Itaverava celebra 328 anos de história

Itaverava comemora nesta próxima segunda feira, 21 de Março de 2022, 328 anos de História, e á Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Cultura e Turismo de Itaverava, juntamente com a Câmara Municipal irá promover uma noite de homenagens, teatro, musica.

Na programação está previsto moção de congratulação pela Câmara Municipal para 3 Itaveravenses ilustres.
O Prefeito Municipal José Flaviano Pinto irá homenagear o saudoso Cônego Acrisio de Assim Reis que esteve em Itaverava por 47 anos. Um sacerdote de Deus que foi mais que um padre, mas também um amigo, um acolhedor que sempre levou Itaverava pelos melhores caminhos.

Na noite de aniversário de Itaverava será inaugurada a revitalização da iluminação do Cruzeiro, que fica atrás da Igreja Matriz de Santo Antonio, que é um símbolo muito importante para todos os Itaveravenses. O Cruzeiro estampa o Brasão do município.

Teremos também apresentação artísticas com Grupo da Casa do Teatro de Conselheiro Lafaiete, apresentação da Corporação Musical Santo Antônio, e a participação especial da Cantora Giovana Rezende com a sua Viola, a feira da Agricultura familiar com as barraquinhas e suas quitandas e doces.

Colecionadores de carros antigos expõem acervo de raridades e preservam parte da história de Lafaiete e região

Em uma garagem de pouco mais de 200m², no Bairro São João, em Lafaiete (MG), estão guardadas 17 relíquias automobilísticas de encher os olhos de qualquer aficionado da área.

Os colecionadores dos carros antigos, mais conhecido como antigomobilista, são os irmãos, o ex-vereador Aluízio Fernandes de Melo e o empresário Geraldo Fernandes de Melo. O gosto pelo hobby veio do pai, o saudoso José Ferreira de Melo, que tinha uma jardineira que na década de 60 fazia a linha entre Lafaiete, Maracujá (Queluzito), Serra do Caixeta, Cocuruto e Serra do Camapuã (Entre Rios de Minas).
Unindo paixão, visão de investimento e preservação histórica, os 2 colecionadores possuem um verdadeiro acervo tanto em questão de quantidade, como no quesito originalidade e raridade.

As raridades

Entre as raridades estão uma jardineira adquirida na região da Pampulha, em Belo Horizonte, em 2017. O veículo é de 1951 era uma sucata.
Os irmãos José Fernandes, Aluízio de Melo e Geraldo Fernandes levaram 4 anos na reforma total resgatando sua originalidade.

Todo o trabalho foi executado pelos próprios colecionadores. A jardineira provoca uma empatia imediata pelos adornos das linhas e cores variadas. “Os antigos donos nos informaram que a jardineira seria de Rio de Espera”, relatou Geraldo Fernandes.

Segundo ele, o carro era usado em outras épocas para comerciantes/mascatas que iam de cidade em cidade comprando sucatas e ferro velho e outros produtos.
Outra raridade é o Chevrolet Special de 1940. O carro guarda parte da história de Conselheiro Lafaiete. Ele foi o primeiro carro que cruzou a pista do viaduto Duartina Nogueira de Resende em 1981 em sua inauguração. À época o motorista foi o taxista mais antigo da cidade, Geraldo Vieira, conhecido como “mutirão”. O chevrolet foi comprado junto a família em 2004.

Mas o xodó paixão dos colecionadores é o caminhão Chevrolet de 1951 e preserva uma parte da história da família. Na década de 60, seus pais deixaram Queluzito e mudaram para Lafaiete em busca de uma nova atividade comercial e estudo para os 7 filhos.

Foi o veículo que José Fernandes sustentou a sua família com carretos.

Após a morte do pai, em 2010, o carro foi vendido. Aluízio e Geraldo conseguiram resgatar o veículo, orgulho principal da coleção.

No acervo ainda há outras raridades como Maverick, de 1975, Chevrolet Beller (1952) Aerowillys (1960), uma Kombi (1974), usada como ambulância, conhecida como “corujinha”, e Jeep Willys, de 1954, comumente chamado de “cara de cavalo”.

Manutenção hobby

A paixão pelo antigomobilista vem de mais de 40 anos quando a coleção foi sendo adquirida pelos irmãos. “Nossa intenção não é comercial mas hobby mesmo. A coleção preenche a nossa vida e adoramos quando as pessoas querem apreciar e conhecer os carros antigos. Alguns de nossos carros foram usados nas cerimônias de casamento”, contou Aluízio.

Os carros do acervo são reformados e mantidos diariamente pelos colecionadores. “Foram vários anos reformando carros, compra de peças importadas mas tudo muito trabalho e dedicação nossas. É uma paixão mesmo”, assinalou o empresário Geraldo Fernandes.

Há 20 poucos metros acima da garagem, os irmãos mantem uma oficina e onde está um caminhão de 1974, em plena reforma. “Em breve, nossa coleção ganha mais uma relíquia”, finalizaram os irmãos Fernandes.

Desbravadores de Queluz: Um breve relato das famílias que fundaram no inicio do século XIX cidade da Zona da Mata Mineira

Por João Vicente/ 21/01/2022

Na falta de tanta gente que já partiu para outro plano e que deixaram um legado imensurável sobre a história da formação da ocupação do nosso território (Queluz), como Quincas de Almeida, D.Avelina Noronha, Alex Milagres, Sr. Perdigão, Sr. Romeu Guimarães e tantos outros que ainda continuam escrevendo sobre a nossa história, é que resolvi publicar uma matéria que fala de famílias desbravadoras, que saíram de Queluz e fundaram núcleos urbanos em outros paradas de
Minas no século XIX. Vamos destacar nesta pulbicação a fundação de São João Nepomuceno, cidade que fica na Zona da Mata, próximo de Rio Pomba, cidade dos meus ancestrais materno.

Matriz bicentenária de São João Nepomuceno

Creio que muita gente que mora em Lafaiete não conhece a história da fundação dessa cidade mineira que fica na Zona da Mata e leva o nome do santo tcheco, Jan Nepomucký. O culto a São João Nepomuceno chegou ao Brasil no século 18, quando o Mártir da Confissão foi canonizado, tendo trazido por jesuítas do Leste Europeu. São João Nepomuceno é um dos santos nacionais da Boemia (atual Republica Tcheca). Segundo uma das versões sobre o martírio, ele foi pregador na corte de Venceslau IV em Praga e confessor da rainha sua mulher, mas, ao negar a divulgar os segredos das confissões dela foi morto, depois de ter sido torturado e jogado ao Rio Moldava.

Agora, quem continuar lendo a matéria e se interessar poderá estar se perguntando. Como assim, João? Foi gente daqui de Lafaiete que fundou São João Nepomuceno ?

 Bom, vamos ao ponto e sem delongas.

Capela Nova e Conselheiro Lafaiete (MG)

Essas duas cidades mineiras muito conhecida por todos  nós,  no inicio do sec. XIX, uma era  distrito  e a outra Vila  e foram destas duas cidades que  saíram as famílias desbravadoras e segundo os relatos dos historiadores e pesquisadores são-joanenses, a cidade de São João Nepomuceno foi fundada por famílias de Queluz.

Henriques Pereira Brandão  e Furtado Mendonça

Essas duas famílias chegaram na região de São Joao Nepomuceno no inicio do sec. XIX. O Pe. Jacó Henriques primo do Capitão Marciano Pereira Brandão ( estrategista da Batalha de Queluz) na morte do seu pai herdou a Fazenda Patrimônio e um pedaço terra  em São João Nepónucveno que tem esse nome por causa da imagem que o próprio  padre havia retirado do oratório da Fazenda, imagem  que os seus pais haviam trazidos de Portugal. Jose Antônio Furtado Mendonça que havia comprado terras na região, doou dez alqueires para construir a nova capela em devoção ao santo tcheco. Como podem ver, um queluziense de Capela Nova trouxe o culto do santo padroeiro e o outro da Vila Real de Queluz , doou as terras para construção da nova capela em 1815.

Lenda dos Cavaleiros sobre a  fundação de São João de Nepomuceno

Uma imagem alusiva à “lenda dos três cavaleiros”, que supostamente teriam se encontrado no ponto de construção da capela que originaria a atual matriz são-joanense.( Blog Luis Fontes- SJN)

A lenda dos Cavaleiros é uma lenda associada  à fundação de São João Nepomuceno e segundo genealogista Alcibíades de Araújo Porto Filho,   os fazendeiros fundadores eram descendentes de famílias  originárias da ilha Faial, Açores, arquipélago que fica no oceano atlântico, território autônomo de Portugal na atualidade e que chegaram na zona auríferas de Minas Gerais no inicio do sec. XVIII.

Vizinhos, marcaram um encontro, onde teriam partidos das suas fazenda no mesmo dia e no mesmo  horário dirigindo-se para um mesmo ponto de convergência de suas terras, lugar que seria o ponto definido para construir a nova capela. Ressaltando que nas terras do Pe. Jacó já existia uma antiga capela dedicada a São João Neponuceno. Para os historiadores locais são-joenses, não parece haver comprovação desta história. O certo é que, o largo da Matriz  e as antigas propriedade dos três fazendeiros fazem um grande triangulo do qual surgiu precisamente a cidade de São João Nepomuceno.

Em 1815, houve a doação do patrimônio para a “nova capela de São João Nepomuceno” e seu entorno (mostrada acima em sua versão contemporânea, segundo uma imagem de Marcelo Lima). Abaixo, vê-se a referida carta de doação, feita pelo Guarda-mor José Antônio Furtado de Mendonça e sua esposa, Francisca Maria de São José (foto de Eduardo Ayupe). (Blog Luis Fontes-SJN)

E um dado curioso é que o núcleo urbano são-joanense, em seus períodos mais remotos, ficava exatamente no centro de um triângulo cujos vértices estão situados nas propriedades desses mesmos três fazendeiros (conforme mostra um mapa desta região confeccionado em 1847, onde se veem as fazendas de Manuel Rodrigues de Nazaré (1), José Dutra Nicácio (2)  e do Guarda-mor Furtado de Mendonça (3)).Abaixo. (Blog Luis Fontes-SJN)

De qualquer modo, e pondo à parte essa “lenda dos cavaleiros” o que se conclui de concreto é que a doação do patrimônio para a “nova capela” são-joanense de fato se deu em 1815 e sua fundação é dedicada ao queluziense nascido no arraial dos Campos dos Carijós ( ex.Queluz e atual Cons.Lafaiete) e batizado na capela Nossa Senhora da Glória( Carnaíba), filial da Matriz Nossa Senhora da Conceição do arraial Campos dos Carijós, o Guarda-Mor Jose Antônio Furtado de Mendonça. E, por este motivo, a Cidade Garbosa de  São João Nepomuceno,   em 16 de maio de 2015 dia do padroeiro, SJN comemorou o bicentenário de  sua fundação simbolicamente.

logomarca (de autoria de Isabella Picorone) dos 200 anos da fundação de S. João Nepomuceno, celebrados em 2015 (Blog Luis Fontes-SJN)

Bom, espero que tenham gostado da matéria e para saber mais do tema ,entre no blog Luís Fontes , história de São João Nepomuceno e  leiam o livro da História e Genealogia de Capela Nova das Dores  do Pe. José Duarte de Souza.

Santana dos Montes: Fazenda Paciência, do século 18, reabre e revela histórias de Minas

Construída pelo barão de Queluz em 1742, propriedade em Santana dos Montes tem senzala, Pedra do Amor e até túnel que, conta a lenda, escondeu inconfidentes

Um resgate da história escravagista, indígena e política não só de Minas Gerais, mas do Brasil. Essa é a proposta da Fazenda da Paciência, localizada em Santana dos Montes, que abriu agora em janeiro as portas para o público.

Construída em 1742 pelo Barão de Queluz, a propriedade desde 2001 vem passando por restauração. “Meu objetivo é proporcionar um lazer cultural”, declara Vinícios Leôncio, atual proprietário da fazenda, que tem 200 hectares e 3 mil metros de área construída. No local, foi reconstruída a senzala onde viviam os escravos, com utensílios de tortura usados na época.

Da Bahia, veio uma canoa de madeira da tribo Pataxó. Há também um museu com peças antigas que remontam a história da época, como a máquina de lavar da década de 1930, feita em madeira.

A fazenda guarda algumas curiosidades, como a cachaçaria decorada com 4 mil discos de vinil, uma pedra chamada de Pedra do Amor, que traz uma história interessante. A pessoa que sentasse nela arrumaria um amor. Essas lendas e histórias estão muito presentes em cada parte da Paciência.

Um túnel, que possivelmente escondeu os inconfidentes, foi descoberto há pouco tempo e já está sendo pesquisado por arqueólogos. Além da parte histórica, o público pode se deliciar com a gastronomia. Em homenagem à cultura afro-brasileira, todos os pratos são de origem africana e têm nomes de personagens da época. O “Princesa Aqualtune” (ela foi avó do Zumbi dos Palmares), por exemplo, leva quiabo, cebola, alho, gengibre, camarão em pó, castanha de caju, dendê e limão. Informações: (31) 3726-1247 ou www.instagram.com/hotelfazendapaciencia/.

FONTE ESTADO DE MINAS

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